Notícias Programa Assistência Técnica e Gerencial
Agroindústrias atendidas pela ATeG são reconhecidas pela qualidade em Santa Catarina
A assistência técnica e gerencial (ATeG) com foco para a agroindústria qualifica produtores para gestão básica dessas empresas, boas práticas de fabricação e de manipulação de alimentos.

O selo SISBI tem a finalidade de padronizar a inspeção de produtos de origem animal, permitindo sua comercialização em todo o território nacional. A família Ludwig, da Pescados Rio Vivo, em Descanso (SC), conquistaram a certificação para a sua propriedade, onde cultiva peixes. O selo foi entregue ao casal Décio e Rosmari recentemente pelos diretores da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), pela engenheira de alimentos e técnica de campo do Senar/SC, Larissa da Fré, e pela supervisora regional do Senar/SC, Grasiane Bittencourt Viêra.
Deiwis Ludwig, um dos gestores da empresa, enfatiza que o Programa ATeG do Senar/SC foi imprescindível para a obtenção do SISBI, pois auxiliou de maneira satisfatória no desenvolvimento do programa APPCC (análise de perigos e pontos críticos de controle) como também na sua implantação. “Tal programa é um dos critérios exigidos pela CIDASC para a certificação do Selo SISBI”.
Segundo ele, além disso, a ATeG oportunizou desenvolver um planejamento estratégico que abrangeu diversos setores do frigorífico como gestão de pessoas, novos produtos, expansão de mercado, investimentos, etc. “Isso nos proporcionou maior segurança no momento de definirmos as melhores ações para alcançarmos nossas metas, já que podemos nos embasar nos dados levantados e apresentados neste planejamento”.
Larissa lembra que nas primeiras visitas de acompanhamento à empresa foi informada pelo Deiwis de que um dos objetivos para 2021 era conquistar o Selo SISBI. “Para tanto, entre outras questões, precisariam revisar alguns programas de autocontrole (PAC), além de desenvolver o APPCC. Esse foi o foco de atuação junto à empresa, pois em parceria com gestores e colaboradores, realizamos o desenvolvimento e a implantação desta ferramenta na agroindústria”.
O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, realça que a conquista dos selos pelas empresas é gratificante para a entidade. “Ficamos felizes em perceber que a ATeG agroindústria teve papel importante no desenvolvimento dessas duas empresas e de tantas outras que aperfeiçoaram a qualidade em todo o processo produtivo. Estamos orgulhosos por termos empreendedores do meio rural que estão sempre em busca de inovação para os seus negócios”, disse Pedrozo.
Produção de queijos
A história da Família Balbinot, de Guaraciaba (SC), no extremo Oeste, teve um novo capítulo quando uma jovem senhora chamada Irma Corso Balbinot, na condição de viúva, precisava sustentar quatro filhos e passou a produzir queijo para comercialização. Um dos filhos, Vanderlei Balbinot, segue a tradição da mãe, sempre com o sonho de formalizar a atividade, juntamente com sua esposa, Elizete Balbinot.
Em 2010, a família construiu a estrutura, onde são produzidos queijos coloniais de maneira artesanal e, em 2016, obteve o selo de inspeção municipal. Sempre em busca de aperfeiçoamento nas atividades, atualmente a empresa faz parte do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) com foco para a agroindústria, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Santa Catarina (Senar/SC), órgão vinculado à Federação das Indústrias do Estado (Faesc), em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de São Miguel do Oeste.
No dia 3 de dezembro deste ano, a Queijos Balbinot conquistou o Selo Arte, que garante que a produção da família é artesanal e permite a comercialização em todo território nacional. A empresa foi a primeira agroindústria do extremo Oeste e a 22ª do Estado a obter essa distinção. Criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o selo valoriza formas tradicionais de produção e permite sua venda de forma legalizada em todo território nacional, sem abrir mão, dos aspectos sanitários.
Quem concede o Selo Arte em Santa Catarina é a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc). O registro, voltado ao pequeno produtor, é tratado com a mesma importância que os concedidos a grandes agroindústrias. A entrega do selo foi realizada pelo presidente da Cidasc, Plinio de Castro, e por integrantes da diretoria. A engenheira de alimentos e técnica de campo do Senar/SC, Larissa Da Fré, e o supervisor técnico da ATeG, Fernando Schneider, acompanharam o evento.
A família conquistou o selo porque faz um trabalho de excelência na produção de queijo colonial. Eles produzem todo o leite industrializado e a mão de obra é exclusivamente familiar, sem intenção de mudar a forma de produzir. Hoje, a gestão da propriedade é feita em conjunto e, enquanto os pais Vanderlei e Elizete cuidam da produção do leite, a filha mais velha Aline é a responsável pela agroindústria, promovendo assim a sucessão familiar e a tradição da nona Irma.
A empresa produz queijo colonial tradicional e queijos temperados, que podem ser assados no espeto e não possuem adição de corantes ou conservantes. Uma das parcerias muito importantes durante a trajetória de negócios foi a do Sistema Faesc/Senar-SC, tanto na produção de leite, com auxílio no manejo sanitário, na qualidade da matéria-prima e no bem-estar animal, quanto na agroindústria, auxiliando diretamente na concessão do Selo Arte.
“Somos assessorados pela engenheira de alimentos e técnica do Senar/SC, Larissa Da Fré, que colaborou ativamente nessa conquista. Ela nos deu suporte desde que iniciamos esse processo, na parte documental e burocrática, nas auditorias recebidas e até mesmo na organização do espaço e da cerimônia de concessão do selo. A Larissa é considerada membro da família e está sempre disponível para nos ajudar em tudo. Só temos a agradecer pelo trabalho dela”, destaca Aline.
Larissa frisa que, ao iniciar o acompanhamento na agroindústria, percebeu em conjunto com a gestora, a necessidade de informatizar alguns processos com o objetivo de ganhar agilidade e promover maior organização das informações. “Dessa forma, a Aline e eu, adaptamos uma planilha às demandas específicas da empresa e a partir desta foi possível fazer o registro e a análise do fluxo de caixa, da formação do preço de venda, do cadastro de clientes e pedidos, do controle de estoque e da rastreabilidade, esta última especialmente importante para a conquista do selo arte”, ressalta a técnica do Senar/SC.
Segundo Larissa, a família Balbinot demonstra grande interesse em receber novas informações e orientações. “Eles sempre colocam as ações em prática prontamente, fato que contribui para o trabalho de excelência que realizam na produção dos queijos artesanais”.
ATeG Agroindústria
Segundo a coordenadora estadual do programa, Paula Coimbra Nunes, atualmente em Santa Catarina são atendidas 60 agroindústrias em diversos ramos de produtos como agroindústria da cana de açúcar, derivados lácteos, derivados vegetais, de farinha e mandioca, de panificação, de pescado, de polpas e bebidas, e de embutido, defumados e processamento de carnes.
A assistência técnica e gerencial (ATeG) com foco para a agroindústria qualifica produtores para gestão básica dessas empresas, boas práticas de fabricação e de manipulação de alimentos. Durante o programa, são avaliados indicadores econômicos e produtivos, com objetivo de aumentar a produtividade e gerar incremento de renda. Cada produtor recebe um diagnóstico com planejamento estratégico, avaliação sistêmica de resultados, adequação tecnológica e capacitação profissional complementar. “É um modelo inovador e estritamente técnico ofertado pelo Senar para desenvolver o agronegócio no Estado” complementa o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi.

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Estratégia simples e de baixo custo otimiza a adubação em solos de alta fertilidade
Pesquisa em MG mostra que a adubação de restituição mantém a produtividade, reduz custos e evita excessos de nutrientes em áreas consolidadas do Cerrado.

Uma pesquisa realizada durante três safras (seis cultivos), em Unaí (MG), aferiu e validou a adubação de restituição associada ao balanço de nutrientes, para maior eficiência e economia no uso de fertilizantes na produção de culturas anuais em solo de Cerrado com fertilidade construída. Adubação de restituição é a prática de repor no solo nutrientes que são exportados nos produtos colhidos das lavouras.
As estratégias propostas pela pesquisa mostram que é possível o ajuste do aporte de nutrientes das adubações, de forma alinhada à utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais, contribuindo, ainda, para reduzir a pegada de carbono e aumentar a eficiência energética nos processos de produção.
Antecedentes para o estudo
A pesquisa considerou a premissa de que as culturas anuais apresentam elevada demanda de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), levando ao consumo de grandes quantidades de fertilizantes, para suprir os sistemas de produção brasileiros que envolvem os cultivos de soja, milho, algodão, feijão, trigo e sorgo. A demanda por esses nutrientes, para manter a produtividade, representa parte expressiva dos custos das lavouras, um dos principais fatores de risco econômico da agricultura do País.
Outro aspecto é que, muitas vezes, mesmo sabendo que o solo já tem alta fertilidade, com disponibilidade de nutrientes acima dos níveis críticos, o agricultor se sente mais seguro quando realiza as adubações que já vinha utilizando por vários anos. Porém, tem sido reportado, em várias publicações, que os solos em áreas de cultivo consolidado do Cerrado acumularam considerável estoque de nutrientes com o passar do tempo, superando a condição de baixa fertilidade original.
Experimentação em fazenda
Os principais tratamentos, comparados em parcelas de grandes dimensões, num talhão de produção comercial com histórico de longo prazo em plantio direto e solo com fertilidade construída, envolveram: 1) a adubação de restituição de N, P e K exportados nas colheitas; 2) o manejo padrão da fazenda; e 3) um controle sem adubação NPK. “As avaliações foram realizadas durante três ciclos safra/segunda safra, com soja/milho (ou sorgo), em sistemas com ou sem braquiária em consórcio”, detalha o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Álvaro Vilela de Resende, que coordenou o estudo.
Resultados práticos
Os resultados, segundo Resende, permitiram constatar que a adubação (ou a ausência dela) não influencia a produtividade da soja, sendo o nitrogênio o fator que mais limita o rendimento do milho, nas condições do talhão estudado. O consórcio com braquiária na segunda safra pode prejudicar o sorgo e não afeta o milho, mas aumenta a produtividade da soja subsequente. “Verificou-se que a adubação de restituição vinculada ao balanço de nutrientes mantém os níveis de produtividade e de rentabilidade, com uso mais eficiente de fertilizantes, enquanto preserva a fertilidade do solo. Assim, é uma estratégia de manejo nutricional inteligente para solos de fertilidade construída, ao prevenir déficits ou excedentes de nutrientes, contribuindo na busca por desempenho produtivo com sustentabilidade ambiental”.
Para o pesquisador essas conclusões, de certa forma, já eram esperadas, tendo em vista os resultados de pesquisas anteriores, envolvendo experimentação em outras regiões e propriedades agrícolas no Cerrado, onde frequentemente tem-se observado pouca ou nenhuma resposta à adubação com nutrientes como P e K, sobretudo em solos argilosos. “Mas faltavam elementos mais concretos para convencer definitivamente os produtores e técnicos, de que é necessário e possível melhorar o dimensionamento das adubações de manutenção”, explica Resende.
“Ainda persiste a tendência de se utilizarem fertilizantes sempre nas mesmas formulações ou quantidades fixas de N, P e K, recorrentemente, apesar do notável avanço tecnológico e do incremento no potencial produtivo dos ambientes agrícolas no Cerrado. Além disso, em geral, os produtores não se atentam em calcular o balanço de nutrientes, por desconhecerem o valor dessa informação”, complementa o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.
De acordo com Resende, o manejo apropriado para solos de alta fertilidade busca dimensionar as quantidades de nutrientes para fornecer apenas o necessário à reposição do que é exportado na colheita, mais eventuais perdas do sistema. “A estratégia de se adotar a adubação de restituição conjugada com o cálculo do balanço de nutrientes, ao longo do tempo, compatibiliza o suprimento às quantidades realmente demandadas pelo sistema de culturas. O monitoramento se completa com a análise de solo, para acompanhar como a fertilidade oscila em função desse manejo. Assim, com a junção de técnicas simples e de baixo custo, evitam-se situações de falta ou excesso de nutrientes, com ganhos de eficiência no uso de fertilizantes”.

Áreas agrícolas consolidadas em plantio direto e solos de fertilidade construída permitem ajuste fino das adubações
Embora não seja propriamente uma novidade, a solução validada no estudo viabiliza o dimensionamento das adubações de forma precisa e específica por talhão, podendo inclusive ser automatizada conforme o aparato de informática e equipamentos já disponíveis em muitas fazendas. O objetivo é ajustar o aporte de nutrientes sempre que necessário, ao longo de uma sequência de cultivos, e está alinhado à crescente necessidade de utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais.
“São comuns situações de desequilíbrio entre as quantidades de nutrientes adicionadas via adubação e as removidas nos produtos colhidos das lavouras. O balanço desfavorável ao longo do tempo prejudica a produtividade quando há déficit, ou leva ao desperdício de fertilizantes quando há excedente de nutrientes. Além de resultarem em perda de rentabilidade, ambas as situações também podem implicar maior pegada de carbono do produto colhido. Portanto, a estratégia proposta na publicação também pode contribuir para maior eficiência energética e neutralidade ambiental nos processos de produção em áreas de agricultura consolidada no Brasil”, conclui Álvaro Resende.
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Seguro rural para soja no Paraná adota modelo inédito baseado em manejo
Projeto-piloto do ZarcNM oferece subvenções maiores conforme o nível de manejo, incentivando práticas que reduzem riscos de perdas por seca e aumentam a resiliência da cultura.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM) começou a ser operado pela primeira vez no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura e Pecuária. A nova modalidade está em fase piloto, tendo como foco inicial a cultura da soja no Paraná. Vinte e nove áreas de produção, totalizando cerca de 2.400 hectares, aderiram à iniciativa e efetivaram a contratação de seguro rural, acessando percentuais diferenciados de subvenção nas apólices de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.
O piloto usa a metodologia desenvolvida pela Embrapa, que permite classificar talhões em quatro níveis de manejo (NM), baseada em indicadores objetivos, verificáveis e auditáveis. Juntamente com as avaliações de risco climático do ZarcNM, o produtor e demais interessados podem verificar o quanto a adoção de boas práticas pode reduzir os riscos potenciais de perdas da produção por seca. Quanto melhor o nível de manejo, maior a subvenção do seguro.

Fotos: Shutterstock
Da área total participante do projeto-piloto, cerca de 5% foi classificada com o nível quatro, o melhor da escala do ZarcNM e que resulta numa subvenção de 35% no valor do seguro rural. Do restante, 27% da área foi classificada no nível de manejo 3, com subvenção de 30%; 57% no nível 2, com 25% de subvenção da apólice; e 11% da área ficou com o nível 1, mantendo os 20% de subvenção padrão do PSR.
De acordo com Diego Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Riscos, do Ministério da Agricultura, este novo formato de subvenção deve se tornar perene. “Após a avaliação dos resultados desta primeira fase, planejamos expandir o programa para outros estados, iniciando com a soja e, posteriormente, incluindo a cultura do milho”, afirma.
Aumento de produtividade e resiliência
A metodologia ZarcNM contribui para reduzir um problema recorrente do seguro rural que é a necessidade da quantificação mais individualizada do risco, por gleba ou talhão, conforme o manejo de cada área. Ao aplicar incentivos financeiros, a gestão do PSR coloca em prática um mecanismo de indução de boas práticas e adaptação da agricultura brasileira, tornando-a mais resiliente à variabilidade climática e aos crescentes riscos de seca.
O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (PR), afirma que essa atualização do ZarcNM é muito relevante porque quanto melhor o nível de manejo adotado, menor será o risco de perdas por déficit hídrico. De acordo com o pesquisador, a adoção de práticas conservacionistas é determinante para aumentar a infiltração de água e reduzir o escorrimento superficial, comuns durante chuvas intensas e em grandes volumes. Junto a outras práticas de manejo do solo, elas promovem maior disponibilidade de água às plantas. “O aprimoramento do manejo do solo leva a um aumento significativo na produtividade das culturas, à redução do risco de perdas causadas por condições de seca e ao aumento da fixação de carbono no solo. Além disso, promove a conservação tanto do solo quanto dos recursos hídricos”, destaca Farias.
Segundo o pesquisador, culturas não irrigadas, como a grande maioria da área com soja no Brasil, têm como fontes de água para atendimento de suas necessidades a água da chuva e aquela disponibilizada pelo solo. “As práticas de manejo que incrementam a capacidade do solo de disponibilizar mais água às plantas são essenciais para reduzir os riscos de perdas por seca, principalmente, quando se projetam cenários climáticos cada vez mais adversos à exploração agrícola”, ressalta Farias.
Modelo de operação
Neste modelo testado pela primeira vez são considerados seis indicadores: tempo sem revolvimento do solo, porcentagem de cobertura do solo em pré-semeadura (palhada), diversificação de cultura nos três últimos anos agrícolas, percentual de saturação por bases, teor de cálcio e percentual de saturação por alumínio. “Além dos indicadores quantitativos, alguns pré-requisitos precisam ser observados como, por exemplo, semeadura em contorno ou em nível”, explica Farias.
No piloto, os agricultores submetem seus projetos às seguradoras e agentes financeiros, indicando o talhão a ser analisado, repassando as informações solicitadas e as análises de solo feitas em laboratórios credenciados. Por meio de uma plataforma digital desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital (SP), o Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), os dados são cruzados com informações de sensoriamento remoto para cálculo e classificação dos níveis de manejo.
O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc de Pesquisa, Eduardo Monteiro, destaca a importância do sensoriamento remoto nesse processo. Ele exemplifica com uma das áreas aprovadas no Nível de Manejo 3 e que está ao lado de outra com sinais de erosão.
“Apesar de vizinhas, as classificações podem ser bem diferentes. A área erodida não obteria classificação maior que NM1. Isso mostra a importância de um sistema de verificação independente e bem estruturado para ser capaz de observar esses detalhes de forma automatizada à medida que ganha escala e o número de operações chega aos milhares”, afirma.
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Brasil e África discutem novas revoluções verdes para agricultura sustentável
Painel promovido pelo ATLAS na AgriZone destaca cooperação técnica, políticas públicas e transferência de tecnologia como caminhos para acelerar transformações agrícolas no clima atual.

Com a crescente demanda global por práticas agrícolas sustentáveis, os debates sobre novas revoluções verdes tornam-se cada vez mais essenciais. Nesse contexto, o Laboratório de Transições Agrícolas para Soluções Africanas (ATLAS) promoveu, nesta terça-feira (18), na AgriZone, o painel “Lições das Revoluções Verdes: Perspectivas do Brasil e da África para Transformações Agrícolas Sustentáveis”.
O assessor especial da Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), José Polidoro, representou a Pasta no painel e destacou que o sistema agrícola brasileiro é baseado em três pilares: ciência e tecnologia, defesa agropecuária e o sistema de financiamento/crédito rural. “Não temos dúvida em afirmar que nossa agricultura é baseada em ciência sustentada por tecnologia. E temos um amplo sistema para financiar grandes e pequenos produtores. Todos os produtores no Brasil são atendidos por esse sistema, que financia produção, custeio e investimentos”, disse.
A plataforma ATLAS busca promover o diálogo político, a cooperação institucional e a ampliação de financiamentos para o desenvolvimento agrícola sustentável do continente africano. O painel discutiu as políticas públicas que tornaram o Brasil uma potência agrícola global, incluindo a recuperação de solos degradados e tecnologias adaptadas aos diferentes biomas brasileiros.
O continente africano possui 70% da sua força de trabalho envolvida na agricultura, e o evento buscou explorar caminhos de cooperação entre Brasil e África capazes de acelerar uma transformação agrícola compatível com o clima.
Polidoro citou como exemplo o Programa Caminho Verde Brasil, que irá impulsionar o crescimento da agropecuária brasileira por meio da restauração de áreas degradadas. “Temos uma política que demonstra aos nossos parceiros do Sul Global, como os países africanos, que é possível realizar uma revolução verde, uma revolução verde verdadeira. Mas, para isso, é necessário ter leis, regulamentação e políticas de Estado”, ressaltou.
Brasil e África firmaram, em 2025, acordos para a transferência de tecnologia por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além da assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) entre o Brasil e países africanos para cooperação técnica, melhoria dos sistemas agrícolas e apoio à segurança alimentar e ao desenvolvimento rural.
Participaram do painel o pesquisador PhD em Agronomia, Genética e Cooperação Internacional da Embrapa, Paulo Melo; o chefe de Resiliência, Clima e Fertilidade do Solo da Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), Tilahun Amede; e a diretora de Relações Públicas da OCP Nutricrops, Mouna Chbani.





