Avicultura
Anfeas aponta fatores que devem ser considerados na escolha de um sistema de aquecimento para aviários
Ajustar a programação do controlador com base na medição de temperatura é fundamental, considerando que, para aquecedores infravermelhos, pode haver uma diferença de até 6°C ou mais entre o ar e a cama, enquanto para aquecedores de ar convencionais, essa diferença pode ser de até 4°C a menos.

A eficiência na criação de aves está intimamente ligada à escolha e à correta manutenção dos equipamentos utilizados nos aviários, especialmente os sistemas de aquecimento. Tanto com baixas quanto em altas temperaturas, garantir um ambiente adequado para o desenvolvimento das aves é essencial para o sucesso da produção.

Engenheiro mecânico, especialista em Gerenciamento de Projetos e membro da Anfeas, Rudolf Giovani Portela: “Existem diferentes tipos de aquecedores, cada um com suas características, vantagens e desvantagens” – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural
O engenheiro mecânico, especialista em Gerenciamento de Projetos e membro da Associação Nacional dos Fabricantes de Equipamentos para Aves e Suínos (Anfeas), Rudolf Giovani Portela, destacou a importância da escolha, da manutenção periódica e do uso correto dos sistemas de aquecimento para otimizar a produção e garantir o bem-estar dos frangos de corte durante o Congresso de Avicultores e Suinocultores O Presente Rural, realizado de forma híbrida em meados de junho.
Tecnologias disponíveis
A seleção de sistemas de aquecimento para aviários deve considerar diversos fatores, como o tipo de criação, o tamanho das instalações, os custos envolvidos, a disponibilidade dos combustíveis, a mão de obra necessária para manutenção e as condições climáticas locais para manter o conforto térmico dos animais e a eficiência das operações. “Existem diferentes tipos de aquecedores, cada um com suas características, vantagens e desvantagens, entre os mais utilizados estão os aquecedores de ar e infravermelho”, cita o especialista em Gerenciamento de Projetos.
Portela explica que os aquecedores de ar diretos utilizam queimadores diretos a gás ou aquecedores elétricos para aquecer o ar, misturando os gases de combustão ou vapores ao ar ambiente. “Esses sistemas requerem menos mão de obra e manutenção, especialmente quando movidos a gás ou elétricos. No entanto, apresentam dificuldades no controle da temperatura da cama, criando correntes de convecção, onde o ar quente sobe e o ar frio desce. Além disso, há perda de calor com a ventilação mínima e demora para aquecer a cama, resultando em uma vida útil menor que 12 anos e necessidade de manutenção frequente”, expõe.
Por outro lado, os aquecedores de ar indiretos, nos quais o ar não se mistura com os gases de combustão ou vapores, incluem tipos como aquecedores a diesel, biomassa (lenha, cavaco, pellet, briquete) e trocadores de calor com água. “A biomassa tende a ser mais barata, dependendo do mercado, disponibilidade e localização, com preços variando de R$ 100 a R$ 260 por m³ de lenha de eucalipto, R$ 1.100 a R$ 1.300 por tonelada de pellet e R$ 150 a R$ 300 por tonelada de cavaco. No entanto, esses sistemas exigem maior emprego de mão de obra, especialmente quando se utiliza lenha, além de manutenção mais cuidadosa e cara. Aquecedores com água necessitam de tubulação e aquecedor separado, e a potência pode variar dependendo do modelo e biomassa utilizada”, menciona.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Já os aquecedores infravermelhos diretos queimam GLP, GN ou biogás, misturando os gases de combustão ao ar ambiente, ou utilizam resistências elétricas, incluindo resistências cerâmicas. “Estes sistemas se destacam pelo aquecimento direto e rápido da cama, alta eficiência e fácil controle da temperatura. São menos suscetíveis a falhas de isolamento, têm vida útil superior a 12 anos com manutenção adequada, necessitam de baixa manutenção e são fáceis de manter, exigindo menor emprego de mão de obra. Contudo, o custo do combustível, como GLP, pode variar conforme a região, e o custo inicial de instalação pode ser elevado para alguns modelos”, explica.
Manutenção de equipamentos
A manutenção regular dos sistemas de aquecimento é essencial para assegurar seu funcionamento adequado e prolongar sua vida útil. Isso envolve a realização de inspeções periódicas nos componentes, como queimadores, sensores e válvulas, para verificar seu estado de funcionamento. “É muito importante manter os aquecedores limpos para prevenir o acúmulo de sujeira, o que pode comprometer seu desempenho”, enfatiza.
Portela diz que a execução de reparos preventivos também é recomendada, pois ajuda a evitar falhas mais graves e custos elevados com consertos. “A substituição regular de peças desgastadas é fundamental para garantir a eficiência contínua do sistema”, aponta.
A correta instalação e manutenção dos aquecedores a biomassa são fundamentais para garantir seu desempenho eficiente e seguro, Diariamente, Portela fala que é necessário realizar a limpeza da caixa de cinzas e das grelhas, com remeximento frequente ao abastecer. Periodicamente, no intervalo entre os lotes, deve-se limpar os tubos do trocador de calor para remover fuligem e carepas, além de verificar e limpar a chaminé. “A revisão dos cabos elétricos e sensores deve ser feita regularmente, assim como inspecionar visualmente os tubos do trocador de calor para detectar possíveis perfurações, pois detectar fumaça dentro do galpão tarde demais pode indicar problemas graves”, afirma.
Em relação a instalação dos aquecedores a gás, Portela diz que ao final de cada lote ou intervalo é necessário realizar a limpeza com ar e, se houver filtro, com escova durante o lote. “Antes de iniciar um novo lote, é essencial revisar os cabos elétricos e, constantemente, as mangueiras. Os reguladores de pressão devem ser revisados a cada lote e substituídos a cada cinco anos ou ao primeiro sinal de deterioração. Essas práticas garantem a operação segura e eficiente dos aquecedores a gás, minimizando riscos e otimizando o desempenho”, ressalta.
Uso correto do sistema de aquecimento garante economia
Para utilizar aquecedores de forma eficiente nas unidades de produção de aves é essencial considerar diversos fatores que influenciam o consumo de energia, que pode ser a gás, lenha, pellet, cavaco, energia elétrica etc, como a temperatura externa e a temperatura desejada, que geralmente começa em 32°C a 34°C. Além disso, o isolamento térmico da instalação, o poder calorífico do combustível utilizado e a eficiência do aquecedor são determinantes. “É importante também manter o equipamento em bom estado através de manutenções regulares e garantir que a instalação esteja correta, incluindo a altura e a inclinação adequadas. A posição dos sensores de temperatura e a programação eficiente do controlador também têm impacto significativo na eficiência energética”, detalha Portela.
Para controlar a temperatura da cama de forma eficaz, o membro da Anfeas diz que é essencial medir a temperatura do ar próximo à cama e garantir uma boa vedação e isolamento. Segundo ele, a utilização de aquecedores infravermelhos pode proporcionar um aquecimento mais uniforme e rápido da cama. “É recomendável também utilizar circuladores de ar para reaproveitar o ar quente próximo ao teto e posicionar sensores de temperatura mais próximos aos animais para uma medição precisa”, avalia.
Conforme o profissional, ajustar a programação do controlador com base na medição de temperatura é fundamental, considerando que, para aquecedores infravermelhos, pode haver uma diferença de até 6°C ou mais entre o ar e a cama, enquanto para aquecedores de ar convencionais, essa diferença pode ser de até 4°C a menos.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock
Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




