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Acrimat orienta criadores sobre como se preparar para a seca em Mato Grosso
Entidade reforça que o planejamento é a chave para minimizar prejuízos, maximizar ganhos e garantir o bem-estar animal durante a fase.

Com o período de estiagem se aproximando, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), alerta os pecuaristas sobre a importância da preparação estratégica para enfrentar os meses de seca que, historicamente, impactam a produtividade das fazendas em todo o estado. A entidade reforça que o planejamento é a chave para minimizar prejuízos, maximizar ganhos e garantir o bem-estar animal durante a fase.

Foto: José Adair Gomercindo
O primeiro ponto crítico durante a seca é o abastecimento de água. Com a redução dos níveis de rios e represas, garantir o acesso à água potável se torna um desafio. A Acrimat recomenda que os criadores façam uma avaliação prévia da estrutura dos bebedouros dos animais, verifiquem caixas d’água, e se necessário, instalem sistemas alternativos de captação e armazenamento.
“É preciso garantir não só a quantidade, mas a qualidade da água. Água suja ou em baixa disponibilidade compromete a saúde do rebanho e afeta diretamente o desempenho”, ressalta a equipe técnica da associação.
O Segundo ponto a ser observado é a alimentação. “O pasto vai perder qualidade nutricional com a estiagem, por isso o pecuarista precisa garantir o fornecimento de alimentos conservados. Além disso, é preciso balancear a dieta com suplementação proteica e mineral para evitar perda de peso do gado”, orienta o presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro Jr. A recomendação é que os produtores comecem desde já a formar reservas estratégicas de volumoso, como silagem, feno e capim.
Durante a seca, a lotação das pastagens precisa ser ajustada. Segundo o zootecnista, com mais de 14 anos de experiência em nutrição, manejo e produção animal e Ceo da Gesta’up Company, Welton Cabral, a adoção de práticas como a divisão de pastos, rodízio de piquetes e redução da taxa de lotação para evitar degradação do solo e esgotamento da forragem devem ser tomadas. Aliviar os pastos. substituindo animais já prontos para o abate por bezerros, a quantidade de animais pode ser mantida, diminuído a pressão do peso/hectare”, destaca Welton Cabral.

Foto: Freepik
Outra preocupação que já deve ser pensada é o risco de incêndio. Aceiros em torno da fazenda e estradas, treinamento de equipe e testes em maquinários já devem ser priorizados antes do início da seca.
“O ideal é que o pecuarista se una com vizinhos e propriedades em torno, para se organizar e terem uma comunicação em caso de incêndios. No momento de seca é preciso unir esforços para combater algo que pode destruir com toda produção”, frisa o Presidente.
E não menos importante, os pecuaristas devem aproveitar os meses anteriores à estiagem para realizar a manutenção de cercas, cochos e corredores de manejo, evitando surpresas e prejuízos durante o período mais difícil do ano.
A Acrimat reforça que a seca é um fenômeno previsível, e que o sucesso da atividade pecuária durante esse período depende do preparo antecipado. A associação segue à disposição dos produtores com suporte técnico, cursos e informações atualizadas para auxiliar na tomada de decisão.
“A seca não pode ser enfrentada de forma improvisada. Quem se planeja agora, passa pelo período seco com menos perdas e mais tranquilidade”, conclui a entidade.

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Regeneração de pastagens e sistemas integrados ganham protagonismo na pecuária brasileira
Especialistas destacam que eficiência produtiva, solo saudável e adoção de ILPF são caminhos centrais para uma pecuária sustentável e de baixo carbono.

A regeneração de pastagens degradadas e a adoção de sistemas integrados de produção devem ocupar o centro da estratégia da pecuária brasileira para os próximos anos. Essa visão foi defendida por Fábio Dias, líder de Pecuária Sustentável da JBS, durante sua participação no VEJA Fórum de Agronegócio, realizado nesta segunda-feira (24), em São Paulo.
Ao participar do painel “Agricultura Sustentável: como produzir sem desmatar”, o executivo ressaltou que a eficiência produtiva e a sustentabilidade caminham juntas para garantir a perenidade do negócio. Com atuação em 20 países e relacionamento diário com centenas de milhares de produtores, a JBS enxerga a saúde da cadeia de fornecimento como prioridade. “A produção pecuária e agrícola precisa prosperar por muitos anos, não apenas por alguns. Se os produtores não forem bem, toda a cadeia não irá bem”, explicou.
Dias também analisou a mudança de paradigma no setor: se antes o foco estava exclusivamente no volume de produção, hoje a degradação e a queda de produtividade, especialmente em áreas de abertura mais antigas, impulsionaram uma nova mentalidade voltada à longevidade e à qualidade do solo.
Segundo Dias, essa agenda regenerativa é um imperativo de gestão, focada na melhoria contínua do ativo ambiental. “É fundamental garantir que a fazenda seja mantida em condições de produtividade superior a cada ano, demonstrando que a exploração pecuária de longo prazo é totalmente sustentável”, afirmou.
O executivo reforçou a singularidade do modelo brasileiro, capaz de acomodar duas ou três safras na mesma área. Nesse contexto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) surge como ferramenta vital. A presença animal no sistema não apenas diversifica a renda, mas eleva a biologia do solo e sua capacidade de estocagem de carbono. “Colocar animais numa área aumenta a vida do local, eleva a qualidade da terra e mantém o solo coberto durante todo o ano”, explicou Dias. De acordo com o executivo, a eficiência gerada pela ILPF, somada à redução da idade de abate dos animais, resulta em menor pressão por desmatamento e queda nas emissões entéricas, pavimentando o caminho para uma pecuária brasileira de baixo carbono.
Para acelerar a adoção dessas tecnologias e fortalecer a formalização da cadeia, a JBS estruturou um ecossistema robusto de difusão de conhecimento, assistência técnica e gerencial. O objetivo é empoderar o produtor para a tomada de decisões embasadas. “Construímos um ecossistema que difunde conhecimento e apoio aos produtores”, reforçou Dias.
Essa estratégia, operacionalizada por meio do programa Escritórios Verdes, criado em 2021, e que que oferecem assistência técnica, ambiental e gerencial gratuita, tem gerado impacto mensurável: desde então, já foram mais de 20.000 produtores apoiados, reinseridos na cadeia produtiva legal e sustentável.
O líder de Pecuária Sustentável da JBS concluiu que o potencial do Brasil em ter uma pecuária baixa em carbono é evidente, dada a capacidade de armazenagem do solo tropical e a redução da idade de abate dos animais. “Ao aumentar a produção por área, a JBS enxerga um futuro brilhante para a pecuária brasileira, onde a sustentabilidade se torna o novo padrão de eficiência e inclusão produtiva”, pontuou.
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Mercado do leite volta a cair em novembro e mantém pressão sobre o produtor
Demanda mais fraca e custos elevados sustentam pressão negativa sobre o preço ao produtor.

O preço médio nacional do leite ao produtor fechou novembro de 2025 em R$ 2,44 por litro, conforme o boletim Indicadores Leite e Derivados, elaborado pelo Cileite/Embrapa. O valor representa queda de 3,8% na comparação mensal e recuo de 14,8% em 12 meses, consolidando um ano de forte retração para o setor.
A análise regional mostra que todos os estados acompanhados registraram variações negativas, como em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As barras do gráfico destacam uma tendência comum de queda, com redução próxima a 4%.
Derivados também caem

Foto: Sistema Faep
Os preços dos lácteos seguiram o mesmo movimento. O boletim indica retração de 1,0% no conjunto de “Leite e Derivados” e queda de 0,2% em outro agrupamento de produtos monitorados. Entre os itens acompanhados individualmente, o leite UHT apresentou variação negativa mais intensa, acompanhado por baixas em queijos, manteiga, creme de leite e leite condensado — todos com índices de redução destacados na coluna “Em 12 meses”.
Consumo interno não reage
O relatório também traz a evolução do ticket de compra de lácteos no varejo, mostrando oscilações ao longo de 2023, 2024 e 2025. A curva referente a 2025 revela leve recuperação no segundo semestre, mas ainda distante dos patamares observados em anos anteriores. Segundo o boletim, o consumo interno não tem acompanhado a oferta, o que contribui para a continuidade da pressão sobre os preços ao produtor.
Cenário segue desfavorável ao produtor
Com custos ainda elevados em várias regiões e baixa capacidade de repasse pela indústria, o momento permanece desafiador para a cadeia produtiva. A retração em praticamente todos os indicadores reforça o ambiente de margens apertadas e de incerteza para o início da temporada 2026.
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Mato Grosso institui Passaporte Verde e eleva padrão socioambiental da pecuária
Nova lei, que entra em vigor em 2026, estabelece critérios socioambientais e rastreabilidade completa do rebanho para atender às exigências dos mercados internacionais.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, em duas votações, na última quarta-feira (19), o projeto de lei que institui o Programa Passaporte Verde, iniciativa que coloca o Estado na vanguarda da pecuária sustentável no Brasil. A nova legislação entra em vigor em janeiro de 2026 e estabelece critérios socioambientais para todo o monitoramento de rebanho bovino e bubalino mato-grossense, com o objetivo de atender às exigências dos mercados internacionais mais competitivos.
O Passaporte Verde, desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) em parceria com o Governo do Estado e o setor produtivo, propõe o monitoramento socioambiental completo da cadeia da carne, desde o nascimento do animal até o abate. O programa prevê etapas de implantação para incluir propriedades de todos os portes, oferecendo suporte técnico e orientação aos produtores.
Entre os objetivos dessa política de sustentabilidade estão o desenvolvimento sustentável, a inclusão e consciência produtiva, o acesso ao mercado global, qualidade e monitoramento, incentivo de parcerias do setor privado com entidades públicas, a valorização de serviços ambientais, além do estímulo do ambiente de concorrência equitativa na cadeia produtiva.
A iniciativa reforça o compromisso de Mato Grosso com a produção responsável, rastreabilidade, transparência e conservação ambiental, critérios cada vez mais valorizados pelos importadores e consumidores globais. Países da Europa e da Ásia, por exemplo, têm adotado políticas que priorizam produtos com comprovação de origem sustentável e desmatamento zero. “Mato Grosso se consolida como pioneiro em sustentabilidade com o Passaporte Verde. Estamos mostrando ao mundo que é possível produzir mais, com responsabilidade ambiental e inclusão social. Esse programa será uma vitrine da pecuária moderna, transparente e comprometida com o futuro do planeta”, comemorou o presidente do Imac, Caio Penido.



