Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas

Angus ganha espaço de outras raças no Mato Grosso do Sul

A redução do tempo de permanência no campo, aliado a um mercado consumidor em expansão e a incentivos fiscais, está fazendo a raça Angus ganhar espaço em fazendas do MS

Publicado em

em

A inseminação artificial é feita aos seis meses. O abate ocorre em 20 meses. A redução do tempo de permanência no campo, aliado a um mercado consumidor em expansão e a incentivos fiscais, está fazendo a raça Angus ganhar espaço em fazendas de Mato Grosso do Sul, um dos principais produtores de carne bovina do país. A precocidade acelera o rendimento das fazendas com mais rotatividade de animais e reduz custos.

O Nelore e o Brahman, abatido geralmente aos 24 meses, está dando espaço ao Angus na Fazenda Chapadão, em Jateí, no Sul de MS. “Nem bem o animal tem seis meses e já está pronto para a inseminação. Estou começando a usar mais Angus, é mais precoce. O abate a gente está fazendo aos 20 meses. Já o Nelore, para o abate é preciso dois anos”, comenta Alessandro Boigues, dono das terras na companhia de mais quatro irmãos. “Hoje temos em torno de 65% do nosso rebanho formado por Angus e 35% de Nelore e Brahman. Para o ano que vem vai mudar. Vamos chegar a 85% de Angus e 15% de Brahman”, assinala Boigues.

O gado criado em piquetes, em sistema de semiconfinamento, recebe ração nos últimos quatro meses para acelerar o ganho de peso. “O boi fica a pasto até a fase final, quando ele começa a receber seis quilos de ração por dia. Nessa fase tem que ganhar 1,2 quilo por dia”, conta.

Alessandro explica que o Angus tem ganhado a preferência do consumidor, é um animal que proporciona excelente rendimento de carcaça, tem uniformidade e é precoce, por isso ele tem optado por ampliar o plantel dessa raça. “O Angus tem atributos que a indústria de carne valoriza na hora que vai comprar do produtor”, menciona. Os lotes são separados em piquetes, que recebem fertirrigação das granjas de suínos que também fazem parte das atividades da fazenda.

Na fazenda, de 360 hectares, a opção é pelo ciclo completo – cria, recria e engorda. “As fêmeas Angus são inseminadas pelo menos uma vez”, cita o produtor sul-mato-grossense. Antes da inseminação, são preparadas para ter um ciclo produtivo sem problemas. “A gente tem uma ração diferenciada para preparar o animal para a recria. É para ter um ciclo melhor”, explica Boigues. Toda a ração vem de indústria própria, instalada dentro da fazenda, o que ajuda a garantir a segurança sanitária, explica o produtor, que também é médico veterinário.

A produção vem aumentando ano após ano, com investimentos feitos na aquisição de áreas e ampliação do rebanho. Em 2019, explica Alessandro Boigues, a meta é entregar mil animais para o abate.

Precoce MS

O programa estadual de incentivo à produção, o Precoce MS, é também um atrativo a mais na hora de escolher a raça do animal que vai a pasto, explica o produtor. Nesse programa, o governo do Estado avalia o produtor a partir de três elementos: o animal, o lote e o processo produtivo. No animal são levadas em consideração características como sexo, maturidade, acabamento e peso. No lote, é observada a padronização dos animais, que precisa ser de no mínimo 60%. Sobre o processo produtivo, o governo avalia se há boas práticas agropecuárias, identificação do animal, associativismo e sustentabilidade.

Além disso, as fazendas precisam estar com as documentações trabalhistas, ambientais e de gestão em dia e precisam fazer a gestão sanitária dos bovinos. O Precoce MS ainda beneficia atitudes para a redução de emissão de carbono. A partir disso, classificam – ou não – o produtor rural. O inventivo vem através de redução dos impostos. “O incentivo pode chegar a R$ 90 por animal”, cita o pecuarista. Para ter o benefício, é importante o envolvimento dos produtores em alianças mercadológicas, como associações ou cooperativas. O desempenho é que define as bonificações. De acordo com o governo do MS, o incentivo é na redução de ICMS. A dedução pode chegar a 67%.

Mercado

Alessandro mostrou preocupação com a greve dos caminhoneiros e a suspensão dos abates nos principais frigoríficos de Mato Grosso do Sul. Ele explica que o mercado já não estava atrativo e piorou com a manifestação que atingiu todo o Brasil.

Ele explica, no entanto, que acredita em uma melhora para os próximos meses, especialmente mais próximo ao fim do ano. “A gente sentiu uma queda no consumo. Estamos exportando menos e então a gente depende do mercado interno. E sabemos que o país vive uma crise. No entanto, acredito que vai melhorar a partir de outubro e ficar bom até dezembro”, sugere o pecuarista.

Além da bovinocultura de corte, a fazenda tem plantio de grãos – soja e milho – e suinocultura. São 5,5 mil matrizes para produção de leitões e 3,6 mil suínos na terminação. Todo o esterco é transformado em biofertilizante e lançado nos piquetes para melhorar o desempenho do pasto ofertado ao gado.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Publicado em

em

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Publicado em

em

Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

Publicado em

em

Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.