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Aditivos modulam microbioma ruminal e reduzem processos oxidativos da carne

Aditivos naturais apresentam um completo potencial de ação, pois abrangem efeitos desde o desempenho animal através da modulação do microbioma ruminal até o produto final

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Mariana Ornaghi, analista do Departamento Técnico da Safeeds

Os antibióticos e ionóforos, foram utilizados nos últimos anos com muito sucesso. Todavia, recentemente as autoridades da União Europeia baniram o uso destas substâncias na alimentação animal. Da mesma forma, o Departamento de Drogas e Vigilância Pública dos Estados Unidos (FDA) está monitorando o uso desses produtos. Com isso, o mundo científico é desafiado, mais uma vez, a oferecer compostos alternativos para substituir essas drogas. Vários produtos considerados não invasivos à saúde estão sendo estudados como, por exemplo, ácidos orgânicos, extratos de própolis, extratos vegetais e, também, os óleos essenciais.

Os extratos naturais são utilizados na medicina chinesa a mais de 5.000 anos (3.000 a.C.). Atualmente são amplamente empregados em medicamentos na indústria humana, como anti-inflamatórios, antimicrobianos, antifúngicos e antioxidantes.

Esses aditivos já têm sido aplicados no mercado agropecuário e grande parte desses compostos são considerados substâncias GRAS (do inglês, generally reconized as safe) para o consumo humano. A grande vantagem de se utilizar esses compostos está no baixo risco de desenvolvimento de resistência microbiana, uma vez que apresentam diferentes modos de ação. As combinações de diferentes compostos naturais assim como a dosagem utilizada, podem potencializar os efeitos através de um sinergismo entre as misturas. Ainda, uma vantagem de se combinar diferentes compostos é o barateamento dos custos desses aditivos atingindo maior capacidade de ação.

Qual a vantagem do uso de um produto que apresenta potencial antimicrobiano?

Os microrganismos presentes no rúmen dão ao animal a capacidade de transformar produtos de baixa qualidade em produtos nobres, como, carne e leite. Porém, existem processos inficientes que ocasionam em perdas energéticas e também prejudiciais ao meio ambiente, como no caso da produção de metano e nitrogênio amoniacal. As vantagens de utilizar produtos com capacidade de modular a fermentação ruminal, a partir da seleção da microbiota, são disponibilizar mais nutrientes para absorção melhorando o desempenho animal.

E porque utilizar um produto com potencial antioxidante?

A ação antioxidante do blend está ligada a capacidade de se ligar a radicais livres e inibir processos de oxidação dos lipídeos presentes na carne, os quais ocasionam o off-flavor (cheiro e sabor indesejável na indústria alimentícia) oriundo da rancidez (oxidação) do produto.

O estudo

Nosso objetivo foi avaliar a inclusão de um blend contendo óleos essenciais e funcionais de cravo, caju, mamona e três diferentes compostos: timol, eugenol e vanilina, sobre o desempenho e eficiência animal, microbioma ruminal, impactos na qualidade da carne e aceitação sensorial e visual pelo consumidor.

O estudo foi realizado com 50 animais meio sangue (Angus x Nelore), recebendo dieta composta de 30% volumoso (silagem de milho) e 70% concentrado (milho grão, farelo de soja e premix com vitaminas e minerais) oferecida ad libitum. Os animais foram confinados por um período de 62 dias em baias individuais com intuito de mensurar a ingestão e desempenho de maneira precisa. Foi realizada também coleta do liquido ruminal com a finalidade de avaliar a fermentação e microbiota ruminal. Após o abate, a porção do músculo Longissimus thoracis foram coletadas e submetidas a análises de: pH, coloração, textura, potencial antioxidante, oxidação lipídica, teste de aceitabilidade sensorial e visual dos consumidores. A inclusão do blend, foi realizada em quatro diferentes doses (1,5; 3,0; 4,5; 6,0 g/animal/dia) contra uma dieta controle (sem adição de aditivos).

Resultados

No geral a inclusão do blend proporcionou um maior ganho médio diário e melhor eficiência alimentar dos animais, apresentando um aumento linear com a inclusão das doses (P < 0,05), sem haver alterações sobre o consumo de matéria seca.

Com a adição dos aditivos naturais conseguimos observar uma diminuição na produção de acetato e uma redução drástica na produção de nitrogênio amoniacal. Quando observamos a microbiota ruminal através de análise de sequenciamento (metagenômica) foi possível observar uma redução de bactérias relacionadas com a produção de acetato bem como uma redução linear de archaeas (microrganismos produtores de metano), sugerindo uma redução de metano. Assim, podemos confirmar uma modulação no ambiente ruminal que proporcionou um melhor desempenho animal.

Nas medidas de característica de carcaça a inclusão do aditivo natural não resultou em diferenças entre os tratamentos, exceto no pH. O pH da carne reduziu em relação ao tratamento controle (P < 0,05). Essa medida é diretamente ligada a maciez da carne. Em consequência disso, observamos uma redução linear da textura (aumento da maciez) na carne dos animais recebendo aditivos naturais (P < 0,05). Isso pode estar relacionado com o aumento no potencial antioxidante e consequente menor oxidação lipídica observado no estudo (P < 0,05), que pode afetar o sistema calpaína/calpastatína aumentando a maciez da carne.

A partir das análises laboratoriais podemos concluir uma melhora nas características do produto final (carne) com a inclusão do aditivo natural. A fim de mensurar o impacto no mercado consumidor foram realizados testes de aceitabilidade geral.

No teste sensorial, onde 120 consumidores (divididos de acordo com o censo do IBGE, 2010, levando em consideração gênero e idade) provaram pedaços de carne de todos os tratamentos e avaliaram de acordo com sua preferência atribuindo notas de 1 (desgosto extremamente) a 9 (gosto extremamente) para as características organolépticas: flavor, textura e aceitabilidade geral do produto. Neste teste, conseguimos observar um aumento da preferência em relação a textura e aceitabilidade geral, ou seja, o produto apresentou uma maior maciez e maior aceitabilidade de acordo com os consumidores.

No teste de aceitabilidade visual, foi levado em conta a aceitabilidade do consumidor em relação a coloração da carne exposta por 14 dias em uma gôndola simulando as reais condições do mercado brasileiro (iluminação por LED, temperatura ± 4° e forma de apresentação do produto com bandejas recobertas por papel filme). Neste caso, 60 consumidores receberam fotografias dos bifes (bifes porcionados da 6° vertebra de todos animais de todos os tratamentos), de forma aleatória, (as fotografias foram realizadas de forma padrão para todas as amostras) para avaliarem de acordo a sua preferência em uma escala de 1 a 9 como no teste sensorial. Ao final podemos observar uma preferência do consumidor pela carne dos animais recebendo o blend na dieta (P < 0,05). Com o aumento da inclusão do aditivo natural as notas para aceitabilidade aumentaram linearmente e ao final conseguimos concluir que é possível aumentar em um dia a shelf life do produto final, o que pode ocasionar em impactos positivos na indústria. Esse aumento na vida de prateleira (shelf life) é resultado de um aumento no potencial antioxidante observado anteriormente.

Conclusão

Os aditivos naturais apresentam um completo potencial de ação, pois, abrangem efeitos desde o desempenho animal através da modulação do microbioma ruminal até o produto final, melhorando processos oxidativos que vão refletir em uma melhor qualidade da carne, proporcionando maior maciez e um dia a mais de shelf life.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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