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Bovinos / Grãos / Máquinas Tecnologia a serviço do produtor

Aplicativo auxilia pecuarista na escolha de técnicas reprodutivas

Aplicativo simula e calcula os custos e benefícios de técnicas reprodutivas adotadas no Brasil, dando suporte à tomada de decisão

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Montagem Luiz Leal

Qual o valor a ser pago por um touro melhorador? O que é mais viável economicamente, a monta natural ou a inseminação artificial? Perguntas como essas, feitas usualmente por pecuaristas e técnicos, serão agora respondidas com mais rapidez e eficiência com o auxílio do Cria Certo. Desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte (MS) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o aplicativo simula e calcula os custos e benefícios de técnicas reprodutivas adotadas no Brasil, dando suporte à tomada de decisão.

“Algumas vezes, o produtor de gado de corte negligencia a fase de cria. No entanto, além de ter custo elevado, ela traz forte impacto ao sistema como um todo. Para abordar esse problema, foi desenvolvido o Cria Certo, uma ferramenta de pecuária de precisão que ajuda no planejamento da propriedade”, conta a especialista em sistemas de produção Thais Basso Amaral, pesquisadora da Embrapa e uma das idealizadoras da proposta.

O aplicativo reúne quatro simuladores com os métodos de reprodução mais relevantes atualmente: monta natural, inseminação artificial em tempo fixo (IATF) mais repasse com touro, duas inseminações em tempo fixo mais repasse com touro e três inseminações em tempo fixo. Amaral explica que ao longo de 15 anos, as práticas reprodutivas na pecuária mudaram. Em 2003, 5% do rebanho era inseminado. Hoje, o índice está em torno de 12%, sendo que cerca de 80% por meio da IATF. Essas informações foram consideradas ao projetar o software com essas três possibilidades de IATF.

A Inseminação Artificial por Tempo Fixo

A IATF permite o melhor planejamento dos acasalamentos e, consequentemente, dos partos e demais manejos e atividades da fazenda. “Atualmente, somente cerca de 10% das vacas emprenham pela técnica. É pouco pelo seu potencial”, observa a pesquisadora da Embrapa Alessandra Nicácio. Os números explicam-se, pois há propriedades rurais nas quais a estação de monta não acontece; outras trabalham por longos períodos, cinco ou seis meses de duração, o que não é aconselhado pelos especialistas; e há estabelecimentos que desconhecem os benefícios da ferramenta, por falta de informação ou por considerá-la de alto custo.

Contudo, a IATF traz vantagens, de acordo com a pesquisadora: melhor controle zootécnico, realização de diferentes cruzamentos, favorecimento de seleção e melhoramento genético, escolha da data do parto, organização dos manejos, eliminação da observação do cio, diminuição de riscos e concentração de concepções.

O início do retorno econômico acontece, em média, dois anos após o investimento.

Administração da propriedade é fundamental

“A gestão exige que você olhe o sistema de produção completo. As fases: cria, recria e engorda se conectam e interagem para um resultado final positivo”, complementa Fernando Paim Costa, socioeconomista da Embrapa e participante do projeto com Amaral, desde 2003, quando o Cria Certo tinha o formato de planilhas eletrônicas.

Na época, essas planilhas com os cálculos dos custos de diferentes tecnologias aplicadas à reprodução bovina eram utilizadas por Amaral, Costa e o pesquisador aposentado Eduardo Simões Correa em seus estudos e publicações na Embrapa. Para maior adoção das planilhas pelo setor produtivo, tornando-as uma ferramenta de gestão, os pesquisadores as reestruturaram e embarcaram em uma plataforma móvel, aproveitando a popularização dos dispositivos móveis no meio rural.

A ferramenta calcula também custos totais do touro e do método reprodutivo, e também apresenta esse número por prenhez. Produtores que usam touros melhoradores podem saber o ganho adicional em reais em função do valor genético do animal utilizado. Outra funcionalidade é a comparação de simulações que permite ao usuário confrontar os índices comuns de simulações de tipos diferentes.

Para melhor aproveitamento do software, os pesquisadores recomendam uma gestão mínima da propriedade, com dados da fazenda, índices zootécnicos do rebanho, gastos com alimentação e medicamentos entre outros. “A questão é aperfeiçoar o processo de decisão com ajustes mais certeiros a partir das informações”, comenta Costa. O Cria Certo dispõe de valores de referência para cálculos e comparações, caso o usuário queira apenas perspectivas ou não tenha dados da propriedade. “Será um cenário simulado e não a realidade daquele estabelecimento rural”, esclarecem os idealizadores. De qualquer forma, os cientistas acreditam que quem utilizar a ferramenta enxergará a pecuária de corte como uma empresa.

Amaral e Costa revelam que hoje não há uma estrutura de cálculo pronta. A decisão é feita pela indicação do técnico ou experiência prévia do produtor. “Alguns técnicos usam uma planilha para calcular custos e benefícios. Porém, na maioria das vezes, esses cálculos não são feitos, principalmente por causa de sua complexidade, e a decisão acaba sendo tomada de forma empírica”, afirmam.

Por dentro do aplicativo

O acesso gratuito é feito por uma conta no Google ou Facebook, com adesão a uma política de uso, seguindo orientações legais. O analista de TI da Embrapa Camilo Carromeu enfatiza que o usuário não insere novos dados na internet, ele somente disponibiliza para a Embrapa informações como nome, correio eletrônico, foto e gênero, que serão armazenadas nos servidores da Empresa.

Ainda é dada a condição de registro ou não ao entrar no app. “Com registro, os dados são salvos e armazenados para acesso e sincronização em qualquer outro dispositivo móvel, web ou computador”, explica Carromeu. Para Thaís Amaral, o ganho do registro evidencia-se quando o técnico veterinário, que atende várias fazendas que fazem IATF, tem nas mãos um banco de simulações e custos personalizado e amigável para mostrar a cada cliente.

A lógica do Cria Certo é diferente da dos demais aplicativos lançados pela Embrapa Gado de Corte. Ele usa a tecnologia Progressive Web App (PWA), criada pelo Google LLC, que roda no dispositivo móvel em tela cheia e sem ocupar espaço no smartphone ou desktop. O PWA não serve para todos os apps, depende da dinâmica da atividade, e tem uso indicado para simuladores, informativos e catálogos.

“Cada desenvolvedor tem seu código nativo, sua linguagem. A cada versão Android e iOS de um determinado aplicativo precisávamos reiniciar a programação. Era um novo aplicativo, começado do zero. Com o PWA, o usuário consegue ter aplicações web, instalar o site como um app no Android, Windows e iOS”, relata Carromeu.

Outra vantagem é a sincronização das informações, inclusive de forma off-line, bastando um único acesso e registro, assim como a conexão com os sensores dos celulares e tablets, como leitor biométrico, acelerômetro e GPS. Por fim, a tecnologia permite o compartilhamento de links dos apps por meio de plataforma de mensagens instantâneas.

Para manter a evolução do Cria Certo, os pesquisadores estão em busca de parceiros externos, como startups, para atualizar e manter a lógica do software, futuramente.

Nesse desenvolvimento, a equipe teve o apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) e Geneplus Consultoria Ltda., além dos analistas de Tecnologia da Informação (TI) do Please – Laboratório de Pecuária de Precisão, Meio Ambiente e Engenharia de Software da Faculdade de Ciência da Computação da UFMS, que desenvolve soluções na área de TI e mantém parceria com a Embrapa.

Fonte: Embrapa Gado de Corte

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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