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Após anúncio, presidente da APqC afirma que concurso para pesquisador preenche apenas 5,2% dos cargos vagos em São Paulo

Apesar da importância da pesquisa científica para o desenvolvimento do Estado, há 714 cargos vagos nos Institutos Públicos.

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Presidente da APqC, Patricia Bianca Clissa: "Está cada vez mais evidente a importância da ciência tanto para o agronegócio como para o pequeno agricultor, no enfrentamento das crises" - Foto: Arquivo pessoal

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) disse, em nota, que as 37 vagas para contratar pesquisador científico na área da agricultura, que serão selecionados por meio de concurso anunciado pelo atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), representa apenas 5,2% dos cargos vagos no Estado.

Segundo a entidade, os Institutos Públicos dedicados à pesquisa contam hoje com 482 cientistas e 714 cadeiras de pesquisadores não preenchidas. “Portanto, antes de comemorarmos estas 37 vagas de concurso, é preciso um diálogo urgente com os representantes do futuro governo de São Paulo visando corrigir esta situação e assim permitir que os Institutos possam contribuir cada vez mais com o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo”, diz trecho da nota assinada pela presidente da APqC, Patricia Bianca Clissa.

O anúncio do concurso para 30 áreas de especialização foi feito quarta-feira (23) e a intenção do Estado é distribuir nove vagas para o Instituto Agronômico (IAC); seis para o Instituto Biológico (IB); seis vagas para o Instituto de Pesca (IP); cinco para o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL); cinco vagas para o Instituto de Zootecnia (IZ); quatro vagas para o Instituto de Economia Agrícola; e duas vagas para a APTA Regional. “Está cada vez mais evidente a importância da ciência tanto para o agronegócio como para o pequeno agricultor, no enfrentamento das crises”, destaca nota da APqC.

No entanto, a entidade ressalta que o Estado não tem valorizado a categoria. “Os vencimentos brutos de um Pesquisador Científico no nível I (R$ 4.751,93) equivalem a 56% de uma bolsa de pós doutorado da Fapesp (R$ 8.479,20) e 33,3 % com relação ao cargo equivalente na Embrapa (EB01 – R$ 14.268,02), ou seja, sem uma justa valorização da carreira, na primeira oportunidade os pesquisadores recém aprovados deixarão os cargos”, alerta a nota.

A associação lembra também que, em 2018, o então governador Márcio França (PSB) chegou a anunciar um concurso, como fez agora Garcia. Seriam 33 vagas para pesquisador científico, mas o governo João Doria (PSDB), que assumiu o Estado, cancelou o processo de seleção.

A APqC destaca que os Institutos de Pesquisa são “alicerce para um amplo leque de ações que contribuem com políticas públicas e com o desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo, partindo desde precificação de safras e de terras, passando por diagnóstico e controle de pragas e zoonoses, criação de novos cultivares e novas tecnologias de plantio em agro florestas”.

Confira a nota na íntegra abaixo: 

A pesquisa cientifica desenvolvida nos diferentes Institutos da Secretaria de Abastecimento e Agricultura (SAA) é o alicerce para um amplo leque de ações que contribuem com políticas públicas e com o desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo, partindo desde precificação de safras e de terras, passando por diagnóstico e controle de pragas e zoonoses, criação de novos cultivares e novas tecnologias de plantio em agro florestas, para citar alguns exemplos. Está cada vez mais evidente a importância da ciência tanto para o agronegócio como para o pequeno agricultor, no enfrentamento das crises.

Porém, não foi com grande otimismo que a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) recebeu a notícia, em 23/11/2022, que o governador Rodrigo Garcia autorizou um concurso para Pesquisadores Científicos para os Institutos da SAA/APTA, em que estão previstas 37 vagas distribuídas em sete Instituições.

Antes de comemorarmos este “grande feito” é importante colocar algumas informações de forma clara para que a população possa compreender o contexto em que estão inseridos os Institutos de Pesquisa Científica do Estado de São Paulo.

1. O último concurso para Pesquisadores da Secretaria de Abastecimento e Agricultura ocorreu em 2003, portanto são 19 anos sem concursos;
2. Em meados de 2018, o Governador Marcio França autorizou um concurso para 33 vagas de Pesquisador Científico, que chegou a ter abertas e efetuadas as inscrições de centenas de candidatos, porém com a mudança de gestão no governo João Dória, este concurso foi cancelado;
3. Hoje, considerando todos os Institutos de pesquisa da APTA existem 714 cargos vagos para Pesquisador Científico frente à 482 preenchidos, portanto, 37 vagas representam 5,2% dos cargos vagos;
4. Os números dos cargos vagos para os demais cargos que dão suporte às pesquisas científicas são muito mais alarmantes. Para Classes de Apoio são 3.470 cargos vagos x 615 preenchidos e para Assistentes de Pesquisa, são 269 cargos vagos x 60 cargos preenchidos;
5. Os vencimentos brutos de um Pesquisador Científico no nível I (R$ 4.751,93) equivalem a 56% de uma bolsa de Pós Doutorado da FAPESP (R$ 8.479,20) e 33,3 % com relação ao cargo equivalente na EMBRAPA (EB01 – R$ 14.268,02), ou seja, sem uma justa valorização da carreira, na primeira oportunidade os pesquisadores recém aprovados deixarão os cargos.

Portanto, antes de comemorarmos estas 37 vagas de concurso, é preciso um diálogo urgente com os representantes do futuro governo do estado de São Paulo visando corrigir esta situação e assim permitir que os Institutos possam contribuir cada vez mais com o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo.

Patricia Bianca Clissa, presidente da APqC e pesquisadora do Instituto Butantan

Fonte: Ascom APqC

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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