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Aditivos na nutrição animal: o uso estratégico dos emulsificantes

Aditivos que contenham em sua composição produtos à base de lisolecitina, com teores elevados de LPC e emulsificantes sintéticos como o PEGR são mais eficientes no processo de formação de micelas e disponibilização de energia, o que na prática resulta em aumento na digestibilidade das gorduras e maior eficiência na disponibilização da energia.

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Artigo escrito por Silvano Bünzen, zootecnista, doutor em Nutrição de aves e suínos e gerente Técnico da Feedis.

O mercado de produção animal tem sido desafiador. Talvez nunca tenha sido tanto. Soma-se à sobre-oferta de carne nos mercados externos e internos, inflação e consequente redução de renda e de consumo de carnes no Brasil, o problema da alta de preços dos grãos, insumos fundamentais na produção de ração dos animais.

Embora a eficiência no uso de tecnologias em avicultura para melhora no desempenho dos animais seja prática conhecida, temos visto muitos questionamentos quanto aos custos dos aditivos utilizados, mesmo que representem, percentualmente, apenas uma mínima parte do custo alimentar das aves. Diante disso é bom que deixemos claro a todos o que queremos e o que esperar com cada tecnologia.

Pensando nas dietas tradicionais de frangos de corte, desenhadas com altos teores de energia para atender a demanda energética das linhagens modernas, temos, além do milho e da soja, volume significante de óleo, o que pode impactar consideravelmente o custo das rações. Energia e proteína são, portanto, os nutrientes mais caros da dieta.

Reduzir níveis de energia e proteína (aminoácidos) pode ajudar a reduzir o custo da dieta, mas em contrapartida pode promover uma redução no desempenho das aves, prejudicando diretamente o ganho de peso e a conversão alimentar, o que diminui a produtividade e pode resultar em custos mais elevados de produção quando considerados todos os custos do processo. Portanto, quando os custos de produção estão elevados, reduzir níveis ou retirar todos os aditivos nem sempre são as melhores escolhas.

Alguns aditivos por sua vez possuem o objetivo claro de melhorar a eficiência na produção dos animais, o que significa maximizar o uso dos ingredientes, reduzindo perdas. Os emulsificantes são um bom exemplo desta categoria de aditivos.

Os emulsificantes são aditivos utilizados para melhorar a “quebra” da gordura incluída na forma de óleos e graxas e permitir uma melhor interação delas no meio digestivo, que é aquoso.  Esta “quebra” produz gotículas de gordura menores que são melhor “digeridas” pelas enzimas digestivas das aves, possibilitando que “mais energia” seja extraída e absorvida pelos animais, o que resulta em aumento na eficiência no aproveitamento dos ingredientes já presentes na dieta.

Existem diferentes aditivos classificados como emulsificantes no mercado, mas cuja composição pode diferir tanto no perfil dos ingredientes utilizados como na qualidade e concentração dos ativos presentes nos diferentes ingredientes. E isso irá impactar diretamente na eficiência de do produto final.

Os emulsificantes mais conhecidos são a base lecitina de soja, produzida a partir do processo de degomagem do óleo, e são uma excelente fonte de fosfatidilcolina (PC), um fosfolipídio surfactante natural (biosurfactante), que auxilia na emulsificação das gorduras, formação da micela e consequente hidrólise lipídica. No entanto, antes de atuar na emulsificação, a PC sofre a ação da enzima fosfolipase A2 liberada pelo pâncreas e se transforma na lisofosfatidilcolina (LPC), que é a principal responsável pela manutenção da micela, hidrólise dos lipídios na micela e posterior absorção pelos enterócitos.

Produtos ricos em lisolecitina ou lecitina hidrolisada de soja, portanto, são mais eficientes no processo de emulsificação das gorduras e permitem maior formação e estabilidade das micelas e consequentemente maior disponibilidade de energia, porque possuem maior teor de LPC. O uso de produtos com alto LPC apresenta benefícios no desempenho técnico e econômico das dietas animais e permite a formulação de dietas de menor densidade nutricional, mais econômicas, sem perda de desempenho.

Diferenças

Uma das maneiras de diferenciar os produtos disponíveis no mercado é pelo teor de LPC que apresentam e pelo conteúdo de lecitina hidrolisada de soja presente em sua composição. Outra característica importante dos emulsificantes é o HLB ou balanço hidrofílico-lipofílico, que é uma escala que mostra a interação das partes lipofílica e hidrofílica de uma molécula anfifílica (que possui parte hidrofílica e lipofílica) e varia de 0 a 20. Em resumo, quanto mais baixo o valor de HLB, maior a interação e solubilidade em óleo. Quanto mais alto o valor de HLB, maior a solubilidade em meio aquoso, como ocorre no sistema digestivo.

Com o objetivo de melhorar os processos de emulsificação do óleo contido na dieta, alguns emulsificantes contêm também em sua composição o ricinoleato de gliceril polietilenoglicol (PEGR), um emulsificante sintético dos mais hidrofílicos do mercado, que possui alto valor de HLB.  O objetivo do uso deste emulsificante é intensificar os processos de emulsão nas misturas óleo água, e com isso tornar a emulsão mais eficiente. O PEGR também é muito usado nas dietas de rações peletizadas, já que melhora o processo de mistura óleo/água que ocorre dentro dos equipamentos e favorece a melhoria da qualidade do pellet.

Pensando na melhor eficiência dos processos de emulsificação e nas diferentes características dos emulsificantes, aditivos que contenham em sua composição produtos à base de lisolecitina (lecitina hidrolisada), com teores elevados de LPC e emulsificantes sintéticos como o PEGR são mais eficientes no processo de formação de micelas e disponibilização de energia, o que na prática resulta em aumento na digestibilidade das gorduras e maior eficiência na disponibilização da energia.

Neste sentido, justamente por aumentar a disponibilidade de energia das dietas, estes aditivos possuem uma matriz nutricional que permite a valorização de energia até 75 kcal (dados internos) ou até mais, dependendo do teor e perfil da gordura utilizada na dieta. Na prática, permite uma redução significativa na inclusão de óleo e nos custos da dieta, sem a perda de resultados de ganho de peso.

Portanto, ao buscar “cortar” os custos das dietas, escolha estratégias que lhe façam perder menos e aproveite por escolher aquelas que lhes tornem ainda mais eficientes. A tecnologia dos emulsificantes é uma realidade e traz ganhos consistentes.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: OP Rural com Feedis

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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