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Agroleite 2022 atinge três dígitos em negócios e público
Empresas movimentaram R$ 149 milhões, recorde histórico do evento. Os diversos atrativos da programação oficial trouxeram mais de 120 mil pessoas para a Cidade do Leite.

O Agroleite 2022, realizado entre os dias 16 e 20 de agosto, em Castro (PR), superou todas as expectativas da organização, uma edição histórica. O reencontro vivenciado pela cadeia produtiva do leite da América Latina foi de tirar o fôlego e o evento atingiu a marca dos três dígitos em negócios e número de visitantes.
As 200 empresas expositoras efetivaram operações que totalizaram R$ 149 milhões. O gerente distrital da Sicoob Sul, Everton Carlos Zarpellon, relata que a agência protocolou mais de R$ 72 milhões em operações de crédito, superior ao dobro da meta estipulada para ser concretizada durante o evento. “Criamos uma linha específica com taxa de juros reduzida para financiamentos de bens, equipamentos, animais, energia fotovoltaica. Tudo o que é apresentado na feira é abrangido por essa linha de crédito”, menciona.
Para o gerente comercial da franquia da Ilumisol de Castro, Rudnei Ceulei, o resultado do evento foi melhor do que os anos anteriores, a empresa vendeu R$ 2 milhões nessa edição. “O pessoal veio para a feira para fechar negócios”, ressalta. Ceulei explica que devido mudança na legislação quem investir em energia solar no ano que vem precisará pagar uma taxa, o que está impulsionando os produtores a adiantarem a compra. “Foi muito bom, muita procura, muitos clientes no stand, negócios fechados aqui na feira, projeções para fazermos visitas na próxima semana, clientes pedindo para segurar o preço especial que fizemos”, diz o gerente.
A materialização de negócios nas semanas seguintes ao Agroleite também é uma realidade para outras empresas. Romano Vinícius Vizinoni, consultor de vendas da MacPonta, concessionária John Deere, comenta que além das vendas concluídas, entre maquinários e consórcios da marca, a empresa sai do Agroleite com mais de R$ 7 milhões em intenções de venda e aguarda a disponibilidade dos produtos na fábrica.
Recorde de público
Os diversos atrativos da programação oficial trouxeram mais de 120 mil pessoas para a Cidade do Leite, recinto de exposições da Cooperativa Castrolanda. Foram registrados visitantes de vários estados brasileiros como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Goiás, e de países como Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai. Muitos expositores ficaram impressionados com a quantidade de pessoas transitando pelas avenidas, mesmo com o frio e a chuva.
Expectativas superadas
“Superou nossas expectativas, achávamos que com o frio o pessoal ia ficar reticente, mas mesmo com chuva teve público muito bom”, fala Fernando José Silveira Oliveira, supervisor regional de vendas Paraná e São Paulo da Genex. Oliveira pontua que o público era formado em sua maioria por pessoas que atuam nas propriedades, entre produtores, técnicos e veterinários. Fernanda Queiroz, responsável por feiras e eventos da Timber, também observou que o evento atrai um público direcionado, pessoas buscando soluções para melhorar a eficiência no campo. “Foi excelente para mostrarmos a marca, os produtos e conhecermos pessoas, a equipe comercial estabeleceu muitos contatos”, expõe.
Leila Gomes, gerente do Agroleite, declara que o Agroleite 2022, com o tema Reencontros, marcou a retomada presencial de uma maneira muito especial. “Foi uma semana intensa, em vários sentidos, inclusive no clima. Estamos comemorando esta conquista de ultrapassar os três dígitos em público e em negócios. Isso nos dá alegria, motivação e energia para pensarmos o evento de 2023, em um momento de crescimento e desenvolvimento”, manifesta.
O Agroleite é promovido anualmente pela Cooperativa Castrolanda e conta com vários painéis e fóruns para promoção do conhecimento. Seung Lee, diretor executivo, cita que as palestras trouxeram temas técnicos sobre a cadeia do leite e os outros segmentos em que a cooperativa está inserida, além de questões voltadas ao mercado. “O Agroleite oportuniza o debate de assuntos do interesse dos produtores e o contato com as empresas e as novas tecnologias”, afirma.
Considerando a América Latina, a gerente de marketing Latam da DeLaval, Caroline Ryden, assinala como um diferencial do Agroleite o fato de ser uma feira de tecnologia que mostra as novidades que estão chegando. “Esta é a nossa vitrine para mostrar as novidades da DeLaval na América Latina. Se pensar em inovação, pensamos no Agroleite”, ressalta.
O presidente da Castrolanda, Willem Bouwman, observa que está nítida a consolidação do evento. “Percebemos que a cadeia do leite estava com os holofotes virados para o Agroleite e para Castro durante a semana que passou. A Castrolanda é a organizadora do evento, mas ele é de todos os parceiros que estão junto conosco para fazer acontecer uma exposição cada vez mais bonita”, enfatiza. Bouwman afirma que a cooperativa está projetando uma ampliação da Cidade do Leite e investimentos na infraestrutura para o próximo ano.
Em 2023
A previsão da organização é que o evento de 2023 seja realizado entre os dias 08 e 12 de agosto. A comercialização de áreas para stands das empresas iniciará em janeiro.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.




