Bovinos / Grãos / Máquinas
ANCP lança sumário de touros e promove debate sobre pecuária sustentável na Bolívia
Seminário Inovações e Tecnologias reuniu criadores e especialistas em Santa Cruz de La Sierra para discutir genética, tecnologias e estratégias que impulsionam a produção intensiva e sustentável de carne.

A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) realizou o Seminário Inovações e Tecnologias para intensificar a produção sustentável de carne e o lançamento oficial do Sumário de Touros Bolivianos das raças Nelore e Brahman, na Universidade Autônoma Gabriel René Moreno, em Santa Cruz de La Sierra, Bolívia.
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer tecnologias inovadoras e estratégias voltadas à produção intensiva e sustentável de carne. O evento reuniu cerca de 150 pessoas, entre criadores, técnicos, consultores, associações e estudantes, e proporcionou debates enriquecedores e troca de conhecimentos.
Estiveram presentes as fazendas Estancia Espiritu, San Judas Tadeu, El Trebol, Agropecuaria HB, Nelore Toda Una Vida, Sausalito e Capiguara, propriedades bolivianas reconhecidas no Brasil. Fernando Valdemar, da A Bolívia, também prestigiou o evento.

Foto: Fabiano Bastos
Destacamos o apoio constante do professor Jose Luis Vaca, da Universidad Autónoma Gabriel René Moreno, que, como em todos os anos, fez a abertura oficial do seminário e gentilmente cedeu o espaço da universidade para a realização do evento, reforçando o vínculo histórico entre a ANCP e as instituições acadêmicas.
O consultor técnico da ANCP na Bolívia, doutor Juan Antonio Pereira, apresentou o novo sumário que neste ano deu destaque aos reprodutores jovens com o foco em acelerar o progresso genético dos rebanhos. Também contamos com a contribuição do Dr. Luis Camaripano, consultor da ANCP na Bolívia, que atuou de forma decisiva na organização do evento, colaborando na diagramação do Sumário e participando como moderador durante as palestras.
A equipe do Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação preparou o seminário, que contou com três palestras principais, abordando diferentes aspectos do desenvolvimento genético e das tecnologias oferecidas pela ANCP para a produção bovina. “Apresentamos novidades tecnológicas da ANCP, incluindo características genéticas como ganho residual, longevidade de fêmeas precoces e o melhoramento da raça Sindi. E destacamos os avanços na avaliação genômica, ressaltando o impacto dessas ferramentas na eficiência e produtividade dos rebanhos”, enfatizou o pesquisador sênior da ANCP, Fernando Baldi.
Por sua vez, a analista de Pesquisa e Inovação da ANCP, Maria Paula Negreiro, falou sobre as tecnologias e diferenciais da ANCP. “Abordamos a seleção genômica e características exclusivas, incluindo 3P, IPM, maciez e eficiência alimentar e enfatizamos os benefícios dessas ferramentas para o progresso genético e a rentabilidade dos sistemas produtivos bolivianos.”, comentou.
Já a especialista em Pesquisa e Inovação da ANCP, Letícia Pereira, apresentou o programa Procarne. “Trata-se de uma reestruturação do PMGC comercial, com foco na produção de carne das raças Brahman e Nelore. O lançamento oficial está previsto para o seminário da ExpoGenética, em agosto de 2025. Aguardem, pois traremos muitas novidades!”, destacou.
O CEO da ANCP, Cristiano Botelho destacou a relevância do evento para a pecuária boliviana. “O Seminário e o lançamento do Sumário de Touros Bolivianos consolidaram-se como um marco para a pecuária da região, impulsionando a adoção de novas tecnologias e fortalecendo a integração entre pesquisadores, criadores e técnicos. Iniciativas como essa reforçam o compromisso da ANCP com o desenvolvimento sustentável e a excelência genética da bovinocultura na Bolívia e em toda a América Latina”, frisou Botelho, acrescentando: “Parabéns a todo o time da ANCP Brasil e Bolívia pela excelência na organização e execução deste evento. Nossa expectativa é que as inovações apresentadas contribuam significativamente para o avanço dos sistemas produtivos, promovendo mais eficiência, rentabilidade e competitividade no setor para os nossos associados”.

Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa
Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima
Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).
O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.
Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.
Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.
Agrometeorologia e planejamento do produtor
Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.
Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.
Rastreabilidade e sanidade animal
O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.
A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.
Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Brasil lança certificação Carne Baixo Carbono na COP30
Nova certificação reconhece produtores que adotam práticas de baixa emissão, integra ciência e campo e posiciona o país como líder global em pecuária sustentável.

Reconhecer e valorizar os produtores rurais que adotam boas práticas agropecuárias voltadas à redução das emissões de gases de efeito estufa, conciliando produtividade e conservação ambiental: esse é o propósito do Protocolo Carne Baixo Carbono (CBC). A certificação, lançada no dia 16 de novembro durante a COP 30, é baseada no Protocolo Carne Baixo Carbono, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa ) em parceria com a MBRF e com apoio da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.
Entre seus pontos principais, o protocolo estabelece critérios técnicos e indicadores que permitem monitorar e certificar propriedades rurais que aplicam sistemas de intensificação sustentável — integração lavoura-pecuária (ILP), pastagens de alto desempenho produtivo, recuperação de pastagens e manejo eficiente do solo e da água.

Foto: Gilson Abreu
Essas técnicas promovem maior captura de carbono no solo e na vegetação, reduzindo o impacto climático da atividade pecuária e tornando o uso da terra mais eficiente, com menor pressão sobre novas áreas com vegetação nativa.
Na prática, o CBC vai garantir ao consumidor que a carne foi produzida segundo rigorosos critérios ambientais e processos auditáveis, representando uma nova referência de sustentabilidade para a cadeia da carne bovina brasileira. “Apoiamos iniciativas como esta que aceleram a adoção de tecnologias de baixo carbono previstas no Plano ABC+, política do governo brasileiro para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O protocolo CBC é um pacote técnico muito completo e ganha ainda mais relevância com esta certificação, podendo posicionar o Brasil como liderança global em agricultura sustentável”, afirma Natália Grossi, analista de cadeias agropecuárias da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira.
Ela destaca que os benefícios aos produtores vão além do reconhecimento ambiental e incluem “pastos mais produtivos, valorização da carne, acesso a mercados mais exigentes e aumento da resiliência da fazenda — com solos mais férteis e menos vulneráveis às mudanças climáticas.”
“Com o selo, damos um passo decisivo na consolidação de uma cadeia de carne bovina de baixo carbono, transparente, auditável e capaz de gerar valor tanto para o produtor quanto para o consumidor. Trata-se de um avanço que reforça a liderança do Brasil na agenda da agricultura sustentável e na implementação das tecnologias do Plano ABC+”, afirma a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
Para a presidente da estatal, o Protocolo Carne Baixo Carbono traduz, em critérios técnicos e mensuráveis, o compromisso com a redução das emissões de gases de efeito estufa e a valorização dos produtores que adotam boas práticas agropecuárias, como a recuperação de pastagens, a integração lavoura-pecuária e o manejo eficiente do solo e da água.

Foto: José Fernando Ogura
O selo de certificação será utilizado pela MBRF, uma das maiores companhias globais de alimentos, com portfólio multiproteínas que inclui carne bovina. A empresa é responsável pelo Programa Verde+, lançado em 2020, estruturado sobre os pilares de produção, conservação e inclusão. “Promovemos ações contínuas para uma pecuária de baixo carbono, 100% monitorada, livre de desmatamento e inclusiva. A Carne Baixo Carbono é um reconhecimento que valida nossos esforços e destaca a importância da integração entre ciência e campo para reduzir emissões, impulsionar a sustentabilidade e mostrar que o agro é — e deve ser — parte da solução climática global’, afirma Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da MBRF.”
Massruhá ratifica que “a parceria entre a Embrapa e a MBRF para o desenvolvimento da Carne Baixo Carbono representa um marco na consolidação de uma pecuária mais sustentável e alinhada aos desafios climáticos globais. Essa certificação é resultado direto da ciência aplicada ao campo e da união entre o setor público e o setor privado em torno de um mesmo propósito: produzir mais, com menor impacto ambiental.”
A expectativa dos parceiros é que, com o avanço da adoção do protocolo e a crescente adesão de produtores, o Selo Carne Baixo Carbono se consolide como um marco na transição para uma pecuária de baixo impacto climático, contribuindo diretamente para as metas de descarbonização do Brasil no contexto do Acordo de Paris.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Dia de Campo da Embrapa destaca tecnologias para recuperar pastagens e elevar a produtividade
Evento em São Carlos (SP) apresentará, na prática, sistemas ILP e ILPF capazes de aumentar a renda, melhorar o solo e mitigar emissões na pecuária.

Tecnologias que podem aumentar a produtividade e a rentabilidade da fazenda serão apresentadas na prática durante o Dia de Campo na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), no dia 05 de dezembro.
Técnicos e produtores terão a oportunidade de conhecer, no campo, estratégias para a conversão de pastagens degradadas por meio da Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e de sistemas integrados com árvores (ILPF).

Foto: Juliana Sussai
A imersão prática faz parte da programação do X Simpósio de ILPF do Estado de São Paulo, que começa no dia 04 de dezembro.
No Dia de Campo, na manhã do dia 05, vão ocorrer demonstrações de tecnologias de grande impacto econômico e ambiental, pois esses sistemas de produção têm potencial para mitigar gases de efeito estufa (GEE) e para o sequestro de carbono. Serão três estações.
Na primeira, pesquisadores vão apresentar como converter pastagens degradadas com a ILP. Recomendações para identificar o estado de degradação da pastagem e para implantar sistemas integrados, aliando práticas de manejo conservacionista do solo, para viabilizar maior oferta de pasto em períodos críticos do ano. Como inserir a ILP nas propriedades pecuárias para proporcionar, no mesmo hectare cultivado, soja para produção de grãos e, em seguida, uma pastagem de alta qualidade. A Unidade de Referência Tecnológica para recuperação de pastagens degradadas está sendo implantada pela Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com a Baldan Implementos Agrícolas.
Já na estação 2, serão apresentados dados econômicos do sistema ILPF de longa duração e o cultivo consorciado de milho com braquiária entre as árvores. Os especialistas também vão falar das vantagens técnicas da ILPF como estratégia de mitigação de riscos para a agropecuária brasileira. Ao implantar o modelo, o pecuarista diversifica a renda, melhora a produtividade sem aumento de área, reduz o ciclo produtivo e, ainda assim, diminui as emissões de gases de efeito estufa. É uma forma de produzir carne de forma equilibrada com o meio ambiente.
Saúde do solo e bem-estar animal serão abordados na estação 3, na qual os produtores e técnicos vão conhecer a integração da pecuária de leite com árvores. O componente arbóreo proporciona conforto térmico aos animais em comparação com os sistemas tradicionais, a pleno sol. As árvores oferecem sombra às vacas, impactando o bem-estar e a produtividade. Os sistemas mais conservacionistas, como a ILPF, ainda contribuem para um solo mais saudável. Segundo o pesquisador Alberto Bernardi, as propriedades químicas, físicas e biológicas melhoram nesses modelos, promovendo altas produtividades e melhorando o vigor da pastagem ofertada aos animais, resultando em maior produção e renda.
Ao apresentar essas estratégias sustentáveis a produtores e técnicos, a Embrapa contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2, 12 e 13, promovendo uma pecuária mais eficiente, responsável e em harmonia com o meio ambiente.



