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Antibióticos, usar ou não? Eis a questão

A polêmica tem ganhado cada vez mais o cenário produtivo brasileiro e chegou até o Mapa, que criou a Comissão sobre Prevenção da Resistência aos Antimicrobianos em Animais

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“Uso racional de antibióticos não é diminuir o uso, é usar na hora certa”, defende o professor de Epidemiologia Molecular da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, e diretor do Programa de Saúde Global na mesma instituição, Wondwossen Abebe Gebreyes. O especialista se debruçou sobre o uso ou não de antibióticos e outros aditivos na produção de proteína animal e a resistência antimicrobiana, durante uma palestra para profissionais ligados à avicultura e suinocultura, na Avesui 2016, no início de maio, em Florianópolis (SC). A polêmica tem ganhado cada vez mais o cenário produtivo brasileiro e chegou até o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que criou em 24 de maio a Comissão sobre Prevenção da Resistência aos Antimicrobianos em Animais.

Para o presidente do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários (Nucleovet) de Santa Catarina, Luis Carlos Peruzzo, o tema precisa estar na pauta. Ele defendeu, durante o Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), em Chapecó (SC), no mês de abril, que os profissionais não se omitam. Para Peruzzo, é preciso provocar um debate sobre o banimento ou uso racional de aditivos. “Não vamos nos omitir sobre esse tema, vamos debater, discutir e trazer à luz, procurando argumentos científicos, fugindo das paixões e buscando um ponto de vista profissional para o assunto, entendendo melhor as alternativas disponíveis”, frisou. “Além disso, queremos saber se os nossos profissionais estão prontos para enfrentar o novo cenário com a possível retirada dos antibióticos. E como fazer essa gestão sustentável, na raiz da palavra, avaliando custo, beneficio e ambiência de forma eficiente”, frisou.

Para Gebreyes, o uso de aditivos é uma necessidade. Sob o tema impacto da resistência antimicrobiana sobre a produção animal e a saúde pública, Gebreyes chamou a atenção para o longo período que a humanidade usa os aditivos na produção e os problemas que a Europa teve com a retirada de promotores de crescimento. “A resistência existe desde sempre. As bactérias evoluíram para resistir. É a pressão seletiva. Se você não usa (seguidamente) antibióticos, quando você aplica as bactérias são eliminadas. Na presença de antibióticos, algumas bactérias escapam e tendem a se multiplicar. Além dos antibióticos, têm os biocidas, desinfetantes… É um mal necessário”, destacou, ampliando: “A Europa retirou promotores de crescimento no ano 2000, mas aumentou o uso de antibióticos como terapêuticos”.

De acordo com Gebreyes, mais da metade desse medicamento nos EUA é usado em animais. “Nos Estados Unidos, 48% dos antibióticos são para humanos e 52% são usados em animais. O preço caiu muito e por isso o uso se disseminou”, destacou. O estudioso tem sua pesquisa voltada para patógenos de origem alimentar e mecanismos de resistência aos antimicrobianos. Gebreyes já publicou mais de 120 artigos científicos em renomadas revistas internacionais.

Radicalismo

Para o vice-presidente executivo do Sindirações (Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal), Ariovaldo Zani, o Brasil precisa entender sua necessidade de ampliar a produção, mas frisou que discursos radicais estão trazendo o tema para o debate. Ele palestrou com o tema “Os antibióticos resistem à comunicação?”, durante a Avesui.

“O Brasil tem uma responsabilidade enorme em alimentar o mundo por conta dos recursos que a gente coleciona, como os recursos naturais e a competência. Ao mesmo tempo, o mundo endurece o agronegócio brasileiro com uma série de exigências. A minha grande preocupação está voltada à comunicação, à ideologia radical. Sei da influência que as redes sociais têm, que o vizinho, o colega, e isso acaba fazendo com que grandes redes varejistas e processadores globais começem a restringir o uso de antibióticos. É um paradoxo. Querem comida, mas querem restrições que vão inclusive além dos antibióticos”, frisou.

 

Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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