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Aditivos fitogênicos para o desempenho do ‘super frango’

Aditivos fitogênicos de extratos vegetais nutricionais são utilizados na nutrição animal como fonte de nutrientes, tendo objetivos exclusivos na melhora e manutenção do desempenho dos animais

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No início dos anos de 1940, obtiveram-se os primeiros dados mostrando a eficiência do uso de antimicrobianos de modo profilático na avicultura. Com essa ferramenta e o desenvolvimento do conhecimento de outras, como ambiência, nutrição e genética, em seis décadas, o frango de corte já atingia quase 40% de peso a mais, ficando menos da metade do tempo a campo. Em 2016, mesmo com as restrições ao uso de antibióticos, tivemos animais a campo com peso vivo de 3kg e conversão alimentar menos da metade do que se tinha há 70 anos. De modo mais didático, os antimicrobianos deram o ponta pé inicial para que o frango que tinha um ganho de peso médio diário de pouco mais de 14 gramas passasse a ostentar, em média, 70 gramas diárias de ganho.

Sendo o Brasil o maior exportador de carne de frango desde 2004 e segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) podendo atingir, em 2017, 38% da exportação mundial e com estimativa de que 45% da carne de frango exportada seja brasileira em 2025, o atendimento da legislação de outros países se faz obrigatório e necessário.

A partir de 1990, houve um grande avanço nas pesquisas envolvendo os estudos químicos e farmacológicos de plantas medicinais, visando a obtenção de novos produtos com propriedades terapêuticas. Quando em 2006 a União Europeia restringiu o uso de antibióticos na produção animal acelerou-se o desenvolvimento de pesquisas de aditivos alternativos fitogênicos.

A legislação

Segundo o FDA (Food and Drug Administration), dos Estados Unidos, aditivos são substâncias adicionadas com a finalidade de melhorar o desempenho do animal, passível de ser utilizada sob determinadas normas e desde que não deixe resíduo no produto de consumo. No Brasil, a legislação vigente (Instrução Normativa 13/04, alterada pela Instrução Normativa n° 44/15) define aditivo como “substância, microorganismo ou produto formulado, adicionado intencionalmente aos produtos, que não é utilizado normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal dos produtos animais, melhore o desempenho dos animais sadios ou atenda às necessidades nutricionais”.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os aditivos nutricionais podem ser classificados como vitaminas, microminerais, aminoácidos e outros (ureia, nucleotídeos, ácidos graxos, etc.).

Os mais conhecidos e utilizados na produção animal são principalmente os óleos essenciais, que têm características antimicrobianas (altera a permeabilidade da membrana citoplasmática, causando a interrupção dos processos essenciais às células e consequentemente a morte bacteriana), portanto, tratado basicamente como fitoterápico.

Os fitogênicos

Os aditivos convencionais, nutricionais ou não, ocupam aproximadamente 1% do volume da ração, e podem chegar entre 7 e 8% do seu custo. Os aditivos fitogênicos de extratos vegetais nutricionais são utilizados na nutrição animal como fonte de nutrientes, não sendo farmacológicos (fitoterápicos) e tendo objetivos exclusivos na melhora e/ou manutenção de desempenho dos animais.

Segundo Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comercio Exterior (MDIC), em 2012, aproximadamente 6% do custo da ração é composto exclusivamente pelos aditivos que a acompanham. Desta forma, pode-se considerar que 8,5% do custo total de produção de aves e suínos pode ser relacionado a este fator.

Aditivos fitogênicos nutricionais

Quando se considera aditivos fitogênicos para nutrição animal, basicamente trata-se de substitutivos de aditivos convencionais, tendo como principais motivos para essa alteração a busca de melhor viabilidade de custos, melhoria de processos de produção e qualidade de produto final. Para esse nicho, encontram-se basicamente algumas vitaminas e aminoácidos disponíveis no mercado.

Vitaminas fitogênicas

Buscando principalmente reduzir os efeitos da instabilidade das vitaminas no formato sintético, o mercado passou a pesquisar algumas vitaminas de necessidades básicas para a produção animal e principalmente para a qualidade de produção de rações. Vitaminas como a Colina, vitamina C e vitamina E possuem dificuldades de apresentação estável. A Colina, quando no formato de Cloreto, interfere diretamente nas demais vitaminas se misturada no premix. Um estudioso cita que é um produto muito instável e que frequentemente apresenta problemas na concentração. Por outro lado, a vitamina C tem como sua característica natural ser sensível ao calor, luz e oxigênio. Este fato também é visto pelo fato de que aves, sob estresse térmico, diminuem sua síntese, sendo necessário seu fornecimento via ração, enquanto que a vitamina E é altamente sensível à oxidação, sendo necessário a esterificação de acetato para torná-la estável.

Todas a vitaminas de origem herbal disponibilizadas no mercado buscam, impreterivelmente, atender a melhor forma de fabricação de rações para que a qualidade do alimento seja mantida conforme preconizado pelo nutricionista, sem interferência deletéria devido ao formato de estabilização da vitamina a ser utilizada.

Aminoácidos fitogênicos

O uso de aminoácidos fitogênicos disponíveis no mercado segue os mesmos critérios de utilização das vitaminas fitogênicas. Deve-se conhecer a bioequivalência em relação aos aminoácidos convencionais utilizados na nutrição animal para que possam ser integrantes da nutrição.

Considerando os aminoácidos Lisina e Metionina de maior impacto na nutrição animal, as fontes disponíveis no mercado buscam ser alternativas principalmente a processos produtivos. No caso da Lisina, alguns autores citam que a forma sintética é passível de menor digestibilidade, já que pode sofrer reação de Maillard quando a ração é processada em altas temperaturas. Referente a Metionina, pesquisadores citam que fontes vegetais podem substituir de maneira efetiva a DL-metionina (sintética).

Sendo o Brasil grande produtor de carnes, o espaço para pesquisas de nutrientes fitogênicos pode e deve ser mais aproveitado nos próximos anos, trazendo alternativas tanto para nutricionistas quanto para gestores de processos, buscando excelência na qualidade do produto final.

Mais informações você encontra na edição de Aves de janeiro/fevereiro de 2018 ou online.

Fonte: Artigo escrito por Giselle D. Gallio, zootecnista da Nutriquest Technofeed.
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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