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Aprenda como usar a monensina na produção de bovinos

Trata-se de compostos poliéteres carboxílicos que caracterizam-se pelo largo espectro de ação e pela capacidade praticamente nula de levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana

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Artigo escrito por Renata Rios, analista de Desenvolvimento de Produtos Sr – Saúde Animal MCassab

Os ionóforos (grupo do qual pertence a monensina) têm sido muito utilizados na bovinocultura brasileira como aditivo promotor de crescimento em confinamento com o objetivo de aumentar a eficiência alimentar e/ou a taxa de ganho de peso, ou como aditivo anticoccidiano auxiliando na prevenção e controle das coccidioses causadas por Eimeria bovis e Eimeria zuerni. Trata-se de compostos poliéteres carboxílicos que caracterizam-se pelo largo espectro de ação e pela capacidade praticamente nula de levar ao desenvolvimento de resistência bacteriana.

São geralmente bacteriostáticos e seu mecanismo de ação é sobre sua habilidade em alterar o fluxo de cátions através da membrana dos microrganismos. Resumidamente, o ionóforo se liga a íons monovalente (Na+ e K+) e/ou bivalentes (Mg++ e Ca++), transporta-o através da membrana celular para dentro da bactéria, e esta por meio do mecanismo da bomba iônica, na tentativa de manter sua osmolalidade, utiliza sua energia de forma excessiva, até deprimir as suas reservas, o que afeta o crescimento das bactérias gram-positivas, favorecendo as gram-negativas.

Os ionóforos possuem boa palatabilidade, diminuem a incidência de acidose, possuem excelente estabilidade física e química em todos os tipos de rações, suplementos e alimentos líquidos e quando administrados com a função anticoccidiana podem ser utilizados junto com aditivos melhoradores de desempenho.

Quando fornecidos aos ruminantes, atuam sobre as bactérias do rúmen e do intestino grosso, favorecendo o desenvolvimento de algumas bactérias, de modo que o metabolismo da bactéria beneficiada pode afetar o desempenho do animal, proporcionando vantagens metabólicas ou nutricionais.

Em dietas que contêm elevados níveis de carboidratos facilmente fermentáveis, a monensina geralmente leva a diminuição da ingestão de alimentos, sem afetar o ganho de peso, melhorando assim a conversão alimentar, porém quando os ruminantes são alimentados com dietas contendo elevadas quantidades de volumosos, a monensina não diminui a ingestão, mas melhora o ganho de peso e a conversão alimentar, contribuindo assim para um melhor desempenho dos animais sob tais formas: aumenta o metabolismo energético do rúmen; melhora o metabolismo do nitrogênio no rúmen; previne desordens metabólicas, como a acidose láctica crônica, a cetose e o timpanismo.

Sabe-se também que a monensina influência o metabolismo dos microorganismos ruminais, tendo como resultado primário maior proporção de ácido propiônico e menor de ácido acético produzidos no rúmen pela fermentação de carboidratos.

A monensina atua sobre as bactérias proteolíticas, diminuindo a degradação desnecessária pelas mesmas. Assim sendo, as proteínas de maior valor biológico passam pelo rúmen sem serem degradadas e promovem um ganho adicional ao animal, que recebe uma proteína melhor e em maior quantidade, uma vez que não existem as perdas do processo de proteólise e síntese proteica bacteriana.

Principais efeitos

Melhor eficiência alimentar e performance animal

A monensina aumenta a performance animal, principalmente devido às alterações na fermentação ruminal. Algumas das respostas das performances podem ocorrer por mudanças metabólicas que não envolvam alterações na fermentação ruminal (efeitos pós-ruminais).

Alteração na produção de gases

Com a utilização de monensina sódica observa-se uma redução da população de microrganismos gram-positivos, e um aumento das gram-negativas, ocorrendo, portanto, uma diminuição da produção de acetato, butirato e H2 (precursores do gás metano). Além disso, as bactérias gram-negativas utilizam o H2 para formar propionato, reduzindo indiretamente a formação do gás metano e melhorando o metabolismo energético do rúmen.

Efeito sobre a digestibilidade

Quando ruminantes são alimentados com forragem, o pH no rúmen permanece próximo da neutralidade. Isso ocorre devido ao estímulo que a fibra exerce sobre o processo da ruminação. Como a monensina diminui a concentração de lactato no rúmen, limita a queda do pH nesse ambiente, propiciando melhores condições para o desenvolvimento de bactérias celulolíticas. Os organismos celulolíticos crescem com um pH em torno de 6,7. Níveis acima ou abaixo deste valor podem ser prejudiciais.

Melhora na utilização de proteína

A utilização da monensina altera o desenvolvimento de algumas bactérias que promovem a proteólise e deaminação no rúmen, reduzindo, portanto, a degradação das proteínas nesse compartimento, permitindo a sua digestão pós ruminal. Dessa forma, o uso da monensina também torna-se interessante quando trabalha-se com alimentos ricos em proteínas de elevado valor biológico.

Modificação do enchimento ruminal e taxa de passagem

O enchimento do rúmen e a taxa de passagem têm influência direta sobre o período de permanência dos alimentos no rúmen, afetando, assim, a fermentação microbiana e a utilização do nitrogênio, modificando, consequentemente, os produtos originados da fermentação. Alguns estudos indicam que a monensina sódica diminui a taxa de passagem dos alimentos, contribuindo para o enchimento ruminal.

Controle de coccidiose

A utilização da monensina como anticoccidiano de forma preventiva propicia que qualquer falha nas medidas de manejo evite a proliferação massal da doença no rebanho.
Os anticoccidianos são antibióticos fornecidos por via oral aos bovinos. Atuam nos intestinos delgado e grosso, eliminando os parasitas por contato direto. Por isso, esses compostos devem estar presentes nos alimentos concentrados fornecidos para os animais nas diferentes idades.

Nos bovinos leiteiros, a adição é mais comum e a recomendação é que os anticoccidianos sejam incluídos nas rações iniciais, fornecidas para os bezerros até o desmame. Posteriormente, esse ionóforo deve ser incluído nos concentrados fornecidos durante a recria, até que os animais atinjam a idade adulta.

Para bovinos de corte, o ideal é ofertar o anticoccidiano para os animais jovens antes do desmame, incluindo-os nas misturas protéico/energéticas fornecidas nos creep-feedings. Sugere-se, também, a inclusão dos anticoccidianos em misturas múltiplas fornecidas para as matrizes, pois, embora elas sejam pouco afetadas pela coccidiose, caracterizam-se como reservatórios do parasita.

Para os animais que serão recriados, a sugestão é a utilização de misturas múltiplas protéico/energéticas e de protéicas ou energéticas com a inclusão de anticoccidianos no período do verão.

Vale ressaltar também que bovinos alimentados de acordo com as recomendações do fabricante não apresentam monensina detectável nos tecidos comestíveis, não havendo tempo de carência para o abate.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história

Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Foto: Divulgação/Imac

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.

Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

Fotos: Shutterstock

“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.

Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.

Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.

Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.

Fonte: Assessoria Imac
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Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025

Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

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Fotos: Shutterstock

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.

A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.

No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.

A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).

O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.

A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.

Fonte: Assessoria ABIEC
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Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil

Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

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Foto: Alisson Siqueira

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.

“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.

A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.

A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.

Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.

“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.

Fonte: Assessoria ACNB
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