Conectado com

Suínos

Alimentação da fêmea suína da teoria a prática

Quanto maior o sistema de produção, maior é o desafio, pois existe mais variação nas instalações e equipamentos, além da disponibilidade e qualidade da mão de obra necessária.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OP Rural

Foto: Divulgação

Artigo escrito por Rodrigo Santana Toledo, Médico Veterinário, doutor em Nutrição Animal e Gerente Técnico da Brasfeed Nutrição Animal

Nos últimos anos muita ênfase tem sido dada a alimentação da fêmea suína principalmente devido a altíssima prolificidade que esses animais tem apresentado, com principal enfoque em níveis nutricionais e na utilização de alguns aditivos, entretanto, existe grande distância entre as recomendações nutricionais das diferentes linhagens e do emprego de aditivos que muito auxiliam na melhoria da produtividade e da ração que realmente é ingerida por esses animais.

Este texto não será uma revisão bibliográfica, nem mesmo fará citação a nenhum pesquisador da área, iremos abordar brevemente alguns pontos vivenciados na prática ao logo de alguns anos de experiência atendendo granjas de diferentes tamanhos e níveis de tecnificação, pontos esses que são essenciais para o sucesso reprodutivo e produtivo de uma granja, abordaremos assim desde a fábrica de ração até a chegada desta ração às granjas, pontos esses que variam muito mesmo fazendo parte de uma mesma empresa. Quanto maior o sistema de produção, maior é o desafio, pois existe mais variação nas instalações e equipamentos, além da disponibilidade e qualidade da mão de obra necessária.

Formulação das Rações

Nesse ponto começa o desafio, pois o nutricionista trabalha com níveis nutricionais adequados segundo as recomendações das linhagens e das tabelas de referência e supõe que as matérias primas tenham a qualidade nutricional e disponibilidade esperadas, fato esse que geralmente não ocorre, pois existe grande variação com relação a qualidade nutricional e a disponibilidade de algumas matérias primas em determinadas épocas do ano, além disso em muitas empresas existem diferenças nas instalações das diferentes granjas nos quesitos ambiência, sistemas de alimentação e bebedouros que irão influenciar diretamente o consumo de ração pelos animais. É imprescindível um programa robusto de Boas Práticas de Fabricação, com monitoria das matérias primas que entram na fábrica e retroalimentam o programa de formulação, é comum vermos programas de monitoria de matérias primas que geram um volume enorme de dados, mas esses dados não são devidamente analisados e utilizados para os ajustes necessários nas formulações.

Fábrica de Ração

Nesse ponto adicionamos mais algumas variáveis, pois em grande parte do sistema de produção suinícola as fábricas produzem rações para diferentes categorias de animais, com necessidades específicas levando a gargalos nos processos que vão desde a granulometria da ração (capacidade de moagem x produtividade da fábrica), passando pela limitação de balanças até chegar na capacidade de expedição da fábrica. Com relação a granulometria da ração, além de impactar no rendimento do moinho e consequentemente da fábrica, teremos também o efeito da granulometria na fluidez da ração que poderá causar transtorno na expedição da fábrica e na distribuição dessa ração no sistema de alimentação das granjas. Por fim podemos adicionar outro fator que é a forma física da ração, pois quando adicionamos o processo de peletização, nem sempre a melhor fórmula de ração será a fórmula que proporcionará melhor performance da peletizadora e consequentemente melhor qualidade de pelete.

Ração na Granja

Em muitas granjas o problema começa nos silos, pois muitas vezes existe limitação na capacidade de armazenamento dos diferentes tipos de ração levando ao fornecimento inadequado, seja por volume ou por esticar/encurtar determinada fase de ração. Aliado a isso existe a questão do tipo de equipamento de alimentação e sua regulagem que deverá levar em consideração além da forma física a densidade da ração de forma a proporcionar aos animais a quantidade correta em quilos/animal determinada pelo programa nutricional desenhado. Não é incomum ocorrer variação na composição das rações pela entrada ou saída de uma determinada matéria prima que altera a densidade da ração e consequentemente seu volume ajustado no “drops”, isso pode levar a falta ou ao excesso de ração, outro ponto importante está relacionado ao desgaste desses equipamentos podendo levar desde a não liberação do volume adequado de ração até a liberação excessiva de ração para os animais.

Animais

Acima das recomendações nutricionais vem o escore corporal do plantel, esse é o principal fator a ser considerado na elaboração do programa nutricional para determinar além dos níveis nutricionais, quantificar também o volume diário de ração a ser fornecida para que os animais recebam a quantidade ideal de nutrientes/g/dia.

Quando falamos dos animais, na grande maioria das vezes pensamos somente nas fases de gestação e lactação, e negligenciamos a preparação da fêmea suína, que será a futura reprodutora, desde a fase de creche até que ela atinja a idade e peso ideal para cobertura.

Fêmeas bem recriadas, e selecionadas com escore corporal adequado e sem problemas locomotores são a chave fundamental para o sucesso na produção de leitões. O adequado escore corporal no momento da inseminação proporcionará maior ovulação, a manutenção do escore corporal adequado durante toda a gestação proporcionará maior aporte de nutrientes para a leitegada, principalmente no terço final da gestação, ou seja, esse ganho de peso será ganho de peso da leitegada e não acúmulo de gordura no aparelho mamário, tudo isso proporcionará menor tempo de parto, maior número de leitões nascidos vivos e maior produção de leite por parte dessas fêmeas.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Rodrigo Santana Toledo

Entrevistas

Nova gigante da suinocultura surge alicerçada na genética Danbred Brasil

Publicado em

em

 

O grupo BMG entrou na suinocultura no início de 2022, mas o ciclo completo de produção no Oeste do Paraná já começou grande e está ficando ainda maior. Até o fim do ano, eles esperam abater 1,8 mil suínos por dia. Os “novatos” da suinocultura escolheram a genética da Danbred Brasil para ser um dos pilares de toda essa produção. Saiba os motivos na entrevista de Rafael Beker, gerente de Suinocultura da BMG, Claudecir Belous, gerente de produção da BMG, Jéssica Sulzbach, zootecnista da DanBred Brasil, e Anderson Garla, médico veterinário e coordenador comercial da DB Agricultura e Pecuária.

 

Continue Lendo

Suínos Minuto Agro Suínos

Biossegurança: Um pilar essencial para a suinocultura moderna

Publicado em

em

 

A bioseguridade é fundamental para manter os rebanhos comerciais protegidos contra enfermidades com impacto econômico e na saúde pública, como zoonoses. Com o aumento da produção intensiva, a adoção de práticas robustas de biosseguridade tem se tornado essencial para garantir a sustentabilidade da produção suína no Brasil, que é o quarto maior produtor e exportador mundial de suínos. As medidas de biosseguridade incluem controle de agentes endêmicos, prevenção de doenças contagiosas letais, como a peste suína africana, e o controle rigoroso de vetores e roedores. Essas práticas não só protegem a saúde dos animais, mas também garantem a eficiência produtiva e reduzem custos operacionais.

Confira o vídeo com o Gerente Nacional de Serviços Técnicos da Ceva Pedro Filsner

 

Continue Lendo

Suínos

Exportações de carne suína crescem em setembro e alcançam recorde histórico, afirma ABPA

Publicado em

em

As exportações brasileiras de carne suína cresceram 7,3% em setembro de 2024, atingindo 120,4 mil toneladas, segundo a ABPA. Esse resultado é o segundo melhor da série histórica, ficando atrás apenas de julho de 2024. A receita gerada cresceu 15,9%, alcançando US$ 283,7 milhões. No acumulado do ano, o volume exportado aumentou 7,7%, com 990,7 mil toneladas, e a receita subiu 0,4%, totalizando US$ 2,169 bilhões.

Ricardo Santin, presidente da ABPA, destacou o impacto positivo do aumento do preço médio das exportações, que resultou em uma melhora nas receitas dos embarques. As Filipinas lideram as importações, seguidas por China, Chile, Hong Kong e Japão. Santa Catarina continua como o maior exportador estadual.

 

Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.