Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária
Adapte-se aos desafios e oportunidades do confinamento
Modelos atuais de produção intensiva enfrentam, diariamente, o desafio da produtividade otimizada numa busca constante pela rentabilidade do negócio
Artigo escrito por Bruno Di Rienzo, médico veterinário e gerente de Relacionamento com Fazendeiros da Biogénesis Bagó
Sabemos quais são os desafios em um sistema de produção e temos a convicção de que toda empresa pecuária intensiva que busca excelência quer, na medida do possível, mitigar os riscos inerentes a este sistema de produção; proporcionando as melhores condições no manejo, nutrição e principalmente sanidade. Como consequência, espera-se explorar o máximo potencial genético e produtivo dos animais. Contudo, a diferença entre o desafio de se produzir o mínimo aceitável e a oportunidade de se aproveitar a máxima performance pode ser definida por pequenos detalhes que são intensamente trabalhados diariamente nas grandes propriedades do Brasil.
Com base nisso, foi desenvolvido um experimento técnico em uma das fazendas referência em excelência na produção pecuária da região Sul do Brasil, para mensurar o impacto do uso da suplementação mineral e vitamínica injetável na performance do rebanho.
Com sua sede localizada em Castro (PR), a Agropecuária Guapiara há 25 anos atua no ramo de produção a pasto e confinamento. O médico-veterinário Edison Laroca Fontoura Filho é quem está à frente da gestão do Grupo, um multiplicador da genética Brangus e detentor de um produto final extremamente padronizado e valorizado no mercado da proteína animal.
Os modelos atuais de produção intensiva enfrentam, diariamente, o desafio da produtividade otimizada numa busca constante pela rentabilidade do negócio. Para se atingir patamares de excelência como o da Agropecuária Guapiara, a fazenda segue minuciosamente um programa sanitário, com vacinações preventivas contra clostridioses e doenças respiratórias, além de um controle parasitário. O manejo diário da fazenda segue orientações de rondas sanitárias e a equipe, muito bem treinada, coloca em prática todas as orientações e cuidados necessários para a eficiência produtiva dos animais.
O local escolhido para o experimento não poderia ter sido melhor, pois o ambiente é o mais propício para mensurar os resultados da suplementação mineral e vitamínica injetável.
Medindo os impactos do estresse oxidativo
Muito já se estudou sobre o bem-estar animal e, na atualidade, sabe-se que a boiada gosta de rotina, de forma que qualquer mudança se torna um fator que catalisa a oxidação celular, devido ao mecanismo de estresse. Fatores como alteração ambiental, nutricional, dominância, variação climática, transporte e poeira estão presentes no dia a dia do sistema de confinamento.
O objetivo do experimento foi aplicar essa nova tecnologia, da suplementação mineral e vitamínica, que atua diretamente no reequilíbrio oxidativo, em um sistema que opera com excelência em todos esses aspectos. Ou seja, analisar se mesmo em condições de baixo desafio, haveria impacto do estresse oxidativo e se o produto poderia contribuir para obtenção de resultados ainda melhores.
Na Agropecuária Guapiara, os animais da raça Brangus recebem o protocolo sanitário no ato da desmama, contemplando vacinas que previnem contra problemas respiratórios e clostridiais, além de um anti-helmíntico. Assim que recebem o protocolo sanitário, os animais são transferidos para outra fazenda, onde permanecem por 20 dias em pré-adaptação em pastagem, e posteriormente entram no confinamento.
O estudo consistiu em inserir uma dose do antioxidante, a suplementação mineral e vitamínica, no protocolo da desmama, justamente para interferir no impacto do estresse deste manejo e no transporte até a fazenda do confinamento. Uma segunda dose foi administrada no protocolo de entrada no confinamento. Feito isso, os dados de abate foram coletados e submetidos à análise estatística.
Considerando que o resultado foi de 4 quilos a mais de carcaça e o preço pago pela @ foi de R$ 179,76 (média de R$ 11,98/kg), o ganho recebido por animal, como incremento, foi de R$ 47,93. Com isso, a cada R$ 1 investido pela propriedade em sanidade, o retorno foi de R$ 12,09.
Conclusão
Mesmo numa situação em que todos os cuidados com as variáveis em um sistema de produção intensiva foram adotados, o uso de um antioxidante, neste caso a suplementação mineral e vitamínica injetável, foi estatisticamente eficiente para a obtenção de um melhor resultado final na engorda em confinamento.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran