Avicultura
Animais ABF e orgânicos são nova tendência
Consumidores estão mais preocupados com questões ambientais e procuram por alimentos que respeitam meio ambiente e bem-estar animal, mesmo pagando mais caro
Mesmo com anos de discussão, os produtos orgânicos e a fabricação de produtos livres de antibióticos ainda gera muita dúvida e debates sobre como funciona a correta legislação e como esta nova tendência impacta o consumidor e a cadeia como um todo. Para falar sobre o assunto, durante a Conferência Facta, que aconteceu em maio, em Campinas, SP, foi feita uma mesa redonda para discutir “Antibióticos Free”. Participaram do painel o professor e pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), doutor Nilton Lincopan, o diretor comercial da Fazenda da Toca Orgânicos, Fernando Bicaletto, o consultor Leonardo Veja e a médica veterinária e representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Maria Cristina Bustamante.
Para explicar um pouco sobre o conceito das superbactérias que foram criadas a partir do uso descontrolado dos antibióticos, o professor doutor Lincopan iniciou o painel explanando sobre como pode ter ocorrido esta situação. De acordo com ele, desde 1969 já começam a surgir bactérias resistentes a antibióticos. Em 1985 surgem as primeiras superbactérias. “O que se notou foi a resistência ao antibiótico tanto na medicina humana quanto animal”, conta. Para ele, é possível que estejamos vivendo em uma era pós antibióticos. “Foi feito o uso exacerbado dos antibióticos, o que levou ao aumento da resistência e da emergência de superbactérias”, diz. Ele conta que em 2012 voltou a surgir nos jornais dúvidas de que poderiam estar de volta a era dos antibióticos, em que a população se perguntava se um microrganismo simples poderia matar.
Lincopan explica que a partir de 2015 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou no Brasil que nenhum paciente poderia mais adquirir nenhum antibiótico sem a prescrição médica. “Antes disso, qualquer pessoa poderia comprar qualquer medicamente sem a prescrição”, informa. Ele conta que a expectativa era que então a resistência às superbactérias diminuísse. “Mas não foi isso que aconteceu, na realidade piorou. Apareceram novas superbactérias com novos mecanismos de resistência”, conta. Definindo o que são superbactérias, o doutor explica que são bactérias que apresentam resistência a compostos antimicrobianos e podem ser divididas em bactérias multirresistentes e bactérias XDR. “Quando a bactéria fica super-resistente, ela fica resistente a vários antimicrobianos”, afirma.
O professor explica ainda como criar superbactérias na criação de animais. “Basta ter alta densidade de animais em um espaço reduzido; ter a presença de microbiotas nos animais de produção; e condições de higiene deficientes”, afirma. Ele informa que molecularmente como acontece em mecanismos de resistência, os microrganismos são tão versáteis que podem produzir enzimas que hidrolisam antibióticos. Lincopan esclarece que as superbactérias existem pelo uso excessivo de antibióticos também no agronegócio. “É importante e urgente desenvolvermos um programa de vigilância e resistência a essas bactérias. Além disso, ainda precisamos ter mais consciência sobre o uso racional dos antibióticos”, destaca.
Mercado Consumidor
O painel deu continuidade com o diretor comercial da Fazenda da Toca Orgânicos Fernando Bicaletto. Ele explicou que atualmente o consumidor tem uma grande preocupação em adquirir produtos que façam bem para ele, mas também para o planeta. “É uma tendência que está se consolidando”, afirma. Para o diretor, o setor está focado em criar um novo paradigma que equilibre a questão econômica, social e ambiental.
Bicaletto mostrou uma pesquisa, realizada em 60 países, sobre as tendências de comportamento do consumidor. De acordo com ele, a pesquisa procurou identificar quais os atributos que tendem a ser decisórios para que o consumidor escolha determinado produto para levar para casa. “Três se destacaram. O consumo consciente: o consumidor está preocupado com o bem estar dele e como o produto impacto o planeta; bem estar e saudabilidade: o consumidor deseja se alimentar bem, com produtos que não criam problemas para ele e à família; e o retorno às origens: cada vez mais os consumidores estão valorizando voltar a ter a comida caseira”, explica.
Outros números apresentados pelo diretor nesta mesma pesquisa mostram que 29% das pessoas entrevistadas informaram que preferem comprar de marcas que pratiquem práticas sustentáveis; 30% evita comprar de empresas que tenham um histórico ambiental ruim; 22% preferem comprar de empresas que fazem algo que dê retorno à sociedade, sendo um valor não somente econômico, mas social também; e 14% seguem empresas sustentáveis nas mídias sociais, tendo uma interação muito maior entre empresa e consumidor. “O que nós observamos são grandes movimentos, que começam a apontar e definir estratégias para atender a esta nova demanda do consumidor, já que as empresas estão sendo cobradas para isso”, afirma.
Pegando como exemplo o ovo orgânico, o Bicaletto compara o preço entre o mesmo produto no Brasil, Estados Unidos e Reuni Unido. De acordo com ele, o preço médio nos EUA varia de 40 a 140% o valor de um ovo comercial para um orgânico. Já no Reino Unido, este valor varia entre 50 e 150%. “No Brasil, esta diferença pode chegar de 100 a 300%. O preço aqui ainda é um inibidor para o crescimento deste mercado, uma barreira para o consumidor adquirir este tipo de produto. Muitas vezes, o consumidor tem a consciência, mas não tem condições de comprar produtos orgânicos”, informa. “Realmente, estes produtos ainda são muito limitados para o público de alta renda”, declara.
Porém, o diretor esclarece que o motivo dos altos preços dos produtos orgânicos se explica pelo fato de ainda ser um negócio de baixa escala. “Quando comparamos o consumo, entendemos porque no Brasil o preço ainda é um desafio a ser vencido pela indústria. Dados mostram que nos EUA foram produzidos 88 bilhões de ovos em 2016, o consumo foi de 279 unidades/habitante. A participação de ovos livres de antibióticos e orgânicos foi de 4,7%. No Reino Unido esta porcentagem vai para 1% e no Brasil é de 0,15% a 0,3%”, comenta. Mas, vendo o lado bom da situação, o diretor diz que isto mostra como é grande o potencial de crescimento deste mercado.
Bicaletto comenta que o grande desafio do crescimento no setor está atrelado à produção agrícola. Por conta da nutrição dos animais ser, principalmente, à base de grãos e neste setor ainda haver muito o uso dos antibióticos, principalmente nas sementes que são geneticamente modificadas. “Isso obriga o produtor a investir em uma alternativa na nutrição animal para diminuir a dependência dos grãos”, diz. Isso deve ser observado, já que, segundo o diretor, as aves que são criadas no sistema livre comem até 10% mais que as criadas no sistema convencional.
Para ele, a grande preocupação do consumidor atualmente é com o bem estar animal, questões do planeta e meio ambiente. “Esta nova geração, na faixa dos 18 aos 30 anos, tem um nível de informação maior do que as anteriores. Eles têm mais consciência a respeito destas questões, têm maior preocupação com temas como este. E isto é um sinal claro para a indústria de que precisamos buscar alternativas eficientes para tornar estes produtos acessíveis, porque é um mercado que vai crescer. É inevitável”, afirma.
Desafios da Produção de Frangos ABF
Mas, para atender este novo consumidor, é preciso que todos os envolvidos na cadeia produtiva façam um trabalho em conjunto. O consultor Leonardo Veja comenta que os agentes envolvidos na cadeia têm a necessidade de tomar uma decisão, podendo seguir por dois caminhos: ou continua com o auxílio dos antimicrobianos, mas utilizando de forma racional e otimizando o uso, ou faz uma guinada, buscando um novo caminho, que é atender a estas demandas de mercado que pede por produtos livres de antibióticos.
Veja conta que em maio de 2015 os principais atores da saúde global realizaram uma assembleia mundial, que resultou em cinco metas, em que os países deveriam dar os desdobramentos na sequência. “Os cinco pilares foram: melhorar a conscientização e respeito da resistência de antimicrobianos; reformar a base cientifica através da vigilância e pesquisa; reduzir a incidência de infecções com medidas eficazes; otimizar o uso de medicamentos; e fomentar investimentos e a criação de novas formas de tratamento, prevenção, vacina e diagnóstico”, conta.
Entre pontos citados, outro mencionado por Veja foi a importância da conscientização da sociedade. “Um dos planos de atuação é justamente elaborar e implementar planos de comunicação para gestores de saúde e setor regulado da sociedade. Quer dizer que a medida que o governo passa a comunicar as necessidades de alertar da importância de produzir com responsabilidade frente ao antimicrobianos, o consumidor passa a entender melhor e a cadeia”, diz.
A produção de alimentos orgânicos tem uma legislação brasileira clara, de como deve ser a produção e como tudo deve funcionar, explica o consultor. Porém, ainda não existe uma legislação sobre a produção de alimentos antibióticos free. Ele acrescenta que a legislação brasileira conta com instruções normativas que regulamentam a utilização de aditivos que pode haver na ração animal. “Este regulamento apresenta ferramentas que podem substituir os promotores de crescimento, como os probióticos, ácidos orgânicos, enzimas e os óleos essenciais”, diz citando a IN 44/2015. Ele comenta que o Brasil está seguindo o mesmo caminho da Europa, que também já conta com regulamento que classifica quais aditivos são permitidos e em quais categorias.
O consultor afirma que para atender o que há de mais rigoroso no mundo, o Brasil não está distante. “Só precisamos organizar a documentação que temos em casa, passar a usar alguns aditivos que consigam substituir a altura dos promotores de crescimento. Nós temos condições para isso”, afirma.
Desafios da Produção de Frangos Orgânicos
Os frangos orgânicos, que também já são uma grande tendência no mercado e procurados pelo consumidor, também ainda têm seus desafios para enfrentar. A médica veterinária e representante do Mapa, Maria Cristina Bustamante, falou sobre o assunto. De acordo com ela, existe legislação de toda a regulamentação da produção orgânica. “As coisas devem ser seguidas conforme está lá. Se não está, é porque não pode”, afirma.
Ela explica que existe a Instrução Normativa 46 que traz informações sobre a forma de produção vegetal e animal. “A animal tem muitos desafios em relação à vegetal. Isso porque é preciso considerar bem estar, ambiente de criação, práticas de manejo. São todas questões importantes na produção animal”, diz.
Maria Cristina citou alguns dos pontos em que existem mais desafios e falou sobre as tentativas de solução. De acordo com ela, a primeira delas é a alimentação. “Temos, por exemplo, o milho geneticamente modificado que não pode fazer parte da produção do animal orgânico. A alimentação deve ser necessariamente orgânica, originada na unidade de produção”, diz. Ela comenta que a questão da alimentação é um fator bastante limitante para a produção de animais no Brasil. “É permitido um percentual de até 20% de alimento não orgânico se não obtiver todos os vegetais orgânicos”, informa.
A medicação é outro desafio. “A lista de medicamentos é restrita. Pode ser usado somente em caso do animal está com dor ou sofrendo muito. Porém, esta exceção precisa ser confirmada”, alerta. Além disso, ela diz que a sanidade em granjas de criação de frangos orgânicos deve ser soberana. Maria Cristina informa que apesar de haver a homeopatia, ainda existe muita dúvida sobre a utilização desta ferramenta. “Há a necessidade de fazer um trabalho de pesquisa intenso em relação ao desenvolvimento de novos medicamentos”, pontua.
Deve haver ainda a atenção para a sanitização do local, afirma. “A lista de saneantes positiva dentro da Instrução Normativa é pequena, e da mesma forma deve ser utilizada somente em casos excepcionais de organismos, ou se não, o produtor pode perder a condição de área orgânica da propriedade”, diz. Ela comenta que o ambiente de criação merece esta atenção, já que para um animal ser considerado orgânico, ele deve ingressar neste ambiente já desta forma. “Além disso, não pode haver nenhum animal enclausurado ou com movimentação restrita”, alerta. A médica veterinária informa ainda que a iluminação artificial somente pode ser utilizada em pintinhos.
Os animais destinados à produção orgânica devem ser de raças rústicas, informa. Maria Cristina conta que pintinhos de frango de corte devem entrar com no máximo dois dias de vida, sendo a debicagem proibida. “Nesta fase é mesmo um desafio ensinar ao animal onde está o alimento e que ele pode sair”, comenta. Uma estratégia utilizada, segundo a médica veterinária, é a conciliação de galos junto às galinhas, já que o animal transmite tranquilidade e segurança à área externa.
Mais informações você encontra na edição de Aves de junho/julho de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
