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Agro e tecnologia criam agenda Brasil e Israel e meta é atingir R$ 48 bilhões transacionados até 2028
Após 1º Congresso, CNBI estará em Genebra para encontro mundial de câmaras e, em outubro, vai à Israel promover negócios. Objetivo é fazer transações bilaterais entre os dois países mais que dobrar em cinco anos.

A Confederação das Câmaras Brasil Israel (CNBI) tem reforçado a agenda entre os dois países e vai ao mercado comum europeu colocar holofotes no agro brasileiro para fazer crescer as transações comerciais bilaterais. A entidade promoveu em maio o 1º Congresso da CNBI, realizado no Senado, no Distrito Federal, e deve representar o país na reunião das principais câmaras mundiais, que acontece em Genebra, Suiça, no final deste mês.

Ric Scheinkman, presidente da CNBI, em discurso em Brasília. Entidade defende o grande potencial das relações comerciais bilaterais entre Brasil e Israel – Fotos: Divulgação/Equipe Senador Carlos Vianna
Também leva, em outubro, o modelo nacional de agronegócio para Israel. “Do congresso em Brasília já saíram negócios para o setor de segurança e defesa, agricultura, ciências e tecnologia. Agora em junho, em Genebra, estaremos com as maiores câmaras de comércio do mundo e, em setembro e outubro, vamos incentivar a troca de conceitos tecnológicos entre os dois países”, destaca o presidente da CNBI, Ric Scheinkman.
O comércio bilateral entre Brasil e Israel movimento ano passado acima de 4,5 bilhões de dólares (o equivalente hoje a cerca de R$ 21,6 bilhões). A meta da CNBI é que isso mais que dobre, atingindo 10 bilhões de dólares (R$ 48 bilhões) dentro de cinco anos.
A CNBI está presente no Mercado Comum Europeu , através de sua associada da península ibérica, a Câmara de Cooperação e Desenvolvimento Portugal – Israel, representa no Brasil 14 entidades sem fins lucrativos focadas nas relações bilaterais entre brasileiros e israelenses.
Congresso CNBI
O 1º Congresso da CNBI aconteceu nos dias 16 e 17 de maio, na Sala Petrônio Portela do Senado Federal. O evento teve apoio da Embaixada de Israel e foi organizado em conjunto com o Grupo Parlamentar Brasil – Israel do Senado e da Câmara Federal, presidida pelo Senador Carlos Viana.
O congresso contou com a participação de parlamentares brasileiros e autoridades de destaque, bem como representantes de instituições renomadas. Durante o evento, foram proferidas palestras por instituições como CNI, Embrapii, Apex-Brasil, Sebrae, Abrafrutas, Centro de Tecnologia e Inovação Brasil-Israel, AGU, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Ministério de Ciências, Tecnologia e Inovação, Moshav, Embaixada de Israel, Instituto de Desenvolvimento da Mineração e Instituto Senai.
O congresso fez parte das comemorações do 75º aniversário da Independência de Israel e contou com uma cerimônia especial realizada na Plenária do Senado Federal no dia 15 de maio. Estiveram presentes: Marcos Pereira, vice-Presidente do Congresso e presidente dos Republicanos; senador Carlos Viana, deputado Gilberto Abramo, presidente da Frente Parlamentar Brasil-Israel da Câmara, Scheinkman, da CBNI, Paulo Afonso, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Sobre a CNBI
A Confederação das Câmaras Brasil Israel (CNBI) é uma instituição que tem como objetivo fortalecer as relações comerciais, industriais, culturais e turísticas entre as duas nações. A entidade promove a cooperação entre empresas, governos, instituições acadêmicas e a sociedade civil dos dois países, fomentando o intercâmbio e o desenvolvimento de parcerias estratégicas.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.




