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Notícias Uso do solo no agronegócio brasileiro

Adoção de tecnologias e uso sustentável da terra norteiam Abisolo Fórum e Exposição 2022

Com 750 congressistas e 47 expositores, evento trouxe para discussão o que há de mais atual e relevante sobre o uso do solo no agronegócio brasileiro.

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Filósofo e escritor, Luiz Felipe Pondé, consolidou as reflexões sobre as perspectivas das lideranças em tempos de transformações - Fotos: Divulgação/Abisolo

Com 750 congressistas e 47 expositores, a 9ª edição do Abisolo Fórum e Exposição 2022, realizado no início de junho, em Campinas (SP), trouxe para discussão o que há de mais atual e relevante sobre o uso do solo no agronegócio brasileiro. O mestre em Agronomia e doutor em Zootecnia, Cristiano Magalhães Pariz, palestrou sobre “Integração Lavoura- Pecuária”, ocasião em que apresentou o resultado de 20 anos de pesquisas sobre a atuação concomitante da pecuária e da lavoura.

Segundo ele, o pasto é um dos principais responsáveis pela qualidade da carne bovina, enquanto os dejetos dos animais fazem com que o solo fique muito mais fértil, aumentando a produção.  Ele sugere que a prática da agropecuária de insumos e processos, assim como o entendimento de Ciências Agrárias seja o futuro para as fazendas de pecuária. O zootecnista estimou que 60% dos pecuaristas em atividade vão desaparecer em 20 anos. A sobrevivência nesse mercado, explicou o palestrante, só será possível por intermédio de conhecimento, tecnologias, treinamento de mão de obra, planejamento e suporte de consultorias especializadas.

Ainda dentro do painel dedicado à tecnologia, o professor associado em Microbiologia do solo e doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, Fernando Andreote, discorreu sobre “Solo, a nova (velha) fronteira da produtividade”. Ele comparou o solo a um grande quebra-cabeças, em que as peças são a nutrição vegetal, as máquinas, a proteção de plantas, o manejo da água e a qualidade de operações.

Para o professor, a qualidade do solo ainda é um desafio e o conceitua como o conforto necessário para o máximo desenvolvimento das plantas cultivadas, por meio da manutenção da qualidade da água, ar, solo e da promoção de alimentos capazes de garantir a saúde de animais e de seres humanos. Ele conclui que a eficiência nutricional deriva da qualidade do solo. Portanto, prover as condições necessárias para o enraizamento das plantas é construir uma base sólida e produtiva, tornando os cultivos mais resilientes frente às adversidades ao longo do ciclo produtivo.

Para mediar uma breve discussão sobre tecnologia, foi convidado o professor associado do Departamento de Ciências do Solo e Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Adriel Ferreira da Fonseca. Ele promoveu suas considerações a respeito da importância da adoção de tecnologia desde o preparo do solo. “A gestão de nutrientes é fundamental para a melhoria do solo, tanto quanto a rotação de cultura bem-feita, escolha da cobertura de solo e manutenção de PH. É primordial produzir solos com bons atributos químicos e físicos para potencializar fontes alternativas de nutrientes”, concluiu.

Vantagens do fertilizante organomineral

Na sequência, a palestra “Fertilizantes Organominerais como estratégia alternativa ou complementar à adubação mineral convencional”, foi conduzida pelo consultor e especialista em agronegócios e professor, Gilberto Tozatti. O painelista enfatizou as vantagens do fertilizante organomineral, que é natural do solo, produto da decomposição dos restos de floresta infestados por microorganismos, insetos, vermes etc., formando o húmus e liberando sais minerais.

O consultor explicou que eles contribuem significativamente para o aumento da produtividade, trazendo ganhos econômicos e ambientais, fornecendo matéria orgânica nos solos tropicais, aumentando a atividade microbiana no solo e, ao mesmo tempo, suprimindo a atividade de organismos fitopatogênicos.

Alternativas à adução convencional

Para incentivar a produção nacional de insumos e diversificar as práticas de adubação no Brasil, o Governo Federal tem avançado na implantação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). O tema esteve na pauta do IX Abisolo Fórum e Exposição 2022. O coordenador geral de Estudos de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Federal, José Carlos Polidoro, apresentou o PNF e a importância das cadeias emergentes para o desenvolvimento da agricultura.

Polidoro ressaltou que, sem fertilizantes, não há agronegócio no Brasil, já que os solos do Brasil são pobres e os fertilizantes essenciais nesse processo. O painelista apresentou o PNF elaborado em 2020 por 91 órgãos, entidades, empresas, em um total de 290 pessoas.

O plano conta com cinco cadeias emergentes do setor de fertilizantes e insumos para a nutrição de plantas. Dentre elas, estão os fertilizantes organominerais, produtos e resíduos com potência agrícola, agrominerais e remineralizados, bioinsumos e, por fim, nanotecnologia “slow-release” e agricultura digital.  Polidoro enfatizou, dentre as metas do Plano, a oferta de produtos e processos tecnológicos promotores da eficiência agronômica dos fertilizantes e dos novos insumos para a nutrição de plantas, além do desenvolvimento tecnológico para redução em até 50% do passivo de resíduos do beneficiamento e de rejeitos da atividade da mineração de fosfatos até 2030.

Profissionalização no agronegócio

Em seguida, abrindo o painel “Recursos Humanos e Comportamento”, o jornalista da CNN Brasil, William Waack, promoveu uma discussão sobre as demandas de profissionais qualificados no agronegócio, especialmente aqueles que atuam ou que pretendem atuar no segmento de nutrição vegetal. “Ou qualificamos os jovens ou não teremos perspectiva de crescimento”, alertou Waack.

Jornalista da CNN Brasil, William Waac

Ele apontou como problemas o déficit de mão de obra qualificada e a ausência de um suporte educacional especializado. Waack lembrou que cabe a cada um aprender pelo menos um idioma, além do pátrio, e dominar as ferramentas tecnológicas da profissão, que mudam constantemente.

Continuando no assunto de Recursos Humanos, com mediação de Waack, foram convidados o professor Adriel Fonseca, a gerente de Recursos Humanos e Business Partner na Yara Brasil, Juliana Souza, e a professora associada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), Sônia Maria De Stefano Piedade, e o vice-presidente do conselho deliberativo da Abisolo, Gustavo Branco, a integrar uma mesa-redonda sobre “A Evolução do Agronegócio Brasileiro e as Demandas de Qualificação do Profissional de Ciências Agrárias”.

O questionamento inicial foi trazido pelo professor Adriel Fonseca a respeito de muitos cursos novos surgindo na área e a preocupação com formações a distância e longe do campo. Para ele, o engenheiro agrônomo não pode ser teórico. “Nos preocupamos com o carro que compramos, mas não nos preocupamos com a faculdade que cursamos”, criticou.  A executiva Juliana Souza reforçou a necessidade de uma formação complementar para moldar profissionais que propõem soluções, identificam oportunidades, tenham múltiplos saberes e uma visão holística, não só da área de atuação, mas da empresa como um todo, da cadeia logística aos clientes, o campo e que seja questionador.

A professora Sônia pontuou que alunos não podem sair da faculdade despreparados para a vida, reforçando que a universidade fornece as ferramentas, mas o aluno precisa ser comprometido. Ela citou como exemplo a própria Esalq, onde alunos generalistas podem fazer estágios e intercâmbios, ou seja, há oportunidade de uma carreira ampla já que o mercado está aquecido.

O vice-presidente da Abisolo, Gustavo Branco, ponderou que no agro há uma cobrança maior porque um erro pode ocasionar a perda de toda uma safra. Alinhado à Juliana Souza, ele conceituou o profissional qualificado como aquele que conecta a cadeia de conhecimentos e sabe usar a informação a seu favor. Waack alinhavou a discussão lembrando que o mercado de trabalho é exigente, influenciado pelas transformações tecnológicas.  O esforço pessoal, o espírito crítico e a capacidade de acompanhar as transformações foram listados pelo mediador como pilares para os novos profissionais.

Ansiedade da nova geração

Para encerrar IX Abisolo Fórum e Exposição 2022, o convidado foi o filósofo, escritor e Diretor do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da PUC-SP, Luiz Felipe Pondé, o qual discorreu que a ansiedade da nova geração tem origem na dificuldade de lidar com cobranças, pelas expectativas criadas pelos pais, pelo medo de não conseguirem lugar no mercado do trabalho e pelo excesso de informações.

Por outro lado, explicou o filósofo, eles são bombardeados por discursos sobre direitos e merecimentos. “Os jovens estão mais duros e mais intolerantes com ideias não alinhadas as deles, julgam a tudo e todos, sentem medo do mercado de trabalho e de relações de afeto. Estão despreparados para a pressão e isso tudo gera problemas psicológicos”, analisou Pondé, concluindo que o segredo para sobreviver é ser flexível nas adversidades e aceitar o erro.

O IX Abisolo – Fórum e Exposição foi encerrado pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal e presidente da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, que agradeceu aos organizadores, expositores, patrocinadores, painelistas e congressistas pela parceria, que propicia o crescimento de todo o setor de nutrição vegetal.

Fonte: Assessoria

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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