Notícias "Acrimat em Ação”
Acrimat retoma maior programa itinerante da pecuária em Mato Grosso
Além das palestras aos produtores, a ação possibilitará que a associação colete dados sobre a situação da cadeia produtiva da carne em Mato Grosso, a fim de traçar estratégias para fortalecer a atividade pecuária e manter o Estado como o maior produtor de carne bovina do Brasil.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) retoma no mês de março o “Acrimat em Ação”, maior programa itinerante da pecuária de corte mato-grossense e que proporciona conhecimento técnico sobre a bovinocultura de corte aos produtores de todo o Mato Grosso.
O Acrimat em Ação se inicia em 07 de março e percorrerá quatro rotas, que compreendem 19 municípios em oito regiões de Mato Grosso. A expectativa é de que 3,5 mil pessoas participem do programa, entre pecuaristas de pequeno, médio e grande portes, bem como lideranças empresariais do agronegócio. O término previsto do Acrimat em Ação é no dia 09 de abril.
Neste ano o programa é uma continuidade da 10ª edição, iniciada em 2020 e paralisada devido à pandemia do coronavírus. O objetivo de dar sequência ao programa nos mesmos moldes em que foi pensado em 2020 busca prestigiar as regiões que não foram contempladas anteriormente, informou o presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior.
“O Acrimat em Ação é uma referência para centenas de produtores, que veem neste programa uma oportunidade de obter maior conhecimento técnico, discutir problemas e soluções sobre a cadeia da carne, de modo a estimular o desenvolvimento da pecuária em Mato Grosso”, afirmou.
Em todos os municípios por onde o Acrimat em Ação passar será realizada a palestra “Pecuária de corte de sucesso: um caminho sem volta”, por meio da qual o programa levará informações técnicas e de qualidade para os produtores do estado, ao mesmo tempo em que proporcionará a troca de experiências entre os participantes.
Os palestrantes serão os doutores Flávio Dutra de Resende e Gustavo Rezende Siqueira, referências no ensino e pesquisa sobre a pecuária de corte. O doutor Flávio Dutra de Resende possui vasta experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Avaliação de Alimentos para Animais. Já o doutor Gustavo Rezende Siqueira atua com pesquisa e divulgação de resultados na área de produção de bovinos de corte, com foco em sistemas de produção e nutrição.
A fim de evitar o contágio e a disseminação da Covid-19 entre os participantes, serão respeitadas as orientações de saúde vigentes em todos os locais onde ocorrerá o Acrimat em Ação.
Além das palestras aos produtores, o Acrimat em Ação possibilitará que a associação colete dados sobre a situação da cadeia produtiva da carne em Mato Grosso, a fim de traçar estratégias para fortalecer a atividade pecuária e manter o Estado como o maior produtor de carne bovina do Brasil.
O Acrimat em Ação conta com patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi), Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Fundo Mato-grossense de Apoio à Cultura da Semente (Fase-MT), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), FS Bioenergia, além da Nissan Saga.
Rotas do Acrimat em Ação
A Rota 1 será realizada entres os dias 07 e 12 de março e compreenderá as regiões do Alto Paraguai, Vale do Peixoto e Vale do Teles Pires. Serão visitadas seis cidades, sendo São José do Rio Claro, Guarantã do Norte, Apiácas, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde e Alta Floresta. Nesses locais as palestras serão realizadas pelo doutor Flávio Dutra de Resende e a expectativa é de que 1.080 pessoas participem dos encontros realizados nessa rota.
Já a Rota 2 acontecerá entre os dias 17 e 19 de março nas regiões Médio Araguaia e Norte Araguaia. Serão visitadas as cidades de Canarana, Ribeirão Cascalheira e Vila Rica. As palestras também serão realizadas pelo doutor Flávio Dutra de Resende e o público total esperado é de 435 pessoas.
A Rota 3 ocorrerá do dia 29 de março até 2 de abril nas regiões Vale do Peixoto e Vale do Arinos. Serão visitadas cinco cidades: Marcelândia, Colíder, Nova Canaã, Tabaporã e Juara. As palestras serão realizadas pelo doutor Gustavo Rezende Siqueira e a previsão é de participação de 990 pessoas durante todos os encontros.
A última rota, Rota 4, será realizada entres os dias 04 e 09 de abril nas regiões dos Vale do Arinos e Vale do Juruena e compreenderá os municípios de Brasnorte, Aripuanã, Colniza, Castanheira e Juína. As palestras também serão realizadas pelo doutor Gustavo Rezende Siqueira e o público total esperado é de 995 pessoas.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



