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Agro brasileiro é a solução para mitigar as emissões de carbono e para as mudanças climáticas do país

O 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio trouxe ainda o papel da iniciativa privada nas questões de sustentabilidade e do mercado de carbono

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Arquivo / OP Rural

O Brasil tem tudo: agroambiente, água, floresta e pessoas. Por isso, o agronegócio é a solução para mudanças climáticas e para mitigação de emissões de carbono no país. Essa foi uma das conclusões do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com  B3, A Bolsa do Brasil, que aconteceu nesta segunda-feira, dia 2 de agosto. Considerado um dos eventos mais relevantes do universo do agro nacional, reuniu mais de 8000 participantes, de 24 países, que puderam acompanhar importantes debates sobre o tema central do encontro Nosso Carbono é Verde.

“Precisamos recuperar nosso protagonismo na agenda agroambiental. Somos um país com florestas, que são mantidas também pelos agricultores, que devem ser remunerados por essa proteção. Desse modo, o Brasil é o domicílio preferencial do carbono verde do mundo, portanto, o que nos cabe é usar nossa inteligência e manter nossas boas relações. Precisamos nos manter unidos: antes e depois da porteira”, resumiu Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da ABAG, no encerramento do evento online.

Diante desse cenário, embaixador Marcos Azambuja, conselheiro Emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), disse no O Futuro o Agro no Comércio Mundial, que o Brasil está em outro nível de inserção internacional graças à qualidade e à criatividade do seu agronegócio, portanto o setor mais certo é o da produção de tecnologia alimentar, respeitando as condições do meio ambiente. Ele ressaltou que o segmento tem feito uma perfeita aliança entre Estado e o setor privado, na diplomacia, defendendo a proteção do meio ambiente, e uma cooperação ímpar com o mundo acadêmico. Por fim, ele enfatizou a importância do cuidado ambiental não porque outros países querem, mas em benefícios do todos os brasileiros. “O meio ambiente brasileiro é do Brasil”.

Para Malu Nachreiner, presidente da divisão Crop Science da Bayer no Brasil, o país precisa participar da pauta global relacionada à sustentabilidade e ao mercado de carbono. “Devemos ter um lugar à mesa nas discussões de regulamentação desse mercado. Há muita coisa para descobrir, além da implantação de uma metodologia para que o agricultor realmente possa ser remunerado”. Em sua opinião, essa regulamentação é imprescindível porque o país possui uma agricultura tropical, diferente das nações do Hemisfério Norte, o que pode trazer uma desvantagem competitiva para o setor. Ela citou, por exemplo, como a adoção do plantio direto pelos americanos melhora o saldo do carbono sequestrado, mas para o Brasil, cuja prática é bastante comum, o resultado acaba sendo pequeno.

Elizabeth Farina, diretora Executiva da WRI Brasil; concordou com Malu sobre ter começado primeiro a implantação de práticas sustentáveis tira uma vantagem competitiva. Contudo, ela pondera que se houver a produção de boa informação, ou seja, métricas e de indicadores para quantificar as ações e comprovar os resultados de proteção ambiental. Ela ponderou ainda que a estratégia de mudança climática é um projeto de desenvolvimento para um país. Por isso, o Brasil deve chegar com metas estabelecidas na COP26, prevista para acontecer em novembro. “O Brasil precisa participar desse debate, construindo o mercado com regras e com a participação dos agentes da oferta e da demanda”.

Segundo Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé; o agronegócio brasileiro é forte, desenvolvido e sustentável, e conseguirá superar os desafios impostos pelas mudanças do mercado internacional e pelo crescimento populacional. A seu ver, o país possui estratégias inovadoras e condições de atender a expansão mundial de consumo, visto o potencial em clima, solo e topografia. Além disso, o mundo tem demandado qualidade, ESG, sustentabilidade e a participação de famílias de pequenos produtores. “Se o país demostrar realmente que possui todas essas condições, estaremos na frente”.

Conciliar produção, crédito, tecnologia e sustentabilidade

O desenvolvimento de uma agenda agroambiental passa também pela oferta de mecanismos de financiamento, investimento e crédito. Assim, Otávio Ribeiro Damaso, diretor de Regulação do Banco Central do Brasil, enfatizou em seu depoimento no painel Brasil Verde e Competitivo a realocação dos fundos internacionais para projetos e empreendimentos que atendam aos critérios de sustentabilidade, com os componentes social, ambiental e climático.  Ele afirmou ainda que esse cenário representa uma grande oportunidade para desenvolvimento e investimento na economia, especialmente no agronegócio. Assim, o produtor rural e a sociedade brasileira devem olhar essa tendência e aproveitá-la pra ampliar seus negócios.

Nesse panorama, Carolina da Costa, sócia da Mauá Capital, analisou que é preciso escalar essas iniciativas que conciliam a produção agropecuária, produtividade, tecnologia e sustentabilidade. E, para isso, é necessário crédito, educação e assistência técnica. Desse modo, o grande desafio está na coordenação. “Nosso carbono não terá o destaque e não desenvolverá seu potencial se não houver um projeto de produção, alinhado com investimento, educação e embasado em indicadores de verificação”, frisou. Para ela, trabalhar a integração das cadeias produtivas é outro fator importante para que todos os players entendam que essas tecnologias trazem outros benefícios, além da conservação ambiental, como produtividade, ganhos financeiros e de reputação.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, ao projeto é essencial também no setor público e, infelizmente, o Brasil está com dificuldade de gerar um plano para o crescimento da produtividade na economia brasileira, devido ao atraso da educação nacional. Ele comentou sobre a piora da dificuldade macroeconômica, o deterioramento da questão fiscal e os sinais pouco positivos para o próximo ano. Sobre o mercado do carbono, ele ressaltou a importância da realização da COP26 para a definição de ações concretas para alcançar as metas definidas para 2050, incluindo o valor do carbono, que hoje está em cerca de US$ 3 por tonelada e deveria estar em US$ 75 por tonelada.

Fábio Zenaro, diretor de Produtos Balcão e Novos Negócios da B3, citou o potencial da emissão de títulos com temática ESG. Atualmente, são 24 debentures, 15 CRAs, 2 CRI e 4 cotas de fundos fechados, com valor de cerca de R$ 12 bilhões. Ele também avaliou que as empresas estão mais engajadas na temática ESG e que existe uma mudança de comportamento do investidor institucional e de pessoa física que, além da remuneração, tem procurado propósito. Outro ponto trazido por ele foi a importância de haver critérios e regras relevantes em relação aos critérios ESG. Caso contrário, o cenário não se manterá ao longo do tempo.

Iniciativa privada tem papel de protagonismo em sustentabilidade

O 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio trouxe ainda o papel da iniciativa privada nas questões de sustentabilidade e do mercado de carbono. No painel Energia Limpa e Sustentável do Congresso Brasileiro do Agronegócio, Ricardo Mussa, CEO da Raízen, trouxe uma avaliação sobre a maior demanda de sustentabilidade e o potencial do setor sucroalcooleiro para atender essas necessidades, com o etanol da segunda geração, a cogeração da bioeletricidade, uma vez que a cana é despachável e permite sua produção mesmo em período de seca, e o biogás. Ele ainda ressaltou o papel do etanol na transição energética por emitir menos gases de efeito estufa e pela possiblidade de uso, por exemplo, em motor a célula de combustível a hidrogênio.

De acordo com Solange Ribeiro, presidente adjunta da Neoenergia, a prática ESG é uma oportunidade e a iniciativa privada tem papel de protagonismo, uma vez que a melhor forma de descarbonização é eletrificar a economia. E o Brasil tem uma grande vantagem por ter 80% de matriz renovável. “Qualquer produto fabricado aqui é eito com 80% de energia renovável”, ponderou. A seu ver, se as companhias querem seguir suas trajetórias daqui a 30 anos, é preciso priorizar essa questão, ou seja, a sustentabilidade deve ser parte da estratégia da empresa. “Aquelas que não colocarem efetivamente em seus balanços as informações sobre conservação ambiental, participando dessa transformação, não estarão aqui”, asseverou.

Nesse sentido, a JBS tem como objetivo ser zero emissões até 2040, por isso está investindo mais de US$ 1 bilhão nessa transformação. Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS; ressaltou como as mudanças climáticas estão afetando a vida e a produção agrícola e como o Brasil tem um grande potencial para acelerar esse processo de mudança no agro. Em sua avaliação, a Integração Pecuária, Lavoura e Floresta, ao invés de emitir carbono, sequestra esse carbono, além de permitir um crescimento de cerca de 40% na produção de alimentos em uma mesma área. Desse modo, ele enfatizou a importância de dar escalabilidade em métodos de produção sustentáveis para que os produtores rurais de todo o país sejam beneficiados por elas. Assim,  a empresa decidiu investir US$ 100 bilhões para desenvolvimento de pesquisas, tecnologias e inovação para possibilitar essa aceleração.

A proposta da JBS em buscar sustentabilidade fez com que a empresa adquirisse o recém-lançamento da Volkswagen Caminhões, o caminhão elétrico E-Delivery, produzido em território nacional. Segundo Antonio Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões; o veículo atende as demandas para redução da pagada de carbono, além de utilizar energia eólica para sua recarga. A seu ver, há espaço para a aplicação de diversos tipos de tecnologia para diminuir ou zerar a emissões de carbono, mas é importante que haja políticas públicas ou questões regulatórias para incentivar a produção de veículos sustentáveis. Outro ponto tratado por ele também é diminuir a idade da frota de veículos comerciais no país, isto é, renovar por caminhões mais eficientes.

A solenidade de abertura teve os pronunciamentos do CEO da B3, Gilson Finkelsztain, da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, do secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Itamar Borges, e deputado federal Sérgio Souza.

O 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio homenageou o ex-ministro Alysson Paolinelli, indicado ao Nobel da Paz 2021. A ministra Tereza Cristina recebeu o Prêmio Ney Bittencourt de Araújo – Personalidade do Agronegócio. Já o Prêmio Norman Borlaug – Sustentabilidade foi entregue à Celso Moretti, presidente da Embrapa.

Fonte: Assessoria

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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