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Agro brasileiro alia tecnologia e sustentabilidade para produzir alimentos
Com o tema Nosso Carbono é Verde, o evento online está sendo acompanhado por mais de 8000 participantes
A solenidade de abertura do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio (CBA), uma realização da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3, A Bolsa do Brasil, promovida nesta segunda-feira, dia 2 de agosto, mostrou como o setor tem buscado aliar tecnologia e sustentabilidade para atender as demandas nacionais e globais de alimentos seguros e saudáveis.
Com o tema Nosso Carbono é Verde, o evento online está sendo acompanhado por mais de 8000 participantes e terá ainda três painéis: Energia Limpa e Sustentável, Brasil Verde e Competitivo, e O Futuro do Agro no Comércio Mundial, com a participação de renomados especialistas.
Marcello Brito, presidente do Conselho Diretor da ABAG, anunciou em seu discurso na solenidade de abertura que as emissões relativas ao evento e a todas as atividades da entidade foram mitigadas. “No ano passado, usamos os CBIOS. Neste ano, o carbono florestal, em concordância com o tema de nosso Congresso. Esta ação foi possível por meio da BMV – Brasil Mata Viva, que leva ao mercado global o produto do agro que vem da agricultura de conservação de floresta. Somos o único agro do mundo que integra a agricultura de conservação com a agricultura de produção de alimentos e energia”.
Ele comentou que o relatório de monitoramento de imagem do Brasil no exterior no primeiro semestre mostrou que começou um entendimento e reconhecimento por parte da mídia internacional da distância existente na vasta maioria da produção agrícola nacional da questão amazônica, fato não observado em relação a pecuária. “Contudo, a imagem negativa do país no exterior se consolida”, pontuou Brito.
Brito questionou ainda qual será o papel do Brasil em um mundo ESG em que o carbono passa a ser um integrante importante do capital que irriga os investimentos e as trocas comerciais por todo mundo. “Se para o Brasil é difícil chegar à neutralidade antes de 2050, para o agro temos tudo para antecipar essa meta. Na cúpula dos sistemas alimentares temos a certeza de que seremos protagonistas com a liderança da ministra Teresa Cristina. Se o nosso carbono é verde, o verde de nossas florestas, o verde de nossa agricultura tropical, que usemos nosso ativo agroambiental e nossa inteligência para amparados pela melhor ciência, pelos melhores técnicos e negociadores, pela melhor política, trabalhemos para recuperar nosso prestígio histórico, nossa imagem internacional e nosso protagonismo agroambiental”.
A agenda do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem sido guiado pela sustentabilidade, por isso o Plano Safra ampliou os investimentos para a linha do Programa ABC. Na solenidade de abertura do 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio, a ministra Tereza Cristina, ressaltou o potencial do país ser o principal fornecedor de alimentos de baixo carbono do planeta, e as prioridades da pasta em avançar na efetiva implementação do Código Florestal, com a introdução de tecnologias de geoprocessamento e análises automatizadas do cadastro rural. “Essa legislação é fundamental para que o Brasil se torne líder da agenda global da sustentabilidade aliado ao agronegócio”, disse a ministra, que avaliou a importância de direcionar o modelo de negócios e produção aos critérios ESG, ou seja, aliar melhores práticas, cuidar do meio ambiente e ter ações de responsabilidade social. Ao final, ela comentou sobre sua participação na pré-Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas (ONU), realizada em Roma, na semana passada, no qual os países americanos trabalharam de forma integrada para formatar as 16 mensagens de consenso sobre o tema.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, destacou o protagonismo brasileiro nas cadeias alimentares e na energia no mundo e o papel do agronegócio como alavanca para o desenvolvimento do país e responsável pelo superávit da balança comercial. Segundo ele, a infraestrutura deve caminhar junto com o setor para atender suas demandas, bem como os padrões ESG. Por isso, a pasta está investindo em diversos modais e inserindo noção de sustentabilidade para estruturação dos novos projetos.
Já o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, falou que o agronegócio soube trazer o tema ESG para suas operações e como é possível conciliar meio ambiente, produção e produtividade. A B3 tem o papel ao lado dos agentes privados e reguladores contribuir para o desenvolvimento de uma economia sustentável e de baixo carbono, disponibilizando infraestrutura e conhecimento para as companhias poderem realizar suas gestões de riscos climáticos e identificar oportunidades de negócios. “Os investidores têm buscado cada vez mais transparência nas informações, por meio de investimentos com propósito que entreguem benefícios à sociedade e meio ambiente. E, o diálogo entre os setores privado, governo e sociedade civil será fundamental para fortalecermos o mercado das finanças verde e conseguir avançar nesta agenda. Isso só vai acontecer se disponibilizar instrumentos financeiros para viabilizar canalização de capital para a demanda da transição de economia de baixo carbono”.
A abertura do evento também contou com os pronunciamentos do secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Itamar Borges, que o agronegócio é um setor primordial para o Estado de São Paulo e para o Brasil; e deputado federal Sérgio Souza, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, que salientou a importância de demostrar ao mercado interno e para o mundo como o país produz alimentos de forma sustentável.
Homenagens
O 20º Congresso Brasileiro do Agronegócio homenageou o ex-ministro Alysson Paolinelli, indicado ao Nobel da Paz 2021, que agradeceu por esse tributo, ressaltando o papel de toda a cadeia produtiva para essa transformação de um país importador de alimentos para o maior exportador do mundo.
O ex-ministro Roberto Rodrigues, coordenador do FGVAgro, disse na apresentação que Paolinelli é maior brasileiro vivo, pois fez uma revolução no agro nacional, ao implementar um programa de aplicação de tecnologia e sustentável, transformando o Brasil na atual potência na produção e exportação de alimentos, energia e fibras.
A ministra Tereza Cristina recebeu o Prêmio Ney Bittencourt de Araújo – Personalidade do Agronegócio. Já o Prêmio Norman Borlaug – Sustentabilidade foi entregue à Celso Moretti, presidente da Embrapa.
Para assistir ao Congresso Brasileiro do Agronegócio, basta acessar o site oficial.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.