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Antimicrobianos: de salva-vidas a vilões

No contexto geral, a produção de suínos se encontra muito aquém daquilo que se considera o ideal quando o assunto em pauta é biossegurança

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Gilmara Adada, coordenadora de Território – Suínos – Vetanco Brasil e Talita Frizon, cursa Medicina Veterinária na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc)

Buscando atender à crescente demanda mundial por proteína animal, faz-se necessário o alcance de maiores índices de produtividade na suinocultura. Essa melhoria na produtividade, inevitavelmente coincide com o aumento na densidade de animais nas instalações e, acompanhado a isso, torna-se fundamental que os cuidados na rotina das práticas de manejo e também no que se refere à biossegurança nas propriedades sejam ampliados.

No Brasil, a utilização de antimicrobianos na suinocultura ganhou maior representatividade a partir do ano de 2000, com o surgimento da circovirose, doença causada pelo Circovirus (PCV2), também chamada de Síndrome Multissistêmica do Definhamento dos Suínos. Com o objetivo de minimizar os impactos negativos decorrentes da ação dos agentes bacterianos secundários à circovirose, passou-se a fazer uso indiscriminado dos antimicrobianos, não somente de forma curativa, como também preventiva. Apesar do surgimento de vacinas e a significativa redução dos desafios causados pela circovirose, o uso de antimicrobianos com foco preventivo se manteve no decorrer dos últimos anos.

É fato que o uso de antimicrobianos na produção de suínos se tornou um hábito que, de certa forma, fez parecer desnecessárias ou pouco importantes algumas práticas de manejo durante todo o processo de produção, as quais sabemos serem fundamentais para o sucesso na produção e produtividade. Sabe-se que há uma necessidade de significativas melhorias no setor suinícola quando consideramos o fator citado acima, mesmo assim, lamentavelmente, em muitos casos a atenção está direcionada para “apagar incêndios” uma vez que o mercado disponibiliza diversos princípios ativos para esta finalidade.

No contexto geral, a produção de suínos se encontra muito aquém daquilo que se considera o ideal quando o assunto em pauta é biossegurança. Estamos cientes do que precisa ser feito e de que forma fazer, e então, o que estamos esperando? Precisaremos enfrentar algum desafio tão devastador quanto ao que estamos acompanhando na China com a Peste Suína Africana para tomarmos alguma atitude?

O público consumidor está cada vez mais exigente quanto à qualidade e segurança dos produtos colocados em sua mesa. Diversas redes de supermercados e fast food já estão comercializando apenas produtos livres de antimicrobianos, buscando atender esta nova e crescente tendência de mercado. Desta forma, se torna fundamental a adoção eficiente das boas práticas de manejo na rotina das granjas, adequação às normas de biossegurança e prudência quanto ao uso dos antimicrobianos.

Inúmeras são as preocupações com as consequências negativas que o uso indiscriminado de antimicrobianos está causando. Resultados de pesquisas atuais já demonstram a presença de cepas bacterianas multirresistentes às moléculas de antimicrobianos existentes no mercado e, em contrapartida, não se tem perspectivas do desenvolvimento de novas moléculas. Diante deste cenário, fica difícil acreditar que teremos resultados satisfatórios com o uso de antimicrobianos em um futuro próximo, mantendo os erros atuais.

Aliado a estas questões, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) publicou a Portaria número 171 em 13 de dezembro de 2018, que consulta e sinaliza sobre a proibição do uso de alguns antimicrobianos como melhoradores de desempenho, dentre eles tilosina, lincomicina, virginiamicina, bacitracina e tiamulina. Em que situação estaremos quando estas normas entrarem em vigor? Estamos preparados ou nos preparando para esta realidade?

A necessidade do uso restrito e consciente de antimicrobianos já é realidade e o setor produtivo precisa estar atento à esta mudança. Nos últimos anos, surgiram diversas alternativas eficientes que possibilitam a diminuição e/ou a substituição dos antimicrobianos. Dentro destas, podemos citar os óleos essenciais, ácidos orgânicos, prebióticos e probióticos. Esses produtos, que podem ser utilizados de forma preventiva ou para tratamento, são validados tecnicamente no campo quanto à sua eficácia e segurança no risco de resíduos, e são excelentes alternativas aos antibióticos.

Não podemos fechar os olhos para o fato de que a forma atual e imprudente de utilização dos antimicrobianos está com os dias contados. É nosso dever produzir de forma eficiente e eficaz, atender à crescente demanda de proteína animal, bem como fornecer produtos seguros para uma alimentação segura.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019.

Fonte: O Presente Rural
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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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