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Suínos / Peixes

Alimentação de porcas e leitões visando resiliência ao estresse do desmame

Um ativador de agilidade de adaptação intestinal é uma solução projetada para ajudar o animal a se adaptar aos estressores de forma mais eficiente por meios nutricionais.

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Foto: Shutterstock

A forma como os leitões lidam com o estresse do desmame tem um impacto significativo em seu desempenho posterior. Um experimento realizado em típicas condições de campo supervisionado pela Universidade de São Paulo no Brasil avaliou o desempenho de maternidade e creche de leitões em resposta a um programa alimentar envolvendo um ativador de agilidade de adaptação intestinal.

Durante o processo de desmame os animais são submetidos a vários estressores diferentes: separação abrupta, estresse de transporte e manuseio, mudança de dieta, estresse da hierarquia social, mistura com animais de outras ninhadas, mudança no ambiente, aumento da exposição a patógenos e antígenos dietéticos ou ambientais.

O que importa é como o leitão se adapta

O leitão deve adaptar-se rapidamente aos estressores citados acima para ser produtivo, saudável e eficiente. No nível celular e intestinal, os estressores no desmame causarão reações de estresse, como estresse oxidativo, redução da integridade intestinal, redução da ingestão de alimentos e respostas inflamatórias.

A intensidade dessas reações determinará o impacto do estresse do desmame sobre a saúde e o desempenho subsequente do leitão. Isso significa que o manejo do leitão para reduzir as reações de estresse resultará em animais mais resilientes, ou seja, menores flutuações no desempenho e melhor saúde.

Solução nutricional para maior resiliência

Um ativador de agilidade de adaptação intestinal é uma solução projetada para ajudar o animal a se adaptar aos estressores de forma mais eficiente por meios nutricionais. Parte de sua fórmula é uma combinação de compostos bioativos derivados de ervas e especiarias conhecidos por reduzir reações comuns ao estresse como estresse oxidativo e redução da integridade intestinal.

A inclusão do ativador de agilidade de adaptação intestinal às dietas de fêmeas altamente prolíferas durante a lactação incrementa a energia disponível para a produção de leite por diminuir a extensão das reações aos estressores.  Como resultado temos um melhor crescimento do leitão pré-desmame, o que novamente ajuda os leitões a estarem mais fortes ao desmame.

Em dietas pós-desmame, o ativador da agilidade de adaptação intestinal ajuda a reduzir as reações ao estresse em resposta aos estressores do desmame nos níveis celular e intestinal dos leitões, resultando em aumento da energia disponível para o crescimento, uma vez que as reações de estresse normalmente aumentariam a demanda por energia de mantença e tornariam os leitões mais suscetíveis a doenças.

Avaliação em uma granja de produção suína no Brasil

O Departamento de Zootecnia da Universidade de São Paulo avaliou um ativador de agilidade de adaptação intestinal em um programa alimentar concebido para melhorar a adaptação ao desmame de leitões em uma granja comercial.

Design experimental

Cem porcas foram divididas em dois grupos 14 dias antes do parto. Um grupo foi alimentado com uma dieta controle a base de milho-soja e o outro grupo foi alimentado com esta mesma dieta suplementada com 1kg/t da formulação de agilidade de adaptação intestinal até o final da lactação.

O tamanho médio das leitegadas foi de 14 leitões. Os leitões foram pesados após o nascimento e ao desmame (26,5 dias). Os leitões ficaram dentro dos mesmos grupos pós-desmame, i.e., leitões de fêmeas suplementadas seguiram recebendo a formulação de agilidade de adaptação intestinal em suas dietas após o desmame. Ambos os grupos de leitões foram pesados no dia 22 e no dia 33 pós-desmame.

Resultados

Leitões oriundo de fêmeas suplementadas com o ativador de agilidade de adaptação intestinal em suas dietas tenderam a ter pesos de desmame mais elevados, apesar de estarem em média 1 dia mais jovem ao desmame do que leitões oriundos do grupo de fêmeas controle.

Na fase de creche, os leitões do grupo suplementado cresceram significativamente mais rápido do que os animais do grupo controle e tiveram pesos significativamente mais elevados no dia 22 e no dia 33 após o desmame (+9,2% e +9,3% respectivamente). Além disso, por conta dos leitões deste grupo tenderam a ter pesos ao desmame mais elevados, uma melhora significativa na conversão alimentar nos leitões do grupo suplementado na creche foi observada.

Conclusão

Uma estratégia nutricional que compreende a aplicação do ativador de agilidade de adaptação intestinal em dietas de porcas em lactação, seguido pela suplementação desta formulação às dietas de leitões após o desmame, melhora o desempenho geral dos leitões desde o nascimento até o dia 33 pós-desmame em comparação ao controle em uma granja comercial. A conversão alimentar melhorada observada em leitões suplementados com o ativador de agilidade de adaptação intestinal no período pós-desmame pode ser explicada devido a esta formulação ajudar a reduzir as reações de estresse no nível celular e intestinal e, assim, economizando energia para o crescimento.

Referências bibliográficas estão com o autor.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: Por Gwendolyn Jones Jones, gerente de Produto e Marketing Digital da Pancosma. Traduzido por Marco Aurélio Nunes, gerente técnico Latam da Pancosma.

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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