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Alta nos preços indicam virada de ciclo; Indicador do boi volta a bater R$ 300

Cenário indica que essa marca reflete principalmente a baixa oferta de animais para abate. Do lado da demanda, as exportações seguem aquecidas em um contexto mundial de oferta limitada.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O Indicador do boi gordo Cepea/B3 fechou a R$ 300,30 nessa quarta-feira, 16, conforme levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Há exatos 20 meses (desde o dia 16 de fevereiro de 2023) que o Indicador não batia na casa dos R$ 300 – série nominal, sem considerar a inflação do período.

Pesquisadores do Cepea indicam que essa marca reflete principalmente a baixa oferta de animais para abate. Do lado da demanda, as exportações seguem aquecidas – num contexto mundial de oferta limitada. Já as vendas no mercado doméstico dão sinais de enfraquecimento, sobretudo diante das recentes valorizações da carne, mas, como a oferta é relativamente pequena, os preços no atacado seguem firmes.

Segundo pesquisadores do Cepea, as últimas semanas têm marcado uma virada do ciclo pecuário brasileiro. A intensidade e a duração das altas dos preços da carne, do boi e demais categorias animais vêm surpreendendo, pode-se dizer, todos os analistas. E essa mudança significativa das cotações do boi tem impactado a indústria. Mesmo com a carne em elevação, cálculos do Cepea mostram que a margem dos frigoríficos diminuiu.

Os valores negociados na B3 até agosto deste ano dão uma ideia da distância entre o que operadores estavam estimando para esta entressafra e os patamares que têm se confirmado. Em meados de agosto, o contrato Outubro/24, por exemplo, era negociado por volta de R$ 241. E, nesta semana, o ajuste chegou à casa dos R$ 310, fechando a R$ 308,65 nessa quarta, diferença de 28% em dois meses.

No mercado físico, a alta foi praticamente igual. Nesses mesmos dois meses (desde 15 de agosto), o Indicador do Boi Cepea/B3 avançou 29%, refletindo negócios no mercado paulista que saíram da casa dos R$ 233, em média, para os R$ 300 atuais. No mesmo período, a carne com osso no atacado da Grande São Paulo se valorizou 28,1%, passando da média de R$ 16,40/kg para R$ 21,01/kg nessa quarta – preço à vista da carcaça casada bovina.

Dados do Cepea mostram que as valorizações da arroba e da carne nos últimos dois meses são semelhantes, mas, quando analisadas as médias mensais, constata-se que, até o dia 16, o boi gordo no estado de São Paulo (Indicador Cepea/B3) esteve em R$ 292,19, aumento de 14,4% em relação à média de setembro. Para a carcaça casada bovina negociada na Grande São Paulo, o acréscimo foi de 11,7%, com o quilo na média deste mês em R$ 20,05 à vista.

Com isso, a diferença entre o “boi casado” (15 quilos de carcaça casada) no atacado da Grande São Paulo e a arroba do boi paga ao pecuarista paulista (Indicador Cepea/B3) diminuiu, impactando a margem dos frigoríficos de setembro para outubro.

Na primeira quinzena deste mês, a diferença entre os valores médios da arroba de boi (R$ 291,45) e 15 quilos da carne (R$ 299,55) esteve em R$ 8,10. Na primeira quinzena de setembro, a arroba de carne superou a de boi em R$ 15,19. De janeiro a setembro deste ano, considerando-se os efeitos da inflação pelo IGP-DI de setembro/24, a diferença média entre os preços do boi e da carne em SP foi de 12,76 Reais, com pico (carne valendo mais que arroba) de R$ 15,23 em junho e mínima de R$ 7,93 em janeiro – semelhante à atual.

Segundo pesquisadores do Cepea, frigoríficos tentam resistir o quanto podem na abertura de cotações maiores aos pecuaristas, sobretudo aquelas unidades de abate que priorizam o mercado interno. As compras em regiões mais afastadas da planta de abate, a possibilidade de abater fêmeas no lugar de bois para atender ao mercado chinês e também a entrada de novos lotes de confinamentos, a maior parte negociada antecipadamente, são estratégias usadas para aliviar a pressão por compras de boi no spot em determinadas praças. Mesmo assim, a oferta limitada de animais prontos para abate é generalizada e tem tido peso maior, resultando em novos aumentos de preços na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea.

Nessa quarta, as negociações em São Paulo oscilaram entre R$ 294 e R$ 312 (valores à vista; já descontado o Funrural), e o avanço do Indicador na parcial de outubro chega a 9,5%. Negócios acima de R$ 290 têm sido captados também nos estados do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás, sendo que nestes dois últimos estados há registros inclusive na casa dos R$ 300. No mercado de carne, a carcaça casada bovina com osso no atacado da Grande São Paulo acumula acréscimo de 12,4% na parcial deste mês, com média à vista de R$ 21,01kg no dia 16.

Fonte: Assessoria Cepea

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Prepare-se: saiba como o confinamento de gado vai se comportar nos próximos meses

Tendência é que, após um período de chuvas atrasadas, o confinamento comece a estabilizar com a seca, o que possibilita recuperar parte do desempenho perdido e ajustar a lotação dos animais.

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Fotos: Divulgação/Marfrig

Nos últimos anos, a intensidade das variações climáticas tem se mostrado uma constante preocupação para o confinamento de gado de corte. Ondas de frio e calor mais intensas, junto com padrões de chuva alterados, têm imposto desafios significativos à gestão das propriedades rurais, exigindo ajustes estratégicos nas práticas de manejo.

O impacto dessas variações climáticas é direto e severo sobre os animais confinados. As mudanças bruscas no clima não apenas afetam o bem-estar dos bovinos, mas também influenciam o desempenho e os custos operacionais das propriedades. Este ano, por exemplo, observou-se um atraso na chegada das chuvas, o que afetou o início do giro de confinamento.

Tradicionalmente, o período de chuvas mais concentradas vai de novembro a março, e qualquer alteração nesse padrão pode levar a uma queda no desempenho dos animais, uma vez que eles gastam mais energia para lidar com as condições adversas. “A chuva tardia e fora do período esperado resulta em desgaste adicional de energia pelos bovinos, que têm que se adaptar às condições climáticas desfavoráveis. Esse fenômeno leva a um aumento da ingestão de ração e, consequentemente, nos custos com nutrição. O manejo precisa ser ajustado, com melhorias na formulação da dieta para atender às novas necessidades energéticas dos animais e compensar o impacto das variações climáticas”, detalha o administrador com MBA em Agronegócio e gerente geral de Confinamento da MFG Agropecuária, Vagner Lopes, em entrevista exclusiva para o Jornal O Presente Rural.

Com a expectativa de uma seca mais prolongada no final do ano, o confinamento poderá apresentar um ciclo mais prolongado. “A tendência é que, após um período de chuvas atrasadas, o confinamento comece a estabilizar com a seca, o que possibilita recuperar parte do desempenho perdido e ajustar a lotação dos animais”, expõe.

A realidade dos últimos anos tem mostrado que, dependendo da região, a exemplo do Mato Grosso, o ciclo das chuvas e a entrada tardia dos animais no confinamento têm efeitos diretos sobre o manejo. Segundo Lopes, a expectativa é que, com a retomada das chuvas em novembro, a lotação dos confinamentos possa ser mantida e o giro estendido, aliviando o impacto das variações climáticas no sistema.

Dificuldades nutricionais e sanitárias 

Quando o clima é mais úmido ou seco, é preciso ajustar a formulação da dieta para garantir que os animais recebam a nutrição adequada. A matéria seca da dieta pode oscilar, o que adiciona um desafio extra ao manejo nutricional. No entanto, segundo Lopes, o desafio sanitário pode ser ainda mais crítico. “As amplitudes térmicas e inversões de temperatura aumentam o risco de pneumonia bovina. A combinação de calor intenso durante o dia e frio durante a noite contribui para essas condições adversas”, aponta o administrador, mencionando que para enfrentar esses problemas, os pecuaristas têm intensificado o uso de vacinas respiratórias e adotado técnicas de manejo sanitário mais rigorosas.

Além das dificuldades nutricionais e sanitárias, Lopes diz que os produtores enfrentam também problemas com a escassez de água. Segundo ele, secas severas têm reduzido a capacidade das represas e nascentes, obrigando muitos pecuaristas a investir em poços e outras soluções.

Encurtamento dos ciclos na pecuária

A pecuária tem avançado no encurtamento dos ciclos de produção, impulsionada por inovações em melhoramento genético e práticas de manejo. Hoje, as empresas de melhoramento genético estão desenvolvendo animais geneticamente modificados para reduzir o tempo necessário para o abate. Lopes destaca que a demanda crescente da China por animais mais jovens, de até quatro dentes, tem acelerado essa tendência.

“No passado, o ciclo de produção de um bovino podia durar quatro a cinco anos antes do abate. Atualmente, esse ciclo foi reduzido para cerca de dois a dois anos e meio”, ressalta o profissional, enfatizando que esse avanço é resultado de técnicas aprimoradas de manejo, melhoramento genético e avanços na nutrição e sanidade dos animais.

Contudo, apesar da redução do ciclo, que resulta em animais abatidos com dois anos e meio a três anos, Lopes diz que o peso de abate é mantido próximo ao peso de animais mais velhos. “Isso é possível devido às melhorias na genética e no manejo, que garantem que o peso final do animal seja alcançado mais rapidamente, sem comprometer a qualidade”, salienta.

Custos de produção em queda

O setor pecuário envolveu um período de custos elevados entre 2022 e 2023, uma consequência direta dos impactos da pandemia e de outros fatores econômicos globais. No entanto, em 2023, o cenário começou a mudar, com uma redução nos custos de produção, trazendo um alívio aos produtores.

Um exemplo claro dessa queda está no preço do milho, que em 2022 chegou a ser cotado a R$ 100 a saca nas principais praças do Mato Grosso. Em 2023, o preço caiu e se estabilizou entre R$ 50 e R$ 55, refletindo também no mercado de São Paulo. A soja seguiu uma trajetória semelhante: após atingir recordes de preço, com a saca cotada a R$ 200, em 2023 os valores caíram para uma média entre R$ 125 e R$ 128. “Essa estabilização nos preços dos principais insumos trouxe uma manutenção nos custos de produção, especialmente na alimentação e sanidade animal”, expõe Lopes, enfatizando que a oscilação tem sido mínima, com variações de apenas 1% a 2% para cima ou para baixo, dependendo da formulação das dietas e do uso de produtos alternativos, como subprodutos de usinas de etanol, por exemplo.

Lopes diz que o custo de produção de uma arroba de boi também diminuiu. No auge da crise, segundo ele, o custo chegou a R$ 240, mas em 2023 caiu para entre R$ 190 e R$ 200. Essa redução estabilizou o cenário para 2024, onde o custo tem se mantido entre R$ 195 e R$ 200 por arroba, criando um ambiente favorável para o uso de confinamento como ferramenta de terminação de animais. “Com a estabilidade nos custos de produção e um nível alto nos preços de venda, a rentabilidade do produtor aumentou. Hoje, um produtor que gasta cerca de R$ 200 para produzir uma arroba pode vender até R$ 250, dependendo da região, gerando uma margem de R$ 50 por arroba. Para um animal que produz oito arrobas, isso representa uma margem de R$ 400, um valor que traz segurança e opções para novos investimentos”, evidencia o profissional.

Além disso, Lopes afirma que os produtores têm adotado cada vez mais ferramentas de mercado para garantir essa rentabilidade, como o travamento de preços na bolsa, que ajuda a proteger o valor da produção contra oscilações indesejadas. “Comparado a 2022, um ano de grandes volatilidades e desafios, o setor pecuária de corte está voltando a uma normalidade, embora as margens não sejam tão expressivas quanto nos tempos em que o boi era vendido por R$ 1,5 mil para a China. No entanto, a margem atual de R$ 400 por boi ainda é satisfatória e representa um respiro para os pecuaristas”, reforça.

Aumento do abate de fêmeas e suas consequências para o mercado de bezerros

Administrador com MBA em Agronegócio e gerente geral de Confinamento da MFG Agropecuária, Vagner Lopes: “Apesar de uma possível elevação nos custos de produção no segundo semestre de 2024, os custos permanecem inferiores ao valor de venda, garantindo margens atrativas aos pecuaristas” – Foto: Arquivo Pessoal

Nos últimos anos, o setor pecuário tem registrado um aumento significativo no abate de fêmeas. Do ano passado para 2024, houve um crescimento de 28% no abate de matrizes, o que representa uma tendência de redução de vacas reprodutoras no campo. Em termos médios, esse crescimento reflete um aumento geral de 21% no abate de fêmeas.

Esse movimento, no entanto, traz consigo desafios importantes para a produção de bezerros. “A redução no número de matrizes disponíveis tem impacto direto na capacidade de produção de bezerros. Com menos matrizes, há uma dificuldade crescente em manter a oferta de bezerros no mercado, o que pode elevar o preço do animal nos próximos meses”, aponta.

De acordo com Lopes, muitos produtores optaram nos últimos anos por abater fêmeas devido à desvalorização dos bezerros. “Em alguns momentos, a relação de troca chegou ao ponto em que um boi gordo equivalia ao valor de dois bezerros. Com essa desvalorização, os criadores planejaram reduzir o número de vacas reprodutoras em seus rebanhos, levando ao descarte de matrizes”, afirma o administrador.

No entanto, com o aumento no abate de fêmeas, a oferta de bezerros caiu drasticamente, e a demanda por esses animais começou a subir novamente. “Esse aumento na demanda, aliado à oferta reduzida, resultou em uma valorização do preço dos bezerros. Consequentemente, muitos produtores voltaram a reter matrizes para aumentar a produção de bezerros”, menciona Lopes.

Esse processo de retenção, no entanto, leva tempo. Lopes explica que uma vaca prenha precisa de nove meses de gestação para dar à luz, e o bezerro leva entre seis a sete meses para desmamar e estar pronto para o mercado. “Os bezerros produzidos agora só estarão disponíveis para venda no final de 2025”, alerta.

Nesse cenário, o profissional diz que deve haver uma escassez de bezerros em 2025 no mercado, o que deve pressionar ainda mais os preços para cima. “A relação de troca, que havia chegado a 1,8 a 2, pode cair para 1,4 a 1,5, conforme o valor dos bezerros sobe. Atualmente, os bezerros estão sendo cotados entre R$ 900 e R$ 1,8 mil, mas é provável que esse valor ultrapasse os R$ 3 mil devido à alta demanda e à oferta limitada causada pelo abate de matrizes nos anos anteriores”, revela.

Expectativas até o fim do ano

O segundo semestre de 2024 apresenta um cenário otimista para a pecuária, especialmente na atividade de confinamento. Com custos de produção relativamente baixos, tanto em termos operacionais quanto alimentares e sanitários, o setor prevê uma manutenção dos preços da arroba do boi gordo, atualmente em torno de R$ 250. “Apesar de uma possível elevação, os custos permanecem inferiores ao valor de venda, garantindo margens atrativas aos pecuaristas”, afirma Lopes.

No entanto, as condições climáticas preocupam. Com a previsão de um verão mais quente e um atraso nas chuvas, a qualidade das pastagens pode ser comprometida, forçando muitos pecuaristas a antecipar o confinamento dos animais. “Pastos secos e escassez de água são fatores que reduzem o peso dos animais, tornando o confinamento uma estratégia fundamental para evitar perdas”, menciona.

Mesmo com uma grande oferta de animais confinados, Lopes afirma que a tendência é que os preços não caiam, devido à redução no abate de fêmeas, o que ajuda a manter a estabilidade no mercado. “Além disso, o mercado futuro oferece oportunidades para trabalhar preços e garantir resultados, o que aumenta a confiança dos pecuaristas”, reforça.

Quanto à reposição de bezerros, o cenário é de alerta. Com a relação de troca caindo de 1,6 para 1,4, a recomendação de Lopes é que os pecuaristas façam um ajuste rápido, antes que os preços aumentem e a oferta diminua. “A expectativa para 2025 é de continuidade desse cenário, com custos estáveis e um nível alto nos preços do boi, o que deve manter as margens da pecuária equilibradas”, estima.

Boi Europa e Boi China: pecuarista ganha mais por seguir padrão

No mercado pecuário, a classificação de animais como Boi Europa e Boi China desempenha um papel importante para a exportação de carne bovina, com cada uma dessas categorias atendendo a requisitos específicos para diferentes mercados internacionais. Pecuaristas estão apostando também nesse nicho para faturar mais.

O Boi Europa é um animal rastreado desde a sua origem, o que significa que todo o histórico de vida do animal é documentado, desde o seu nascimento até a chegada ao confinamento e sua vida dentro da propriedade. “Essa rastreabilidade é fundamental para atender às exigências da União Europeia, que exige a comprovação detalhada da vida do boi, incluindo informações sobre onde ele nasceu, em quais fazendas passou, o que consumiu e quais tratamentos recebeu ao longo da vida. Essa rastreabilidade garante que o boi seja habilitado para exportação para o mercado europeu”, enfatiza Lopes.

Para os pecuaristas, essa habilitação traz um incentivo financeiro. Os frigoríficos, que são os principais compradores desses animais, pagam uma bonificação por boi habilitado para a Europa, geralmente em torno de R$ 3 a mais por arroba em comparação com o boi comum. “Essa bonificação é oferecida porque o mercado europeu valoriza a carne proveniente de animais com rastreabilidade, permitindo que o frigorífico venda a carne a preços mais elevados na Europa”, ressalta o profissional.

Por outro lado, o Boi China é um animal destinado ao mercado chinês, que possui critérios diferentes. A China exige que o boi seja abatido com até quatro dentes de idade, o que corresponda a uma faixa etária de aproximadamente dois anos e meio a três anos. Além disso, é necessário que o animal tenha toda a documentação comprobatória para atestar sua idade e garantir que ele atenda aos requisitos do mercado chinês.

Assim como ocorre com o Boi Europa, Lopes diz que o Boi China também recebe uma bonificação do frigorífico, que pode chegar a R$ 10 a mais por arroba em comparação com animais não habilitados para a China. “Essa bonificação é um incentivo para que os pecuaristas entreguem animais jovens, criados e recriados de forma eficiente, com melhoramento genético, para atender à demanda do mercado chinês. Para um animal de abate com 20 arrobas, essa bonificação pode resultar em um ganho adicional de R$ 200, o que representa uma receita expressiva para o pecuarista”, menciona.

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Fonte: O Presente Rural
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Primeiros bois da Unidade de Engorda de Bovinos Frísia são comercializados

Novo empreendimento atende demanda do cooperado em produzir machos holandeses para pecuária de corte.

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Foto: Divulgação/Frísia

Investimento estratégico da Frísia para atender uma demanda dos cooperados, a Unidade de Engorda de Bovinos (UEB), localizada em Carambeí (PR), teve sua primeira carga de bois embarcada em 19 de agosto. Os 60 animais foram levados para um frigorífico em Cruzeiro do Oeste (PR) e são resultados do projeto da cooperativa de engorda dos machos da raça holandesa.

A responsável técnica da UEB Frísia, Monique Niens, explica que os animais eram anteriormente engordados nas propriedades dos cooperados. Entretanto, já que as propriedades são voltadas para a pecuária leiteira, não havia espaço e alimentação para atender a demanda de gado de corte. “A criação da Unidade de Engorda de Bovinos surgiu da necessidade em fazer esse trabalho. A Frísia, então, pensou nesse empreendimento para atender os cooperados”, conta.

A UEB iniciou as atividades no dia 25 de março deste ano, com 210 animais. Na segunda quinzena de agosto já estava com 469 bois formados por machos holandeses, mas também por cruzamento de angus com holandês. Recentemente, foram abertos mais dois piquetes, que podem receber mais 200 animais.

Os bois são 100% confinados e entram na unidade a partir de 135 quilos, castrados e com exames negativos de PI (que detecta a Diarreia Viral Bovina) e tuberculose. “O animal chega com três ou quatro meses e fica entre 11 e 12 meses. A ideia é que seja abatido com 15 ou 16 meses, saindo da unidade com 575 quilos, mas o cooperado tem autonomia se quiser retirar o animal antes de alcançar esse peso”, conta a responsável técnica da Frísia.

Responsável técnica da UEB Frísia, Monique Niens, explica que os animais eram anteriormente engordados nas propriedades dos cooperados – Foto: Arquivo pessoal

Bem-estar

No momento em que o animal chega na UEB é aplicado todo o protocolo sanitário para evitar qualquer tipo de doença. Também são realizadas duas vezes ao dia rondas sanitárias que promovem o monitoramento de eventuais sintomas.

Monique Niens destaca que os animais têm acesso livre à sombra e água, cobertura nos cochos (bebedouros) e o piso é raspado frequentemente. A alimentação fica à disposição o tempo todo e é reposta três vezes ao dia. A dieta é basicamente silagem de milho, snaplage (silagem somente da espiga do milho) e ração para engorda.

Os bois da UEB vão para exportação e no atendimento ao mercado nacional, sendo comercializados para frigoríficos no Paraná, um localizado em Cruzeiro do Oeste e outro em Guarapuava. “A unidade é justamente para resolver o desafio na criação desses machos. Estamos proporcionando ao cooperado uma opção e uma oportunidade financeira”, menciona Niens.

Macho holandês

A iniciativa atende um anseio da Frísia para a engorda do gado macho holandês, projeto que otimiza os recursos da propriedade do cooperado e gera maior sustentabilidade na cadeia. Os animais, tradicionalmente, são comercializados com baixo valor agregado ou até mesmo doados. Mas o holandês é um animal que, dependendo do sistema de produção, é capaz de gerar cortes cárneos de alta qualidade, com bom índice de marmoreio na criação de forma intensiva.

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Fonte: O Presente Rural
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Estoques elevados e demanda incerta devem desacelerar mercado de fertilizantes até o fim do ano

Esse fator fundamenta a estimativa de que as importações deverão cair em relação ao ano anterior, mesmo que as vendas no mercado interno apresentem crescimento.

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Foto: Divulgação

Atualmente, Brasil e Índia são os principais compradores de fertilizantes, no entanto, seus estoques relativamente altos podem atrasar as novas aquisições e esfriar o mercado. Por outro lado, a China e o Egito mantêm volumes fracos de exportação no mercado internacional de ureia, enquanto a oferta de fosfatados segue baixa entre os grandes produtores globais. Já nos potássicos, a oferta abundante não traz sustentação para os preços.

No setor de nitrogenados, após a ureia CFR Brasil atingir o mínimo de quase US$ 300/t em meados de abril, os preços se recuperaram para US$ 365/t no final de julho, impulsionados por problemas de oferta. “A menor produção no Egito e a retirada do produtor chinês do mercado internacional restringiram a oferta e contribuíram para essa recuperação nos preços”, avalia o analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Lucas Brunetti.

No Brasil, as importações de fertilizantes nos primeiros quatro meses de 2024 totalizaram 10 milhões de toneladas, uma redução de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA). Esse menor volume pode ser atribuído aos altos estoques remanescentes de 2023. Com um estoque inicial de 8,7 milhões de toneladas, era esperado que as importações fossem menores em comparação ao ano anterior. “A previsão é que as importações de fertilizantes em 2024 sejam 1% menores que as de 2023, totalizando 39 milhões de toneladas”, aponta Brunetti.

Além disso, 2024 começou com entregas de fertilizantes ligeiramente superiores às do ano passado. Segundo os dados mais recentes da ANDA, de janeiro a abril, as entregas somaram 11 milhões de toneladas, um aumento de 1% em relação ao mesmo período de 2023. “Estimamos que o crescimento das entregas em 2024 seja de 1% ano contra ano, atingindo 46,7 milhões de toneladas”, expõe o analista.

Apesar do segundo semestre ser o período mais importante do ano, em termos de volume de entregas, Brunetti diz que não acredita que a velocidade da entrega seja alterada de maneira significativa. “Com a redução das margens dos grãos, o mercado deve perder dinamismo. Todavia, mesmo assim, estimamos aumento da área destinada aos grãos em 2024, menos que nos últimos anos, mas ainda positiva”, afirma.

Analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Lucas Brunetti: “A previsão é que as importações de fertilizantes em 2024 sejam 1% menores que as de 2023” – Foto: Arquivo pessoal

Segundo o especialista, é importante considerar que a indústria e as revendas locais precisam diminuir seus estoques de fertilizantes, que começaram 2024 acima da média dos últimos anos. “Esse fator fundamenta a estimativa de que as importações deverão cair em relação ao ano anterior, mesmo que as vendas no mercado interno apresentem crescimento”, pontua Brunetti, enfatizando que enquanto os estoques estiverem acima do normal, as margens das revendas devem ficar pressionadas.

Conforme o analista, ainda há aquisições de fertilizantes no Brasil a serem feitas para a safra de grãos que será plantada no segundo semestre, e os preços de alguns macronutrientes já começaram a subir. “Além disso, os riscos operacionais de atraso no recebimento dos produtos no momento ideal de aplicação aumentam, principalmente se houver grande concentração no período de aquisição, tanto na logística portuária quanto em eventuais interrupções no fluxo de carga até as fazendas”, ressalta Brunetti.

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Fonte: O Presente Rural
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