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Anderson Sabadin compartilha visão da Primato até 2033
Ele conta um pouco da sua trajetória no cooperativismo agropecuário, que está intimamente ligada ao nascimento da Primato, compartilha suas perspectivas sobre o agronegócio brasileiro e sobre investimentos e visão de futuro até 2033 em setores estratégicos na percepção da cooperativa.
Com uma vasta experiência no setor cooperativista agropecuário, tendo atuado em vários cargos antes de assumir a presidência da Primato Cooperativa Agroindustrial, Anderson Léo Sabadin foi o entrevistado do terceiro episódio da série Voz do Cooperativismo. Ele contou um pouco da sua trajetória no cooperativismo agropecuário, que está intimamente ligada ao nascimento da Primato, compartilhou suas perspectivas sobre o agronegócio brasileiro e sobre investimentos e visão de futuro até 2033 em setores estratégicos na percepção da cooperativa.
O Presente Rural – Como iniciou sua história com a Primato?
Anderson Léo Sabadin – Há 25 anos iniciei minha trajetória na Primato. Naquela época, éramos apenas três colaboradores na cooperativa. Assumi diversas funções, desde vendedor de balcão, descarregador de caminhões até ser responsável pelo armazenamento, faturamento, auxiliar contábil e administrativo financeiro. Faturei produtos variados, como leite e suínos, e participei do processo de abertura da fábrica de ração. Mais tarde assumi o cargo de contador da Primato e posteriormente fui promovido a gerente e, em seguida, a executivo.
Na última gestão do ex-presidente Ilmo Welter fui convidado a assumir a Presidência. Agora fazem dois anos (três) que estou como presidente da Primato e é uma alegria pela confiança que o cooperado nos deposita, porque você sai de uma CLT e passa a ser eleito. Então é outro grande desafio, mas ao mesmo tempo uma alegria estar à frente de uma cooperativa que já tem mais de 9,6 mil cooperados e 1,2 mil colaboradores.
Ainda é uma cooperativa muito jovem, que completou em 15 de julho de 2023 seus 26 anos de fundação, então tem muito por se fazer e para a gente trabalhar.
O Presente Rural – Quais as principais ações que o senhor tem colocado em prática na cooperativa?
Anderson Léo Sabadin – Por mais que a cooperativa pareça jovem, sempre buscamos trabalhar com planejamento. Quando assumi em 2021 definimos um
planejamento até 2033, o qual prevê uma capitalização da Primato e projetos que nos levarão a um investimento de R$ 1,5 bilhão dentro das propriedades e R$ 500 milhões nas indústrias da Primato. Esse é um trabalho que iniciamos, mas antes disso também houve um planejamento, tanto que a minha própria vinda como presidente vem de um trabalho de sucessão, diferente de outras cooperativas, eu sou o quarto presidente. Então é feito um trabalho de sucessão, inclusive na gestão estratégica da cooperativa. Eu vejo que esse é um grande diferencial da Primato frente a outras cooperativas, porque tudo que é feito dentro da Primato tem um planejamento. Por exemplo, quando vamos abrir uma nova unidade isso foi pensando muito antes. Agora está em andamento um projeto para abertura de um frigorífico em 2029/2030, mas iniciamos este trabalho há um ano e meio, já discutimos a área, foi verificado a questão da água, das licenças, qual o melhor lugar, quais são as forças e fraquezas internas, as oportunidades, as ameaças externas, que tipo de espécie vamos abater neste frigorífico, é o caso de avançar com este investimento ou não, os prós e contras, tudo é muito discutido. Nós temos um Conselho de Administração muito bom, bem como tem também um Conselho Fiscal. Também estruturamos a cooperativa com um diretor executivo. Até então eu exercia as duas funções.
O Presente Rural – O que a Primato representa?
Anderson Léo Sabadin – A Primato representa uma realização do que nós conseguimos construir enquanto pessoas, família e no relacionamento com os nossos cooperados e com a comunidade em que estamos inseridos. A cooperativa realiza os sonhos de mais de 9,6 mil cooperados e de 1,2 mil colaboradores. É uma responsabilidade muito grande que carregamos para fazer a gestão, mas que nos impulsiona a gerar valor e riqueza para a região Oeste e Sudoeste do Paraná e no Mato Grosso. Também integramos a Cooperativa Central Frimesa.
O Presente Rural – O que o cooperativismo representa para o agronegócio e para Brasil?
Anderson Léo Sabadin – O cooperativismo no Oeste do Paraná é muito forte, uma vez que fortalece a união de pessoas enquanto negócios compartilhados. Mas nas regiões em que o cooperativismo está presente impulsiona o desenvolvimento não apenas economicamente, mas também melhora o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a qualidade de vida e a saúde das pessoas, além de promover melhores condições para quem trabalha no campo, com melhorias na infraestrutura rural.
Temos ainda grandes desafios, mas eu vejo que o cooperativismo conseguiu agregar, em pequenas propriedades, excelentes rendas. Hoje os filhos dos produtores, que muitas vezes foram estudar fora, estão voltando para casa para administrar a propriedade da família. Temos inclusive bons exemplos dentro da Primato, de filhos de produtores com mestrado, doutorado e pós-graduados que voltaram a Toledo e hoje tocam a propriedade da família, porque entenderam que essa propriedade gera renda e a região oferece condições e qualidade de vida para residirem.
O Presente Rural – Vamos falar um pouco dos negócios da Primato. Como está a produção de rações?
Anderson Léo Sabadin – Atualmente, temos três fábricas de ração, duas localizadas no Paraná, nas cidades de Toledo e Verê, e uma terceira em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Nossa linha de alimentos para animais abrange ração, núcleo, premix, homeopatia e mineral. Com orgulho, a Primato se destaca como uma das maiores produtoras de ração do Paraná, operando com duas plantas em três turnos.
Em nossas unidades também realizamos a manipulação de medicamentos que são incorporados à alimentação animal. Para garantir a qualidade e a segurança desses processos, seguimos as instruções normativas do Mapa N4 e N5.
Costumamos dizer que hoje a alimentação animal é até melhor que a alimentação humana. Nossos produtos são ajustados e adequados para o produtor alcançar a melhor conversão, seja para a produção de carne ou para obter a máxima produtividade em leite, por meio de uma alimentação que tem como base milho, soja ou trigo. Através dessa transformação, somada a alguns aditivos, alcançamos a melhor produtividade e eficiência econômico-financeira nas propriedades rurais.
A Primato também vende ração para clientes externos, não somente para os cooperados, inclusive temos ração pet. Estamos avançando neste mercado, com um projeto para que até 2027 teremos uma nova planta de produção de ração em Toledo. A indústria de Dourados também deve ser dobrada. Essa unidade adquirimos em fevereiro de 2021 e já estamos abrindo mais um turno para produção. Atualmente estamos fazendo uma ampliação nela e o volume deve dobrar daqui a três ou quatro anos.
O Presente Rural – Qual é a produção de leite da Primato?
Anderson Léo Sabadin – A produção de leite da Primato chega a três milhões de litros por mês, estamos caminhando para superar os cinco milhões de litros nos próximos meses, justamente por agregar novos produtores. A cooperativa entregou 38 milhões de litros de leite para a Frimesa em 2022, mas a Primato produz ração para vaca leiteira para produzir 240 milhões de litros. Então, nós temos uma grande quantidade de leite que não entra no sistema. A Primato atende uma vaca leiteira, uma bezerra, mas acaba que esse leite não está dentro do sistema ainda. Então temos um trabalho bastante grande pela frente.
A nossa produção de leite, devido às chuvas, é muito boa, com custo inclusive adequado. Em um primeiro momento temos, sim, uma ração mais cara, mas é em um momento, inclusive, de preço de leite mais ajustado, que esse produtor tem que investir. Sempre destacamos para o produtor que é preciso trabalhar a produtividade e eficiência.
A Primato não vende a ração mais barata, vendemos uma ração com tecnologia que vai entregar alimento adequado, com energia para produção de leite, inclusive olhando os sólidos do leite, CBT, CCS e a melhoria na qualidade do leite, porque hoje o produtor ganha por volume, mas também ganha por qualidade. Então esse é o grande desafio ao olharmos a cadeia leiteira.
A Primato quando iniciou tinha 1,2 mil produtores de leite, hoje são apenas 200. No entanto, a atual produção de leite é mais que o dobro da produção anterior.
O Presente Rural – O produtor entendeu que a tecnificação e os investimentos dentro da propriedade de leite estão gerando lucro?
Anderson Léo Sabadin – Eu acredito que sim. Acredito que todos os desafios, não só do leite, têm a ver com gestão e com o que eu comunico. O desafio é enorme. É diferente de você ter um sistema compost barn, com ventiladores, maravalha, é mais tranquilo e mais limpo; ou com robôs, é mais prático, mas tem um investimento para isso e um payback em relação ao tempo de retorno deste investimento. No entanto esse é o futuro, na nossa visão, não tem volta.
A inovação veio para ser aplicada e ela deve ser aplicada a partir do momento que eu tenho um retorno financeiro adequado à minha atividade. Estamos numa região que falta mão de obra, não trabalho. E esse é o desafio do futuro. As pessoas quererem trabalhar nas propriedades, a partir disso vem a automação, robotização, muitos sensores, eu inclusive tenho uma granja que hoje a gente não coloca a mão mais para tratar os animais. É tudo automatizado e você consegue fazer a leitura de quanto esse animal comeu ou deixou de comer. Hoje a gente tem câmeras que conseguem medir a temperatura do corpo do animal, identificar se está doente ou não, se está com febre, se é preciso entrar com antibiótico. Esse é o futuro, cabe a nós descomplicar a inovação.
O Presente Rural – Há algum novo projeto um uma área específica em que a Primato está investindo mais esforços?
Anderson Léo Sabadin – A Primato tem avançado cada vez mais no foco do porquê ela foi criada. A cooperativa entrou na área agrícola fazem pouco mais de quatro anos, é pouco tempo, e vem ampliando agora as unidades de recebimento de grãos. Se queremos crescer em tilápia, suíno, gado de corte e leite, nós precisamos de milho, soja e trigo. Para isso temos avançado para o Mato Grosso do Sul e com unidades no Sudoeste do Paraná para recebermos mais grãos e transformá-los em carne e leite. Todo o nosso recebimento é transformado, não vendemos grãos.
Futuramente queremos implantar as unidades frigoríficas, ainda não está definido se será de frango, tilápia ou gado, isso vai depender da viabilidade econômico-financeira e da análise do conselho. Os suínos e o leite são destinados para a Frimesa.
Até 2029 o nosso propósito é iniciar a construção de um frigorífico próprio, agregando valor ao nosso produtor. Somado a isso, firmamos uma parceria com para produzirmos energia por meio do resíduo orgânico de suíno.
Ainda queremos trabalhar com o sólido, queremos fazer correção de NPK e devolver isso para o produtor que gerou. Então aquele produtor que forneceu a matéria-prima, o líquido e o sólido, com a logística reversa, vai receber de volta o biofertilizante. Isso é fantástico e está na nossa mão. O que muda é a cultura, saímos de um adubo químico e passamos para um adubo orgânico. Para isso precisamos fazer um trabalho nas universidades, com os agrônomos e com os produtores sobre o uso do biológico nesse contexto de produção de alimentos.
O Presente Rural – Quais as expectativas da Primato para o agronegócio?
Anderson Léo Sabadin – Se nós olharmos o crescimento da população até 2050, nós vamos ter produção de alimentos para alimentar essas pessoas? Qual é o país que tem a capacidade de produzir os alimentos e atender o mundo? Se começarmos a olhar tudo isso, vamos ver que o Brasil tem um potencial enorme ainda pela frente em produção, em produtividade, sem desmatamento, sem aumento de área, melhorando e evoluindo os processos, a produtividade da região e de cada atividade. Eu vejo que esse é o grande desafio do agro, porque acredito que nós não sabemos vender como deveríamos, concorremos entre nós. Estamos numa região altamente produtiva e quando acessamos o mercado internacional, competimos entre nós, quando deveríamos nos unir e ter uma única oportunidade de venda, um único canal, aí sim nós seríamos muito mais fortes. Então têm algumas estratégias ainda por implementar, acredito que isso vai se organizando até dentro do sistema cooperativo, de forma que o agro também seja rentável, uma vez que está atrelado à economia global. Mas a última linha tem que fechar, tem que gerar renda também para as empresas.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.