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Agricultura regenerativa aumenta em até 20% produtividade de grãos e pode até dobrar produção de proteína animal por área

A sua aplicação abrange uma série de práticas voltadas para a restauração e manutenção dos sistemas de produção agrícola, que incluem a manutenção dos solos por meio de cobertura vegetal, reciclagem de recursos, implementação de soluções voluntárias na natureza, dentre outras iniciativas semelhantes.

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Fotos: Gisele Rosso

Criar sistemas inteligentes e resilientes, nos quais a produção de alimentos de origem animal seja priorizada com a conservação do meio ambiente, a saúde animal e a saúde humana são princípios que regem a agricultura regenerativa. Essa abordagem tem ganhado cada vez mais destaque como uma alternativa viável para a pecuária convencional, visando um futuro mais sustentável e saudável da atividade no Brasil. Estudos da Embrapa indicam que a agricultura regenerativa aumenta em até 20% produtividade de grãos e pode dobrar produção de carne por área.

A sua aplicação abrange uma série de práticas voltadas para a restauração e manutenção dos sistemas de produção agrícola, que incluem a manutenção dos solos por meio de cobertura vegetal, reciclagem de recursos, implementação de soluções voluntárias na natureza, dentre outras iniciativas semelhantes, com objetivo de preservar a biodiversidade e promover serviços ecossistêmicos saudáveis, como o sequestro de carbono e a retenção de água no solo.

Pesquisador na área de Nutrição Animal da Embrapa Pecuária Sudeste, Sérgio Raposo de Medeiros

Conforme o pesquisador na área de Nutrição Animal da Embrapa Pecuária Sudeste, Sérgio Raposo de Medeiros, todos esses princípios podem ser aplicados na pecuária convencional, no entanto, nem sempre são adotadas de forma integrada, sendo muitas vezes incorporados de maneira compartilhada, sem considerar seu potencial para a influência dos sistemas de produção. “É importante entender que a agricultura regenerativa tem como objetivo reduzir a dependência de insumos externos, especialmente agroquímicos, porém, por outro lado, é preciso reconhecer que a pecuária convencional no Brasil já apresenta uma baixa dependência desses recursos. A diferença entre os dois sistemas de produção está na abordagem adotada em relação aos recursos externos utilizados. Na agricultura regenerativa são usados fertilizantes orgânicos, agentes de controle biológico e inoculantes, enquanto que na pecuária intensiva é mais comum o uso de adubos químicos, defensivos agrícolas e outros produtos sintéticos.

Em geral as práticas da agricultura regenerativa são mais brandas, com efeitos menos imediatos, e exigem uma gestão mais cuidadosa para serem bem sucedidas. É um sistema que valoriza a gestão inteligente dos recursos disponíveis na propriedade, visando a redução da dependência de insumos externos, assim como busca a sustentabilidade da atividade a longo prazo, considerando impactos ambientais, sociais e econômicos das práticas agrícolas”, enfatiza Medeiros.

Desafios da transição

De acordo com o especialista, o maior gargalo deste sistema está em sua transição, uma vez que envolve custos de implantação, dificuldade de incorporar novas práticas e a necessidade de manejo mais complexo. “Além disso, existem desafios específicos, como lidar com o fluxo de caixa a longo prazo em integrações que envolvem a venda de madeira, bem como a necessidade de gerenciar o consórcio de gramíneas-leguminosas”, expõe o pesquisador.

Para superar esses desafios, Medeiros diz que é fundamental planejar cada etapa do processo de forma cuidadosa, buscando informações detalhadas e contando com a assistência técnica especializada. “É recomendado iniciar em menor escala, o que permitir ao pecuarista uma curva de aprendizado mais suave e possibilitar a evolução gradual das novas práticas na propriedade. Dessa forma, será possível enfrentar os desafios da transição para a agricultura regenerativa voltada à pecuária com maior eficiência”, ressalta.

O especialista também diz que ao ser uma opção que adota práticas conservacionistas do solo, uso de sistemas integrados, a agricultura regenerativa aplicada à pecuária desempenha um papel fundamental na restauração e melhoria dos recursos naturais, trabalhando em sinergia com o ecossistema ao seu redor. “Essas práticas ajudam a melhorar a estrutura do solo, reduzindo o risco de erosão, permitem maior infiltração de água para alimentar os mananciais e possibilita o aumento de matéria orgânica no solo, garantindo maior biodiversidade do ecossistema”, salienta.

Impactos  na saúde animal

Entre os efeitos benéficos da agricultura regenerativa na saúde animal, Medeiros destaca o conforto térmico proporcionado ao gado que pasta sob a sombra da floresta, resultando em condições mais adequadas para o seu bem-estar, e pasto de alta qualidade na entrada da seca (pasto safrinha), após a lavoura em sistemas de Integração Lavoura-Pecuária (ILP). “No caso dos sistemas silvipastoris há também a resiliência climática, em que as áreas de pastagem, sob a influência das copas das árvores, sofrem menos impacto ou são menos prejudicadas por geadas. A maioria desses impactos é mensurada através do aumento no desempenho dos animais, mesmo em caso da geada, por exemplo, o efeito negativo no desempenho animal é reduzido em comparação aos sistemas convencionais”.

Benefícios econômicos

De forma geral, explica o pesquisador, o potencial benefício econômico de práticas de agricultura regenerativa implica em níveis de produtividade menores do que os sistemas convencionais mais intensivos, porém, por usar menos recursos externos, apesar de reduzir o faturamento, pode aumentar a margem de lucro por ser mais barata. “Evidentemente que pode haver sistemas de agricultura regenerativa e convencionais lucrativos ou não. Em todo caso, por depender menos de insumos externos, a agricultura regenerativa pode ter a vantagem de ser mais resiliente às épocas de crise, como, por exemplo, a guerra na Ucrânia, que aumentou muito os custos de fertilizantes”, analisa Medeiros, acrescentando: “Além da redução de custo com adubos, maiores produções agrícolas e de pastagem nos sistemas integrados e a reciclagem de dejetos, permitindo a geração de biogás e biometano para uso na propriedade ou venda”, amplia.

Condições climáticas adversas 

O profissional frisa que a agricultura regenerativa pode desempenhar um papel importante na promoção da resiliência dos sistemas de produção pecuária diante de condições climáticas adversas, como secas ou inundações. De acordo com Medeiros, práticas como integrações ou consórcio de gramíneas e leguminosas possibilitam um maior crescimento das raízes das plantas, tanto das pastagens quanto das culturas agrícolas, o que resulta em uma exploração mais ampla do solo. Isso confere maior resistência à seca, tornando os sistemas mais resilientes. No entanto, em relação às inundações, a agricultura regenerativa pode ser tão vulnerável quanto na abordagem convencional.

Estratégias

Os produtores têm diversas estratégias e práticas que podem adotar para promover a agricultura regenerativa na pecuária. Entre as principais mencionadas por Medeiros estão os sistemas de integração Lavoura-Pecuária (ILP), Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistemas silvipastoris, consórcio de gramíneas-leguminosas, manutenção de cobertura do solo, rotação de culturas, uso de inoculantes, controle biológico, adubação orgânica e utilização de bioinsumos.

Em relação aos custos envolvidos na transição para a agricultura regenerativa, Medeiros diz que apesar de se diferenciar da produção convencional, varia pouco em relação às boas práticas agrícolas. “Infelizmente não tenho detalhes mais precisos sobre os custos, contudo as integrações, que requerem maior investimento, têm sido amplamente adotadas e mostram uma relação favorável entre benefício e custo, ou seja, o investimento tende a se pagar ao longo do tempo”, enfatiza.

Exemplos bem sucedidos

Segundo o pesquisador, existem diversos exemplos bem sucedidos de implementação da agricultura regenerativa na pecuária, que demonstraram resultados positivos em termos de sustentabilidade, produtividade e rentabilidade. Alguns desses exemplos incluem Sistemas integrados (ILP, ILPF e silvipastoril). Medeiros conta que esses sistemas ocupavam uma área pequena no início desse século e agora abrangem cerca de 17 milhões de hectares no Brasil. “Os sistemas de integração têm mostrado um aumento na produção de grãos entre 5% e 20%, além da possibilidade de dobrar a produção de carne por área. Esses sistemas também promovem o aumento da matéria orgânica do solo e o sequestro de carbono, com taxas variando de 0,11 a 3,04 toneladas de carbono por hectare/ano”, relata o pesquisador.

O uso de bioinsumos em pastagens também tem se mostrado eficiente, equivalendo a uma adubação de aproximadamente 40 kg de nitrogênio, o que de acordo com Medeiros resulta em um aumento de 15% de biomassa e melhoria no teor de proteína das forragens.

Há também resultados expressivos do consórcio gramínea reduzindo a pegada de carbono e com a fixação biológica nitrogênio de até mais de 100 kg/ha/ano e, ainda, com aumento de 25 a 130% na produção de gramíneas. “Todos esses resultados ajudam a aumentar a produtividade e a sustentabilidade da produção de alimentos, além de melhorar a rentabilidade dos produtores. Ao aumentar o faturamento, essas práticas regenerativas oferecem a possibilidade de alcançar uma melhor rentabilidade ao negócio pecuário”, frisa.

Qualidade 

A agricultura regenerativa na pecuária tem uma relação estreita com a segurança alimentar e a qualidade dos produtos de origem animal. Em muitos aspectos, é difícil identificar diferenças significativas entre a qualidade desses produtos em comparação com a pecuária convencional. Embora se possa esperar uma menor chance de contaminação química devido aos princípios da agricultura regenerativa, Medeiros ressalta que o modo de produção predominante no Brasil já tem uma baixa utilização de agroquímicos. “Isso é evidenciado pelos raros relatos de não conformidade nas exportações de carne brasileira, mesmo para países com rigorosas análises de resíduos de carne”, afirma.

No entanto, a percepção dos consumidores em relação à produção mais ambientalmente correta e com menor uso de insumos pode criar uma expectativa positiva. “Isso pode facilitar a venda dos produtos e até mesmo permitir um aumento de valor agregado para alguns nichos de mercado. Os consumidores que valorizam a sustentabilidade e a origem dos alimentos podem enxergar na agricultura regenerativa uma opção alinhada com seus princípios, o que pode influenciar sua decisão de compra”, ressalta.

Embora as diferenças de qualidade entre a pecuária convencional e a agricultura regenerativa sejam sutis, Medeiros reforça que a percepção positiva dos consumidores em relação a práticas mais sustentáveis e com menor impacto ambiental pode ter implicações importantes para a comercialização e valorização dos produtos de origem animal.

Perspectivas

As perspectivas para a agricultura regenerativa na pecuária são bastante promissoras, com diversas práticas já sendo adotadas e com potencial para melhorias adicionais, incluindo o uso de tecnologias inovadoras. Por exemplo, o emprego de drones para liberar inimigos naturais e o uso de sensores para auxiliar no manejo de consórcios de gramínea-leguminosa são avanços tecnológicos que podem impulsionar ainda mais o setor.

A Embrapa Pecuária Sudeste tem desempenhado um papel significativo nesse contexto, dedicando-se ao estudo de sistemas de produção sustentáveis. A instituição busca encontrar soluções abrangentes que atendam a diversas situações e produtores. Duas pesquisas recentes se destacam nesse sentido. Medeiros explica que em uma delas demonstrou que o sequestro de carbono no tronco das árvores permite a neutralização das emissões de CO2 equivalente a 9,4 unidades animais (UA) por hectare (sendo uma UA equivalente a um animal de 450 kg de peso).

Em outro trabalho, focando o consórcio de Guandu e braquiárias, foi alcançada uma redução de 70% na intensidade de emissão de metano, expressa em quilogramas de metano emitidos por quilograma de produto. “Essas iniciativas refletem o compromisso da Embrapa Pecuária Sudeste em promover a pesquisa, a inovação e o desenvolvimento de práticas sustentáveis na pecuária, contribuindo para impulsionar a agricultura regenerativa e seus benefícios para o meio ambiente e a produtividade do setor”, salienta o pesquisador, complementado: “A agricultura regenerativa não representa um retorno ao passado, mas sim um caminho para um futuro promissor tanto para os produtores rurais quanto para a sociedade como um todo, por meio do uso intensivo de tecnologia”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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