Conectado com

Notícias

Agroalianças são fundamentais para o protagonismo do Brasil no comércio global

Brasil precisa fortalecer agroalianças estratégicas e ampliar parcerias globais para manter protagonismo no comércio internacional, defendem líderes no 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio.

Publicado em

em

Solenidade de abertura do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio - Foto: Gerardo Lazzari

As agroalianças estratégicas são fundamentais para garantir o protagonismo do Brasil no comércio internacional. Diante do atual cenário geopolítico e das tensões globais, o país deve ser flexível e adotar uma postura de cooperação com diversas nações, sem se posicionar em lados antagônicos. Essa foi umas avaliações do embaixador Roberto Azevêdo, diretor geral da OMC entre 2013 e 2020, consultor da Abag e presidente global de Operações da Ambipar, durante a palestra “Agroalianças e o Futuro”, do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a B3 – a bolsa do Brasil, realizado na segunda-feira (11).

“O Brasil não pode permitir que qualquer país escolha o lado em que devemos estar. Precisamos de flexibilidade para formar alianças estratégicas e deixar de falar sozinho. O futuro do agronegócio e do comércio global exige uma abordagem colaborativa, em que a iniciativa privada deve também criar seus próprios canais de relacionamento comercial, expandindo suas redes de conexão”, afirmou Azevêdo.

Fotos: Shutterstock

Segundo o embaixador, o papel do governo é fundamental, mas não é suficiente para o Brasil alcançar seu pleno potencial no mercado global. A iniciativa privada, especialmente o setor agropecuário, precisa ser proativa e buscar novas parcerias comerciais para ampliar sua presença no exterior. Nesse sentido, ele destacou que as agroalianças, entendidas como parcerias entre países, empresas e setores produtivos, são essenciais para fortalecer a posição do Brasil como líder em segurança energética e alimentar. “O Brasil possui um agro tropical, único, com altíssima competitividade, qualidade e capacidade de produção em grande escala. No entanto, enfrentamos um desafio maior: promover essas agroalianças. É crucial que o setor se una para garantir sua relevância no comércio global, mostrando que somos uma parte essencial da solução”, ponderou Azevêdo, destacando a importância de o Brasil ser visto como um parceiro estratégico no cenário internacional.

Solenidade de abertura

Na abertura do CBA 2025, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag, avaliou que as perspectivas globais para a próxima década são de grande complexidade, com uma nova ordem mundial, marcada pelo enfraquecimento do multilaterialismo e fortalecimento do protecionismo e unilaterialismo. “A geopolítica está no centro das decisões globais e as recentes tarifas refletem esse processo de reposicionamento estratégico dos Estados Unidos. Assim, é urgente o diálogo e a criação de alianças para assegurar o equilíbrio”, disse.

O agronegócio brasileiro vem sendo construído com a argamassa da ciência, a competência e a dedicação de pessoas, sendo responsável pela geração de empregos, pelo superávit da balança comercial e pelos resultados do PIB nacional, além de contribuir para reduzir as emissões de gases poluentes. “Hoje, estamos entregando o documento “Agronegócio frente às Mudanças Climáticas”, posicionamento oficial do agronegócio brasileiro para a COP30, cujo objetivo é reiterar o papel do agro como parte da solução para os desafios do clima e o protagonismo do Brasil, pois nosso setor alia sustentabilidade, práticas inovadoras, produtividade, valorizando aspectos econômicos e as comunidades envolvidas”, ressaltou.

A biocompetitividade é outro ponto importante para o país, assim como alianças com países, empresas e produtores, que serão fundamentais, na avaliação do presidente da Abag, ao setor privado e produtivo. Para ele, é importante ainda estar atento às incertezas internas que interferem mais nas decisões de investimentos do que os desafios externos.

Carvalho ressaltou que o Brasil é o país do agro competitivo, com produção de energia e de alimentos em larga escala, alta produtividade e com práticas ambientais. “Os sistemas energéticos precisam ser resilientes, flexíveis, eficientes para a transição, garantindo os insumos críticos. O mundo despertou pra novas e complexas perguntas e o Brasil pode dar as respostas, construindo pontes construir pontes com os Estados Unidos, com a China e com outras nações, beneficiando a segurança alimentar e energética”, finalizou.

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, enfatizou o papel do Brasil como uma potência no mercado de capitais. “Apesar do momento delicado, o Brasil continua sendo um líder em liquidez e prosperidade no mercado de capitais. Este evento representa a chance de abrir novos caminhos para destravar o potencial do setor agropecuário”, afirmou Finkelsztain, destacando números recentes que comprovam a resiliência e a força do mercado financeiro no agronegócio brasileiro, como os R$ 588 bilhões captados em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), o crescimento de 32% das Cédulas de Produto Rural (CPR), atingindo R$ 418 bilhões, ano passado e o estoque de R$ 360 milhões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). “Esses números são uma clara demonstração de liquidez no mercado, o que gera prosperidade para o setor. Temos uma grande oportunidade de expandir e criar novas alternativas para os investidores e produtores”, completou Finkelsztain.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou a importância do agronegócio para a economia paulista, com 40% das exportações do estado sendo oriundas do setor. O governador reforçou o compromisso do estado com o agronegócio, destacando ações voltadas para titulação de terras, crédito ao produtor, manutenção das estradas e programas como a revitalização de pastagens.

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) está abrindo um novo espaço em Washington, que irá se somar aos três escritórios da Agência nos Estados Unidos. Essa iniciativa anunciada, durante o CBA, por Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, tem o objetivo de representar os setores afetados pelo tarifaço, defendendo os interesses nacionais. Esse trabalho será feito em conjunto com a Amcham e por meio da contratação de consultorias especializadas.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema reforçou que o agronegócio mineiro, em 2024, exportou mais do que a atividade de mineração no estado. “Contamos com uma produção agrícola diversificada e as pastagens mineiras estão sendo recuperadas e transformadas em áreas produtivas sem desmate. Hoje o estado está em fase de crescimento e o Agronegócio faz parte deste avanço”, disse.

Em sua fala, Guilherme Campos, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, reforçou que a responsabilidade do Brasil é consolidar ainda mais a liderança do agro, por meio da abertura de novos mercados e da agregação de valor aos produtos agrícolas brasileiros, como café e cana-de-açúcar. Já o deputado federal Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ressaltou que o grupo está acompanhando de perto os desafios geopolíticos e econômicos, especialmente no que diz respeito ao tarifaço e ao equilíbrio fiscal, além de aspectos relacionados ao financiamento, logística e a COP30.

A solenidade de abertura contou ainda com as participações de Alberto Amorim, secretário-executivo da Secretaria de Agricultura de São Paulo; do Embaixador Alexandre Parola; Antonio Mello Alvarenga Neto, presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA); Marcelo Regunaga, coordenador do Grupo de Países Productores del Sur e ex-ministro da Agricultura da Argentina; Roberto Rodrigues, conselheiro da Abag e enviado Especial para Agricultura da COP30; embaixador Rubens Barbosa; e de Silvia Massruhá, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Fonte: Assessoria Abag

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

Publicado em

em

Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

Publicado em

em

Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.