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Agronegócio: a vocação do Brasil pujante

Os dados do Caged mostram claramente onde estão as oportunidades de emprego e desenvolvimento do nosso país: na Indústria e no Agro

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Artigo escrito por Jacyr Costa Filho, membro da diretoria do Grupo Tereos e presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp 

Em 2020, diversos setores econômicos passaram por grandes transformações, algumas muito impactantes, como o encerramento de operações e, consequentemente, fechamento de postos de trabalho, redução de investimentos e outros reflexos que atingiram a engrenagem do país e contribuíram para a sua desaceleração, em um ambiente atípico em função da pandemia de Covid-19. Começamos um novo ano e tivemos notícias preocupantes no âmbito econômico, como o encerramento das operações fabris da Ford e a eliminação de três mil empregos diretos.

Em um país emergente como o Brasil, que tem uma forte industrialização, presença de empresas multinacionais, crescimento do setor terciário, condições medianas de desenvolvimento econômico e humano, o emprego é uma necessidade premente. O fechamento de postos de trabalho é uma questão importante para ser debatida e analisada. Após o anúncio de encerramento da Ford, uma empresa comprou os ativos e comunicou que transformará a antiga fábrica da montadora em empreendimento imobiliário, de comércio e logística. Com isso abrirá 4 mil vagas de trabalho.

Apesar de ser uma ótima notícia, fica a reflexão: as quatro mil oportunidades em comércio e construção civil que serão criadas substituirão os três mil postos ocupados por profissionais especializados em tecnologia e mecânica? Qualquer novo posto de trabalho deve ser celebrado, é claro, pois gera desenvolvimento pessoal e para o País. Entretanto, nesse caso, teremos profissionais capacitados que dificilmente encontrarão novas oportunidades em outros segmentos que demandem o conhecimento acumulado, que não deveria ser perdido. Então, é importante pensarmos: afinal, qual é a vocação do Brasil para crescer e gerar empregos?

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, o Brasil abriu mais de 142 mil vagas de emprego com carteira assinada em 2020. De acordo com o mesmo levantamento, houve saldo positivo em alguns setores, como a indústria geral, com mais de 95 mil postos, e a agricultura, que envolve pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, ultrapassando 61 mil postos.

Os dados do Caged mostram claramente onde estão as oportunidades de emprego e desenvolvimento do nosso país: na Indústria e no Agro. Os dois setores têm uma forte sinergia entre si, principalmente a agroindústria com as montadoras de veículos e equipamentos agrícolas, peças e insumos. Ambos caminham juntos e fazem parte de uma grande cadeia de valor. Segundo a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com base nos dados de 2019 do Ministério da Economia, o país conta com mais de 319 mil estabelecimentos industriais e quase 7 milhões de vínculos empregatícios, sendo mais de 128 mil empresas da agroindústria, que empregam quase três milhões de pessoas.

Na região administrativa de São José do Rio Preto, formada por 96 municípios, são mais de 4 mil estabelecimentos industriais, que empregam quase 92 mil trabalhadores. Destes estabelecimentos, mais de mil são do setor agroindustrial e contam com quase 55 mil postos de trabalho. Mais da metade dos empregados da região estão ligados ao agronegócio.

Para nos destacarmos ainda mais na seara mundial, devemos incentivar o desenvolvimento tecnológico em nossa maior vocação: o setor agroindustrial. Se o Brasil tem oferecido há décadas os principais fatores para uma boa agricultura – terra, sol e água, é na indústria que podemos reduzir a nossa dependência externa de insumos importados e gerar mais empregos e renda. Afinal, o agronegócio já representa 21% do nosso Produto Interno Bruto (PIB), tem uma grande demanda por tecnologia, equipamentos, insumos e ferramentas e tem recebido investimentos por meio de empresas inovadoras que olham o futuro.

Para isso, é fundamental ter uma mão de obra qualificada e especializada. Aqui temos bons exemplos, como a mecanização da colheita da cana-de-açúcar ocorrida nos anos 2000. Na época, o setor sucroenergético capacitou colaboradores para que pudessem operar os equipamentos na colheita. A evolução tecnológica trouxe ganhos relevantes de eficiência e de menor impacto ambiental. Esse é apenas um dos muitos cases de sucesso da cadeia de valor do agronegócio, formada por insumos, implementos, biocombustíveis – uma verdadeira propulsora de empregos.

Outro exemplo de integração entre o agro e a indústria está na sinergia entre os setores sucroenergético e o automobilístico, iniciada com o lançamento do PróÁlcool (Programa Nacional do Álcool), que desenvolveu uma grande e inovadora tecnologia nacional: o uso do etanol como combustível limpo e sustentável e depois, nos anos 2000, com o carro flex fuel. Essa integração foi responsável por constituir uma importante agroindústria no interior do país e desenvolver uma tecnologia automotiva ímpar no mundo, além de inúmeros postos de trabalho. Precisamos nos preparar agora, para crescer ainda mais no futuro. A expectativa é que a indústria de transformação brasileira cresça 2,9% nos próximos 10 anos, em média. No caso da agroindústria, a projeção é de um crescimento de 3,6% em média no período, segundo a Fiesp. Vamos aproveitar a nossa estrutura e continuar girando a roda da nossa economia gerando empregos, renda, tecnologia e desenvolvimento. O principal já sabemos: a vocação do Brasil é a agroindústria, na qual está inserida a agroenergia.

Fonte: Assessoria

Notícias

Epagri completa 33 anos: sustentabilidade é o nosso presente

Profissionais da Epagri pautam rotina de trabalho na busca pela sustentabilidade.

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Fotos: Aires Mariga

“Atentos à realidade mundial, nossos profissionais pautam sua rotina de trabalho na busca de soluções capazes de garantir o desenvolvimento econômico dos meios rural e pesqueiro catarinenses, sem perder de vista a sustentabilidade ambiental e social”, sentencia o presidente da Epagri, Dirceu Leite.

Para comemorar essas mais de três décadas de história, o site inicia hoje uma série de reportagens que vão apresentar como pesquisa e extensão – as atividades fins da Epagri – atuam para ajudar famílias agricultoras e pescadoras a produzir alimentos de forma limpa, rentável e com baixo impacto ambiental. As matérias serão publicadas periodicamente, até novembro de 2025, quando a Epagri estará comemorando 34 anos e o Brasil sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Plano Estadual ABC+ 2020-2030

A série de reportagens vai apresentar projetos desenvolvidos pela Epagri que integram o Plano Estadual ABC+ 2020-2030, que mira na baixa emissão de carbono na agropecuária. O Plano pretende consolidar Santa Catarina no cenário mundial de produção limpa de alimentos.

O Plano Estadual ABC+ 2020-2030 dá continuidade a ações desenvolvidas pela Epagri no Plano ABC 2010-2020. A proposta é estimular a adoção e manutenção de tecnologias já consolidadas na fase anterior, como o Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH).

Santa Catarina conta com 183 mil estabelecimentos agropecuários. Destes, 78% são de agricultores familiares. A Epagri atende, em média, 130 mil famílias agricultoras por ano, que recebem orientação técnica para implantação de tecnologias capazes de produzir alimentos de qualidade, com baixa emissão de carbono.

Créditos de carbono

Entre 2022 e 2024, as tecnologias difundidas pela Epagri dentro do Plano Estadual ABC+ foram aplicadas em 76.686 hectares do território catarinense e responsáveis pela mitigação de 5.844.038 toneladas de carbono equivalente (CO2eq). Dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) são os principais gases causadores do efeito estufa. Para efeito de cálculo, esses gases são transformados em carbono, o que os pesquisadores denominam carbono equivalente. Os agricultores que aplicam tecnologias sustentáveis poderão vender esses créditos de carbono quando seu comércio estiver regulamentado no Brasil.

Nesses dois anos, a Epagri capacitou 13.142 pessoas para aplicação das tecnologias sustentáveis. A meta é alcançar 70 mil capacitados até 2030.

Conheça a seguir as tecnologias difundidas pela Epagri dentro do Plano Estadual ABC+ 2020-2030, que serão tema das reportagens a serem publicadas nos próximos 12 meses. Os dados publicados são referentes ao período entre 2022 e outubro de 2024, com exceção dos bioinsumos, cujos dados referem-se a 2023. No caso dos bioinsumos e da terminação intensiva de bovinos à pasto (TIBP), os números são estimativas que levam em consideração o trabalho da Epagri em parceria com outras cerca de 20 instituições que integram o Plano Estadual.

Manejo e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD)

Aplicado em 23.008 hectares, mitigou 87.198,92 toneladas de CO2eq

Há muitos anos a Epagri difunde em Santa Catarina a produção de leite e carne bovina à base de pasto. Quando bem aplicado, o sistema apresenta inúmeras vantagens na comparação com a criação confinada. Entre os benefícios, estão o menor custo para o produtor e a maior sustentabilidade ambiental. Pastagens naturais têm a capacidade de transformar a pecuária em um sistema carbono zero ou até mesmo remover o gás carbônico (CO2) da atmosfera em grande escala. As raízes dessas plantas, que crescem em maior profundidade, permitem o acúmulo e armazenamento de carbono no solo. Também viabilizam mais infiltração e armazenamento de água, aumentando a quantidade, distribuição proporcional, profundidade e decomposição das raízes ao longo do perfil do solo. Pastagens também atuam na redução da erosão e aumentam a capacidade adaptativa para secas prolongadas.

Sistema Plantio Direto de Grãos (SPDG)

Aplicado em 48.909 hectares, mitigou 47.441,86 toneladas de CO2eq. Nesse sistema o solo permanece coberto e protegido durante o ano inteiro, seja por plantas vivas específicas ou pela palhada formada por elas quando mortas. Ao manter o solo permanentemente coberto, o SPDG permite a conservação dos recursos naturais, melhorando a qualidade química, física e biológica do solo. Promove maior disponibilidade de água, ao mesmo tempo em que torna o ambiente favorável ao crescimento das raízes das culturas, o que aumenta a eficiência no uso desse recurso natural. Reduz as perdas de produtividade e a vulnerabilidade dos grãos às pragas. Contribui ainda para reduzir os impactos negativos de eventos extremos de chuva.

Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH)

Aplicado em 1.277 hectares, mitigou 4.687,18 toneladas de CO2eq

Assim como o SPDG, o SPDH é baseado na cobertura permanente do solo por plantas vivas ou palhada. Desta forma, aumenta a eficiência no uso de insumos, reduz a perda de solo, de água e de nutrientes por erosão, e diminui também a amplitude térmica e a temperatura do solo. Promove menor dependência de insumos externos e menos uso de combustíveis fósseis. Torna possível melhorar o uso da água de irrigação. É uma tecnologia desenvolvida pela Epagri, em parceria com agricultores familiares catarinenses, que já vem sendo difundida para outros países. 

Sistemas Irrigados (SI)

Aplicados em 1.309 hectares, mitigaram 3.966,12 toneladas de CO2eq. A irrigação reduz a vulnerabilidade das lavouras a períodos de seca. Consequentemente, diminui o risco de perdas de colheita devido a eventos climáticos extremos. O resultado final mais visível para a sociedade é a maior estabilidade de produção, que permite oferta de alimentos durante todo o ano.

Integração lavoura-Pecuária-Florestas (iLPF)

Aplicada em 1.397 hectares, mitigou 47.206,66 toneladas de CO2eq

O princípio básico dessa tecnologia é manter o gado de leite em espaço compartilhado com florestas plantadas. O benefício mais visível e imediato é a garantia do bem-estar da vaca, que se abriga à sombra das árvores nos dias mais quentes, aumentando a produção de leite. O sistema ainda reduz efeitos do déficit hídrico na propriedade, ao mesmo tempo em que preserva solo e água. Minimiza perdas de pastagens em regiões sujeitas a inversão térmica, fenômeno natural caracterizado pela retenção temporária do ar frio próximo da superfície.

Manejo de Resíduos da Produção Animal (MRPA)

Total de metros cúbicos de resíduos manejados: 4.171.233. Mitigou 5.547.739,73 toneladas de CO2eq
A decomposição de resíduos e a estabilização adequada dos efluentes reduzem a emissão de gases do efeito estufa (GEE) resultantes do processo de fermentação. Também diminui a dependência de fertilizantes e de energia externos, pelo uso da fertirrigação.

Florestas plantadas

Aplicada em 1.397 hectares, mitigou 47.206,66 toneladas de CO2eq

Aplicada em 786 hectares, mitigou 100.250,70 toneladas de CO2eq.A indústria florestal é uma das atividades mais importantes para a economia catarinense, sendo que as florestas plantadas ocupam 11% do território do estado. Uma grande vantagem do sistema é que árvores plantadas podem remover gás carbônico da atmosfera mais rápido do que florestas que regeneram naturalmente, em taxas elevadas de acúmulo, particularmente nas fases iniciais de estabelecimento. As florestas plantadas também aumentam a captação de água em maior profundidade e simplificam os ciclos da água em seus arredores. Isso cria habitat para vários animais e espécies vegetais, resultando no aumento da biodiversidade. Têm alto potencial de gerar produtos e bioprodutos para diferentes usos.

Terminação Intensiva de Bovinos à Pasto (TIBP)

Total de Kg de carcaça de animais abatidos com menos de 24 meses: 33.771.983. Mitigou 385.000,61 toneladas de CO2eq
Intensifica o manejo alimentar na fase final de produção de bovinos para abate, adotando a suplementação ao pasto. Essa estratégia eleva o fornecimento de energia, principalmente por meio de grãos, farelos, aditivos e coprodutos. Uma das grande vantagens é que reduz as emissões de metano diretamente, ao diminuir a fermentação no rúmen, e indiretamente, ao encurtar o ciclo de produção e possibilitar o abate de animais mais jovens. Otimiza o uso dos recursos de forragem e aumenta a produtividade do sistema, permitindo maior flexibilidade e ajuste na estratégia de uso das pastagens.

Bioinsumos

Monitoramento de 2023 aponta aplicação em 649.623 hectares, mitigando 1.156.329 toneladas de CO2eq
Nessa tecnologia, microorganismos são inoculados nas sementes para otimizar a captação de nitrogênio da atmosfera, eliminando a necessidade de correção do solo com uréia, produzida a partir do petróleo. Estimula o crescimento das raízes, permitindo um maior aproveitamento da água disponível no solo. Melhora os atributos físicos e químicos do solo. Reduz o uso de fertilizantes químicos à base de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), tanto pelo fornecimento de nutrientes via microrganismos quanto pelo aumento da eficiência do uso de fertilizantes pelas plantas. Estimula o sistema de defesa das plantas.

Fonte: Assessoria Epagri
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Colunistas

No agro, governança e transparência é questão de sobrevivência

Atitudes sustentáveis levam ao acesso a novas fontes de financiamento e capital, que contribuem para a prosperidade de suas atividades e podem mudar não só o futuro da empresa, mas do país.

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O agronegócio desempenha um papel fundamental na economia global, fornecendo alimentos, fibras e combustíveis que sustentam a vida moderna. No entanto, para manter e expandir suas operações e ter acesso a novas tecnologias, as empresas do setor precisam de acesso a capital e, para isso, é necessário investimento em transparência e governança.

Foto: Gisele Rosso

Óbvio que transparência e governança são componentes essenciais para qualquer empresa que deseja operar de forma sustentável e responsável. No entanto, no contexto do agronegócio esses princípios assumem uma importância ainda maior devido aos impactos ambientais e sociais significativos associados à agricultura e à pecuária.

Num primeiro momento, a transparência envolve a divulgação aberta e acessível de informações sobre as operações da empresa. Isso inclui dados sobre práticas contábeis, fiscais e trabalhistas, impactos ambientais, uso de recursos naturais e condições de trabalho. Quando as empresas do agronegócio são transparentes, elas demonstram também comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade.

Isso não apenas atrai investidores preocupados com essas questões, mas também ajuda a construir uma reputação positiva junto aos consumidores, o que pode impulsionar as vendas e a rentabilidade a médio e curto prazos.

A governança corporativa refere-se as estruturas e processos que regem o funcionamento interno de uma empresa. No agronegócio isso inclui a gestão de riscos ambientais e sociais, a conformidade com regulamentações governamentais e regras contábeis, a gestão de cadeia ética de suprimentos e muito mais. Ter uma governança sólida não apenas minimiza o risco de crises, mas também melhora a eficiência operacional, a tomada de decisões estratégicas e, sobretudo, facilita o acesso ao capital.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

E, por que a governança e transparência são importantes para acessar capital mais barato? A resposta está na crescente conscientização dos investidores e das instituições financeiras sobre os riscos associados ao agronegócio. À medida que os problemas ambientais, como desmatamento e escassez de água, e as preocupações sociais, como condições de trabalho e direitos indígenas e quilombolas ganham destaque, investidores estão cada vez mais interessados em apoiar empresas que abordem essas questões de maneira responsável.

Empresas que investem em transparência e governança têm maior probabilidade de atrair investidores comprometidos com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Esses investidores estão dispostos a fornecer capital a taxas mais favoráveis para empresas que demonstram um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Portanto, as empresas do agronegócio que adotam práticas transparentes e sólidas de governança estão bem-posicionadas para acessar capital mais barato.

Além disso, as instituições financeiras estão cada vez mais incorporando métricas ESG em suas decisões de empréstimos e investimentos. Isso significa que as empresas que não investem em transparência e governança correm o risco de serem consideradas de maior risco, o que pode resultar em custos de capital mais elevados.

Um exemplo notável é a emissão de títulos verdes, que são instrumentos de dívida usados para financiar projetos sustentáveis. Em novembro de 2023, o Tesouro Nacional fez a sua primeira emissão de títulos sustentáveis. Essa emissão foi de um novo título, denominado Global 2031 ESG, com vencimento em 18 de março de 2031. O título foi emitido no montante de US$ 2,0 bilhões, com uma taxa de retorno para o investidor de 6,50% a.a. – fato que certamente influenciará o setor privado a seguir o mesmo caminho. As empresas do agronegócio que adotam práticas transparentes e de governança podem se beneficiar ao emitir este tipo de títulos, pois a demanda por eles está em alta e as taxas de juros tendem a ser mais baixas em comparação com títulos tradicionais.

Sócio líder do escritório de Maceió da BDO,  Leonardo Gomes – Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

As empresas do agronegócio podem explorar oportunidades de financiamento de impacto, que são investimentos voltados para projetos com benefícios sociais e ambientais mensuráveis. Esses investimentos muitas vezes oferecem condições favoráveis de empréstimo ou investimento e podem ser uma fonte valiosa de capital para empresas comprometidas com a responsabilidade social e ambiental.

Fica, então, evidente a importância para as empresas do agronegócio investirem em transparência e governança. Isso não apenas as coloca em uma posição favorável para atrair investidores comprometidos com ESG, mas também as ajuda a acessar capital mais barato e a se adaptar às crescentes expectativas da sociedade em relação a responsabilidade ambiental e social.

À medida que o mundo se volta para a sustentabilidade, as empresas do agronegócio que abraçam esses princípios avançam mais rápido. É um ciclo virtuoso que garante perenidade e sucesso a longo prazo. Atitudes sustentáveis levam ao acesso a novas fontes de financiamento e capital, que contribuem para a prosperidade de suas atividades e podem mudar não só o futuro da empresa, mas do país.

Fonte: Por Leonardo Gomes, sócio líder do escritório de Maceió da BDO.
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Notícias NOTA SETORIAL

ABPA considera como infeliz e infundada a declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard

A Associação Brasileira de Proteína Animal destaca ainda que a manifestação de Bompard utiliza de argumentos equivocados e foge à lógica de uma organização global, com forte presença no Brasil, que deve atuar dentro dos princípios da competividade e respeito ao livre mercado.

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A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) emite nota sobre as declarações do CEO do Carrefour Alexandre Bompard, publicadas na rede social “X”.

A ABPA considera como infeliz e infundada a declaração do CEO do Carrefour, inclusive se utilizando de argumentos equivocados ao dizer que as carnes produzidas pelos países-membros do Mercosul não respeitam os critérios e normas do mercado francês.

A Associação Brasileira de Proteína Animal destaca ainda que a manifestação de Bompard foge à lógica de uma organização global, com forte presença no Brasil, que deve atuar dentro dos princípios da competividade e respeito ao livre mercado.

Veja o que diz a nota:

 

NOTA SETORIAL

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) — representação político-institucional da AVICULTURA e da SUINOCULTURA no país — lamenta a infeliz e infundada declaração do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, em nota publicada na rede social “X” em que se utiliza de argumentos equivocados ao dizer que as carnes produzidas pelos países-membros do Mercosul não respeitam os critérios e normas do mercado francês.

A argumentação é claramente utilizada para fins protecionistas, ressonando uma visão errônea de produtores locais contra o necessário equilíbrio de oferta de produtos de seu próprio mercado – o que se faz por meio da complementariedade, com produtos de alta qualidade e que atendam a todos os critérios determinados pelas autoridades sanitárias dos países importadores, como é o caso da proteína brasileira.

A manifestação de Bompard foge à lógica de uma organização global, com forte presença no Brasil, que deve atuar dentro dos princípios da competividade e respeito ao livre mercado.

Por fim, a ABPA lembra que o protecionismo é, também, uma atitude de desrespeito aos princípios de sustentabilidade. Ao impulsionar o bloqueio injustificado a produtos provenientes de regiões com melhor capacidade de produção com respeito às questões ambientais, o Senhor Bompard coloca os consumidores de suas lojas em uma lógica de consumo com mais emissões e sob maior pressão inflacionária e menor acesso às classes menos favorecidas.

Fonte: O Presente Rural
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