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Antioxidantes de selênio e flavonóides na água de bebida melhoram produtividade e fertilidade em aves matrizes
Uma combinação ideal de antioxidantes selênio e flavonóides na água de bebida é a chave para uma defesa antioxidante eficaz, garantindo melhores índices produtivos

Artigo escrito por Flérida Izquierdo, gerente de produtos Qalian da Huvepharma, e Larissa Spricigo, gerente de Marketing da Huvepharma
Sob condições fisiológicas normais, existe um equilíbrio saudável entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los com defesas antioxidantes. No entanto, quando o estresse é acentuado ocorre um excesso de radicais livres ou uma falta de proteção antioxidante, esse equilíbrio é prejudicado, levando ao estresse oxidativo. O dano oxidativo afeta lipídios, proteínas, carboidratos e ácidos nucléicos, levando à morte celular no em casos de estresse oxidativo grave.
Os radicais livres são constantemente produzidos como parte do metabolismo normal das aves. Contendo um ou mais elétrons não emparelhados, os radicais livres são altamente instáveis e muito reativos. Os radicais livres mais relevantes são produzidos a partir da redução incompleta de oxigênio durante o processo normal de respiração. Eles são conhecidos como espécies reativas de oxigênio (ERO).
Quantidades excessivas de ERO podem danificar moléculas importantes (DNA, proteínas, lipídios ou carboidratos). O dano ao DNA está associado a mutações, erros de tradução e interrupção da síntese de proteínas. O dano às proteínas causa modificações no transporte de íons e nas funções dos receptores, além de atividades enzimáticas alteradas. A peroxidação lipídica modifica a composição, estrutura, propriedades e atividade da membrana. O dano a essas moléculas biológicas compromete o crescimento, desenvolvimento, imunocompetência e reprodução das aves.
Como combater o estresse oxidativo: antioxidantes
Um antioxidante é uma molécula que neutraliza o efeito adverso do estresse oxidativo, inibindo a oxidação de outras moléculas. Alguns antioxidantes são sintetizados no corpo (ácido ascórbico, glutationa), enquanto outros são suplementados com ração/alimento (vitamina E, carotenóides, selênio, polifenóis etc.). Antioxidantes trabalham juntos em “sistemas de defesa antioxidante” para neutralizar os efeitos de ERO.
Os sistemas de defesa antioxidante podem ser classificados como endógenos/exógenos ou enzimáticos/não enzimáticos. Os principais antioxidantes enzimáticos incluem superóxido dismutase, glutationa peroxidase, glutationa-S-transferase e glutationa redutase (GR). A glutationa, um antioxidante não enzimático, é fundamental para a proteção do corpo contra o estresse oxidativo. Outros antioxidantes não enzimáticos incluem vitamina A, vitamina E, carotenóides e outros elementos como o selênio.
Antioxidantes como vitaminas ou minerais são encontrados em pré-misturas comerciais em níveis suficientes para atender às necessidades fisiológicas das aves. No entanto, sob condições de estresse oxidativo, onde a produção de radicais livres aumenta dramaticamente, uma ajuda externa é bem-vinda. A suplementação dietética de antioxidantes (como selênio e flavonóides) via água de bebida é uma opção que precisa ser considerada.
Selênio: molécula chave para melhorar as defesas antioxidantes
O selênio é um oligoelemento essencial importante para manter as defesas antioxidantes. O selênio faz parte de várias selenoproteínas diferentes que regulam a defesa antioxidante. Uma selenoproteína importante é a enzima glutationa peroxidase (GPX) que se torna ativa quando o selênio está em quantidades suficientes no corpo. O GPX ajuda a controlar os níveis de radicais livres produzidos durante a atividade fisiológica normal. A deficiência de selênio diminui a capacidade de sintetizar moléculas adicionais de GPX que combatem o estresse oxidativo. Uma proteção antioxidante inadequada compromete o sistema imunológico, a saúde geral e o desempenho reprodutivo. A suplementação de selênio via água potável é importante para proteger as aves contra o estresse oxidativo, melhorar a imunocompetência e aumentar o sucesso reprodutivo.
Flavonóides, poderosos antioxidantes naturais para prevenir o estresse oxidativo
Os flavonóides são polifenóis encontrados em frutas e legumes. Eles são responsáveis pelas cores amarelo, azul, laranja e vermelho de flores, frutas e folhas. Os flavonóides não são produzidos pelo organismo e precisam ser ingeridos. Poderosos antioxidantes, esses compostos suplementados via água de bebida melhoram o status antioxidante dos animais. Eles reduzem os efeitos adversos do estresse oxidativo (peroxidação lipídica) e aumentam as concentrações de vitamina E, vitamina C e enzimas antioxidantes no sangue e nos músculos. Eles contribuem para a saúde e desempenho animal e constituem um complemento importante para aves.
Antioxidantes selênio e flavonóides na água potável melhoram a produtividade e a fertilidade em matrizes:
Em um teste de campo, matrizes com idades entre 29 e 42 semanas receberam uma combinação de antioxidantes Selênio e extratos de plantas (fonte de flavonóides) na água de bebida, o que melhorou a produtividade em +2,18 ovos/galinha em comparação com aves cujas dietas foram suplementadas com vitamina E, selênio e zinco. Em outro teste de campo, matrizes entre 36 e 60 semanas receberam a mesma combinação de antioxidantes na água potável, o que melhorou a fertilidade (+4,51 ovos férteis/galinha) e a eclodibilidade (+6,44 pintinhos/galinha) em comparação com o grupo controle não suplementado.
Suplementar as matrizes com antioxidantes Selênio e Flavonóides na água de bebida é uma maneira eficaz de controlar o estresse oxidativo e manter a saúde e o bem-estar das aves.
Conclusão
As aves de são expostas constantemente ao estresse oxidativo, que pode resultar em danos a proteínas, lipídios e DNA, comprometendo o crescimento, desenvolvimento, imunocompetência e reprodução das aves. Portanto, minimizar o estresse oxidativo é importante na produção animal. Uma combinação ideal de antioxidantes selênio e flavonóides na água de bebida é a chave para uma defesa antioxidante eficaz, garantindo melhores índices produtivos.
Outras notícias você encontra na edição de Saúde e Nutrição Animal de 2019.

Avicultura
Paraná registra queda no custo do frango com redução na ração
Apesar da retração no ICPFrango e no custo total de produção, despesas com genética e sanidade avançam e mantêm pressão sobre o sistema produtivo paranaense.

O custo de produção do frango vivo no Paraná registrou nova retração em outubro de 2025, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa Suínos e Aves. Criado em aviários climatizados de pressão positiva, o frango vivo custou R$ 4,55/kg, redução de 1,7% em relação a setembro (R$ 4,63/kg) e de 2,8% frente a outubro de 2024 (R$ 4,68/kg).
O Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) acompanhou o movimento de queda. Em outubro, o indicador ficou em 352,48 pontos, baixa de 1,71% frente a setembro (358,61 pontos) e de 2,7% na comparação anual (362,40 pontos). No acumulado de 2025, o ICPFrango registra variação negativa de 4,90%.
A retração mensal do índice foi influenciada, principalmente, pela queda nos gastos com ração (-3,01%), item que historicamente concentra o maior peso no custo total. Também houve leve recuo nos gastos com energia elétrica, calefação e cama (-0,09%). Por outro lado, os custos relacionados à genética avançaram 1,71%, enquanto sanidade, mão de obra e transporte permaneceram estáveis.

No acumulado do ano, a movimentação é mais desigual: enquanto a ração registra expressiva redução de 10,67%, outros itens subiram, como genética (+8,71%), sanidade (+9,02%) e transporte (+1,88%). A energia elétrica acumulou baixa de 1,90%, e a mão de obra teve leve avanço de 0,05%.
A nutrição dos animais, que responde por 63,10% do ICPFrango, teve queda de 10,67% no ano e de 7,06% nos últimos 12 meses. Já a aquisição de pintinhos de um dia, item que representa 18,51% do índice, ficou 8,71% mais cara no ano e 7,16% acima do registrado nos últimos 12 meses.
No sistema produtivo típico do Paraná (aviário de 1.500 m², peso médio de 2,9 kg, mortalidade de 5,5%, conversão alimentar de 1,7 kg e 6,2 lotes/ano), a alimentação seguiu como principal componente do custo, representando 63,08% do total. Em outubro, o gasto com ração atingiu R$ 2,87/kg, queda de 3,04% sobre setembro (R$ 2,96/kg) e 7,12% inferior ao mesmo mês de 2024 (R$ 3,09/kg).
Entre os principais estados produtores de frango de corte, os custos em outubro foram de R$ 5,09/kg em Santa Catarina e R$ 5,06/kg no Rio Grande do Sul. Em ambos os casos, houve recuos mensais: 0,8% (ou R$ 0,04) em Santa Catarina e 0,6% (ou R$ 0,03) no território gaúcho.
No mercado, o preço nominal médio do frango vivo ao produtor paranaense foi de R$ 5,13/kg em outubro. O valor representa alta de 3,2% em relação a setembro, quando a cotação estava em R$ 4,97/kg, indicando que, apesar da melhora de preços ao produtor, os custos seguem pressionados por itens estratégicos, como genética e sanidade.
Avicultura
Produção de frangos em Santa Catarina alterna quedas e avanços
Dados da Cidasc mostram que, mesmo com variações mensais, o estado sustentou produção acima de 67 milhões de cabeças no último ano.

A produção mensal de frangos em Santa Catarina apresentou oscilações significativas entre outubro de 2024 e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc. O período revela estabilidade em um patamar elevado, sempre acima de 67 milhões de cabeças, mas com movimentos de queda e retomada que refletem tanto fatores sazonais quanto ajustes de mercado.
O menor volume do período foi registrado em dezembro de 2024, com 67,1 milhões de cabeças, possivelmente influenciado pela desaceleração típica de fim de ano e por ajustes de alojamento. Logo no mês seguinte, porém, houve forte recuperação: janeiro de 2025 alcançou 79,6 milhões de cabeças.

Ao longo de 2025, o setor manteve relativa constância entre 70 e 81 milhões de cabeças, com destaque para julho, que atingiu o pico da série, 81,6 milhões, indicando aumento da demanda, seja interna ou externa, em plena metade do ano.
Outros meses também se sobressaíram, como outubro de 2024 (80,3 milhões) e maio de 2025 (80,4 milhões), reforçando que Santa Catarina segue como uma das principais forças da avicultura brasileira.
Já setembro e outubro de 2025 mostraram estabilidade, com 77,1 e 77,5 milhões de cabeças, respectivamente, sugerindo um período de acomodação do mercado após meses de forte atividade.
De forma geral, mesmo com oscilações, o setor mantém desempenho sólido, mostrando capacidade de rápida recuperação após quedas pontuais. O comportamento indica que a avicultura catarinense continua adaptável e resiliente diante das demandas do mercado nacional e internacional.
Avicultura
Setor de frango projeta crescimento e retomada da competitividade
De acordo com dados do Itaú BBA Agro, produção acima de 2024 e aumento da demanda doméstica impulsionam perspectivas positivas para o fechamento de 2025, com exportações em recuperação e espaço para ajustes de preços.

O setor avícola brasileiro encerra 2025 com sinais de recuperação e crescimento, mesmo diante dos desafios impostos pelos embargos que afetaram temporariamente as margens de lucro.
De acordo com dados do Itaú BBA Agro, a produção de frango deve fechar o ano cerca de 3% acima de 2024, enquanto o consumo aparente deve registrar aumento próximo de 5%, impulsionado por maior disponibilidade interna e retomada do mercado externo, especialmente da China.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a competitividade do frango frente à carne bovina voltou a se fortalecer, criando espaço para ajustes de preços, condicionados à oferta doméstica. A demanda interna tende a crescer com a chegada do período de fim de ano, sustentando a valorização do produto.
Além disso, os custos de produção, especialmente da ração, seguem controlados, embora a safra de grãos 2025/26 ainda possa apresentar ajustes. No cenário geral, os números do setor podem ser considerados positivos frente às dificuldades enfrentadas, reforçando perspectivas favoráveis para os próximos meses.



