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Agronegócio em novembro: Plantio da safra alcança o necessário

Boletim Agro30: resumo do agro de outubro e os cinco pontos selecionados para novembro

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Cleverson Beje

Artigo escrito por Marcos Fava Neves, professor titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo e especialista em planejamento estratégico do agronegócio

Nos fatos da arena internacional dos últimos 30 dias, as tensões comerciais fizeram com que a taxa de crescimento do comércio global de mercadorias diminuísse. A Organização Mundial do Comércio (OMC), estima em apenas 1,2%, contra 3% do ano passado e bem abaixo do que estimou para 2019 em abril deste ano: 2,6%. Para 2020 esperam 2,7% de crescimento, dependendo das confusões no mundo. O PIB global deve crescer 2,3%, contra 2,8% de 2018. São muitas incertezas, desde Trump x China, Brexit, protestos em países, entre outros.

Na economia brasileira as notícias são melhores, pois o último Relatório Focus mostra a taxa Selic fechando este ano e o próximo em 4,5% e o IPCA em 3,29% e 3,60%, respectivamente. Para o PIB prevê-se um crescimento de 0,92% e 2,0% neste e no próximo ano e o câmbio ficaria em R$/US$ 4,00 nos dois dezembros. Há um crescimento nítido do otimismo, com a Bolsa batendo recordes, a moeda se valorizando e consultorias revisando os números do crescimento para o próximo ano, com o ímpeto reformista do Governo e do Congresso. Estou mais animado com os efeitos da confiança e dos juros menores!

Do agro internacional, no imbróglio EUA x China, tivemos a promessa de maiores compras de produtos do agro americano pelos Chineses, mas por enquanto mais promessas que fatos. Saltou aos olhos a importação de suínos pela China em setembro, que foi de 166 mil toneladas, 76% maior do que no mesmo mês de 2018. De carne bovina foram importadas 150 mil toneladas, 50% a mais. Já as importações de soja caíram 13,5%, ficando em 8,2 milhões de toneladas em relação a agosto. Desde janeiro, as compras chinesas foram de 64,5 milhões de toneladas, 8% menor, o que era esperado.

Graças à peste suína africana (ASF) na China, em relação ao plantel de suínos, informações do Ministério da Agricultura do país mostram que este é 41% menor que o de um ano atrás. O relatório da FAO de 10/10 trouxe aumento em mais de 400 mil abates, chegando a 6.692.399 suínos sacrificados nos países asiáticos por causa da contaminação. Focos cresceram no Vietnã, mas também no Laos, Coreia do Sul, Filipinas e Camboja, simplesmente 60 focos a mais em um mês. Preços da carne suína estão provocando impactos na inflação dos alimentos nestes países.

Os preços nos supermercados chineses estão 84% maiores em um ano e o Governo liberou reservas para controlar e tentar subsidiar. O Rabobank estima que a produção de carne suína no país cairá 25% em 2019, e em outros países da Ásia, provocando de 3 a 5 anos de turbulências. O quadro irá melhorar com a disponibilidade de vacinas e melhorias na biossegurança. Isto criará inflação de preços e problemas a outros importadores de carnes no mundo, e para o Brasil uma oportunidade, traduzida em aumento do número de plantas brasileiras habilitadas, que pulou de 64 para quase 90 em um mês e nos volumes e preços de exportações. Temos de aproveitar e tomar medidas drásticas para que o problema não contamine a produção brasileira, que é o maior risco.

Novo relatório de oferta e consumo de soja e milho nos EUA mostra importantes números. Na soja a safra foi revisada para baixo, para 96,62 milhões de toneladas, contra 98,87 do mês anterior, graças à queda de produtividade de cerca de 1 saca/ha. A área está entre 30,96 e 30,59 milhões de hectares. Com isto, caíram os estoques também em 5 m.t., estimados agora em 12,52 m.t., contra as 17,42 m.t.anteriores. O USDA estima a produção mundial em 338,97 m.t., contra 341,39 milhões na anterior, com queda de 4 m.t. nos estoques. Estimam 123 m.t. para o Brasil, 53 m.t., sendo que o Brasil deve exportar 76,5 m.t.. A China deve produzir 17,1 m.t. e comprar 85 m.t.

Para o milho, o USDA espera 350 m.t., praticamente o mesmo número da estimativa anterior, plantados em 36,38 milhões de hectares, com estoques nos EUA caindo cerca de 5 m.t. Para o mundo, estimam 1,1 bilhão de toneladas, sendo 101 m.t. no Brasil e 50 m.t.. Devemos exportar cerca de 34 m.t., número próximo das exportações da Argentina. As últimas perspectivas indicam clima bom para terminar a colheita americana. Nesta semana já foram colhidos 52% do milho, contra 75% na média dos últimos cinco anos, e na soja 75%, contra 87% da média. Portanto, esta variável risco climático na colheita está quase saindo da nossa análise mensal.

O ponto negativo à agricultura brasileira foi o briefing das projeções agrícolas do USDA a serem lançadas em fevereiro de 2020, divulgado no início de novembro. A expectativa é de retorno às condições climáticas normais e uma mega safra nos EUA, que deprimirá os preços com amplo volume de estoques. Com menor crescimento da economia, o impacto será ainda maior. As projeções indicam crescimento na área de milho em 5%, e de soja em 10%. Isto levará uma produção recorde de milho em 393 milhões de toneladas, em 38 milhões de hectares e da soja a quarta maior, em 114 milhões de toneladas, colhidas de 34 milhões de hectares. Os estoques no início da colheita de 2021 seriam de mais de 10 semanas de consumo, no caso do milho e o terceiro maior da história, no caso da soja. Com isto, o USDA espera um preço médio de US$ 3,4/bushel em 2020 para o milho e US$ 8,85 para a soja. Ducha de água gelada.

No dados de outubro, percebe-se que as queimadas no Brasil estão em linha com a média dos últimos dez anos, e apesar de ter arriscado meu comentário, estava certo. Foi uma grande “fakenews” a febre mundial de que a Amazônia estava queimando. O importante é analisar e aprender com o fato. Pelo Ministério das Relações Exteriores a pressão em cima dos produtos brasileiros devido à questão da Amazônia veio de três frentes: Organizações Não Governamentais (ONGs); empresas no varejo europeu, e parlamentos da União Europeia e dos Estados Unidos.

Mais alguns números do Brasil, as exportações do agro caíram 3,9% em relação a setembro de 2018, somando US$ 7,75 bilhões contra US$ 8,06 bilhões (MAPA). Complexo soja caiu 11,6% ainda como consequência da peste suína, somando US$ 2,1 bilhões. As carnes sofreram queda de 8,1%, vendendo US$ 1,3 bilhão (carne bovina US$ 607,2 milhões, queda de 13,1%; carne de frango US$ 530,1 milhões; e carne suína US$ 123,8 milhões, aumento de 31,6%). Não consigo entender a queda de bovinos e frangos.

Na conta dos cereais, farinhas e preparações, onde se encaixa o milho, as vendas foram de US$ 1,1 bilhão (75,2% maiores). Os produtos florestais caíram 22,4%, ficando em US$ 880,9 milhões. As importações brasileiras recuaram 2,1% e o superávit foi de US$6,7 bilhões, 3,9% menor. O complexo sucroenergético exportou US$ 603,9 milhões em setembro, uma queda de 24,0% frente ao ano anterior. O açúcar caiu em 31,8% em setembro, chegando a US$483,57 com volume exportado de 1,72 milhões de toneladas. No etanol as exportações aumentaram 41,5% em setembro, chegando a US$ 119,37 milhões.

Vale destacar o café. De janeiro a setembro de 2019 é o maior número dos últimos cinco anos com 30,4 milhões de sacas, 27,7% maior que o ano passado. A receita foi de US$ 3,8 bilhões, 6,5% maior. O café robusta foi o que mais cresceu, com quase 74%. Em 12 meses são 42,2 milhões de sacas exportadas, recorde histórico. EUA com 19%, Alemanha com 16%, Itália com 9%, Japão com 7% e Bélgica com 6% , foram os principais mercados. Cerca de 19% do total é certificado, considerado café diferenciado.

O censo de 2017 do IBGE indica a presença de 5,073 milhões de estabelecimentos agropecuários em 351 milhões de hectares, pouco menos que os 5,176 milhões registrados em 2006 em 333,7 milhões de hectares. São 4,108 milhões próprios (81%), 320,3 mil arrendados (6,3%) e o restante está ainda em estabelecimentos ocupados, sem titulação definitiva ou parcerias. Na questão da evolução de áreas, as próprias ficam ao redor de 300 milhões de hectares e os arrendados dobraram de tamanho em 10 anos, chegando a 30 milhões de hectares. O Censo Agropecuário 2017 mostra que cresceu o uso da terra em 17,6 milhões de hectares. 71% dos produtores brasileiros tinham mais de 45 anos.

Segundo estudo da Embrapa Territorial, no bioma Amazônia temos cerca de 815 mil agricultores 90% de pequeno porte. Quase 13% da sua área está ocupada com agricultura, sendo 10,5% com pastagens (44,1 milhões de hectares) e 2,3% com lavouras (9,66 milhões de ha). O estudo mostrou que menos de 0,5% da produção de cana, 2% do algodão e da laranja, 5% do café, 8% do milho e 10% da soja vem desta região. A vegetação nativa está em 84,1% do bioma Amazônia, ou 353 milhões de ha. Com as partes de água são 86% preservados. Em 2018 nesta área ocorreu cerca de 29 mil desmatamentos, com 7 mil km2. As queimadas são feitas pelos produtores há décadas para, segundo a Embrapa, renovar as pastagens, combater incidência de carrapatos, eliminar os restos de lavouras e fertilizar os solos com as cinzas.

Preocupação adicional ao agro é a possibilidade de revisão do convênio 100 (1997) que permitiu a redução da base de cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para entre 4,9% e 8,4% nas movimentações de insumos agropecuários (fertilizantes, defensivos e sementes), podendo aumentar de 7 a 12%. A Agroconsult calcula que o custo dos fertilizantes comprados pelos produtores pode saltar de R$ 46,7 bilhões para R$ 54,2 bilhões. Ameaça que precisa ser debelada.

Temos de olhar a velocidade de plantio da nossa safra, pois depender do clima pode colocar em risco o milho segunda safra. Até o momento segue em bom ritmo no Mato Grosso, mas atrasada no Paraná. A primeira estimativa da CONAB para a safra 2019/20 mostra crescimento na produção. A área cresce 1,1%, chegando a 63,9 milhões hectares e a produção chegará em 245,8 milhões de toneladas, 1,6% ou quase 4 milhões de toneladas a mais em relação ao vitorioso 2018/19. O algodão fica em 1,4 milhão de hectares (1,1% a mais) produzindo praticamente a mesma quantidade (2,72 milhões de toneladas de pluma), na soja teremos 36,57 milhões de hectares, crescendo 1,9% a área e chegando a 120 milhões de toneladas (aumento de 5 m.t.), e no milho teremos 17,54 milhões de hectares produzindo 98,4 m.t. (aproximadamente 1,5 m.t. a menos), já refletindo o atraso no plantio da primeira safra.

Os cinco fatos do agro para acompanhar agora diariamente em novembro são:

  1. O início do plantio da nossa safra e o comportamento do clima. Estamos atrasados em algumas regiões, e a preocupação precisa sair;
  2. O fechamento da safra dos EUA e o andamento da colheita, com os riscos climáticos praticamente se reduzindo nesta fase final;
  3. As novas estimativas de impacto da peste suína africana na Ásia e nos preços e quantidades de carnes importadas neste último trimestre do ano esperando reação do setor no Brasil;
  4. As questões comerciais de China e EUA, que pouco caminharam no mês em direção a acordo, apesar de alguns aumentos nas exportações americanas;
  5. O andamento das reformas e seus impactos ao agro, seja na valorização do real câmbio como em outros tributos.

Fonte: Assessoria

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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