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Adsorventes de micotoxinas: aditivo é indispensável em todas as fases de produção

Intoxicação dos animais pode provocar danos à saúde, queda do desempenho zootécnico e consequente perda financeira

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Um dos maiores desafios na alimentação animal é o controle de micotoxinas. A intoxicação dos animais pode provocar danos à saúde, queda do desempenho zootécnico e consequente perda financeira. O jornal O Presente Rural entrevistou Mateus Morgan, gerente de produto – adsorventes de micotoxinas – da Agrifirm, para saber onde estão, como prevenir e como tratar adequadamente esse tema. Boa leitura.

O Presente Rural – O que são micotoxinas e onde estão presentes?

Mateus Morgan – Micotoxinas são substâncias tóxicas resultantes do metabolismo secundário de diversas linhagens de fungos filamentosos. São compostos orgânicos de baixo peso molecular e baixa capacidade imunogênica. A sua ocorrência está presente em todo mundo principalmente em climas tropicais e subtropicais, o desenvolvimento fúngico é favorecido pela excelente condição ambiental como umidade e temperatura. Mais de setecentos metabólitos produzidos por aproximadamente uma centena de fungos são conhecidos atualmente.

Os principais fungos produtores de micotoxinas são do gênero Aspergillus, Penicillium e Fusarium, responsáveis pela produção dos três principais grupos de micotoxinas: aflatoxinas, ocratoxina e as fusariotoxinas que são representadas pelas fumonisinas, tricotecenos e zearalenona (tabela1). Os fungos dos gêneros Claviceps, Alternaria, Pithomyces são de baixa frequência, mas não de menor importância.

O Presente Rural – Porque elas são um problema para o agronegócio?

Mateus Morgan – A alta prevalência das micotoxinas nos alimentos acaba trazendo graves problemas para atividade agropecuária. Com os elevados custos de produção e das matérias primas, além de uma demanda por alimentos de alta qualidade para a nutrição animal, sempre que nos deparamos com alimentos contaminados acabamos tendo perdas significativas na qualidade destes alimentos, que impactam diretamente nos custos financeiros e produtivos nas propriedades e agroindústrias e que, necessariamente, tende ser repassado ao consumidor, afetando diretamente o agronegócio.

Como podemos ver na tabela 2, as contaminações de micotoxinas em volumosos são significativas e impactam diretamente nos resultados e qualidade dos alimentos.

Tabela 2 – Amostras de volumosos (julho 2020 a fevereiro de 2021)

O Presente Rural – Em que fases elas afetam a produção de gado de corte e leite?

Mateus Morgan – De maneira geral as micotoxinas afetam os ruminantes em todas as fases de produção dos animais quando expostos a estes metabólitos. Especificamente, os animais em produção são mais acometidos, devido ao maior consumo de alimentos (concentrado e volumosos) conservados que ficam armazenados por longos períodos, o que possibilita uma maior contaminação destes alimentos.

No gado de corte, animais em fase de confinamento e semiconfinamento e suplementados com altos níveis de concentrados são os mais propensos a contaminação. Já na produção de leite, os animais em produção e recria são mais predispostos às intoxicações devido a dieta estar 100% atrelada a alimentos armazenados, como os volumosos, que tendem a ter contaminações que causam efeitos deletérios aos animais.

O Presene Rural – Quais os prejuízos na produção de gado de corte e de leite?

Mateus Morgan – A problemática denominada micotoxinas, muitas vezes oculta dentro da produção, acaba trazendo prejuízos de grande monta no gado de corte e leite por agir de maneira silenciosa e muitas vezes negligenciada por profissionais desta área.

Dentro da pecuária de corte os prejuízos estão mais relacionados a queda de imunidade, danos às funções hepáticas e a saúde do trato gastrointestinal, que refletem em queda nos parâmetros zootécnicos e estão atrelados principalmente a Afla, Fumo e Don. Estudos relatam que altas doses destas micotoxinas podem trazer perda na casa de 150g/animal/dia dentro de confinamentos.

Na atividade leiteira, os problemas são muito similares aos bovinos de corte. A grande diferença para os bovinos leite está relacionada a problemas de cunho reprodutivo que estão diretamente relacionados a Zearalenona e a presença de Aflatoxina M1 no leite, oriundo da contaminação de Aflatoxina nos alimentos.

No gráfico 1 podemos identificar as perdas reprodutivas, associada as taxas de concepção de novilhas de corte em um estudo na Universidade de Santa Maria.

Gráfico 1 – Taxas de concepção após intoxicação de novilhas tradadas com T1 – dieta basal (controle), T2 – dieta basal + 5 mg/kg de ZEA, T3 – dieta basal + 5 mg/kg de ZEA + 2,5 kg/tonelada de AAM e T4 – dieta basal + 5 mg/kg de ZEA + 5,0 kg/tonelada de AAM que foram submetidas a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

O Presente Rural – Que tipos de práticas é preciso lançar mão para evitar prejuízos?

Mateus Morgan – Para evitar os prejuízos causados pelas micotoxinas devemos estar atentos a produção, armazenamento, pré e pós colheita e principalmente na produção manutenção dos silos de volumosos, evitando assim a proliferação dos fungos e aumento da contaminação das micotoxinas. Boas práticas nestas fases são fundamentais para evitar maiores contaminações.

É imprescindível o uso dos aditivos adsorventes de micotoxinas (AAM) para minimizar os impactos negativos destes contaminantes, pois estes são os grandes responsáveis pela proteção dos animais, quando há contaminação nos alimentos. Vale lembrar que nem todos os adsorventes do mercado apresentam eficiência protetora.

O Presente Rural – O que são adsorventes e como eles agem para a pecuária de corte e leite?

Mateus Morgan – Os AAM são aditivos tecnológicos com alta capacidade de adsorção dos metabólitos fúngicos presentes na ração, evitando a sua adsorção pelo trato gastrointestinal dos animais, eliminando-os de forma natural via fezes. Existem adsorventes específicos para determinadas micotoxinas e espécie animal, sendo de extrema importância, conhecer os resultados de eficácia (estudos) in vivo para cada micotoxina na espécie que está sendo usado estes aditivos.

A forma de ação dos AAM é muito idêntica em todas as categorias animais, sendo a sua principal função evitar que as micotoxinas sejam absorvidas no TGI, causando perdas a saúde dos animais e humanos. Outra função importante dos AAM é evitar a formação dos metabólitos tóxicos, produzidos a partir da absorção das micotoxinas, como por exemplo, a presença de Aflatoxina M1 no leite.

O Presente Rural – Que benefícios práticos têm no gado de corte e no gado de leite?

O Presente Rural – Como eles são administrados e em que níveis?

Mateus Morgan – As recomendações de uso são de duas formas; top dress e via ração. Já as doses de inclusão (gramas/animal/dia ou Kg/ton) é um tema que devemos ter total atenção, levando em consideração se as doses recomendadas pelo fornecedor realmente serão efetivas ao controle das micotoxinas.

A melhor maneira de certificar se a dose recomendada está correta e protegendo os animais é solicitar as avaliações de eficácia in vivo, assim, não corremos o risco de usar subdosagens que muitas vezes são um atrativo comercial.

O Presente Rural – Quais são as tecnologias em adsorventes de última geração? E quais as novas fronteiras sobre o tema?

Mateus Morgan – As novas tecnologias de adsorventes estão surgindo aos poucos no mercado, principalmente na produção tecnológica de adsorventes capazes de capturar mais de uma micotoxina. Nestas inovações, podemos citar uma tecnologia onde mudamos a estrutura da sílica através de processos químicos e térmicos tornando-as capazes de capturar Zearalenona, Doeoxinivalenol e Endotoxinas.

A biotransformação, inativação e detoxificação também surgem como tecnologias inovadoras e recentes, porém necessitam estudos e comprovações de eficácia. O Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) recentemente validou uma nova portaria que regulamenta o registro e uso dos AAM. Inovações e novas ferramentas de controle e mensuração da micotoxinas na produção animal têm surgido trazendo vários benéficos para o agronegócio.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2021 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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