Bovinos / Grãos / Máquinas
Acrimat projeta boas oportunidades para a pecuária de corte em 2024
Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 17% da participação nacional, seguido por Goiás (10,9%) e São Paulo (10,6%). Esses dados contribuem para que o presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, esteja bastante otimista com relação à produção pecuária em 2024.
O desempenho de faturamento da pecuária de corte em 2023 no Brasil é o mais baixo dos últimos quatro anos. O Valor Bruto de Produção diminuiu significativamente, atingindo a marca de R$ 131,6 bilhões, o que representa uma queda acentuada em comparação com os R$ 147,4 bilhões registrados em 2022, bem como em relação aos valores de R$ 151,1 bilhões em 2021 e R$ 148,2 bilhões no ano anterior. Apenas em 2019 o VBP foi inferior, alcançando a cifra de R$ 129,2 bilhões. As projeções foram divulgadas em novembro pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os números devem ser consolidados pelo Mapa em janeiro deste ano.
Por outro lado, o ano de 2023 viu crescer, de forma significativa, o abate de bovinos. Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o segundo trimestre de 2023 foi marcado por um aumento de 12,6% no abate de bovinos, diante do mesmo período de 2022. O abate de 934 mil cabeças de bovinos a mais no 2º trimestre de 2023 frente ao mesmo período de 2022 foi impulsionado por aumentos em 18 das 27 unidades da federação.
Os incrementos mais significativos ocorreram em: Mato Grosso (+310 mil cabeças), Rondônia (+243 mil), Goiás (+187 mil), Tocantins (+43 mil), Minas Gerais (+42 mil), Bahia (+38 mil), Pará (+37 mil) e Rio Grande do Sul (+37 mil cabeças). Em contrapartida, as variações negativas mais expressivas ocorreram em Mato Grosso do Sul (-42 mil cabeças), Paraná (-9 mil), Santa Catarina (-4 mil cabeças) e São Paulo (-1 mil cabeças).
Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 17% da participação nacional, seguido por Goiás (10,9%) e São Paulo (10,6%). Esses dados contribuem para que o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, esteja bastante otimista com relação à produção pecuária em 2024.
Oswaldo reconhece que o desempenho em faturamento em 2023 foi abaixo do esperado, mas atribui essa queda ao ciclo pecuário que foi iniciado com valores muito altos na hora da compra e que tiveram quedas significativas no momento da comercialização. “Tivemos ainda uma redução expressiva no valor da tonelada da carne em dólar, que chegou a quase U$ 6.500 a tonelada e hoje está em U$ 4.600 a tonelada. Esses números são bastante significativos e impactam nos custos de produção e no próprio VBP”, observa.
Com relação a comercialização no mercado interno, o presidente disse que o preço da arroba do boi está estagnada. “Acreditávamos que teríamos uma melhora nos preços, mas isso não se consolidou”, diz. Em 2022 a arroba do boi estava sendo comercializada a R$ 300 e neste ano está cerca de R$ 200. Esse recuo representa aproximadamente 35% a menos. “O bom é que os preços estão estabilizados, ou seja, a arroba não está mais caindo”, pondera.
O dirigente da Acrimat acredita que a tendência é de melhora significativa, principalmente com o novo ciclo da pecuária. “Os produtores estão investindo menos na hora da reposição, já que os valores estão mais baratos do que no outro ciclo, isso é importante e traz alento para uma expectativa melhor para o setor. Eu acredito que o preço da arroba deva subir em 2024 de 10 a 15%”, projeta.
Desafios
Entre os principais desafios que a pecuária do Mato Grosso está enfrentando, Oswaldo diz que a crise hídrica que atinge o Estado está trazendo muitas dificuldades. “Aqui no Mato Grosso sofremos com a falta de chuvas, enquanto que no Sul do país está enfrentando um excesso de chuvas. Essas condições climáticas impactam no preço dos grãos, o que impacta nos custos de ração e de toda a produção”, alertou em entrevista exclusiva ao jornal O Presente Rural no mês de dezembro.
Os segredos da produção mato-grossense
O presidente da Acrimat disse que Mato Grosso tem uma média de abate mensal de aproximadamente 500 mil cabeças, consolidando-se como o maior produtor brasileiro da pecuária de corte. Segundo ele, este status é possível por conta da excelente organização que os pecuaristas do Mato Grosso possuem. “Somos muitos bem organizados enquanto entidades, além de termos a pecuária moderna como norte para nossa produção. Sempre atualizamos as nossas práticas, bem como temos uma atenção muito especial com a nutrição, genética, sanidade e manejo”, expõe.
A nutrição animal é um setor que recebe olhares atentos no Estado. Os produtores mato-grossenses investem em oportunidades para melhorar e diminuir os custos de produção, gerando maior produtividade e lucratividade. “Temos as maiores e melhores fábricas de DDG. O milho que antes saía daqui em grão, hoje não sai mais. Ou seja, trabalhamos com tecnologias que possibilitam a própria produção de alimentos que são utilizados na produção, o que agrega valor e diminui as nossas despesas de produção”, explica.
De acordo com ele, as pastagens também recebem atenção e cuidado especial. “Nós saímos na frente quando o tema é integração lavoura, pecuária e floresta, o que não prejudica, muito pelo contrário, observamos que uma cultura contribui e fortalece as outras. Deixamos a pecuária com a área que não são tão planas e férteis e as outras destinamos à agricultura. Esse equilíbrio entre lavoura, pecuária e floresta está dando muito certo”, diz.
A presença do que tem melhor em genética também é um dos atributos pontuados pelo profissional e que auxiliam nas bons resultados. “Utilizamos os melhoradores para fazer o melhor cruzamento possível, com inseminação eficaz, além de cuidado especial com o descarte de fêmeas mais velhas, pois os estudos mostram que animais abatidos com idade menor possuem maior peso e rendem mais”, destaca.
Segundo o profissional, essa gama de ferramentas que são utilizadas em Mato Grosso, atreladas à genética, nutrição, sanidade e manejo, possibilitou com que o Estado aumentasse os números de produção, sem aumentar os hectares destinados à pecuária de corte. “Baixamos 10 milhões de hectares e tivemos um aumento de quase 50% da produtividade. Estamos produzindo mais, com menos terra”, reforça.
Práticas sustentáveis
Conforme o presidente, a abordagem da Acrimat em relação às práticas sustentáveis na pecuária está ancorada primeiramente no Código Florestal Brasileiro. “Nós defendemos o cumprimento das leis, somos contra o desmatamento ilegal e práticas que agridam a natureza. Defendemos o direito de produzir dentro da nossa lei e somos favoráveis ao desmatamento legal, controlado e autorizado pelos órgãos competentes”.
O profissional também enalteceu a importância de uma melhor comunicação a respeito do agro brasileiro, pois muitos cidadãos ainda não conhecem a importância do setor. “Nós preservamos mais de 60% das nossas áreas, mas muito do que ouvimos é que o agro está desmatando o país. Isso não é verdade e precisa ser melhor comunicado. Por isso, enquanto Acrimat, temos um setor específico de comunicação que trabalha desenvolvendo campanhas para desmistificar a pecuária brasileira”.
Recuo nas exportações
De acordo com ele, o recuo de 4% nas exportações registrado em 2023 está atrelado ao baixo valor da arroba do boi, já que os preços baixos desestimulam a procura e abertura de mais mercados internacionais. De outro lado, o dirigente enalteceu que os Estados Unidos continuam importando muita carne brasileira. “Estamos trabalhando para abrir mercados que exigem rebanhos 100% livres de vacinação. A Indonésia é uma surpresa muito grande, bem como o Egito, Chile, e a Arábia Saudita. A Rússia, que era o maior importador da carne brasileira, está voltando a importar nosso produto com força total”, destaca.
Expectativas para 2024
O dirigente da Acrimat está bastante otimista e diz que a expectativa para 2024 é de uma melhora significativa no volume de exportações, bem como nos preços. “Acreditamos que nossa produtividade vai continuar grande e que teremos um aumento de 15% a 20% no preço da arroba”, projeta.
O presidente reforçou que a pecuária não é uma atividade especulativa, mas sim uma atividade a longo prazo, enaltecendo a importância da profissionalização do setor. “Na pecuária de 2024 não temos mais espaço para amadorismo, é preciso trabalhar com técnica e eficiência. Enquanto Acrimat nós vamos continuar estimulando os produtores e ansiamos por um 2024 melhor. Gosto de dizer que a única certeza que nós podemos ter é que toda crise passa”.
Para conferir o desempenho das principais atividades agropecuárias de 2023 e as expectativas para 2024 acesse a versão digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro clicando aqui. Boa leitura e um excelente 2024!
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran