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Suínos / Peixes

Alta densidade na creche é bom… até que ponto?

Encontrar padrão entre bem-estar animal e otimização das instalações para sustentar as altas densidades deve ser prioridade do suinocultor; se não bem cuidados, desempenho e comportamento são diretamente afetados

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Aproveitar ao máximo as instalações, sem perder o desempenho e bem-estar animal com superlotações. Com o aumento do número de animais, o espaço das granjas foi ficando menor para cada animal. E quando essa falta de espaço começa a dar prejuízos? É isso que o médico veterinário Bruno Marimon respondeu na participação que fez durante o Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu de 22 a 24 de maio, em Porto Alegre, RS.

Falando sobre a “Densidade na creche: até onde podemos reduzir espaço sem prejudicar o desempenho dos leitões”, Marimon explica que esta alta densidade tem surgido devido, principalmente ao melhoramento genético feito nos últimos anos. “Não é um problema produzirmos mais. Mas o que aconteceu foi que as fêmeas acabaram, por conta deste melhoramento, produzindo mais leitões e essa melhora foi muito rápida e intensa”, comenta. Ele diz que o número de animais aumentou numa velocidade muito rápida. “E devido ao tempo que foi curto, as instalações que recebem esses leitões não acompanharam esse crescimento”, introduz.

O médico veterinário informa que o problema não é que há muito leitão, mas sim que este crescimento foi muito rápido e a cadeia não conseguiu acompanhar. “Além do mais, construir uma granja não é barato, então não tem como fazer novas”, justifica. Ele conta que o aconteceu foi que em algumas regiões havia mais leitão do que espaço. “As granjas ficaram do mesmo tamanho, mas o espaço individual por leitão acabou reduzindo”, expõe.

Mesmo com essa diminuição de espaços, o profissional garante que a condição não diminuiu a qualidade dos leitões. “Na realidade, os animais chegaram nas granjas, muitas vezes, até melhores, porque tudo foi melhorado geneticamente. Mas, o maior problema foi que se colocou leitões em uma densidade que antes não se tinha conhecimento técnico de como proceder”, diz. Marimon comenta que existia uma recomendação técnica de que todos os estabelecimentos deveriam ser construídos, basicamente, a partir desta recomendação, que é baseada em uma equação. “Essa equação tirava uma média da produção mensal ou anual daquela granja, e dependendo do cálculo estipulava qual deveria ser o tamanho do galpão”, conta. Dessa forma, segundo o médico veterinário, a densidade aumentou, mas não teve como aumentar as granjas.

Desempenho e comportamento afetados

De acordo com Marimon, com este aumento de densidade e menor espaço afetou o desempenho dos leitões. O profissional explica que em uma pesquisa desenvolvida por ele, a redução do espaço pode afetar o desempenho, principalmente zootécnico dos animais, como ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar. “O desempenho é afetado em menor escala. Mas neste fator, o resultado mais afetado foi o ganho de peso. Os leitões com menos espaço tiveram um ganho de peso menor”, informa.

Outro fator que a diminuição do espaço afetou foi o comportamento dos animais, conta Marimon. “Essa redução de espaço prejudica um pouco os animais. O que notamos foi o aumento da frequência e intensidade das brigas, além do aumento do canibalismo”, diz.

E devido a, principalmente, estes dois fatores o que também foi prejudicado é o lucro do suinocultor. “Mesmo com a densidade maior, isso acabou gerando prejuízos para o produtor justamente pelo fato da perda de desempenho e das brigas frequentes”, explica Marimon. Dessa forma, o profissional questiona qual a ideia em aumentar a densidade nas propriedades. “Conseguir produzir mais nas mesmas instalações é bom. Mas não podemos abrir mão nem nos esquecer do bem-estar animal, que é justamente a falta dele que notamos no comportamento dos animais”, afirma.

Como evitar problemas?

Marimon explica que é difícil estabelecer um padrão que se encaixe em todas as granjas do país para resolver a situação. “Temos diversos tipos de granjas, com diferentes qualidades de material e instalações. Poderíamos falar de muita coisa que afetaria o desempenho dos leitões, como ambiente, temperatura, umidade. Tudo isso soma com a densidade animal”, comenta. Porém, ele diz que se for isolado somente a densidade e imaginar que todos os outros critérios que são importantes estiverem adequados, não é preciso seguir uma densidade preconizada há muitos anos. “Isso porque na realidade não houve uma diferença significativa daquela com algumas outras densidades que encontramos hoje”, comenta.

O médico veterinário explica que o tamanho recomendado é de 0,33 metro quadrados por leitão. “Densidades de 0,28 e 0,25 metro quadrado por animal não afetaram tanto o desempenho. Mas, mais apertado que isso, como por exemplo 0,20 metro quadrado por leitão, já começa a prejudicar”, esclarece. Ele acrescenta que isso deve ter total atenção do suinocultor, já que compromete o bem-estar animal.

O profissional informa que o suinocultor pode manter uma quantidade mais alta de leitões, colocando uma quantidade um pouco maior de leitões por metro quadrado. Mas isso, desde que ele tenha mais comedouros. “Isso desde que o leitão consiga ter acesso a comida fácil, que haja boa socialização dos animais, além de manter as qualidades básicas de ambiência, temperatura e ventilação. Enfim, o básico para o animal”, cita.

Não é só matemática

Acertar este número ideal de animais é um pouco mais complicado, explica Marimon. De acordo com ele, é bem difícil dar uma média de quantos animais deveria haver na baia. “Porque eu posso dar um valor que vai ser bom para um produtor, mas não para outro. Porque cada um tem uma realidade. Determinado produtor tem um comedouro maior, que forneça mais espaço para o leitão, enquanto de outro é menor; o manejo também muda de uma propriedade para outra. E isso é algo que afeta bastante”, diz.

Marimon explica que a densidade tem um fator somatório muito grande, como a lotação – que é o número de leitões por baia – e com espaço de comedouro – que é o espaço de cocho que o animal tem disponível para se alimentar –, que são fatores que se somam, e quando isso acontece os resultados podem ser bem piores. “Cada produtor tem uma realidade e ele deve trabalhar para se adequar a sua realidade. E dessa forma é bastante difícil ter um padrão global de quantos animais devem ser (colocados nas baias)”, afirma. Ele diz que o ideal é o médico veterinário que faz a assistência técnica que pode auxiliar o suinocultor nesta questão. “Se ele conseguir identificar quais são os fatores presentes ali naquela região, naquela granja em específico, o técnico então vai conseguir dar uma orientação mais precisa”, explana.

Bem-estar animal

Um dos pontos mais citados por Marimon é a importância do suinocultor não se esquecer do bem-estar animal. “Este é hoje um fato que está muito em pauta, e querendo ou não, o aumento da densidade afeta isso diretamente. A falta disso é um ponto crítico para o leitão”, afirma. Ele complementa que, em algum momento, aumentar a densidade vai afetar o bem-estar do leitão, seja em problemas de saúde ou no próprio desempenho do animal.

O principal, para o médico veterinário, é encontrar um ponto de equilíbrio, em que não seja afetado o bem-estar e seja possível otimizar o aproveitamento das instalações. “Queremos produzir mais, mas sem afetar o bem-estar. É um ponto que devemos cuidar. O ponto de equilíbrio está entre otimizar os espaços e não perder o bem-estar”, aponta.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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