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Agro deve se preparar para mudanças climáticas e produzir com sustentabilidade

Plano ABC+ estimula a adoção de tecnologias mitigadoras de emissão de carbono na agropecuária, com ganho de produtividade. O objetivo é promover a adaptação da agropecuária brasileira às mudanças do clima e a mitigação das emissões de gases do efeito estufa, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos, por meio da gestão integrada da paisagem.

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Foto: Divulgação/Seapi

Compreender os desafios impostos pelas mudanças climáticas e como produzir alimentos neste cenário, com sustentabilidade, foi o tema das palestras de abertura do 12º Salão de Iniciação Científica e Tecnológica (Sicit), o 7º Workshop de Pós-Graduação e a Mostra de Pesquisa. Evento foi realizado entre quarta (04) e quinta-feira (05), também contou com 45 apresentações orais de trabalhos ligados ao setor agropecuário.

A primeira apresentação foi feita pelo professor Francisco Aquino, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do Programa Antártico Brasileiro. Ele abordou como as condições climáticas globais, especialmente no Rio Grande do Sul, estão sujeitas ao delicado equilíbrio entre as condições na Antártica e o fluxo de “rios aéreos” da Amazônia e do Cerrado. “A estação que recém terminou foi o inverno mais quente para o Hemisfério Sul e o verão mais quente para o Hemisfério Norte. Há excessos, eventos extremos em todos os continentes, em escala global. Os dez anos mais quentes da história são todos das últimas duas décadas”, elencou.

Conforme Aquino, a Antártica é a maior massa de gelo continental da Terra, sendo responsável por arrefecer as temperaturas dos oceanos e da atmosfera terrestre. “Este ano, o gelo marinho da Antártica bateu recordes de redução de extensão. Além disso, durante o inverno, não houve formação de mais áreas de gelo, o que deveria ocorrer”, contou.

O Rio Grande do Sul, por sua posição geográfica, é palco para atuação desses eventos, com mais ou menos intensidade. “O Estado está ficando mais quente, mais tempestuoso, chove mais, mas em locais concentrados, causando mais danos. Anomalias de temperaturas mais marcadas estão mais presentes no nosso cotidiano”, relatou o professor.

Para Francisco, a melhor tecnologia para enfrentar as mudanças climáticas é preservar a natureza. “É preciso recuperar urgentemente as áreas degradadas e inovar: toda vez que a humanidade é confrontada com um desafio, ela inova”.

Ele desconstrói a ideia de que crescimento agropecuário só é possível com desmatamento. “A economia no Brasil não teve nenhum problema de crescimento causado pelas ações de enfrentamento ao desmatamento, pelo contrário. É uma depredação ambiental desnecessária, que nos está tirando água e biodiversidade, que está impactando nossa agropecuária e nos impedindo de cumprir nosso papel como grande produtor agrícola”, finalizou.

Políticas conservacionistas e produção sustentável
O coordenador substituto do Planejamento para Conservação do Solo e Água do Ministério da Agricultura, auditor fiscal federal agropecuário Elvison Ramos, falou sobre políticas conservacionistas dos recursos naturais para uma produção agropecuária mais sustentável – com destaque para o Plano ABC+.

Ao mesmo tempo em que há o cenário de mudanças climáticas, a projeção da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) é de que a produção agropecuária precisará crescer 60% até 2050, para garantir segurança alimentar ao contingente populacional projetado para a Terra no período, de 9,7 bilhões de pessoas. “O Brasil é o país do mundo com o maior incremento na produtividade agrícola, e naturalmente há uma expectativa global sobre nós. Mas temos nossos desafios internos: como crescer nossa produção de forma sustentável e fortalecer a segurança alimentar num país de dimensões continentais, e muito diverso”, destacou Elvison.

O Plano ABC+ estimula a adoção de tecnologias mitigadoras de emissão de carbono na agropecuária, com ganho de produtividade. O objetivo é promover a adaptação da agropecuária brasileira às mudanças do clima e a mitigação das emissões de gases do efeito estufa, com aumento da eficiência e resiliência dos sistemas produtivos, por meio da gestão integrada da paisagem. “Não estamos mais falando apenas de sistemas produtivos, temos que conectá-los aos outros ambientes. Por isso falamos em gestão integrada da paisagem: é o sistema produtivo, junto com as áreas de proteção permanente e as reservas legais”, explicou.

Entre os benefícios do uso das tecnologias do ABC+, estão: maior sequestro de carbono e redução da emissão dos gases do efeito estufa; redução da necessidade de novos desmatamentos; recuperação da qualidade e da capacidade produtiva do solo; redução da erosão e do escoamento superficial da água; maior infiltração da água da chuva no solo; menor evaporação da água do solo; baixa incidência de pragas, com menor uso de agrotóxicos; diversificação da produção e minimização dos riscos climáticos e de mercado; bem-estar animal, devido ao microclima gerado pelo componente arbóreo; tecnologia adaptada a produtores rurais de qualquer escala; e aumento da fixação de carbono, maior concentração de matéria orgânica no solo e enriquecimento da microfauna do solo.

Fonte: Assessoria Seapi

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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro

Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

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Foto: Shutterstock

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.

No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.

Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.

A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil

Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.

Planilha de Custos

Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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