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ApexBrasil promove encontro entre empresários e investidores internacionais com foco em energia verde e produção de fertilizantes
Com foco mundial no desenvolvimento com equilíbrio econômico, ambiental e social. O evento reúne alguns dos principais nomes em desenvolvimento sustentável, pesquisa científica e inovação.
O Fórum Internacional para o Desenvolvimento Agroambiental Sustentável, Rio + Agro, está sendo realizado desde segunda-feira (29) e encerra nesta sexta-feira (2) no Clube de Golfe, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O Rio + Agro é o primeiro evento internacional do agronegócio realizado na Capital carioca. Trata-se de um Fórum Internacional do Desenvolvimento Agroambiental Sustentável, com foco mundial no desenvolvimento com equilíbrio econômico, ambiental e social. O evento reúne alguns dos principais nomes em desenvolvimento sustentável, pesquisa científica e inovação. Ao longo da semana, foram mais de 50 palestras, dez delas internacionais.
Como parte do evento, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Industria, Comércio e Serviços do Governo do Estado do Rio de Janeiro, promoveu uma série de encontros, workshops, visitas técnicas e rodadas de investimentos com empresários, investidores internacionais e entidades estatais e do agronegócio.
Os temas de destaque são a transição energética e a produção de fertilizantes. O objetivo é mostrar a virada do país, que passa a ser exemplo de sustentabilidade, além de buscar reduzir sua dependência de fertilizantes – essencial para um grande exportador de alimentos. Ao todo, foram convidadas 11 empresas internacionais relevantes do segmento de fertilizantes, energia verde e gás natural, de diferentes países, para discutir oportunidades de negócios e ver de perto o potencial do país.
“Não é possível que um país que ajuda a alimentar o mundo e com o nosso potencial, tenha mais de 80% de dependência de fertilizantes importados. Esse evento é um desafio para começar a superar isso”, afirmou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, na abertura do evento, que ocorreu no final da tarde desta segunda-feira, no Campo Olímpico de Golfe, na Barra da Tijuca. “Faz muito tempo que não vivemos uma janela de oportunidade como agora”, completou.
Ao longo desta semana, os investidores internacionais convidados tiveram a oportunidade de fazer rodadas de investimentos com estatais e empresas brasileiras, além de conhecer grandes trunfos de nossa renovação energética, como o Porto do Açú, em São João da Barra, no Norte fluminense, que já conta com 22 empresas instaladas e 11 terminais privados, focado no avanço de projetos de energia renovável e aceleração da industrialização de baixo carbono. Também farão visita ao Centro de Tecnologia da Indústria Química e Biológica, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que é um centro de capacitação tecnológica e inovação da indústria estruturada para competir em um mercado globalizado.
Com o objetivo de promover a produção de fertilizantes no país – reduzindo a dependência da importação do insumo, o Plano Nacional dos Fertilizantes (PNF) – aprovado pelo Governo Federal em novembro de 2023 – prevê a reativação de fábricas, incentivos a novas plantas industriais, investimento na produção de nutrientes sustentáveis, entre outras ações. Atualmente, mais de 87% dos fertilizantes usados pela agricultura brasileira são importados. “Para mudar isso, é preciso atrair novas plantas industriais, investimento na produção de nutrientes sustentáveis, entre outras ações”, explicou o coordenador de Investimentos da ApexBrasil, Carlos Padilla.
Padilla afirmou ainda que é importante que empresários e investidores conheçam o mercado brasileiro e saibam o porquê de investir ou ampliar seus investimos no Brasil. “É igual na Índia? Na China? Na Rússia? Não. Estamos mostrando qual é o melhor timing para entrada do empresário no mercado, as opções para acelerar seus investimentos e quais parceiros buscar. Mostramos como entrar no nosso mercado e como diversificar os seus negócios”, afirmou, lembrando da existência da área de Inteligência de Mercado, um dos pontos fortes da ApexBrasil, e as frequentes rodadas de negócios que a Agência promove e que abrem os produtos do Brasil para o mundo.
De acordo com José Carlos Polidoro, assessor de Programas Estratégicos do MAPA, “o Brasil precisa criar uma conciliação de narrativas sobre o desenvolvimento agropecuário, o uso dos recursos sustentáveis e o uso de recursos naturais”. Polidoro lembrou que “quem vier ao Brasil abrir um negócio, seja investir numa lavoura de soja, abrir um frigorífico ou abrir uma fábrica de fertilizantes, não pode temer licenças ambientais”.
O potencial do agro brasileiro no mundo
“Vivemos um momento extraordinário no comércio exterior, deixando um período de crise aguda, inclusive institucional, e vivendo um período de prosperidade e oportunidades. Nosso aumento recorde na balança comercial não é por acaso”, disse Jorge Viana, durante o evento, atualizando os dados mais recentes. Segundo ele, desde o início do governo Lula, com a diplomacia empresarial nesse terceiro mandato, junto com o Mapa e com os esforços da Apex foram abertos 165 novos mercados externos para o agronegócio e realizados dez encontros internacionais com a presença do presidente. Nos próximos meses, duas novas reuniões ocorrerão no Chile e no México com foco em promover o comércio bilateral. “Isso é uma coisa extraordinária. Com queda no preço dos grãos, com guerras e com retração de investimentos no mundo, o Brasil é um dos poucos países do mundo que pode fazer uma grande transição energética”, reforçou o presidente da ApexBrasil.
Ainda durante a abertura do evento, o governo mostrou o que tem feito e o que precisa fazer para que o agronegócio avance. Um dos exemplos é a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que tem 50 anos de serviços prestados, e é diretamente responsável pelo país ter se tornado uma potência agrícola mundial – agora voltada fortemente para energias renováveis. A empresa está ligada à implantação do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Biológica, na UFRJ.
De acordo com Gizelle Cristina Bedendo, gerente de Transferência de Tecnologia da Embrapa Solo, no Rio de Janeiro, a importação de fertilizantes é relevante no país. “87% dos fertilizantes usados pela agricultura brasileira são importados. Ainda tem um outro lado, que é o fato de importamos 90% das tecnologias que são usadas em fertilizantes. Por isso, a importância do trabalho da Embrapa e de outros parceiros, como o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Biológica, que é o de trazer governança e infraestrutura, congregados num único espaço”, ressalta.
Estrangeiros de olho no Brasil
O presidente do evento Rio + Agro e CEO da ECP Environmental Solutions, Carlos Favoreto, destacou, durante a cerimônia de abertura, a questão da segurança alimentar aliada à sustentabilidade e à segurança energética. “Estamos mostrando ao mundo o potencial da agricultura sustentável, apontando oportunidades, com palestras que arrastaram para cá o mundo, que mostram como as ciências ambientais convergem com as ciências agrícolas e se tornam oportunidades de negócios para os empresários, e, em última instância, garantem a segurança alimentar de nossa população, com segurança energética e sustentabilidade”, explicou.
Para o professor, especializado em agronegócio, José Luiz Tejon, curador de conteúdo e da programação do Fórum, o Rio + Agro traz gente de todo o mundo para conhecer melhor seus parceiros e para poder investir no Brasil. “Temos um enorme potencial de crescimento no agronegócio, metade do que deveria ser, e é possível uma visão empresarial global efetiva”, diz ele, para quem o Brasil é o país com maior potencial de crescimento nos próximos 15 anos. “A ApexBrasil é fundamental nesse aspecto, tem feito um trabalho extraordinário na arte de vender o Brasil para o mundo”.
É o caso da empresa sueca Anodox, parceira da gigante Shell, especializada na indústria automotiva, que está nesse momento criando uma subsidiária no Brasil. Seu foco atual são os mercados de veículos elétricos, sistemas estacionários de armazenamento de energia e baterias não inflamáveis. “Trazemos soluções muito úteis, que podem caminhar para a eletrificação do agronegócio em áreas remotas, com altas temperaturas e umidade”, explicou, em um dos painéis, Ricardo Uerhara, diretor da Anodox no país, que deseja conversar com o BNDES sobre parcerias.
Outro exemplo é a norueguesa Yara Brasil, que está no Brasil desde o final dos anos 70 e já soma 20 fábricas em território nacional. A empresa é uma das líderes globais de nutrição de plantas e cuidados com o meio ambiente, com baixa da geração de carbonos, e responsável por 15% dos fertilizantes usados no Brasil. Já a Fluxys – grupo belga de infraestrutura de gás natural – veio como observadora no evento para entender melhor as prioridades da cadeia produtiva no Brasil. “Viemos ouvir e estabelecer laços, porque queremos entender o setor”, explica Sébastien Lahouste, Diretor Presidente da Fluxys Brasil.
Investidores internacionais
O evento também atraiu investidores como a britânica Capricórnio Capital, que administra cinco fundos, interessada em empresas latino-americanas – 95% brasileiras – com potencial para virar gigantes globais (em inglês, “emerging giants”). “Não estamos falando de unicórnios, mas de empresas que têm toda a possibilidade de se tornarem líderes relevantes nos mercados que atuamos, como agronegócio e descarbonização”, explicou Bruno Bruno Montez Carpes, representante da Capricórnio Capital. “O Brasil, se não é líder, é vanguarda, décadas na frente de outros países, porém não temos essa dimensão”, completa.
Outra empresa que acolheu o chamado da ApexBrasil foi a AGBI Real Assets, cujo sócio e diretor de Novos Negócios, Mário Lewandowski, veio conhecer as demandas do agronegócio brasileiro, especialmente por gerir fundos focados em agricultura e recuperação de pastagens degradadas. “Os fundos compram pastagens degradadas, arrendam para pequenos e médios financeiros, tornam a lavoura lucrativa. Ganhamos com o ganho imobiliário em cima da terra”, explica Mário Lewandowski. “A grande vantagem, não somente dos fundos de investimento, mas do mercado de capitais como um todo, é a flexibilidade oferecida nas estruturas financeiras, sem usar mecanismos tradicionais de crédito. Nosso desafio é aproximar o mercado de capitais da agricultura”, explica. “Uma análise de risco da agricultura brasileira é a dependência financeira, e para os fundos isso é um negócio, um bom negócio, a valorização das terras”, completa
Estatais bolivianas
Há também o caso à parte das estatais bolivianas, a YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos), estatal responsável pela comercialização de gás e petróleo na Bolívia, e da EBIH (Empresa Boliviana de Industrialización de Hidrocarburos), estatal responsável por estudos, planos e projetos para a produção de produtos resultantes da industrialização de hidrocarbonetos na Bolívia. Ambas terão reuniões estratégicas com a Petrobras e o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), nesta quarta-feira. “Não viemos fechar novos negócios ainda, mas discutir políticas que possam assegurar, com nossos produtos, segurança alimentar recíproca”, afirmou Omar Alarcón, gerente-geral de YPFB, a chamada “Petrobras” boliviana. A Petrobras declarou recentemente que tem interesse no incremento da produção de gás na fronteira com a Bolívia e no aumento do volume de importação do insumo para o Brasil. Hoje o mercado consumidor brasileiro demanda 50 milhões de metros cúbicos (m³) de gás natural por dia. A Petrobras acredita que esse mercado pode ser triplicado, alcançando 150 milhões de m³ diários. Esse gás servirá como insumo para a indústria petroquímica e para a produção de fertilizantes. Já Alejandro Gallardo, gerente-geral da EBIH, diz que deseja, por meio da oportunidade criada pela ApexBrasil, entender a estratégia e as prioridades brasileiras.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.
Notícias Em Pontes e Lacerda
Novilhas do projeto de transferência de embriões do Governo de MT produzem até 200% litros de leite a mais do que média do Estado
Ação é realizada por meio da Seaf e começou em 2022 no município, com apoio da Empaer e da Prefeitura.
O projeto Melhoramento Genético do Rebanho Leiteiro do Estado – Transferência de Embriões, do Governo de Mato Grosso, começa a apresentar resultados positivos em Pontes e Lacerda. Novilhas girolando meio-sangue, que nasceram pelo projeto, estão produzindo leite até 200% acima da média do Estado na primeira gestação, confirmando a importância do melhoramento genético para o desenvolvimento da cadeia leiteira no Estado.
Realizado com investimentos da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), o projeto tem a parceria da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e da Prefeitura de Pontes e Lacerda.
Jonas de Carvalho, empreendedor do campo em Pontes e Lacerda, conta que, na sua propriedade, cinco bezerras nasceram dos embriões transferidos em 2022, quando o projeto começou no município. Elas pariram recentemente com aproximadamente 22 meses de vida, o que ele classifica como “surpreendente”.
Por dia, revela o produtor, cada novilha do projeto chega a produzir 15 litros, o que supera a produção das suas outras vacas. “Neste ano, participei com quatro prenhezes confirmadas e estou ansioso para que elas nasçam e comecem a produzir. Eu não sabia que esse projeto existia, mas não tinha noção de que poderia ter esses resultados”, destaca.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, apontam que a média da produção de leite por animal por dia em Mato Grosso é de 4,66 litros.
A precocidade reprodutiva das novilhas foi uma surpresa para o produtor Ildo Vicente de Souza, que teve sete bezerras nascidas depois da transferência dos embriões, sendo que uma delas pariu com 21 meses de vida. Atualmente, as novilhas produzem cerca de 10 litros por dia.
“É importante destacar que, além do aumento da produção de leite, o projeto traz também um ganho genético muito importante para o produtor. Os resultados são muito bons”, avalia Ildo.
Também beneficiado pelo projeto de transferência de embriões da Seaf, o produtor Jânio Alencar Leme relata que as novilhas, que nasceram da etapa de 2022, estão produzindo cerca de 12 litros por dia.
“Os resultados da transferência dos embriões são muito bons. Acho muito importante o pequeno produtor ter ações como essas feitas pelo Governo para que possa se desenvolver. Para fazer a transferência de embrião de forma particular é muito caro. Agora, com o apoio financeiro da Seaf, da prefeitura e as orientações da Empaer, podemos ter esse melhoramento genético com raças que são caras”, conta Jânio.
As novilhas são frutos de transferência de embrião do projeto que iniciou, em Pontes e Lacerda, em 2022. Nesta primeira etapa, 31 produtores participaram com nascimento de 94 bezerras girolando meio-sangue. Os embriões são produzidos em laboratório por fertilização in vitro (FIV). São utilizadas vacas doadoras Gir e touros Holandeses de alta produção, e transferidos para vacas comuns do rebanho de cada produtor, as receptoras.
“Temos tido relatos importantes sobre os resultados do projeto de melhoramento genético da Seaf e isso nos mostra que estamos no caminho certo. Temos que investir no pequeno empreendedor rural, segurar na mão dele, para que ele possa começar e depois desenvolver a produção com sustentabilidade. Neste projeto, eles também puderam constatar os avanços que a tecnologia e o manejo correto trazem”, destaca a secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka.
A extensionista e veterinária da Empaer, Rafaela Sanchez de Lima, destaca que é importante considerar que a região passava pelo período de seca e que a alimentação é feita a pasto na maior parte dos casos, o que mostra a boa genética das novilhas e a boa produção se comparadas a média de produção da região.
“O projeto vem surpreendendo todos os que estão envolvidos. Dos animais já nascidos, várias novilhas entraram em puberdade com 11 meses, demonstrando a precocidade delas. E com os ajustes nutricionais necessários elas poderão produzir muito mais leite”, diz Rafaela, que atua na região com a também extensionista, Loana Longo.
Neste ano, o projeto entrou na terceira etapa. Na primeira e na terceira, a Seaf pagou 80% do valor por prenhez e os produtores deram a contrapartida. Na segunda, quem fez o aporte foi a Prefeitura de Pontes e Lacerda, com metade do valor da prenhez e os produtores dando a outra metade como contrapartida. A Empaer deu o suporte técnico em todas as etapas.
Do começo do projeto até este ano, 46 produtores já foram beneficiados no município. Neste período, nasceram 192 fêmeas girolando meio sangue.