Suínos
Acrismat celebra 33 anos com recorde histórico de exportações
Associação reforça parceria com órgãos públicos, comemora o crescimento da produção de suínos em Mato Grosso e a conquista do status de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Em meio ao bom momento e ascensão dos números na produção de suínos, a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) celebrou, na última sexta-feira (15), 33 anos de fundação. Ao lado de autoridades e personagens que ajudaram no desenvolvimento da atividade nas últimas três décadas, houve também o reconhecimento da importância da parceria do setor com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT).
O bom ano da suinocultura mato-grossense refletiu também nas exportações da proteína suína. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) Mato Grosso bateu recorde histórico de exportação de carne suína em 2024, atingindo 1,306 mil toneladas exportadas. O número é 9% maior que o exportado em 2023, antigo recorde com 1,199 mil toneladas.
“Estamos em período de recuperação após enfrentar desafios como o abate de matrizes e a saída de produtores da atividade por conta do período de forte crise enfrentada em 2022. Desde o ano passado a atividade voltou a ser rentável em Mato Grosso, muito por conta da margem do custo de produção e preço pago ao produtor pelo quilo do animal, mas também por algumas ações pontuais conquistadas pela Acrismat, como a manutenção de incentivos fiscais”, pontua o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho.
Para Tannure, que é suinocultor no município de Primavera do Leste, a parceria com órgãos de vigilância como o Indea-MT é fundamental para o desenvolvimento da atividade. “É graças ao trabalho do Indea-MT e dos suinocultores que conseguimos conquistar cada vez mais mercados no país e no mundo. Recentemente Mato Grosso recebeu o selo de zona livre da febre aftosa sem vacinação, status que abrirá novos mercados para nossa produção, isso uma enorme vitória que foi conquistada graças ao trabalho em conjunto do setor produtivo e do poder público”, explicou.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, César Miranda parabenizou a atuação da Acrismat durante os 33 anos de existência da associação e reforçou a parceria com a entidade. “Nós sabemos o trabalho que a associação realiza, sempre difundindo informação e conhecimento com os produtores e brigando pelo desenvolvimento da atividade. O Governo do Estado estará sempre de portas abertas para auxiliar no que for possível para que essa importante atividade continue contribuindo para o crescimento da nossa economia”, afirmou.

Foto: Jonathan Campos
O deputado estadual, Carlos Avallone também enalteceu a atuação da associação e relembrou sua participação no crescimento da Acrismat. “É uma associação que eu tive o prazer de ver crescer e de acompanhar de perto o seu desenvolvimento. A Acrismat sempre acreditou no potencial do nosso estado e o resultado está aí, a atividade superou uma enorme crise e está voltando a crescer”.
Já o presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM), Léo Bortolin destacou a os números da produção da carne suína em Mato Grosso e defendeu a inclusão da proteína também na merenda escolar. “É uma carne muito saudável e saborosa, além de ter um preço acessível. Por isso lutamos para que ao menos uma vez na semana a carne suína esteja na alimentação dos nossos estudantes, é uma luta encampada pelo AMM e que vamos trabalhar para que aconteça”.

Suínos
Santa Catarina bate recorde de abates de suínos em 2025
Apesar de outubro registrar queda na produção mensal, o estado alcançou 15,4 milhões de suínos abatidos no acumulado de janeiro a outubro, maior volume desde 2013, mantendo sua liderança nacional no setor.

Santa Catarina atingiu 15,4 milhões de suínos abatidos entre janeiro e outubro de 2025, segundo dados da Cidasc compilados pela Epagri/Cepa. O número representa um crescimento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024 e marca o maior volume de abates já registrado desde o início da série histórica, em 2013.
Apesar do resultado positivo no acumulado do ano, a produção mensal em outubro recuou. Foram produzidos 1,49 milhão de suínos, queda de 6,4% em relação ao mês anterior e 3,4% a menos que em outubro de 2024.
O comportamento da produção ao longo dos últimos 13 meses mostra variações, com picos em janeiro de 2025 (1,58 milhão) e julho de 2025 (1,68 milhão), indicando tendências sazonais de mercado e ajustes na oferta estadual.
A análise reforça a posição de Santa Catarina como principal estado produtor de suínos do país, mantendo a capacidade de expansão mesmo diante das flutuações mensais do setor.
Suínos
Mineral bioativo melhora saúde das porcas e eleva desempenho dos leitões na suinocultura
Suplementação reduz mortalidade, aumenta nascidos vivos e fortalece a microbiota intestinal, impulsionando os índices produtivos das granjas.


Foto: Divulgação/Elanco
Artigo escrito por Cleison Souza, consultor Técnico Elanco
A nutrição das porcas é um fator determinante para a saúde dos leitões e a eficiência produtiva na suinocultura. O mineral bioativo é um aditivo natural rico em minerais com propriedades antimicrobianas e, estudos têm mostrado que seu uso na dieta auxilia na melhoria da saúde intestinal das porcas, redução da mortalidade, aumento do número de leitões nascidos vivos e otimizção do desempenho da progênie.
Neste artigo, abordaremos os principais benefícios do mineral bioativo na suinocultura e como ele pode contribuir para a melhoria dos índices produtivos das granjas.
Mecanismo de Ação do Mineral Bioativo
O uso de minerais bioativos resulta em dois principais efeitos: um direto e outro indireto. O efeito direto ocorre no trato gastrintestinal das porcas. Quando dissolvido em um meio aquoso ácido (como o do trato gástrico) ocorre a liberação de íons Fe²⁺, Fe³⁺ e Al³⁺. A hidrólise e a liberação dos íons Fe³⁺ e Al³⁺ ajudam a manter o ambiente levemente mais ácido.
O aumento da concentração desses íons leva à precipitação de ferro e alumínio na superfície bacteriana, causando a alteração do dobramento e oxidação das proteínas de membrana, o que resulta na instabilidade da mesma.
Como consequência da instabilidade, o ferro precipitado começa a penetrar desordenadamente na bactéria junto com o peróxido de hidrogênio. Dentro da célula, o peróxido de hidrogênio reage com o excesso de ferro, causando a oxidação das proteínas e danos ao DNA bacteriano, levando à destruição da bactéria.
Já o efeito indireto ocorre pela melhora do status oxidativo da porca. A ovulação, gestação e lactação impõem um estresse oxidativo significativo, impactando a taxa de sobrevivência do embrião, espessamento do muco uterino e a taxa de nidação dos embriões. Além disso, o estresse oxidativo também é influenciado pela exposição a metabólitos secundários produzidos pela microbiota intestinal.
O mineral bioativo favorece a modulação da microbiota intestinal, reduzindo metabólitos secundários associados ao estresse oxidativo e promovendo a expressão de enzimas antioxidantes, como a superóxido dismutase (SOD) e a glutationa peroxidase (GPX). Esse mecanismo melhora a saúde uterina, favorecendo a fertilidade e o desenvolvimento embrionário.
Impacto na mortalidade de porcas
A mortalidade de porcas em sistemas de produção suína representa um desafio significativo para a sustentabilidade e a eficiência das granjas. A morte das matrizes pode ser causada por uma combinação de fatores.
A saúde e longevidade das porcas são comprometidas por problemas reprodutivos, como prolapso uterino, infecções uterinas, doenças infecciosas crônicas, doenças osteoarticulares, cardiovasculares e distúrbios metabólicos. Ainda, o estresse térmico, manejo inadequado, nutrição deficiente e práticas reprodutivas mal conduzidas aumentam os riscos de complicações fatais.
O estresse oxidativo também desempenha um papel significativo na saúde das matrizes. O acúmulo de radicais livres pode danificar as células e tecidos, comprometendo processos metabólicos essenciais. Esse estresse crônico pode resultar em inflamação sistêmica, prejudicando a capacidade de defesa do organismo e acelerando o envelhecimento celular, o que, por sua vez, afeta diretamente a longevidade e a produtividade das fêmeas.
O mineral bioativo colabora para a redução da mortalidade de porcas por meio de diferentes mecanismos (Figura 1). Sua capacidade da modulação da microbiota intestinal ajuda a combater bactérias patogênicas, prevenindo infecções que poderiam comprometer a saúde dos animais, auxiliando a integridade intestinal. O seu uso na dieta aumenta a α-diversidade e a proporção de bactérias benéficas, como Bifidobacterium, Lactobacillus, Prevotella e Ruminococcus, favorecendo um microbiota intestinal mais diversificada e saudável.
Ao modular a microbiota intestinal, o mineral bioativo contribui para a redução do estresse oxidativo, pois influencia os metabólitos produzidos pela microbiota, especialmente a concentração de ácidos biliares secundários. Além disso, impacta a virulência dos patógenos no sistema digestivo, reduzindo a capacidade de colonização e de perturbação do ambiente intestinal, diminuindo assim a inflamação intestinal. Dessa forma, há um melhor controle das principais causas da produção de radicais livres do trato gastrointestinal, minimizando os danos celulares e fortalecendo a resistência das porcas a desafios ambientais e metabólicos.

Figura 1. Mortalidade de porcas suplementadas ou não com Mineral Bioativo
Impacto no número de leitões nascidos vivos
A fertilidade das porcas é um dos principais fatores determinantes da rentabilidade na produção suinícola. As mudanças na microbiota causadas pelo mineral bioativo melhoram o status oxidativo da porca, pois o trato gastrointestinal é um dos principais locais de produção de espécies reativas. Com isso, há uma redução do estresse oxidativo na gestação, um período naturalmente caracterizado por alta atividade metabólica da placenta.
Isso leva à redução da concentração de citocinas embriotóxicas no trato reprodutivo, minimizando a morte embrionária pré e pós-implantação. Além disso, a menor presença de radicais livres impede o espessamento excessivo da camada de muco uterino, facilitando a nidação dos embriões e aumentando a taxa de nascimentos (Figura 2).

Figura 2. Número de leitões vivos/fêmea/ano de porcas suplementadas ou não com Mineral Bioativo
Impacto no desempenho dos leitões
Para o sucesso na criação de suínos é essencial garantir um bom desempenho dos leitões nas fases iniciais de crescimento. Matrizes suplementadas com mineral bioativo apresentam uma maior produção de colostro/leite, garantindo melhor nutrição para os leitões. Isso resulta em animais mais vigorosos, com maior taxa de sobrevivência, já que a imunidade passiva transferida pela porca é fortalecida, reduzindo as taxas de mortalidade.
Além disso, a suplementação favorece o equilíbrio da microbiota intestinal desde a gestação até a lactação, minimizando a ocorrência de doenças digestivas e contribuindo para um crescimento mais saudável. Dessa forma, o uso do mineral bioativo promove o ganho de peso dos leitões de maneira eficiente, reduzindo a necessidade de intervenções veterinárias e potencializando o desempenho na fase inicial da suinocultura (Figura 3).

Figura 3. Ganho diário de peso da leitegada (kg/leitegada/dia) em cinco estudos de campo com porcas suplementadas ou não com Mineral Bioativo
Conclusão
A inclusão de um mineral bioativo na alimentação de porcas é uma estratégia eficaz para melhorar a saúde intestinal, reduzir a mortalidade, aumentar o número de leitões nascidos vivos e otimizar o desempenho produtivo, promovendo maior bem-estar animal nas granjas.
O uso de produtos que atuam na eliminação das principais fontes de desafios entéricos e na redução do estresse oxidativo pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde e a longevidade das matrizes do plantel.
A combinação da ação antimicrobiana e suporte antioxidante do mineral bioativo ajuda a fortalecer o organismo das porcas, melhorando a eficiência produtiva e promovendo maior bem-estar animal dentro das granjas.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: thais.kievitsbosch@elancoah.com
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Suinocultores alemães visitam C.Vale
Intercâmbio internacional reforça troca de conhecimento e interesse pela produção brasileira.

Um grupo formado por oito suinocultores alemães visitou, na última semana, a sede da C.Vale, em Palotina (PR), em uma agenda voltada ao intercâmbio de experiências e ao aprofundamento sobre a suinocultura brasileira. A comitiva buscou conhecer de perto o modelo produtivo da cooperativa e identificar oportunidades de diversificação em áreas como suínos, peixes, leite, frango, tilápia e demais cadeias agrícolas integradas.
A visita foi acompanhada pelo coordenador técnico e comercial da Agroceres PIC, Nilo Chaves de Sá, e o consultor da Agroceres PIC, Werner Meincke. Pela C.Vale, participaram o gerente do Departamento de Suínos e Leite, Valdecir Luiz Mauerwerk, e o coordenador técnico Alencar Augusto Crespão, que apresentaram a estrutura, os resultados e as práticas de manejo adotadas pela cooperativa.
O encontro reforçou a relevância da C.Vale no cenário internacional e abriu espaço para novas trocas de conhecimento entre produtores brasileiros e europeus.



