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ApexBrasil leva 23 empresas de alimentos e bebidas à CIIE, maior feira multissetorial da China 

Além das agroindústrias, a Agência apoiará a participação de 19 startups brasileiras e de uma delegação de entidades do Mato Grosso .

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Foto: Divulgação

Entre os dias 05 e 10 de novembro, 23 empresas brasileiras de alimentos e bebidas irão expor na China International Import Expo (CIIE), a maior feira multisetorial do país asiático. Pela sexta vez consecutiva, a delegação do Brasil no evento, que acontece em Xangai, é liderada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e com o Ministério das Relações Exteriores (MRE). A expectativa é que a participação na CIIE 2023 gere US$ 120 milhões em negócios, entre acordos imediatos e contratos firmados ao longo dos 12 meses seguintes.

Além de fortalecer a imagem do país na China, um dos nossos parceiros comerciais mais relevantes, a participação brasileira na CIIE busca consolidar o Brasil como um dos principais exportadores mundiais de alimentos e bebidas. As 23 produtoras e tradings estarão em estandes individuais no Pavilhão de Alimentos e Produtos Agrícolas, expondo produtos como carnes, mel e própolis, vinhos e espumantes, cafés, sucos e açaí. Entre elas, há pequenas e médias empresas que estão iniciando sua jornada exportadora.

“Participar da CIIE é uma excelente oportunidade para as nossas produtoras e tradings. Primeiro porque, naturalmente, reforça a nossa presença em um dos maiores mercados consumidores do mundo. Segundo porque, ao exporem ali, as empresas não somente estão em contato direto com o público chinês em geral, como também podem se aproximar de profissionais especializados e potenciais parceiros de negócio”, ressalta o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

Além dos estandes individuais, as expositoras terão à disposição cozinha coletiva, depósito para amostras e salas para reunião. Na agenda, também estão previstos o Brazilian Coffee Experience e o Brazilian Drinks Experience, ativações diárias com cafés brasileiros e coquetéis elaborados com ingredientes nacionais. Outra atividade especial será o Brazilian Culinary Showcase, com a preparação, ao vivo, de menus que celebram as tradições culinárias do Brasil e suas especialidades regionais.

A ApexBrasil apoiará, ainda, a exposição de 19 startups brasileiras na CIIE, que estarão em uma área dedicada especialmente à inovação & tecnologia. A participação é organizada pela Venture Cup China e acontece na esteira dos eventos China-Brasil Innovation Week e HICOOL Global Entrepreneurship Summit, realizados em agosto, que contaram com uma missão liderada pela Agência e pelo Consulado do Brasil em Xangai.

A presença brasileira na CIIE contará também com uma delegação de oito participantes do Mato Grosso do Sul, reunindo representantes do governo do estado, do Sebrae MT e de entidades do agronegócio e da indústria. Outras 11 empresas brasileiras participarão de forma independente.

Comércio bilateral 

Principal destino das exportações brasileiras em 2022, a China é um mercado extremamente atrativo e estratégico para produtos do Brasil. Entre 2018 e 2022, praticamente todos os principais embarques brasileiros, à exceção da celulose, tiveram crescimento médio anual positivo, o que demonstra o dinamismo do comércio bilateral. Além de oportunidades para os produtos consolidados da pauta exportadora, como soja, ferro, petróleo bruto e celulose, estudos da ApexBrasil indicam condições favoráveis para ampliar as vendas de itens como milho, aço, cobre, café, madeira, algodão, carne suína e amendoim.

Sobre a CIIE 

Primeira feira nacional de importação do mundo, a China International Import Expo é realizada desde 2018, liderada pelo Ministério do Comércio da China em parceria com organismos internacionais. Já em sua 1ª edição, contou com a participação de mais de 100 países e 150 mil compradores. Além de alimentos e produtos agrícolas, CIIE é aberta a uma vasta gama de setores produtivos, como o automobilístico, o de tecnologia da informação, e o de equipamentos médicos e cuidados com a saúde. Em 2022, a ApexBrasil levou 14 empresas brasileiras de alimentos e bebidas à 5ª edição da CIIE, com a geração de US$ 41.990.080,00 em negócios imediatos e contratos futuros.

Fonte: Assessoria ApexBrasil

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Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio

Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

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Foto: Freepik

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.

Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.

Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.

Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”

Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.

Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.

Marco jurídico recente

Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.

Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.

Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.

Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu

A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.

Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.

Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.

Fonte: Assessoria Celso Cândido de Souza Advogados
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30

Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

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Foto; Beatriz Batalha/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.

Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.

Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.

A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.

Fonte: Assessoria Mapa
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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro

Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

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Foto: Jaelson Lucas

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.

Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock

Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.

Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.

Fonte: Assessoria Cepea
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