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Aplicativo calcula necessidades nutricionais da lavoura de soja

Tecnologia traz rapidez, economia e precisão na gestão da lavoura de soja, já que a cultura necessita de muitos insumos cotados em dólar

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Vinicius Braga

Alguns toques na tela de um smartphone ou tablet, e em segundos o agricultor obtém um balanço nutricional de sua plantação de soja, com as quantidades de nutrientes e corretivos de que a lavoura necessita. É o que oferece o aplicativo Nutri Meio-Norte, módulo soja, o primeiro do gênero desenvolvido pela Embrapa. A tecnologia traz rapidez, economia e precisão na gestão de uma lavoura de soja, já que a cultura necessita de muitos insumos cotados em dólar.

Desenvolvido no ano passado pelo então estagiário de tecnologia da informação Filipe Ribeiro Chaves, da Associação de Ensino Superior do Piauí (Aespi-FAPI), da equipe vencedora da maratona Hackathon Acadêmico Embrapa 2017, no Piauí, o aplicativo foi construído para ser uma plataforma digital ampla. Nesse primeiro módulo, o Nutri Meio-Norte permite, a partir da análise foliar, conhecer a fertilização adequada para o cultivo da soja, mostrando os dados nutricionais das plantas, como os nutrientes em excesso e outros com deficiência, gerando o desequilíbrio nutricional.

A dinâmica do aplicativo

É simples operar a tecnologia. Primeiramente, o produtor terá de realizar a análise foliar da lavoura, feita por um laboratório especializado. Após abrir o aplicativo, o agricultor deverá inserir na página “análise foliar” dados obtidos na análise laboratorial das amostras de sua lavoura, como as quantidades dos macro e micronutrientes encontrados. Depois, ele deve escolher o método de análise (DRIS ou CND, veja quadro abaixo) e clicar no botão “enviar”. Em seguida, aparecerão os índices nutricionais em formato de gráficos de barra e radar. Ele deve clicar, então, em “gerar relatório” para abrir um formulário a ser preenchido sobre dados da propriedade, em talhão ou lavoura, como área plantada, data da coleta da folha diagnóstica e algum manejo realizado na área. Finalmente, ao clicar em “baixar”, os resultados gerados são armazenados no dispositivo em forma de relatório que poderá ser compartilhado por e-mail ou programas de mensagens, como o WhatsApp. 

A ferramenta, disponível gratuitamente na internet para sistema Android (Play Store) e em breve para iOS (App Store), é indicada para o Maranhão e o Piauí, por analisar apenas amostras de folhas coletadas nesses dois estados. O uso do aplicativo poderá ser ampliado para Bahia e Tocantins, alcançando assim toda a área de produção de grãos da região Matopiba, quando o banco de dados receber informações desses estados.

“Com o resultado, o produtor pode adequar a adubação e ter eficiência no uso de nutrientes”, garante o pesquisador Henrique Antunes, que gerencia a plataforma e é, com o professor Danilo Eduardo Rozane, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), responsável pelas informações técnicas. Segundo ele, a ferramenta traz mais segurança ao produtor na aquisição e uso de fertilizantes e corretivos, ao recomendar a adequada nutrição das plantas.

A avaliação final do balanço nutricional da planta, por meio da ferramenta, sempre dependerá de uma análise de tecido vegetal feita em laboratório especializado. “É uma inovação tecnológica de fácil acesso ao banco de dados criado pela Embrapa Meio-Norte (PI), que gerou os sistemas Integrado de Recomendação e Dianóstico (DRIS) e o Diagnose da Composição Nutricional (CND)”, destaca Antunes. 

A ideia de construção dessa plataforma, segundo o pesquisador, surgiu da necessidade de se ter um banco de dados regional, já que as cultivares plantadas no Nordeste são diferentes das semeadas no centro-sul, por exemplo. “As condições de clima e solo também são diferentes das encontradas nos demais estados da região do Matopiba. O manejo das lavouras foi outro ponto determinante para a necessidade de criação dessa ferramenta”, conta o cientista.

Examinando as folhas

A análise de tecido vegetal, também conhecida como análise foliar, tem como princípio básico de amostragem a seleção de partes da planta, como as folhas. No estudo dessa parte da planta, a folha diagnóstica (usada para análise dos nutrientes) é a que melhor representa o estado nutricional da lavoura. Após a coleta de amostras em lavouras de soja e análise de macro (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro, cobre, ferro, manganês e zinco), os resultados são usados para fazer o balanço de nutrientes, obtido pelos métodos Diagnose da Composição Nutricional (CND) e Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS), que comparam os teores encontrados com um banco de dados de alta produtividade.

Economia e segurança no cultivo

Os primeiros testes com o Nutri Meio-Norte foram positivos e animaram grandes produtores. A observação do gaúcho Fernando Devicari, gerente da Fazenda Barbosa (com 680 hectares), grande produtora de soja no município de Brejo, no leste do Maranhão, é o retrato do otimismo: “Os resultados obtidos com o aplicativo mostram com melhor exatidão, comparando com os do DRIS, o estado nutricional da planta. Com esse diagnóstico mais apurado, esperamos conseguir resultados de produtividade cada vez melhores, visto que o programa foi desenvolvido especificamente para nossa região”, relata.

Do município de Uruçuí, a 453 quilômetros ao sudoeste de Teresina, onde o cultivo de soja é o carro-chefe da produção agrícola, vem mais expectativa de ganho com o Nutri Meio-Norte. O produtor Altair Domingos Fianco, que deixou a cidade de Pato Branco, no Paraná, há 22 anos, aposta alto no aplicativo: “Essa plataforma possibilita ao agricultor conhecer seu solo exatamente como ele se encontra, proporcionando a aplicação de fertilizantes de uma maneira equilibrada, com economia e segurança”.

Dono de 7.232 hectares na fazenda Condomínio União 2000, Fianco, que já foi presidente da Associação dos Produtores de Soja do estado (Aprosoja-Piauí), entidade que reúne 245 membros, acredita no aplicativo como ferramenta de gerenciamento: “Ele facilita na tomada de decisões. Com a tecnologia, podemos comprar os insumos certos, na quantidade correta, exatamente do que a planta precisa”, conclui.

Fonte: Embrapa Meio Norte

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Entidades querem restringir a importação de leite

Em razão dos transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado, com estiagens, enchentes e excesso de importação, as federações estaduais recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Mobilização contra o aumento do volume de importação de leite subsidiado, principalmente da Argentina, está sendo estimulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc).

Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo: “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção” – Foto: Divulgação/MB Comunicação

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, diz que os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

Nesse sentido, “é muito importante que cada Estado tome uma iniciativa para reduzir a compra do leite de outros países em uma atuação coordenada do setor em todo País”. Alguns Estados elevaram a alíquota de 0% para 12% aos importadores de leite em pó e de 2% para 18% na venda de produto fracionado. Em  outros, os lácteos importados foram excluídos da cesta básica, com aumento de ICMS sobre o leite importado.

Pedrozo informa que a CNA está elaborando um estudo para a aplicação de direitos antidumping à Argentina, com o objetivo de proteger o setor lácteo nacional. O dirigente lembra  que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção e no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite. Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais. “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção”, defende.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.

Fonte: Assessoria
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Paraná tem 55 premiados no Mundial do Queijo; melhor queijeiro também é do estado

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

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Foto: Guilherme White/Foosstudiobrasil

O Paraná teve 55 queijos e produtos lácteos de 23 municípios premiados na 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de abril, no Teatro B32, em São Paulo. No total, 1.900 produtos de 13 países foram avaliados por 300 jurados, e 598 queijos e produtos lácteos receberam medalhas. O júri foi presidido pelo queijista Laurent Dubois, um dos melhores artesãos da França na categoria queijo.

Foto: Divulgação/Mundial do Queijo

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. A competição, organizada pela associação SerTãoBras, avaliou de forma anônima queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas, pela sua aparência exterior e interior, textura, aromas e sabores. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

Os produtos premiados são de Cantagalo (2), Carambeí (1), Cascavel (2), Chopinzinho (1), Curitiba (3), Diamante D’Oeste (1), Guarapuava (1), Jaguapitã (2), Jandaia do Sul (1), Lapa (1), Londrina (6), Manfrinópolis (1), Marechal Cândido Rondon (4), Maringá (1), Nova Laranjeiras (1), Palmeira (6), Palotina (2), Paranavaí (2), Ponta Grossa (2), Ribeirão Claro (3), Santana do Itararé (3), São Jorge D’Oeste (2) e Toledo (7). Confira a lista completa de premiados neste link .

A Cooperativa Witmarsum, de Palmeira, na região dos Campos Gerais, conquistou quatro medalhas. Ganhador do Ouro, o queijo Witmarsum Colonial Natural possui o selo de Indicação Geográfica (IG) – que indica a procedência do produto, respeitando os saberes e fazeres dos produtores locais.

“Conquistar uma premiação como a do Mundial é bem mais do que um reconhecimento da qualidade dos nossos produtos, é reconhecer a força dos nossos cooperados que se empenham de sol a sol na produção leiteira, fortalecer o cooperativismo e também uma prova de que somos capazes de produzir queijos tão bons quanto os Europeus”, diz o diretor de Operações da empresa, Rafael Wollmann.

O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com cerca de 3,6 bilhões de litros ao ano. O leite é o quarto produto em importância no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, com R$ 11,4 bilhões em 2022, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral). Os queijos paranaenses têm tradição de destaque em concursos nacionais e internacionais

O sistema digital de apuração no 3ª Mundial do Queijo, que soma as notas dos jurados em tempo real, foi desenvolvido pelo Sistema Faep/Senar-PR.

Assistência

Foto: Divulgação/Cooperativa Witmarsum

Entre as queijarias premiadas, algumas recebem assistência técnica do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná). Um exemplo é o Rancho Seleção, de Londrina, no Norte do Paraná, que conquistou uma medalha Super Ouro, três Ouro, uma Prata e uma Bronze.

Outro caso é da Estância Baobá, de Jaguapitã, também no Norte, de Lívia Trevisan e Samuel Cambefort, que recebeu prêmios pelo requeijão de corte (Super Ouro) e pelo baommental (Bronze), um queijo inspirado no emmental, mas com menos maturação e com sabor adocicado.

Na edição passada do Mundial, a queijaria já havia levado sete medalhas. Os prêmios deste ano vieram após um período de muitas dificuldades. Em 2023, a propriedade teve metade de seu rebanho roubado. “Essas medalhas foram uma superação para a gente depois de tanto sufoco”, diz a proprietária. Além do diferencial da produção agroecológica, adotado ainda por poucas propriedades na região, as receitas da Estância Baobá têm valor sentimental. “O requeijão foi o primeiro queijo que fizemos. É uma receita da minha bisavó que foi passada para a minha mãe”.

A Estância Baobá também faz parte da Rota do Queijo Paranaense, iniciativa do IDR-Paraná, e está organizando sua adesão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-PR), para ampliar a comercialização. Atualmente a pequena propriedade recebe apoio de extensionistas do IDR-Paraná no sistema reprodutivo. “É um acompanhamento incrível”, diz Trevisan.

Melhor queijeiro

Além dos produtos, o Paraná também se destacou no prêmio de Melhor Queijeiro do Brasil, cujo grande campeão foi o engenheiro de alimentos Henrique Herbert, mestre Queijeiro da Queijaria Flor da Terra, de Toledo, no Oeste do Estado. Natural de Poço das Antas (RS), ele vive no Paraná há 10 anos.

Essa modalidade do concurso avaliou os concorrentes quanto ao saber-fazer profissional, à capacidade de produzir queijos em condições que os tiraram de sua zona de conforto e a habilidade em maturar um queijo em condições especiais. “Com esses resultados, cada vez mais deixamos de ser apenas um importante estado produtor de leite, mas também passamos a ser reconhecidos pelos queijos de excelência que são produzidos aqui”, comemora.

Em sua equipe, Herbert contou o apoio do engenheiro de alimentos Kennidy de Bortoli, natural de Foz do Iguaçu, para desbancar os demais candidatos. Ambos atuam no Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, onde conduzem um projeto de pesquisa em queijos finos. O projeto levou oito medalhas, três de Ouro e cinco de Prata.

“Tanto as medalhas conquistadas pelos nossos queijos quanto a medalha conquistada por nós vêm de encontro com o que o Biopark almeja, que é justamente o desenvolvimento da região Oeste do Paraná, com o fator do ensino e a pesquisa”, diz Herbert.

Fonte: AEN-PR
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Momento favorece compra de boi magro para confinamento

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

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Foto: Everton Queiroz

Pesquisas do Cepea apontam que a atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes do contrato julho de 2024 negociado na B3 (distante três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

Ressalta-se que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção de confinamento.

Os outros insumos de impacto nos custos são os da alimentação.

O milho e o farelo de soja, tradicionais balizadores da cotação de alternativas para a dieta, estão em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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