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Suínos

Após resultados históricos, ABCS prevê estabilidade da suinocultura para 2025

Setor projeta cautela diante da perspectiva de manutenção dos custos elevados de produção, embora o cenário de exportações permaneça promissor.

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Fotos: Shutterstock

O setor de suinocultura brasileira encerra 2024 em um cenário de crescimento na produção e com resultados históricos nas exportações e alta demanda no mercado interno. A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) prevê um incremento próximo de 1%, com base nos dados do IBGE. “O ano de 2024 foi de produção estável em relação a 2023 e deve fechar com crescimento próximo a 1%. Isto era esperado em função da crise prolongada e profunda que afetou o setor até meados de 2023”, explica Iuri Pinheiro Machado, médico-veterinário e consultor de Mercado da ABCS.

Os números do abate acumulados de janeiro a setembro reforçam um cenário de estabilidade. Em comparação ao mesmo período de 2023, houve aumento de apenas 0,8% em toneladas de carcaças e 1,12% em cabeças. “Com ganhos de produtividade, principalmente relacionados à genética, a suinocultura tecnicamente se manteve do mesmo tamanho em relação ao ano anterior”, aponta Machado.

Outro destaque do ano foi o desempenho das exportações, que cresceram cerca de 8% e devem fechar 2024 com volumes recordes. Essa expansão foi acompanhada de um mercado interno aquecido, refletindo em uma valorização significativa do suíno vivo desde maio, com picos de preços no último trimestre do ano.

Para 2025, o setor projeta cautela diante da perspectiva de manutenção dos custos elevados de produção, embora o cenário de exportações permaneça promissor.

Desempenho das exportações

No mercado externo, o setor alcançou volumes recordes de exportação, marcando um novo capítulo na história do comércio internacional de carne suína do país. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o total exportado, considerando carne in natura e processados, deve atingir 1,35 milhão de toneladas, representando um aumento de até 9,8% em relação a 2023, quando foram exportadas 1,23 milhão de toneladas.

Foto: Claudio Neves

A principal novidade de 2024 foi a mudança no ranking dos maiores compradores da carne suína brasileira. As Filipinas ultrapassaram a China como principal destino, acumulando 206 mil toneladas embarcadas entre janeiro e outubro, frente às 199,9 mil toneladas adquiridas pelo gigante asiático. “Essa tendência reflete uma maior diversificação de mercados, com destaque também para o crescimento das exportações para México, Japão, Chile e Singapura”, ressalta Machado.

Nos últimos meses do ano, os embarques de carne suína in natura ultrapassaram as 100 mil toneladas mensais, consolidando o desempenho recorde. No acumulado de janeiro a outubro, os volumes exportados superaram em 8,6% os resultados do mesmo período do ano anterior. Comparando com 2021, quando a China concentrava cerca de 80% dos embarques brasileiros, observa-se uma redução significativa da dependência desse mercado, acompanhada por uma expansão para destinos mais exigentes, como México e Coreia do Sul, que passaram a integrar os 10 maiores importadores de 2024.

Para 2025, são projetadas novas marcas positivas no comércio internacional, com exportações previstas de até 1,45 milhão de toneladas, um crescimento de 7,4%. A produção total deve atingir 5,45 milhões de toneladas, aumento de 2% em relação ao ano passado, enquanto a disponibilidade interna e o consumo per capita deverão se manter estáveis em quatro milhões de toneladas e 19 quilos, respectivamente, conforme dados da ABPA.

Consumo interno

De acordo com o consultor da ABCS, a estabilidade da produção e o aumento das exportações em 2024 limitaram a expansão do consumo per capita de carne suína no Brasil. Ainda assim, o setor observou uma consolidação importante no mercado interno, impulsionada pelo trabalho contínuo de conscientização e promoção liderado pela ABCS. “Nos últimos anos, a carne suína conquistou uma fatia significativa no mercado de proteínas animais no país, com destaque para o período entre 2019 e 2023. Apesar do aumento nos preços em 2024, reflexo da menor oferta interna, a demanda se manteve elevada, consolidando a carne suína como uma escolha frequente na dieta dos brasileiros”, afirmou.

Custo de produção

Os principais insumos da suinocultura, milho e farelo de soja, apresentaram comportamentos distintos ao longo de 2024. Após um período de preços estáveis no primeiro semestre, o milho registrou um aumento significativo nos últimos meses do ano, enquanto o farelo de soja teve uma queda. No entanto, o custo da alimentação, que representa cerca de 80% do custo total de produção, se manteve estável ao longo do ano. “Essa estabilidade, aliada à relação de troca favorável para o suíno, permitiu uma margem positiva para os produtores”, evidenciou o consultor da ABCS.

Médico-veterinário e consultor de Mercado da ABCS, Iuri Pinheiro Machado: “Com a oferta interna limitada e um cenário climático favorável, o próximo ano apresenta uma oportunidade maior de recuperação para o setor, permitindo investimentos em sistemas de produção mais eficientes” – Foto: Divulgação/ABCS

No Sul do Brasil, principal região produtora, o custo médio de produção em outubro foi de R$ 5,74 por quilo, enquanto o preço de venda do suíno vivo alcançou R$ 6,89/kg. Essa relação favorável entre custo e receita permitiu um alívio financeiro ao setor após períodos de crise. “O ano de 2024 pode ser considerado bom para o suinocultor independente, pois houve uma acomodação dos custos e uma reação do preço de venda do suíno, principalmente a partir da metade do ano. Isso garantiu margens positivas ao longo do período”, destaca Machado, ampliando: “Apesar disso, o setor ainda enfrenta desafios relacionados ao alto nível de endividamento acumulado durante a crise e às dificuldades de acesso ao crédito, agravadas pelos juros elevados”.

Perspectivas para 2025

Para 2025, Machado diz que o processo de pulverização dos mercados deve se intensificar, diversificando os destinos da carne suína brasileira e consolidando a posição do Brasil entre os maiores fornecedores globais da proteína. “Com a oferta interna limitada e um cenário climático favorável, o próximo ano apresenta uma oportunidade maior de recuperação para o setor, permitindo investimentos em sistemas de produção mais eficientes. Contudo, o grande desafio será contornar os juros elevados, que dificultam a ampliação das operações e melhorias estruturais nas propriedades”, aponta o consultor da ABCS.

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Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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