Conectado com

Notícias

Antecipasto eleva em até 5 arrobas por hectare o ganho de peso de bovinos na entressafra da soja

Tecnologia da Embrapa antecipa formação de pasto em até 60 dias, garante mais forragem mesmo na seca e eleva produção de carne por hectare.

Publicado em

em

Sistema Antecipasto na Estância Rosa Branca em Rio Brilhante (MS) - Foto: Carlos Eduardo Barbosa

Cerca de um ano após a sua validação, o Sistema Antecipasto já apresenta resultados expressivos em propriedades rurais do bioma Cerrado, consolidando-se como um aprimoramento da Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Desenvolvida pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS), a tecnologia antecipa em até 60 dias a formação da pastagem no ciclo da soja, garante maior disponibilidade de forragem mesmo em condições de estiagem e solos de baixa fertilidade e proporciona ganhos de até 5 arrobas por hectare no peso bovino durante a entressafra. Em alguns casos, o sistema pode elevar em até 50% a produção de carne por hectare e já está em expansão em cinco estados brasileiros.

O sistema permite ao produtor semear o capim ainda durante o ciclo da soja, cerca de 20 dias após a semeadura da oleaginosa, sem comprometer seu desenvolvimento. A antecipação é estratégica: ao invés de esperar pela colheita da soja para iniciar a formação da pastagem, como ocorre no modelo tradicional, o capim já está se desenvolvendo durante o ciclo da planta, garantindo entrada precoce dos animais no pasto após a colheita.

Foto: Gisele Rosso

Com isso, o Sistema Antecipasto tem contribuído para recuperar áreas de pastagens degradadas no bioma Cerrado. É uma tecnologia capaz de intensificar a pecuária e reduzir a idade média de abate de bovinos. Essa estratégia vem sendo apontada também como uma forma de reduzir a emissão de metano, que é um dos principais gases de efeito estufa, uma vez que os animais produzem a mesma quantidade de carne em menos tempo de vida.

Por aliar benefícios tecnológicos e sustentáveis, o Antecipasto é um dos ativos tecnológicos que faz parte da Jornada pelo Clima. Essa iniciativa da Embrapa reúne esforços da ciência, governo e parceiros para promover soluções em prol da agricultura de baixo carbono, inclusiva e resiliente, em preparação para a COP30 em Belém.

Resultados em campo

Na prática, essa tecnologia tem causado impacto em áreas comerciais. Segundo o engenheiro agrônomo Carlos Eduardo Barbosa (foto à direita), responsável técnico das Estância Rosa Branca, em Rio Brilhante, MS, e Estância Retiro do Sertão, em Nova Alvorada do Sul, MS, onde esse sistema é adotado há cinco anos, a área de pastejo aumentou de 100 para até 150 dias por ano, e a lotação média subiu para 2,5 a 3,0 unidades animal por hectare (U.A./ha). “Com o Antecipasto, os animais ganham de 700 a 800 gramas de peso por dia, contra os 500 a 700 gramas registrados no modelo convencional. São de 3 a 5 arrobas líquidas durante a estação seca. Isso muda o patamar de desempenho na pecuária”, explica Barbosa.

Além de aumentar a produtividade, o Sistema Antecipasto tem demonstrado maior resistência às variações climáticas extremas, especialmente em períodos de seca severa. Barbosa conta que nas áreas das propriedades onde foi adotado, foi possível manter a disponibilidade de pasto e a lotação de bovinos, cenário bem diferente do observado em áreas manejadas com o sistema convencional, onde houve falhas significativas ou até ausência completa de forragem. “Em dois dos últimos cinco anos, os pastos de inverno só se formaram nos talhões que utilizavam o Antecipasto. Nos demais, o sistema convencional simplesmente não respondeu à semeadura ou responderam de forma parcial e limitada em baixíssimas lotações”, relata.

Foto: Juliana Sussai

“Mesmo em solos com apenas 15% a 20% de argila, conseguimos bons resultados. O que mostra que o sistema é versátil e pode ser adaptado a diferentes condições produtivas”, afirma o engenheiro agrônomo.

Os benefícios do modelo não se limitam à produção. Por promover maior ganho de peso em menos tempo, o Sistema Antecipasto reduz o período de permanência dos animais no pasto. Isso significa menor emissão de metano entérico, contribuindo de forma concreta para práticas mais sustentáveis na pecuária. “O modelo não compete com o cultivo da soja nem com o milho safrinha, respeita o calendário agrícola e ainda pode ajudar o Brasil a cumprir as metas de redução de desmatamento e de emissão de gases de efeito estufa”, destaca Barbosa.

Clima, pesquisa e próximos lançamentos

Para acelerar a adoção do Sistema Antecipasto em outras regiões, a Embrapa está organizando um plano de transferência de tecnologia diretamente com produtores e técnicos da assistência rural. A estratégia inclui comitivas técnicas com ações de sensibilização em estados que apresentam alto potencial para implantação da tecnologia.

“Nós estamos preparando uma comitiva em Mato Grosso do Sul e em outros estados onde há perspectiva de crescimento do sistema. A ideia é realizar palestras de orientação e, na sequência, implantar áreas demonstrativas para que o produtor possa entender como a tecnologia funciona na prática”, explica Zago. Segundo ele, o objetivo é que os produtores e técnicos acompanhem o sistema desde a semeadura da soja até o desenvolvimento do capim, entendendo como as duas culturas evoluem juntas no campo.

“Hoje, com os dados acumulados, podemos dizer com segurança que o Antecipasto é uma tecnologia validada, que pode ganhar escala, transformar a pecuária no Brasil, sem comprometer a soja, e ainda melhorar as condições para essa cultura”, conclui Zago.

Fonte: Assessoria Embrapa Agropecuária Oeste

Notícias

Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul

Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Publicado em

em

Foto; Divulgação/Mapa

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.

A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.

Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.

Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.

Visita ao parque de inovações da LG

Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.

A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.

CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis

A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.

Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Colunistas

Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro

Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por RhizoctoniaFusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.

Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.

Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.

O desafio do manejo

O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.

Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP

A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.

Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.

Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.

Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.

A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.

Fonte: Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Continue Lendo

Notícias 02, 03 e 04 de dezembro

Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro

Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/C.Vale

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).

A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.

A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.

Antecipação estratégica

A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.

Raio X – Dia de Campo 2025/26

147 empresas participantes

45 cultivares de soja

58 híbridos de milho

16 cultivares de mandioca

65 parcelas de agroquímicos

17 parcelas de produtos biológicos

63 parcelas de programas nutricionais

17 parcelas com tratamento de sementes

14 parcelas de tecnologia de aplicação

16 espécies forrageiras

9 parcelas de plantas de cobertura de solo

4 instituições de pesquisa

1 instituição de ensino

4 instituições financeiras

Fonte: Assessoria C.Vale
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.