Notícias Inovação para o agronegócio
AgroBIT Brasil Evolution começa hoje em formato virtual experience
Além de palestras e painéis sobre as inovações e tendências do agronegócio, evento vai revelar e premiar produtores rurais que estão fazendo a diferença no país.

O AgroBIT Brasil, um dos maiores eventos do país com foco em inovação para o agronegócio, chega em sua 4ª edição com muitas novidades e a participação de especialistas nacionais e internacionais que irão apresentar os principais cases, soluções, tendências e oportunidades do setor. Com o objetivo principal de discutir o potencial transformador das inovações e tecnologias em agricultura, o AgroBIT Brasil Evolution acontece hoje e amanhã (09 e 10 de novembro), no formato virtual experience, das 08h30 às 18 horas.
Tradicional no setor do agronegócio, o evento tem a realização da Sociedade Rural do Paraná, Sebrae, FB Group – Eventos e Agro Valley Londrina e conta com várias instituições importantes como apoiadoras.
Pensado estrategicamente para promover parcerias e networking dentro do universo agro, o AgroBIT reúne líderes, produtores e empresários rurais, cooperativas, sindicatos rurais e entidades, agroindústria, profissionais de agricultura de precisão, investidores, provedores de solução e tecnologia, pesquisadores e universidades, empreendedores e startups, influenciadores do agro, embaixadas de outros países interessadas em fazer negócios com o Brasil e profissionais de todo o país para desenvolver e acelerar o agronegócio.
“Serão dois dias de intensa programação, conteúdo exclusivo de palestras de alto nível, distribuídas em três arenas simultâneas – AgroFuturo, AgroBIT Carreira e Smart Farm Mapa Conecta”, explica a coordenadora geral do AgroBIT Brasil Evolution, Daiana Bisognin Lopes.
De acordo com Daiana, a programação irá debater as agroinovações aplicadas ao dia a dia do produtor rural com imersão na jornada que inicia no manejo do solo passando pelas culturas, aplicação de defensivos, controle biológico, irrigação, genética, colheita, armazenamento, logística, rastreabilidade, marketplace, exportações e outros temas importantes como Bureau Verde, ESG, Sucessão familiar, foodtech, cooperativismo, entre outros.
“São tecnologias e novas técnicas que otimizam o uso dos insumos agrícolas e
permitem maior segurança na tomada de decisão do produtor rural. Diante disso, o evento propõe mostrar todos esses avanços e debater de forma inovadora soluções que venham de encontro aos atuais desafios enfrentados pelo agronegócio”, acrescenta George Hiraiwa, coordenador da Agro Valley.
Oportunidades
Com amplo conceito de interatividade e programação robusta, o AgroBIT Brasil irá apresentar as principais referências de cases nacionais e internacionais para que os participantes conheçam as oportunidades do futuro do Agro, segundo Antonio Sampaio, presidente da Sociedade Rural do Paraná, também promotora do evento.
Novidades
Paralelo à programação, o AgroBIT traz diversas novidades. Uma delas é a 1º edição do Agro Clima Global Summit, tema extremamente relevante num momento em que as mudanças climáticas vêm impactando no agronegócio. O evento irá discutir o impacto das mudanças climáticas na produção agrícola, as tecnologias de dados e previsão e apresentará as oportunidades de aumentar a produtividade da agricultura brasileira no futuro.
Smart Farm Mapa Conecta
A Smart Farm Mapa Conecta será realizada em parceria com o Ministério da Agricultura e será uma verdadeira imersão no empreendedorismo brasileiro. Este ano a Smart Farm será mais interativa e com muito mais oportunidades para as startups.
Durante o evento vai acontecer uma batalha de pitches ao vivo. A competição será em três fases, em que as melhores startups selecionadas têm a oportunidade de apresentar seus projetos para uma banca de especialistas, potenciais investidores e para o público em geral do evento. A competição resulta na entrega de premiação para o 1º , 2º e 3º lugar. Segundo Fabrício Bianchi, gerente Regional do SEBRAE – Londrina, esta é uma ótima oportunidade para as startups se conectarem com os principais investidores do Brasil.
AgroBit Carreira
O AgroBIT Carreira é uma programação voltada para recolocação e desenvolvimento de profissionais do Agro no mercado de trabalho. As interações acontecerão de maneira on-line e serão guiadas por uma trilha de aprendizagem na qual será abordada as principais áreas e elementos necessários para alcançar uma carreira de sucesso no agro.
Prêmio Produtor Rural 4.0
As novidades não param por aí, o Prêmio Produtor Rural 4.0 tem como objetivo reconhecer produtores rurais que utilizam inovação e tecnologia em seus processos, serviços ou produtos que contribuem de forma efetiva no aumento de resultados e produtividade e/ou redução de custos no campo.
Painel das mulheres do agro
Pelo segundo ano consecutivo o AgroBIT homenageia as mulheres do agro com um painel exclusivamente dedicado a elas.
Vitrine Tecnológica
Empresas e instituições renomadas do setor estarão presentes no evento e terão espaços exclusivos na programação. Feira virtual, demonstrações de dia de campo, apresentações, debates e interações na sala de networking e aplicativo vão facilitar a aproximação do público com todas as novidades e oportunidades do setor.
Hospital do Câncer
Além de todas as vantagens já mencionadas, a participação no AgroBIT vale uma doação para o Hospital do Câncer de Londrina. Será repassado R$ 1,00 ao HCL por participante que completar a jornada do evento.
Durante o evento o participante também poderá doar a quantia que desejar por meio do estande virtual da instituição ou QR Code que irá aparecer na tela durante a transmissão. Essa é a oportunidade de participar de um grande evento e também ajudar quem precisa.

Notícias
Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.
Notícias
Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio
Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.
Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.
Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.
Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”
Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.
Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.
Marco jurídico recente
Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.
Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.
Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.
Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu
A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.
Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.
Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.
Notícias
Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.



