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Alta densidade é desafio, mas tem solução

Questão preocupa principalmente na fase de terminação; manejo correto e diferenciado é solução para evitar maiores problemas

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Com o auxílio da tecnologia se tornou possível que o suinocultor aumentasse o número de leitões desmamados/fêmea/ano (DFA). Mas, com isso, surgiu um desafio que vem sendo enfrentando pelos agentes da suinocultura nos últimos anos: a alta densidade das granjas. Problemas com espaço, nutrição e sanidade acabaram se tornando comuns devido a esta questão. Se não tratada de forma correta, com um manejo adequado, as perdas do produtor podem ser altas.

É sabido que o melhoramento genético das últimas décadas focou em aumento da produtividade como, por exemplo, aumento do número de leitões por fêmea por ano, melhoria da taxa de mortalidade e, por consequência, melhor bem-estar dos animais. “Este melhoramento é importante para produção de um produto de qualidade e de preço adequado para o consumidor, especialmente com o aumento nos preços dos insumos de produção ao longo do tempo. A média de leitões desmamados/fêmea/ano, que em 2008 era de 27, em 2017 subiu para 33 em granjas brasileiras”, comenta a médica veterinária e mestranda do Setor de Suínos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luciana Fiorin Hernig.

A profissional comenta que estas melhorias trouxeram, no entanto, um desafio caracterizado pelo aumento no número de animais no plantel, o que exige investimentos em construção de novas instalações, gerando despesas e preocupações com o espaço disponível nas propriedades. “Além disso, existem regulamentações e limites em relação a quantidade de animais e dejeto produzido em cada área de acordo com a qualidade de terra disponível. Este desafio é muitas vezes solucionado alojando-se mais animais por baia (aumento na densidade) e reduzindo-se o tempo entre lotes”, diz.

Ela explica que, entretanto, ao aumentar a densidade das baias, é preciso mensurar adequadamente alguns desafios sanitários e zootécnicos que serão enfrentados, além da manutenção do bem-estar dos animais. “Para tal, é importante avaliar não só o espaço de baia por animal, mas a quantidade de animais por cocho e por bebedouros. Alguns produtores têm trocado os comedouros por modelos mais largos e adicionado mais bebedouros por baia para manter as recomendações das empresas de melhoramento genético”, conta.

Luciana acrescenta que em alguns momentos, a melhoria nas taxas de prenhez e parto, por exemplo, podem ocasionar um percentual de fêmeas gestantes superior ao espaço disponível nas baias, aumentando a densidade e gerando prejuízos aos animais, principalmente em casos onde o piso é em maior parte compacto. “Outra preocupação é com o espaço disponível nas gaiolas de maternidade, bem como nas baias de creche, recria e terminação, tendo em vista que o número de leitões nascidos vivos aumentou em média de 12 para 14, entre 2008 e 2017, nas granjas brasileiras”, sustenta.

A dificuldade em se fornecer o espaço adequado pode ser um problema em todas as fases de criação, isso porque o planejamento na construção de uma granja é adequado para um plantel e índices produtivos pré-definidos, o que não atende ao aumento do número de animais e melhoria na produtividade, explica a médica veterinária. Ela acrescenta que, no entanto, o sucesso na produção depende diretamente de uma boa gestão. “A crescente preocupação com o bem-estar animal na produção tecnificada trouxe à tona discussões, entre outros temas, sobre o espaço ideal para criação dos animais e reforçou a necessidade de se estudar, conhecer e respeitar a densidade e lotação”, comenta.

Segundo a médica veterinária, a fase que o produtor enfrenta maiores dificuldades com alta densidade é o final da terminação, já que ainda que seja respeitado o número de suínos por metro quadrado, é a fase onde se tem maior quantidade de quilos por metro quadrado. “O que alguns produtores fazem para evitar ou minimizar esta situação é o que é conhecido como “abate parcelado”, quando os animais mais pesados são enviados para o abate algumas semanas antes dos próximos mais pesados, e assim por diante”, conta.

Quais os danos e o que fazer

Luciana explica que, primeiramente, para evitar maiores danos, os produtores devem conhecer os índices produtivos verdadeiros da sua granja e a capacidade física das suas instalações, respeitando o espaço necessário de acordo com a fase de produção. “Atualmente, há softwares que facilitam o acompanhamento diário dos dados, gerando médias e gráficos que possibilitam a tomada de decisões rapidamente. Desta forma, pode-se organizar os lotes respeitando-se os manejos sanitários”, informa.

A pesquisadora diz que no caso de se optar por um aumento na lotação das baias, o sucesso depende de um bom planejamento prévio, pois o produtor poderá apensar tomar a decisão e arcar com consequências negativas, ou ter ciência de que precisa fornecer o máximo conforto aos animais, para que eles desempenhem seu potencial nestas condições, provendo bons resultados à granja.

É preciso ainda, de acordo com a médica veterinária, estar atento ao fato de que o maior contato entre os animais, pela proximidade, facilita a transmissão de patógenos, o que dificulta na prevenção e erradicação de doenças. Ela explica, que há ainda a dificuldade na identificação de animais doentes e tratamento, podendo levar ao aumento na mortalidade.

“Outro ponto chave é o cuidado com a ambiência adequada aos animais, nas diferentes fases, considerando a temperatura ideal. Além disso, há a necessidade de renovação do ar dentro das instalações, evitando o acúmulo de poeira e gases, que prejudicam o trato respiratório, provocam e exacerbam quadros clínicos”, destaca. Luciana afirma que, entretanto, quando os pontos críticos são bem mapeados previamente e se tem claras as formas de preveni-los e solucioná-los através de manejos diários na granja, o produtor consegue atingir suas metas com sucesso.

Nas gestantes

A médica veterinária destaca ainda que quando se trata de fêmeas gestantes, se criadas sob alta densidade, sem que se tenha um planejamento adequado, elas podem não desfrutar do espaço necessário para o bem-estar, mas, principalmente, disputam por comida e para acessar bebedouros. “Isto se agrava quando o fornecimento de ração não é bem distribuído na baia, ou não é limpa adequadamente (preocupação maior onde o piso é em maior percentual compacto), pois restringe o acesso ao alimento, bem como ele pode se misturar a sujidades”, conta.

Além do mais, Luciana diz que pisos sujos podem propiciar quadros de infecção no trato reprodutivo e/ou urinário, como cistites, descargas vulvares e abortos. “Outra preocupação é com o número de bebedouros por fêmea ou a vazão inadequada de água (ideal: 1,5 a 2,0 litros/minuto), pois o baixo consumo de água pode ocasionar problemas urinários e, por consequência, reprodutivos, culminado com quadros de abortos”, diz.

Nesse sentido, a médica veterinária conta que é possível optar por medidas como a troca de pisos compactos por vazados, quando possível, o que facilita a higienização das baias. Além do mais, é possível ainda aumentar o número de bebedouros e de espaço linear nos comedouros das baias – como comedouros mais largos, que possibilitem que um maior número de animais tenha acesso a ração simultaneamente –, facilitando o acesso e reduzindo as disputas. “Estas ações envolvem menor custo que ampliações das construções e promovem bons resultados”, explica. Ela acrescenta que outro ponto importante é o cuidado com a ambiência, promovendo temperatura, ventilação e umidade adequadas, e promovendo a renovação de ar da sala, o que pode ser obtido com manejos de cortinas adequados, por exemplo.

Luciana explica que é preciso ainda se atentar para os aspectos comportamentais dos animais. “É sabido que os suínos manifestam um comportamento de hierarquia no grupo e, desta forma, fêmeas submissas podem ser prejudicadas, deixando de consumir a quantidade de ração diária adequada para a fase, consumindo pouca água no dia e sofrendo injúrias durante as brigas, podendo até sofrer lesões mais graves”, destaca. Assim, esclarece, é observado, por exemplo, casos de abortos, fêmeas que chegam vazias ao parto (abortos não detectados nas baias) e/ou fêmeas lesionadas principalmente nos membros, que apresentam dificuldade em se locomover.

E complementa que é sabido também que para fêmeas gestantes, deve haver a preocupação em relação a mistura de animais de diferentes linhagens/genéticas, tendo em vista que há diferenças inerentes a isso. “Algumas linhagens genéticas de suínos apresentam maior agressividade na disputa pela hierarquia, o que pode se agravar quando o espaço na baia é reduzido. Deve então separar as fêmeas por: 1) categoria, por exemplo, leitoas e porcas, e 2) por condição corporal, com o objetivo de melhorar a interação entre elas”, destaca.

Outro manejo sugerido pela médica veterinária é a remoção de fêmeas mais agressivas das baias, assim que elas são identificadas, transferindo-as para gaiolas e promovendo melhor ambiente entre as remanescentes. “Hoje há linhas de estudos voltadas ao comportamento dos animais que alegam que o fornecimento de enriquecimento ambiental pode reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida dos animais. Neste caso, é indicado uso de materiais com os quais os leitões e até fêmeas possam interagir, distraindo-se, o que reduziria as brigas e disputas, como correntes suspensas, bolas de material resistente, entre outros”, conta.

Leitões em fase de creche e terminação

Luciana expõe que quando se pensa em leitões nas fases de creche, recria e terminação, é observado o mesmo caso de redução de acesso aos comedouros e bebedouros por parte dos animais submissos e/ou menores. “Este quadro pode culminar com baixo desenvolvimento destes animais, baixo consumo diário de ração, queda no ganho de peso diário e peso final”, diz. Outra preocupação, segundo a médica veterinária, é com os possíveis quadros de canibalismo. “Isto porque, provendo de menor espaço para se locomover e explorar o ambiente, os suínos praticam este comportamento de mordedura, o que se exacerba com o crescimento destes e, além das lesões iniciais, pode se agravar com a disseminação de agentes e aparecimento de abscessos na coluna, por exemplo”, esclarece.

Ela conta que as mesmas medidas já mencionadas para as fêmeas gestantes, relacionadas ao piso, comedouros e bebedouros, devem ser aplicadas nas baias de creche, recria e terminação. “Na creche ainda, quando se tem um ambiente com alta carga de patógenos associado às lesões na pele, pode-se observar quadros de epidermites, mas que se respeitados os protocolos de higienização e manejos básicos, raramente ocorrerão”, diz.

Uma opção praticada em lotes de terminação, de acordo com Luciana, é o abate segregado, que consiste na remoção de percentual de animais com maior peso cerca de 15 dias antes da data prevista para o abate, com o intuito de promover melhores condições aos que permanecem na instalação, já que eles desfrutam então de mais espaço na baia, assim como maior facilidade de acesso ao comedouro e bebedouro. “Deve-se atentar, no entanto, para algumas dificuldades, como, por exemplo, a logística de transporte, o jejum preconizado ao abate para os animais removidos e as datas do protocolo de imunocastração quando praticado”, observa.

Prejuízos também são financeiros

Luciana comenta que a densidade ideal vai variar em cada sistema de produção e granjas. “Fatores que vão influenciar são: quantidade e qualidade dos comedouros e bebedouros disponíveis, status sanitário, qualidade do manejo dos animais, ajuste dos comedouros, qualidade e níveis da dieta, genética, tipos de pisos, entre outros”, afirma. Ela complementa que o aumento da densidade pode aumentar ou diminuir a lucratividade dos produtores, dependendo de como for abordado. “É importante consultar o veterinário responsável para se obter as melhores recomendações para a sua granja”, recomenda.

A médica veterinária destaca ainda que é preciso ter em mente que a suinocultura apresentou uma evolução considerável nos últimos anos, ou seja, o aumento no número de animais, e, por consequência, na densidade, mesmo sem investimentos em ampliação das instalações, foi conquistado pela maioria dos produtores com boas práticas de produção e seguindo orientações dos veterinários responsáveis, o que é representado pelo maior número de desmamados/fêmea ano, bem como pela redução em índices de mortalidades.

Além do mais, tendo em vista que a suinocultura vem apresentando uma evolução nos resultados, com investimentos em tecnologia, genética, manejo e nutrição, por exemplo, algumas linhas de pesquisa têm sido voltadas para atualização de recomendações antigas, como o espaço na creche e espaço linear de comedouros, por exemplo, explica Luciana. “Além disso, com a melhoria da tecnologia de vídeo associada à inteligência artificial já se discute a respeito de se selecionar animais menos agressivos dentro de algumas linhagens genéticas, com intuito de reduzir as disputas/brigas, o que possibilitaria a melhoria no bem-estar em casos de alojamento baias coletivas”, destaca.

Solução está no manejo

Os problemas com a alta densidade não passam mais despercebidos pelos olhos dos profissionais da área. De acordo com o gerente de Divisão Pecuária da Cooperativa Agroindustrial Lar, médico veterinário Dirceu Zotti, de forma geral as granjas estão produzindo mais e isso está gerando este problema, e o manejo pode contribuir para a melhoria de resultados neste contexto. “Podemos melhorar as condições gerais de limpeza, aumentar o fornecimento de bebedouros e comedouros conforme número específico de animais, usar programa diferenciado de vacinações, melhorar ventilação e/ou climatização dos barracões, aumentar a dedicação específica dos funcionários em determinadas áreas de maior atenção, como por exemplo, na maternidade e na área de coberturas na gestação. Estes seriam alguns dentre vários outros que podemos lançar mão neste momento específico”, comenta.

De acordo com o profissional, sem dúvidas a sanidade é também um ponto que merece atenção. “Quanto mais adensado trabalhamos, mais propenso a diminuir nossa sanidade estaremos. Por isso a importância de lançarmos mão de alguns manejos diferenciados neste momento”, comenta. Para Zotti, entre outras medidas adotadas pelo suinocultor, ele pode ajustar o plantel conforme a produtividade. “Ou seja, diminuir o número de fêmeas por exemplo, para que o número de leitões na creche seja conforme o recomendado. Ou então aumentar o tamanho da granja para atender esta necessidade de espaço, conforme o projeto de número de matrizes”, aconselha. “Minha forma de ver a questão do adensamento é que isso deve ser um problema momentâneo, caso contrário poderemos ter sérios prejuízos ao longo prazo”, alerta.

O médico veterinário reitera que esta realidade da alta densidade nas granjas deve ser encarada de forma natural em determinado momento, e jamais como rotina ao longo do tempo. “Pois, se não tivermos condições adequadas, perderemos em desempenho”, afirma.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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