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Bovinos / Grãos / Máquinas Safra 19/20

Aplicativo orienta a semeadura de verão

Aplicativo ZARC – Plantio Certo permite acessar pelo celular a melhor data para plantio em cada município

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Luiz Henrique Magnante

A semeadura da soja tem início em outubro na região fria dos estados do RS e SC. Seguir o zoneamento agrícola pode reduzir perdas por adversidades climáticas ao longo da safra de verão e garantir a adesão aos programas de seguro rural no Brasil. O aplicativo ZARC – Plantio Certo permite acessar pelo celular a melhor data para plantio em cada município.

O Zoneamento Agrícola de Risco Agroclimático (ZARC) foi criado em 1996 como suporte às políticas de crédito e seguro rural. O estudo, coordenado pela Embrapa com apoio de diversas instituições públicas e privadas, permite verificar as melhores datas de plantio de mais de 40 culturas no Brasil. Por meio de quatro variáveis – município, tipo de solo, cultura e ciclo da planta – o sistema apresenta a época do ano mais indicada para a semeadura e as taxas associadas de risco de perdas – até 20%, 30% e 40%.

A soja foi a primeira cultura de verão a contar com suporte do ZARC no Brasil. Hoje, o atendimento às recomendações do ZARC é obrigatório para o agricultor acessar os recursos do Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro), do Proagro Mais e do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Atualmente, as seguradoras privadas também seguem as informações do ZARC para liberar a contratação do seguro.

Base de Dados

As informações contidas no ZARC são organizadas a partir da base de dados para cada cultura, como série histórica das últimas 30 safras, simulação de riscos e observações de mais de 3 mil estações meteorológicas distribuídas em todo o País.

De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, o ZARC é atualizado todos os anos, acompanhando as melhorias do sistema de simulação de riscos, a ampliação da base de dados e o surgimento de novas tecnologias de produção. O pesquisador destaca que a tecnologia aplicada no campo hoje tem maior capacidade de resiliência em suportar os impactos do clima, mas não elimina totalmente os riscos de adversidades climáticas e o produtor rural precisa adotar o que existe de melhor no conhecimento disponível: “Não podemos comparar as frustrações de hoje com as perdas sofridas nas décadas de 1970, 80 e 90. O uso da tecnologia, atualmente, permite potencializar os bons rendimentos em anos favoráveis e atenuar os impactos negativos em situações adversas”.

Segundo Gilberto Cunha, tem aumentado a quantidade de chuvas no Sul do Brasil, favorecendo a exploração agrícola durante os meses de verão. Um exemplo é a produção de soja na Metade Sul do Rio Grande do Sul, que está há 8 anos sem perdas significativas por seca.

Acesso mais fácil

Para verificar as melhores datas de semeadura, a assistência técnica e o produtor rural precisavam buscar as informações no site do Ministério da Agricultura através de uma série de planilhas que exigem intepretação do usuário.

Para facilitar o acesso e a compreensão das informações contidas no zoneamento, a Embrapa Informática Agropecuária desenvolveu um aplicativo móvel, o ZARC-Plantio Certo, que permite consultar a base de dados de qualquer aparelho celular em sistema operacional Android.

O ZARC-Plantio Certo está disponível gratuitamente na loja de aplicativos da Embrapa.

Confira e entrevista com o pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha sobre a gestão de riscos na agricultura:

Quais os nossos desafios em gestão de riscos na agricultura?

Cunha – A disponibilidade de recursos naturais, algumas políticas públicas diferenciadas, a competência técnico-cientifica instalada no País e o empreendedorismo dos agricultores nos diferencia, por um lado, mas não nos assegura que não há necessidade de que estejamos atentos ao que está acontecendo no mundo e suas possíveis implicações de risco à atividade. Não podemos mais ignorar algumas mudanças ora em curso, tanto de ordem social quanto econômica, que mudam o perfil de consumo de alimentos no mundo e configuram um novo papel de protagonismo aos consumidores, as questões ambientais e de relações de trabalho que podem ser entraves na nossa pauta de exportação e a convergência de conhecimentos e tecnologias que pode influir sobre a geografia de produção, tanto dentro das fronteiras nacionais quanto em escala global, promovendo mudanças inesperadas. Precisamos intensificar de forma sustentável a nossa produção agrícola. E para isso a gestão de riscos na atividade não pode mais ser ignorada.

Qual o trabalho da Embrapa na área de gestão de riscos na agricultura?

Cunha – Entre as prioridades de pesquisa da Embrapa está o desenvolvimento de sistemas inovadores de gestão de riscos na agricultura, integrando riscos climáticos, tecnológicos, socioeconômicos, ambientais e de mercado. Paralelamente, também estamos buscando aprimorar continuamente o zoneamento de riscos climáticos que serve de apoio e fomento às políticas públicas, com foco na intensificação produtiva sustentável, por intermédio da geração de tecnologias inovadoras para a produção de alimentos em um cenário global sob riscos crescentes.

O ZARC é usado exclusivamente pelos operadores de políticas públicas?

Cunha – Essa é uma percepção equivocada que muita gente, por não conhecer a tecnologia, ainda compartilha. Eu diria que muito mais do que aos gestores públicos, o ZARC é imprescindível para os assistentes técnicos, produtores e empresários rurais, pois permite o conhecimento do risco inerente ao seu empreendimento. É uma poderosa ferramenta de gestão de riscos em agricultura.

Qual o papel da Embrapa na implementação operacional do ZARC no Brasil?

Cunha – O uso do zoneamento agrícola de risco climático como ferramenta de suporte às políticas de credito e seguro rural no Brasil começou efetivamente em 1996. E coube à Embrapa, como instituição pública Federal realizar a coordenação desse trabalho na época, que envolveu diversas instituições públicas e privadas, localizadas nas diferentes unidades da Federação. Como exemplo apenas, participaram a Fepagro, no Rio Grande do Sul, a Epagri, em Santa Catarina, o IAPAR, no Paraná, o IAC e a Unicamp, em São Paulo, e assim por diante, abrangendo todo o Brasil. Definida a metodologia, os cultivos alvos, organizada a base de dados, rodadas as simulações e traçadas as cartas de risco, conforme o tipo de solo, o ciclo das cultivares e a época de semeadura, houve a etapa de validação dos resultados e de transferência dessa tecnologia aos usuários. Essa etapa inicial durou até o começo dos anos 2000. Depois o trabalho foi terceirizado pelo MAPA e, em 2015, retornou a coordenação à Embrapa.

Há quem diga que o uso do ZARC começou com o trigo. Isso é verdade?

Cunha – Sim. Isso é fato. O primeiro cultivo a ter sua política de crédito e seguro rural embasada num zoneamento de risco climático no Brasil foi o trigo, na safra de inverno de 1996. Até então os zoneamentos de aptidão de cultivo, que não quantificavam e nem levavam em consideração os riscos regionais associados, eram usados como referência nos livros de informações técnicas que são anualmente produzidos. Nós tivemos o privilégio de coordenar esse trabalho, que, por ser novo, na ocasião, suscitou muitos questionamentos, mas acabou, por ser cientificamente bem embasado, sendo aceito e vem sendo usado, com as suas atualizações anuais, desde então.

Para finalizar, por que a agricultura é uma atividade de risco?

Cunha –  A atividade agrícola hoje, em sendo caracterizada pelo uso intensivo de capital, não se pode ignorar que é praticada sob riscos iminentes. Incluam-se, além dos riscos relacionados com o clima, que dizem respeito aos riscos de produção, também os de mercado (preços) e os vinculados ao ambiente institucional (normativos, especialmente). E assim, sem qualquer margem para dúvidas, configura-se a gestão integrada de riscos como algo cada vez mais imprescindível nesse setor.

Fonte: Embrapa Trigo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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