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Alimento virou o queridinho da dieta e ganhou novas versões

Hoje, o ovo alçou o status de superalimento e passou a ser considerado um “comprimido” de nutrientes em um invólucro 100% natural

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Um alimento que viveu altos e baixos ao longo dos anos, chegou a ser rotulado como o grande inimigo da alimentação e, há mais de 10 anos, foi absolvido. Hoje, o ovo alçou o status de superalimento e passou a ser considerado um “comprimido” de nutrientes em um invólucro 100% natural. Não é à toa: dentro da casca frágil estão guardados proteínas, ferro, zinco e vitaminas A, B12, B2, B5, D e E.

– Ele tem todos os nutrientes necessários para formar uma nova vida, por isso é realmente muito completo – garante o nutricionista Gabriel Carvalho.

Outros pontos positivos são o baixo índice glicêmico e a ausência de carboidratos. A combinação de proteínas e gorduras garante a saciedade.

– A proteína do ovo é a mais biodisponível para o nosso organismo, ou seja, é a que tem melhor perfil de absorção. A gema é rica em compostos bioativos e antioxidantes. Nela, está a colina, uma vitamina do complexo B muito importante para o sistema nervoso central – ressalta o professor Rafael Longhi, do Centro Universitário Metodista.

Uma das pesquisas cruciais em benefício do ovo foi publicada em 1999. O médico Frank Hu, professor de nutrição na Escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que não havia correlação entre a ingestão de ovos e o aumento nos problemas de saúde. Na sua pesquisa, Hu acompanhou por 14 anos mais de 117 mil pessoas saudáveis, com idades entre 40 e 75 anos (homens) e 34 e 59 anos (mulheres) e concluiu que o consumo diário de um ovo não traria impacto sobre o risco de doença cardíaca coronária ou acidente vascular cerebral entre homens e mulheres saudáveis.

Indústria busca inovação

Com a ciência dando parecer mais favorável, a indústria avícola passou a investir em campanhas para chamar a atenção dos consumidores para os benefícios do alimento. No Rio Grande do Sul, um projeto da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) criado em 2013 impulsionou as vendas. Intitulado Ovos RS, o selo passou a disseminar informações para a população e também para os produtores, fazendo do Estado um dos maiores consumidores de ovos do Brasil, com 227 unidades per capita por ano.

Com mais procura, indústrias e produtores se mobilizaram para inovar. Buscaram trazer tendências de outros países para o mercado brasileiro. A partir daí, passaram a surgir nas prateleiras dos supermercados e lojas especializadas ovos enriquecidos, líquidos e até mesmo a proteína do ovo em pó.

Seguindo o mercado internacional, as próximas novidades que devem desembarcar por aqui são os ovos com casca colorida e os cozidos, afirma o diretor-executivo da Asgav e embaixador do International Egg Commission no Brasil, José Eduardo Santos.

Ao lado, fique por dentro do que há no mercado.

Cuidado com o exagero

– O consumo de até um ovo por dia pode trazer benefícios à saúde. Em situações específicas, como no caso de atletas ou pessoas com alguma patologia, quem deve orientar a quantidade correta é um nutricionista.

– Para se obter os benefícios, é preciso que o ovo esteja cozido. Quando cru, pode ser prejudicial.

– A gema não deve ser descartada, pois é fonte da maior parte dos nutrientes e metade das proteínas do alimento.

Fonte: Professor do Centro Universitário Metodista Rafael Longhi

Caipiras

São produtos de aves criadas soltas, mas com cuidados com a água e a alimentação. Podem ser comparadas com as aves que eram criadas em casa.

Gema de ouro

Aves criadas em gaiolas que recebem alimentação balanceada. Sua dieta tem mais milho, que trabalha a parte da pigmentação da gema, e também um produto natural à base de pimentão.

Enriquecidos com ômega 3 e selênio

São ovos categorizados como especiais, pois trazem mais nutrientes. De acordo com o sócio-proprietário da AgroAvícola Filippsen Raul Filippsen, todo o processo de enriquecimento é feito por meio da alimentação das aves. No caso dos ovos ricos em ômega 3, as galinhas são alimentadas com rações formuladas com alto teor do ácido graxo. O óleo de linhaça é uma dessas fontes.

O mesmo ocorre com o selênio, mineral com alto poder antioxidante e encontrado em abundância na castanha do Pará. Apesar do complemento, é preciso cautela.

– É importante procurar um especialista para avaliar se esses produtos são indicados para si e qual deve ser a dose consumida. No caso do ômega 3, por exemplo, se for exposto a altas temperaturas, pode perder os nutrientes – diz o nutricionista Gabriel de Carvalho.

Em pó

Assim como no processo de pasteurização, a exposição ao calor pode fazer com que haja perda de nutrientes. Seria mais indicado pela praticidade.

Tradicionais

As aves são criadas em gaiolas ou aviários chamados de californiano, que não têm telamento.

Orgânicos

Seguem a mesma lógica dos ovos caipiras, no entanto, há um cuidado maior com a alimentação. Essas aves só recebem alimentos com certificação orgânica.

Líquidos

Vendidos em embalagens de um litro, os ovos líquidos são encontrados nas versões gemas, claras ou ovos inteiros. Por passarem por um processo de industrialização, oferecem menos risco de contaminação. Contudo, podem acabar perdendo alguns nutrientes.

– Quanto mais natural for a fonte, melhor é absorvida pelo organismo. Hoje, estão sendo usadas, principalmente as claras. A pergunta que temos de fazer é se as nossas necessidades proteicas são tão altas assim a ponto de justificar o uso do produto. Se isso não irá prejudicar a absorção de outros nutrientes. Temos de lembrar que a clara não possui vitaminas, é apenas uma fonte de proteínas – observa o professor Rafael Longhi, do Centro Universitário Metodista.

Mesmo assim, sua praticidade é uma das principais vantagens.

Albumina

É a principal proteína presente na clara do ovo. Vendida como suplemento alimentar em pó, é indicada pra atletas, pessoas em processo de emagrecimento e crianças em fase de crescimento. Vale lembrar que seu consumo só deve ser feito mediante indicação de um nutricionista.

– É uma proteína de absorção de média a lenta, que pode fornecer todos os aminoácidos de que precisamos – diz Carvalho.

Assim como o suplemento à base de proteína do leite, a albumina pode ser misturada em shakes, preparações como bolos, panquecas, biscoitos etc.

Fonte: Assessoria

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Avicultura

Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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