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Análise do Cepea sobre o mercado do leite no Japão

O Brasil possui autorização para exportar lácteos para o Japão desde 2017. Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) a negociação demorou dois anos e pelo certificado, poderão ser exportados produtos das áreas livres da febre aftosa com e sem vacinação.

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Foto: Arquivo/OP Rural

O Japão é conhecido por ser uma fábrica flutuante. Isto porque a Ilha tem, na robustez da indústria, sua grande alavanca de desenvolvimento. Foi na agregação de valor por meio da importação de matéria prima e da exportação de manufaturados, que o Japão saiu de uma situação de total destruição no pós-guerra, para uma das mais importantes potencias mundiais.

Com poucas áreas mecanizáveis e disponíveis para agropecuária, o Japão é importador líquido de alimentos. O arroz é a base da alimentação japonesa e, por questão de segurança nacional, esta cultura tem grandes incentivos governamentais para a sua produção. O Japão também é um dos maiores importadores de produtos lácteos no mundo. De acordo com o Internacional Farm Comparison Network (IFCN), em 2022 a indústria láctea japonesa produziu 7,41 bilhões de litros de leite conforme Tabela 1.

O movimento da cadeia produtiva do Japão segue acompanhando tendências mundiais na estrutura de produção. Menos animais, queda de 26,17% em relação ao ano de 2000, maior produtividade dos animais, crescimento maior que 25% na mesma comparação. O número de produtores é muito reduzido. Segundo a CLAL_IT, em 2021, o Japão tinha somente 14.000 produtores, uma redução de 6,6% em relação ao ano anterior. O consumo total tem estado estável ao longo dos anos estudados, notadamente se considerarmos que a população japonesa decresceu 1,22% no período analisado, o que dá uma redução média de 0,06% ao ano. O consumo per capita não é alto, mas tem se mantido estável com ligeiro aumento de 0,25% em 2021 na comparação com o ano de 2000. O consumo de queijo é o mais relevante e no ano de 2022 a sociedade japonesa consumiu 2,68 kg/capita, uma redução de 2,55% em relação ao ano anterior. Houve aumento de consumo de manteiga e de leite em pó desnatado, e em 2022 foi de 0,68 kg/capita e 1,34kg/capita, o que representou aumento em relação ao ano de 2000 de 3,03% e 3,08%, respectivamente.

O processamento do leite de vacas representou 99% da produção em 2021, bastante elevado, o que pese a ligeira redução em 2021 em relação ao ano anterior. A produção de leite é destinada majoritariamente para o mercado interno e as exportações são bastante tímidas, correspondendo a somente 1% de sua produção em 2021. Mas o volume de produção não atende ao consumo interno, sendo necessário a importação de lácteos. Em 2021 o país importou 26,90% em relação à sua produção, o que o tornou um dos maiores importadores de lácteos do mundo.

A produção de produtos lácteos aumentou ao longo do período estudado. Em 2022 foram produzidas 160 mil toneladas de queijos, aumento de 1,91% em relação ao ano anterior; 75 mil toneladas de manteiga, aumento de 15,38% e 158 mil toneladas de leite em pó desnatado, representando um aumento de 21,54% em relação à 2021.

A despeito do aumento da produção de derivados lácteos, o Japão continua sendo um dos maiores importadores de lácteos do mundo. Na Figura 1, observa-se evidente redução das importações em termos de volume, mas ainda bastante elevados.

Os maiores volumes importados são de queijos e de leite em pó desnatado. Segundo o USDA, por meio da GAIN, o Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pescas do Japão (MAFF) em 2018 lançou um programa de expansão do rebanho. Em novembro de 2022, o Japão produziu um excedente de leite, o que causou baixa nos preços internos. Além disso, até novembro de 2022, os preços do feno e dos alimentos compostos para animais, que representam cerca de metade dos custos de produção de leite, atingiram níveis recordes. Os preços do feno importado e ração completa aumentaram cerca de 56 e 24 por cento em relação ao ano de 2021. De acordo com o MAFF, a partir de janeiro de 2023, o número de fazendas no Japão caíu 7% em relação a 2022. As fazendas leiteiras dependem fortemente do comércio de rações e, devido ao forte aumento dos preços, em decorrência desse impacto no custo de produção de leite, muitos produtores deixaram a atividade.

Em dezembro de 2022, como incentivo à redução da produção excessiva de leite, o MAFF anunciou um programa emergencial para induzir o abate precoce de vacas leiteiras menos produtivas. Produtores de leite participantes que sacrificarem vacas receberá do MAFF um pagamento de até 150.000 ienes (US$ 1.154) para cada vaca abatida.

O Brasil possui autorização para exportar lácteos para o Japão desde 2017. Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) a negociação demorou dois anos e pelo certificado, poderão ser exportados produtos das áreas livres da febre aftosa com e sem vacinação.

Outro fator importante são as barreiras impostas, sejam elas tarifárias ou não tarifárias. As tarifas de importação do Japão chegam a 95%. O mercado lácteo é protegido em todo o mundo e acordos que reduzam ou retirem essas barreiras são fundamentais para ampliar a participação de produtos lácteos brasileiros no mercado internacional. Sem isso, o Brasil já entra em desvantagem, independente da qualidade da oferta e da enorme plataforma produtiva existente no país.

Fonte: Assessoria Cepea

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Instituto Ovos Brasil apresenta nova diretoria e estabelece metas ambiciosas para o futuro

Edival Veras segue como presidente e Ricardo Santin continua como presidente do Conselho Deliberativo.

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Edival Veras foi reconduzido ao cargo de presidente do IOB: "Com esta nova equipe, estamos mais preparados do que nunca para promover o desenvolvimento sustentável da avicultura e informar sobre os benefícios do ovo" - Foto: Divulgação/IOB

Foi realizada no dia 10 de abril, a Assembleia Geral Ordinária do Instituto Ovos Brasil (IOB) na qual foram realizadas eleições para gestão do próximo triênio. Para composição da nova diretoria, Airton Junior cedeu seu posto de diretor comercial a Anderson Herbert, enquanto Gustavo Crosara foi nomeado novo diretor técnico, sucedendo Daniela Duarte.

Anderson Herbert, que também desempenha o papel de diretor de exportação na Naturovos, traz ao instituto uma experiência de mais de vinte anos no setor alimentício. “Estou honrado em contribuir para esta nova fase do IOB. Com minha experiência, espero fortalecer a atuação do Instituto no mercado”, afirmou Herbert.

Gustavo Crosara, médico veterinário com vasta experiência no setor de ovos, tendo contribuído incessamente como os temas regulatórios e de articulação do setor, liderando hoje a Somai Nordeste, expressou entusiasmo com sua nova posição. “A oportunidade de contribuir com o IOB é estimulante. Tenho grande confiança no potencial do setor e estou comprometido com o crescimento e a inovação contínua da instituição”, destacou Crosara.

Edival Veras segue na presidência e também foram eleitos os Conselhos Deliberativo e Fiscal. Ricardo Santin segue como presidente do Conselho Deliberativo e seguem na diretoria da entidade Tabatha Lacerda como diretora administrativa, e Nélio Hand como diretor financeiro. Veras compartilhou suas expectativas para este novo ciclo: “Com esta nova equipe, estamos mais preparados do que nunca para promover o desenvolvimento sustentável da avicultura e informar sobre os benefícios do ovo. Estamos ansiosos para trabalhar juntos e atingir nossos objetivos ambiciosos que beneficiarão a indústria e a sociedade como um todo. Quero também expressar nossa gratidão a Airton Junior e Daniela Duarte por sua dedicação e contribuições durante suas gestões, que foram fundamentais para o nosso progresso”, ressalta.

Sobre O Instituto Ovos Brasil
O Instituto Ovos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, que foi criada em 2007 com objetivo de educar e esclarecer a população sobre as propriedades nutricionais do ovo e os benefícios que o alimento proporciona à saúde. Entre seus propósitos, também destaca-se a missão de desfazer mitos sobre seu consumo. O IOB tem atuação em todo o território nacional e hoje é referência em informação sobre ovos no Brasil.

Fonte: Assessoria Instituto Ovos Brasil
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Asbia: 50 anos de ações para o avanço da inseminação artificial em bovinos

Por meio de importantes iniciativas para democratizar cada vez mais o acesso à genética de qualidade a todos os pecuaristas, associação teve papel crucial no crescimento da adoção pela tecnologia no Brasil.

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Foto: Divulgação/Asbia

A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) completa 50 anos de sua fundação em 26 de novembro de 2024. Foi nesse dia, em 1974, que a criação da entidade foi oficializada no Parque Estadual da Água Branca, na Barra Funda, em São Paulo (SP). “De lá para cá, a Asbia colaborou com a evolução da pecuária, tomando iniciativas importantes de compartilhamento de conhecimento com o Index Sêmen, Index Embriões e com o Manual de Inseminação Artificial em Bovinos, entre outros”, detalha Nelson Eduardo Ziehlsdorff, presidente da Asbia.

Há 50 anos, entre diferentes gestões, a entidade segue sendo a representação do produtor em importantes frentes, garantindo que as esferas federais, estaduais e municipais ouçam a voz dos pecuaristas por melhores condições. Além disso, a Asbia compartilha conhecimento e dados estatísticos importantes sobre a evolução da adoção da biotécnica reprodutiva. “O Index Sêmen é uma das nossas iniciativas mais antigas, com 40 anos de história. Temos o orgulho de ter ao nosso lado o Centro de Estudos em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), nessa missão de compilar dados estatísticos sobre o mercado de genética bovina brasileira para disseminarmos de tempos em tempos um panorama completo do uso da genética bovina com toda a cadeia de produção”, destaca Nelson.

A Asbia nasceu com alguns papéis bem definidos, que são executados em sua totalidade desde o início, como busca por consecução de linhas de crédito para pecuaristas, participação ativa em congressos, exposições, feiras, leilões, torneios e eventos de abrangência nacional, buscando a promoção do desenvolvimento das biotecnologias reprodutivas para fomentar o uso da inseminação artificial em todo o país. “A produção de carne e leite brasileira já é uma das mais importantes do mundo, mas sabemos que há oportunidade para ampliarmos bem essa produtividade. Isso porque, de acordo com dados do Index Sêmen de 2023, apenas 23% das fêmeas de corte e 12% das fêmeas leiteiras foram inseminadas no Brasil. O ganho genético na adoção da inseminação é imensurável e beneficia toda a cadeia a longo prazo, e é inegável o mar de oportunidades que temos para crescer”, ressalta o presidente.

Por meio de importantes iniciativas para democratizar cada vez mais o acesso à genética de qualidade a todos os pecuaristas, a Asbia teve papel crucial no crescimento da adoção pela tecnologia. Desde 1996, o número de doses adquiridas por pecuaristas para melhoria do rebanho cresceu de forma exponencial, saindo de cinco milhões de doses para as 25 milhões comercializadas em 2021 – um recorde histórico.

Com um número de associados sólido – composto por empresas de genética, saúde e nutrição animal, agropecuárias e outras entidades importantes do agro, a Asbia tem buscado potencializar a sinergia entre seus 40 membros para esclarecer a importância da inseminação como um fator de vantagem competitiva sustentável para toda a cadeia produtiva da pecuária – buscando otimizar a produção de forma sustentável.

Fonte: Assessoria Asbia
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Após crescer 70% nas últimas quatro safras, área dedicada ao trigo pode diminuir

Menores patamares de preços do cereal somados a incertezas climáticas e aos altos custos explicam a possível redução no cultivo.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Após aumentar nas últimas quatro safras, com salto de mais de 70% entre 2019 e 2023, a área dedicada ao trigo sinaliza queda neste ano.

Segundo pesquisadores do Cepea, os menores patamares de preços do cereal somados a incertezas climáticas e aos altos custos explicam a possível redução no cultivo.

A Conab projeta recuo médio de 4,7% na área semeada com a cultura em relação à temporada anterior, pressionada pelo Sul, com queda estimada em 7%.

No Paraná, o Deral aponta forte redução de 19% na área destinada ao trigo, para 1,14 milhão de hectares.

Apesar disso, a produção deverá crescer 4% no mesmo comparativo, atingindo 3,8 milhões de hectares no estado, em decorrência da maior produtividade.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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CBNA – Cong. Tec.

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