Notícias No Dia do Médico-Veterinário
Anffa Sindical alerta para riscos da privatização da inspeção de alimentos
Profissionais que atuam como auditores fiscais federais agropecuários garantem a segurança alimentar da população e a confiança internacional nos produtos brasileiros.

Presentes no campo, em frigoríficos, nos portos, aeroportos e fronteiras do País, os médicos-veterinários que atuam como auditores fiscais federais agropecuários garantem a qualidade dos alimentos consumidos pela população brasileira e exportados para dezenas de países. São eles que, diariamente, asseguram que a carne, o leite, os ovos e outros produtos de origem animal atendam aos mais altos padrões sanitários, sustentando a credibilidade do Brasil no comércio internacional.
No Dia do Médico-Veterinário, celebrado nesta terça-feira (09), o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) celebra a data e alerta para os riscos da privatização das inspeções ante mortem e post mortem de animais destinados ao consumo humano, que tem o potencial de fragilizar as relações profissionais e a saúde da população.

Foto: Anffa Sindical
Em tramitação no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a proposta de regulamentação da Lei do Autocontrole (14.515/2022) autoriza que frigoríficos passem a contratar diretamente os médicos-veterinários responsáveis por inspecionar os animais antes e depois do abate. Hoje, essa função é exercida por auditores fiscais federais agropecuários, que têm autonomia e respaldo do Estado para aplicar normas sanitárias com rigor técnico e independência.
Para o Anffa Sindical, a mudança representa um claro conflito de interesses. Isto porque colocar a fiscalização sob responsabilidade de funcionários contratados e pagos pelas próprias empresas enfraquece os mecanismos de controle, abre margem para fraudes e compromete a integridade do sistema sanitário brasileiro. A medida atende à pressão de setores da indústria frigorífica que buscam maior flexibilidade e menor controle.
“A credibilidade dos produtos brasileiros no mercado internacional depende da fiscalização oficial, exercida de forma técnica, isenta e pública. A transferência dessas funções para a iniciativa privada pode comprometer a confiança dos importadores, abrir margem para conflitos de interesse e dificultar o acesso do País aos mercados mais rigorosos. Não se trata de duvidar da idoneidade dos profissionais contratados pela empresa, mas de evitar que eles sejam pressionados e coagidos a liberar produtos impróprios para consumo humano”, afirma Janus Pablo Macedo, presidente do Anffa Sindical.
O sindicato reforça que a inspeção oficial não é um entrave, mas uma garantia para a produção agropecuária brasileira. Graças à atuação dos auditores, o País mantém status sanitário reconhecido internacionalmente, controla doenças de alto impacto, como a febre aftosa e a brucelose, e responde ainda com agilidade em situações de emergência sanitária.
“O trabalho dos médicos-veterinários que atuam como auditores fiscais federais agropecuários é insubstituível. Eles são a linha de frente que garante a segurança dos alimentos consumidos pela sociedade e a qualidade do que exportamos. Para que possam cumprir sua missão, é urgente recompor os quadros de servidores e assegurar condições estruturais adequadas para o exercício das atividades”
Neste Dia do Médico-Veterinário, o Anffa Sindical parabeniza os profissionais pela dedicação e pelo compromisso diário com a saúde pública e com a defesa da produção nacional. A entidade acredita no potencial dos veterinários e reafirma sua confiança na contribuição desses profissionais para a construção de um sistema agropecuário cada vez mais seguro, sustentável e respeitado no cenário mundial.

Notícias
Plantio da soja desacelera e safra 2025/26 acende alerta
Irregularidade das chuvas mantém o ritmo abaixo do ano passado e aumenta as incertezas sobre o potencial produtivo, com apenas 78% da área semeada até 22 de novembro.

O ritmo de semeadura da soja da safra 2025/26 segue abaixo do registrado na temporada passada. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é reflexo da distribuição irregular das chuvas em grande parte do território nacional nos últimos três meses.
No Sul do País, o excesso de umidade ainda tem limitado o acesso às lavouras. Já no Centro-Oeste e no Matopiba, a distribuição desigual das precipitações resultou em umidade abaixo do necessário para avançar nos trabalhos de campo.
Apesar do aumento recente dos acumulados pluviométricos no Centro-Oeste e no Matopiba e da redução dos volumes de chuvas no Sul especialmente no Paraná, colaboradores do Cepea relatam que o cenário é de incertezas quanto ao potencial produtivo da safra 2025/26.
De acordo com a Conab, 78% da área nacional havia sido semeada até 22 de novembro, abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período do ano passado.
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Chuvas irregulares marcam novembro e desafiam início da safra
Semeadura avançou mesmo com precipitações mal distribuídas, enquanto regiões como Matopiba e Centro-Oeste tiveram recuperação gradual da umidade do solo.

No período de 01 a 21 de novembro deste ano, as chuvas registradas em importantes áreas agrícolas foram irregulares e mal distribuídas. Essa condição trouxe impactos na semeadura e no início do desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em algumas regiões produtoras do país. Ainda assim, de maneira geral, a umidade no solo e as temperaturas máximas não tão elevadas favoreceram o avanço da semeadura e o desenvolvimento das lavouras, inclusive em parte do Matopiba, com a intensificação das precipitações no final do período. A análise está no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o documento, no Centro-Oeste, principal região produtora de grãos do país, o período chuvoso foi instável, com chuvas irregulares e mal distribuídas em partes da região. A média diária do armazenamento hídrico no solo no período analisado ainda indicava áreas com baixa umidade no sudoeste de Mato Grosso, no Pantanal e no leste de Mato Grosso do Sul, bem como no sul e no norte de Goiás. No entanto, houve uma recuperação do armazenamento hídrico ao longo do mês, favorecendo a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, principalmente nas áreas com maior capacidade de retenção hídrica.

Foto: José Fernando Ogura
As precipitações também foram irregulares na região produtora que abrange áreas do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e Tocantins (Matopiba). Nessa área, as chuvas se intensificaram apenas na terceira semana do mês. Mesmo assim, houve uma recuperação do armazenamento hídrico no solo em toda a região, favorecendo o início da semeadura e o desenvolvimento das lavouras em áreas onde o plantio encontrava-se atrasado. Já em parte da Bahia, contemplando áreas até o sudeste do Piauí, os altos índices de precipitação registrados no final do período analisado não foram suficientes para elevar o armazenamento hídrico no solo a ponto de favorecer a semeadura dos cultivos de primeira safra.
Nas regiões produtoras de Rondônia, Pará e Tocantins, as chuvas não foram regulares, o que manteve a umidade no solo baixa em algumas áreas. Mas, com as chuvas registradas, é possível observar uma elevação do armazenamento hídrico no solo ao longo do período nesses três estados. Em contrapartida, no Amazonas, as chuvas foram frequentes e abundantes, contribuindo para a manutenção do nível dos rios.
No Sudeste, as chuvas foram melhor distribuídas, com maiores acumulados em São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais. Entretanto, ainda se notam áreas com baixa umidade no solo em partes do Triângulo, Noroeste e Norte de Minas. Por outro lado, as temperaturas mais baixas diminuíram a perda de umidade no solo e mantiveram as condições favoráveis para o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra na maioria das áreas.
Já na região Sul, o início do mês foi marcado por altos índices de precipitação, principalmente no oeste do Paraná. Essas chuvas vieram acompanhadas de rajadas de vento, formação de tornados e granizo, causando danos significativos a algumas lavouras. Nas demais áreas da região Sul, os acumulados de chuva, no período de 01 a 21 de novembro, foram menores e mantiveram o armazenamento hídrico no solo em níveis suficientes para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em praticamente todas as áreas. Considerando os cultivos de inverno, mesmo diante dos eventos de excesso de chuvas, o clima, no geral, foi favorável para o andamento e a conclusão da colheita.
O boletim completo, com informações sobre o clima e seus impactos na safra, está disponível no Portal da Conab.
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Novos destinos impulsionam exportações do agro brasileiro
Filipinas, Guatemala e Nicarágua abriram mercado para gordura bovina, arroz beneficiado e sementes, reforçando a diversificação e o avanço do comércio exterior do setor.

O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias com os governos das Filipinas, da Guatemala e da Nicarágua, que permitirão ao Brasil exportar diversos produtos agropecuários para esses países.
Nas Filipinas, as autoridades sanitárias aprovaram a exportação de gordura bovina do Brasil. Trata-se de insumo utilizado na indústria de alimentos e na produção de biocombustíveis, contribuindo neste último caso para a geração de energia de baixo carbono, em particular o diesel verde e o “Sustainable Aviation Fuel”. Com cerca de 115 milhões de habitantes, as Filipinas são um dos maiores mercados consumidores do Sudeste Asiático. Entre janeiro e outubro de 2025, o país importou quase US$ 1,5 bilhão em produtos agropecuários do Brasil.
Na Guatemala, o Brasil obteve autorização fitossanitária para exportar arroz beneficiado (sem casca). Com uma população de cerca de 18 milhões de habitantes, a Guatemala importou mais de USD 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros entre janeiro e outubro de 2025. Os cereais foram o principal produto exportado pelo Brasil neste ano.
Na Nicarágua, as autoridades fitossanitárias autorizaram o Brasil a exportar sementes de milheto, crotalária e nabo, insumos estratégicos para a agricultura tropical, que contribuem para o aumento da produtividade e a redução da dependência de fertilizantes minerais. Entre janeiro e outubro de 2025, a Nicarágua importou cerca de USD 55 milhões em produtos agropecuários do Brasil.
Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 496 aberturas de mercado desde o início de 2023.
Os resultados reforçam a estratégia de diversificação de destinos e de produtos, incluindo itens de maior valor agregado, e são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).



