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Agricultura irrigada e sua importância na produção de alimento: nexo água-alimento

A irrigação funciona como um seguro contra os períodos de incerteza, cada vez mais comum. 

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Foto: Lineu Rodrigues/Embrapa Cerrados

Nesta quarta-feira (15) celebra-se o Dia da Agricultura Irrigada. A data tem por finalidade criar uma postura crítica e ativa em relação à importância da agricultura para a sustentabilidade o desenvolvimento e a segurança alimentar, econômica e ambiental do Brasil.

A tecnologia da criação de dados propicia uma oportunidade para debater o tema da agricultura irrigada e conscientizar a sociedade sobre a importância estratégica dessa importância. A irrigação, talvez por importantes, seja uma das tecnologias antigas e já fazer parte da agricultura importante, lembrada como uma inovação mais nos dias atuais, mesmo sendo uma das tecnologias mais antigas para o desenvolvimento da produção sustentável já concebida. Entre as várias tecnologias que foram aplicadas para a intensificação da agricultura é, sem dúvida, uma das principais.

O dia 15 de junho foi escolhido estrategicamente por estar próximo ao Dia Mundial do Meio Ambiente (05 de junho) e por estar no início do período seco, em grande parte das regiões brasileiras, época do ano em que a produção de alimentos é totalmente dependente da irrigação.

Tal celebração também busca luz sobre a importância da irrigação no desenvolvimento econômico e social. A irrigação é, sem dúvida, uma tecnologia com maior potencial de contribuir para o aumento da alimentação e segurança ambiental, bem como para redução da fome e da pobreza, além de gerar grande número de empregos. Ela traz benefícios importantes relacionados à produção de alimentos, à geração de empregos, ao desenvolvimento social e ao meio ambiente. É uma tecnologia fundamental em planejamento estratégico de Estado.

A irrigação funciona como um seguro contra os períodos de incerteza, cada vez mais comum. Na preparação das mudanças climáticas, com impactos na temperatura e no regime de mudanças, a irrigação se apresentará como uma das principais tecnologias de adaptação na produção, para reduzir as incertezas do clima e com a estabilidade – mas, permitindo a acumulação de carbono no solo por meio da possibilidade de exploração de um cultivo anual, adicionando materiais orgânicos ao solo, o que poderia contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.

O Brasil é um dos poucos países no mundo, se não o, com capacidade de triplicar sustentavelmente a sua área irrigada. Com cerca de 8,5 milhões de hectares irrigados, ocupam atualmente uma não posição do mundo irrigando 7,8% da área irrigada pela China, cujo território é cerca de 11% maior. Com potencial para irrigar 55 milhões de hectares esse o maior potencial de área irrigada no mundo, o País apresenta desafios a serem sendo de crescimento.

são as entradas para o desenvolvimento sustentável Quais são as da agricultura irrigada no Brasil? Claro que não são tecnológicos e não dependem do irrigante para sua solução. Relatórios produzidos para o planejamento básico Um fator de desenvolvimento do tema agricultura e desfavoráveis ​​que os elementos da governabilidade podem modificar ou uma marca positiva ou alavancar o desenvolvimento do tema irrigado.

Os fatores de qualidade pretendidos por alimentos foram: (a) qualidade de alimentos; (b) aumento da demanda mundial de alimentos; (c) maior nível de exigência pela preservação ambiental; (d) agravamento de eventos extremos em função das mudanças climáticas. Os fatores de contexto desfavoráveis ​​identificados foram: (a) possibilidade de crise energética; (b) conflitos pelo uso da água; (c) limitação da expansão da capacidade de reserva de água; (d) legislação ambiental restritiva; (e) custos crescentes de água, energia e outros insumos.

Como abordar essas questões? Água e alimento é um binômio fundamental para a sobrevivência do ser humano no planeta. Entretanto, ainda persiste o desafio de se integrar o desafio de forma e eficácia estratégica como busca de segurança hídrica e alimentar, de forma a trazer estabilidade para a produção de alimentos. Essa integração é ainda mais importante quando se considera que cerca de metade da produção global de grãos, poderá em curto período de tempo, estar em risco devido ao estresse hídrico. Esse ainda pode ocorrer mais chuvas perigosas quando os efeitos das mudanças climáticas ocorrerem, inclusive as regiões consideradas risco do Brasil em várias regiões do planeta, incluindo o risco.

Ao pensar no nexo água-alimento, é fundamental considerar o papel da agricultura irrigada. A complexidade inerente a essa interação é um dos motivos e disputas, muitas interações dos usuários. Mantêm condições atuais, o alimentos demandará mais e poderá aumentar ainda mais o uso da água na produção rural, assim como a qualidade da vida da população rural. É nesse sentido que a ciência tem papel fundamental. Como inovações modificam o panorama atual, produzindo mais sem aumentar as demandas hídricas.

O Brasil é um país eminentemente agrícola. Considerando os diversos territórios, algumas regiões só existem devido à agricultura, enquanto outras só são economicamente viáveis ​​devido à existência da agricultura irrigada, e se houve desenvolvimento de segurança alimentar, apresentando grandes indicadores de tecnologia, embasamento e de melhorias científicas IDH. A Lagoa da Confusão, no Tocantins, e o Oeste da Bahia são exemplos de sucesso de uso de tecnologia no campo para produzir alimento. Nichos da agricultura como o nicho das flores são exemplos de emprego de tecnologia no uso eficiente da água. Isso deve ser entendido pela sociedade como um dos nossos mais importantes ativos.

É importante sobremaneira que embora não seja diretamente entendido pela população local, todo o comércio nessas regiões é movimentado pela população que trabalha na agricultura. Assim, é cada vez mais importante mudarmos os questionamentos. Em vez de se questionar que a irrigada utiliza a água e que deve ser feito para dificultar muito esse uso, deve-se perguntar a agricultura: como aumentar a eficiência do uso e melhorar a comunicação de forma a se ter mais segurança nas áreas irrigadas sem ativado o meio ambiente?

Em 2021, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apresentou o novo Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+), com meta de reduzir a emissão de carbono equivalente (CO2eq) em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário até 2030. O novo planou os sistemas irrigados em milhões inclui uma das tecnologias a serem utilizadas na área, que teria como meta o aumento da irrigação milhões de hectares, o que teria um potencial de mitigação de redução de gases de efeito estufa de 5 milhões de Mg CO2eq.

Para que o papel estratégico do Brasil de produtor mundial de alimentos seja consolidado, é importante que os nossos recursos de limpeza sejam seguros hídrica e energética. Isto é, ao se pautar as questões essenciais que envolvem os recursos hídricos, deve-se colocar nessa maneira estratégica, a irrigação como a principal tecnologia para garantir estabilidade e sustentabilidade à produção de alimentos.

Fonte: Por Lineu Neiva Rodrigues, pesquisador da Embrapa Cerrados.

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Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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Expandir sem desmatar: a lógica econômica que vai muito além do discurso

Recuperar áreas degradadas e investir em produtividade sustentável é hoje o caminho mais rentável e estratégico para o agro brasileiro crescer sem comprometer o meio ambiente.

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Foto: Juliana Sussai

Dias atrás reli um artigo do pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Científico Agro Sustentável, Décio Luiz Gazzoni, sobre a expansão agrícola sem desmatamento. O texto, publicado em 2023, ainda é muito atual e me fez refletir novamente sobre algo que sempre defendo: a sustentabilidade não é apenas uma exigência ambiental, é uma decisão econômica inteligente.

Como economista e alguém que acompanha o agro de perto, inclusive viajando para conhecer iniciativas em diferentes países, vejo com muita clareza o que Gazzoni já apontava: a grande fronteira do crescimento brasileiro está dentro das áreas já abertas, principalmente nas pastagens degradadas.

Artigo escrito por Fábio Torquato, economista, formado em Relações Internacionais e fundador da AgroTravel – Foto: Divulgação/AgroTravel

E os números mais recentes reforçam essa visão. Estudos da Embrapa, publicados na revista internacional Land, indicam que o Brasil possui cerca de 27,7 milhões de hectares de pastagens degradadas. Isso significa que temos uma área gigantesca pronta para ser recuperada e incorporada à produção, sem a necessidade de avançar sobre novos biomas.

Além disso, durante a COP29, que aconteceu ano passado em Baku, no Azerbaijão, o Brasil lançou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), que prevê US$ 120 bilhões em investimentos nos próximos dez anos para recuperar 40 milhões de hectares. O número do programa é maior do que o estimado pela Embrapa porque considera áreas em diferentes graus de degradação, aptas para conversão produtiva ao longo dos anos.

Do ponto de vista econômico, é um movimento que faz todo o sentido. Segundo o Broto Notícias, o custo de recuperação de uma pastagem varia de R$ 6 mil a R$ 30 mil por hectare, dependendo do nível de degradação, tipo de solo e métodos adotados. Parece caro? Talvez à primeira vista. Mas quando olhamos para o retorno — aumento de produtividade por hectare, redução de custos operacionais e acesso a mercados premium que pagam mais por produtos rastreáveis e sustentáveis — a conta fecha rapidamente.

Vi isso acontecer em fazendas que visitei em viagens técnicas com a AgroTravel ao redor do mundo.

Como bem lembra Gazzoni, o produtor brasileiro já tem tecnologia e conhecimento para fazer essa virada. O que falta, muitas vezes, é entender que sustentabilidade é investimento, e não custo. E agora, com bilhões de dólares disponíveis em crédito via BNDES, Banco do Brasil e fundos internacionais, esse argumento fica ainda mais forte.

Estamos acompanhando os trabalhos da COP30, que este ano acontece no Brasil, e o mundo inteiro está olhando para nosso país. A oportunidade está escancarada: quem se antecipar, quem enxergar a recuperação de pastagens como um ativo estratégico, vai liderar o agro brasileiro do futuro.

Sempre digo nos grupos que acompanham as viagens da AgroTravel: o futuro do agro não está em abrir novas áreas, mas em transformar cada hectare já aberto em um ativo de alta performance. O artigo de Gazzoni só reforçou o que vejo na prática. E, como economista, reafirmo: essa é a equação mais inteligente que já tivemos nas mãos.

Fonte: Assessoria AgroTravel
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Meio ambiente e cooperativismo

Movimento econômico e social baseado em valores éticos e solidários, o cooperativismo reafirma, em tempos de COP 30, seu papel essencial na construção de um futuro sustentável, unindo produção, preservação e desenvolvimento coletivo.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

As cooperativas representam o mais elevado estágio da organização humana em torno de valores éticos, solidários e sustentáveis. Elas não existem apenas para gerar resultados econômicos, mas para promover o desenvolvimento coletivo em harmonia com o meio ambiente e com as comunidades em que atuam. Por essência e por princípios universais, o cooperativismo defende a preservação da natureza, a gestão responsável dos recursos e o equilíbrio entre produção e sustentabilidade. Esse compromisso ambiental não é um apêndice, mas uma convicção enraizada na própria identidade cooperativista.

Artigo escrito por Vanir Zanatta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC).

Em tempos de COP 30 é essencial lembrar que, nas cooperativas, cada decisão administrativa, cada projeto de ampliação e cada investimento em unidades industriais, agrícolas, logísticas ou administrativas é precedido por uma análise criteriosa dos impactos ambientais. O crescimento não se mede apenas em números, mas também na capacidade de reduzir emissões, otimizar o uso da água, reciclar resíduos e proteger a biodiversidade. É essa consciência prática e constante que diferencia o cooperativismo das demais formas de organização econômica. Ele entende que não há prosperidade possível em um planeta degradado, nem futuro para a economia sem o equilíbrio ambiental.

As cooperativas são parceiras leais do Poder Público na implementação de políticas voltadas ao meio ambiente. Estão sempre presentes em programas de reflorestamento, saneamento básico, manejo de resíduos, recuperação de nascentes e educação ambiental. Mas sua contribuição vai além da sustentabilidade ecológica — elas também participam ativamente de ações que promovem segurança, educação, cultura e mobilidade urbana, compreendendo que a proteção ambiental é inseparável da qualidade de vida e do bem-estar social. Onde há uma cooperativa, há compromisso com o futuro coletivo.

Essas instituições agem com coerência e exemplo, estimulando a cidadania e o senso de responsabilidade em seus empregados, cooperados, clientes e comunidades. Elas ensinam, pelo exemplo, que o progresso verdadeiro não nasce da exploração desenfreada, mas da gestão equilibrada e consciente dos recursos. O cooperativismo forma cidadãos engajados, capazes de compreender que o planeta é uma herança comum e que sua preservação é um dever de todos.

A defesa do meio ambiente é, portanto, um desdobramento natural dos princípios cooperativistas — entre eles, o interesse pela comunidade, a responsabilidade social e a intercooperação. Cada árvore preservada, cada solo recuperado e cada nascente protegida são expressões concretas de uma filosofia que valoriza a vida. As cooperativas não esperam por imposições legais ou incentivos externos para agir: elas o fazem porque acreditam que sua missão é cuidar das pessoas e do mundo em que elas vivem.

O cooperativismo é, por natureza, o caminho da sustentabilidade. Ele demonstra, todos os dias, que é possível crescer produzindo, prosperar preservando e inovar sem destruir. Em tempos de mudanças climáticas e desafios globais, as cooperativas reafirmam sua vocação de construir um mundo melhor, mais justo e solidário. Elas provam, com ações e resultados, que a economia pode — e deve — caminhar de mãos dadas com o meio ambiente. Essa é a essência do cooperativismo: servir, preservar e transformar.

Fonte: Artigo escrito por Vanir Zanatta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC).
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