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Adubo com biotecnologia pode potencializar efeitos de fertilizantes e reduzir custos de produção
Pesquisadores gaúchos testam produto a base de uva que aproveita resíduos da indústria vinícola e pode otimizar aplicação de químicos diminuindo doses necessárias.

Um projeto de pesquisa liderado pela Universidade de Passo Fundo (UPF) em conjunto com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), une a vocação de uma região do Estado ao desenvolvimento de uma solução para o setor agrícola e à preservação ambiental. O estudo está desenvolvendo um biochar (um carvão de origem vegetal) a partir dos resíduos do processamento de uvas na indústria vinícola, que será usado para reter microrganismos benéficos para o solo. Esse produto, ao ser adicionado aos adubos químicos, pode reduzir as quantidades necessárias nas aplicações de fertilizantes nas lavouras.
A iniciativa é uma parceria com as empresas Adubos Coxilha e a Beifiur Ltda, e conta com o apoio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por meio do programa Techfuturo.
No biochar, são imobilizados microorganismos promotores do crescimento das plantas. Ao incorporar esse material em adubos químicos, a liberação dos nutrientes para as plantações ocorre de forma sinérgica, potencializando seus efeitos e possibilitando, conforme testes futuros, reduzir a dosagem de fertilizantes químicos convencionais, insumos importados dos quais o Brasil é bastante dependente.
O pesquisador responsável pelo projeto na UPF, Jeferson Steffanello Piccin, conta que a ideia surgiu dentro dos laboratórios da pós-graduação da universidade e a partir de uma necessidade tanto dos produtores rurais como da indústria, uma vez que a destinação das cascas, sementes e bagaço da uva são um desafio para o setor vitivinícola. “Alinhamos a proposta de pegar a parte de microorganismos e bioinsumos, pesquisadas na empresa Beifuir, e unir com a parte de adubos convencionais da empresa Adubos Coxilha. E a partir dessa colaboração, pretendemos entregar uma solução que faça a diferença nas lavouras e ainda contribua com o meio-ambiente”, explica o docente, que é engenheiro de alimentos e doutor em Engenharia Química.
Ele lembra que, quando as empresas foram procuradas para firmar a parceria, ambas aceitaram de imediato. “Vemos que nós, como professores e pesquisadores de instituições de ensino, temos que nos aproximar mais das indústrias e do setor produtivo, uma vez que é possível fazer pesquisas inovadoras e entregar ao setor, além de conhecimento, novas soluções, processos e tecnologias”, observa.
Conexão entre a universidade e o campo

Pesquisadores da Universidade de Passo Fundo avaliam pureza, concentração e tempo de prateleira do adubo, além da eficiência agronômica
O projeto conta com três fases. A primeira é a de desenvolvimento do biochar. Na sequência, será feita a imobilização dos microrganismos no “carvão” desenvolvido. Por fim, o produto será adicionado ao fertilizante para os testes no campo, que serão realizados na Universidade de Passo Fundo, em cultivares como trigo, soja e também hortaliças. Serão analisados critérios como pureza, concentração e tempo de prateleira do produto, além da avaliação da eficiência agronômica em casa de vegetação e em campo.
Doutoranda envolvida no projeto, Flávia Melara ressalta que o estudo propõe uma forma inovadora de inserir esta tecnologia no campo. “Em culturas como milho e trigo, por exemplo, o novo produto pode permitir que o controle seja aplicado no período ideal garantindo que os nutrientes tenham maior aproveitamento pelas plantas, gerando mais produtividade e, até mesmo, diminuindo as doses aplicadas ao longo do tempo”, pontua.
Ela acrescenta que o desafio é fazer com que os microrganismos permaneçam viáveis quando forem imobilizados no biochar e mantenham alta concentração e pureza até aplicação em campo.
Parceria para acelerar processos
A Beifiur Ltda possui laboratórios de pesquisa, biofábrica e linha de produção de fertilizantes orgânicos onde parte da pesquisa com os microrganismos e com o biochar de resíduos de uva é desenvolvida. Para Valdecir Ferrari, sócio administrador, o estudo está em linha com o objetivo da empresa de colocar no mercado produtos menos tóxicos e mais benéficos para o meio ambiente. “A pesquisa é desafiadora. Atiramos em várias áreas e nem sempre acertamos. Mas com a soma de esforços e com persistência, visão técnica e científica, é possível acelerar o tempo de desenvolvimento e fazer com que o produto chegue mais rápido ao consumidor, garantindo sustentabilidade econômica, ambiental e social”, destaca.
A Adubos Coxilha possui equipe técnica que irá auxiliar desde a produção do fertilizante com biotecnologia até os testes a campo desta nova tecnologia. Além disso, a produção dos fertilizante em maiores volumes será realizada em sua planta localizada em Tapejara. “O projeto é inovador e representa o que a empresa busca, que é oferecer ao produtor rural fertilizantes com tecnologia que melhorem a produtividade de suas lavouras. Esperamos um impacto positivo, pois certamente estaremos contribuindo para o desenvolvimento de uma agricultura cada vez mais sustentável e comprometida com a preservação do meio ambiente”, afirma Gilberto Borgo, vice-presidente da Adubos Coxilha.
Dependência externa
Além de dificultar a importação de fertilizantes, a guerra na Ucrânia também provocou uma disparada nos preços desses produtos.
Para os produtores de soja, por exemplo, o custo com esses insumos triplicou. Em março, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou o Plano Nacional de Fertilizantes, com o objetivo de reduzir a dependência de insumos importados e promover autossuficiência para o setor no longo prazo.
A ideia é atingir este patamar em 30 anos. Hoje, entre 70% e 80% dos fertilizantes usados em solo brasileiro são importados. Esses produtos representam de 30% a 40% dos custos de produção do agronegócio.

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro
Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.
Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol
Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.
Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.
Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.
Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.
A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”
Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.
“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.
Atrações
Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.
“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.
Critérios de avaliação
Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.



