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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária mato-grossense

Acrimat avalia 2021 e projeta preços menos voláteis e mais abate de fêmeas em 2022

Apesar dos custos de produção em alta, 2021 foi um ano de margens mais atrativas para o pecuarista, visto que as cotações alcançaram preços recordes da série histórica.

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Maior produtor da pecuária de corte brasileira, Mato Grosso movimentou R$ 27,33 bilhões com a carne bovina no ano passado, um incremento de R$ 2,21 bilhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Estado quando comparado ao ano anterior, de acordo com os dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Ribeiro Júnior, esse resultado representa os investimentos no setor, com o produtor cada vez mais tecnológico.

Presidente da Acrimat, Oswaldo Ribeiro Júnior: “Com a China em cena novamente pode ser que os preços apresentem incrementos relevantes” – Fotos: Divulgação/Acrimat

Os números só não foram maiores porque os custos de produção foram elevados para todos os sistemas – cria, recria-engorda e ciclo completo – o que impactou no volume comercializado. “Os principais indicadores que influenciaram para esse aumento foram os dispêndios com a suplementação animal e com a aquisição de animais, uma vez que os preços tanto do milho, como do bezerro alcançaram patamares recordes”, expõe Ribeiro.

Considerando o acumulado de janeiro a setembro de 2021 ante ao mesmo período de 2020, Ribeiro afirma que a produção no Mato Grosso reduziu aproximadamente 12%, consequência essa do abate dos bovinos que diminuíram cerca de 14% no total, sendo que as fêmeas foram responsáveis pelo recuo de cerca de 19%.

Em relação aos preços praticados no decorrer do ano passado, a média de 2021 fechou com a arroba do boi gordo em R$ 288,70 em Mato Grosso. No comparativo anual houve um acréscimo de 31%. Já as fêmeas ficaram na média de R$ 277,39/@, o que representa um acréscimo de 47% no mesmo comparativo.

Demanda interna

Tudo ficou mais caro em 2021. E com o custo de produção e de transporte atrelado à crescente demanda internacional por proteína animal, o preço da carne bovina no país acumula alta acima de 16% nos últimos 12 meses, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor, aumento que diminui cada vez mais o poder de compra da população.

De modo geral, Ribeiro afirma que a demanda interna se comportou de forma mais tímida no decorrer do ano, uma vez que o consumidor final não absorveu os preços elevados da carne bovina do varejo. No entanto, no último bimestre do ano houve um aquecimento no consumo interno pautado, principalmente, pelas festas de fim de ano, situação que é comum de ocorrer no período.

Demanda externa

Já com relação a demanda externa, as exportações seguiram em elevados patamares até setembro de 2021, contudo com a saída da China, os volumes caíram pela metade. Mato Grosso exportou em 2021 o volume de 2,01 milhões de toneladas em equivalente por carcaça no acumulado de janeiro a novembro. Esse resultado é 8,64% menor que o observado em 2020, em que o volume embarcado pelo Estado foi de 2,20 milhões de toneladas em equivalente por carcaça.

 

Cenário internacional

Nos primeiros onze meses do ano passado, entre os 20 maiores compradores da carne bovina brasileira, a China manteve a liderança ao importar para o continente 928,8 mil toneladas, 54% do total movimentado pelo país. O segundo maior detentor são os Estados Unidos, que movimentaram até novembro 117,8 mil toneladas ante as 54,3 mil toneladas do ano anterior, o que representa um aumento de 116,6%.

Na terceira posição está o Chile, que no acumulado do ano aumentou sua demanda em 21,3%, ampliando suas aquisições para 99,1 mil toneladas no ano passado frente as 81,6 mil toneladas do ano anterior. Em seguida, com 55,3 mil toneladas importadas aparece o Egito, que comparado com o ano anterior reduziu suas compras em 54,9%.

Com crescimento de 16,7%, os Emirados Árabes ocupam o quinto lugar, aumentando sua demanda de 38,1 mil toneladas em 2020 para 44,5 mil toneladas no ano passado. Fecha as seis primeiras posições as Filipinas, que também ampliou suas compras em 16,5%, passando de 36,6 mil toneladas em 2020 para 40,5 mil toneladas em 2021. Em torno de 95 países elevaram suas compras enquanto outros 75 apresentaram redução em suas aquisições.

Lição de 2021

Apesar dos custos de produção em alta, 2021 foi um ano de margens mais atrativas para o pecuarista, visto que as cotações alcançaram preços recordes da série histórica. Mas, segundo Ribeiro, o cenário vivenciado com o embargo chinês, principal destino da carne bovina brasileira, deixou uma grande lição. “O ano de 2021 nos mostrou a necessidade de travamento dos preços como uma garantia de margens boas, uma vez que, diante dos eventos inesperados da China, muitos produtores ficaram no vermelho e não tiveram um planejamento eficaz para lidar com a situação”, avalia Ribeiro.

Para o presidente da Acrimat, os principais desafios se encontraram na aquisição de animais e nos custos com a suplementação, salientando que aqueles que não realizaram o travamento de preços amargaram margens estreitas quando a arroba caiu no Estado mato-grossense em virtude da saída em setembro do mercado chinês, que detém atualmente cerca de 40% de todas as suas importações da proteína no Brasil.

Dentre as oportunidades vislumbradas em 2021, Ribeiro destaca que o ano foi propício para o pecuarista que atua no sistema de cria e recria-engorda. “O preço dos animais de reposição alcançou números satisfatórios. Além disso, para quem realizou o confinamento e fez o travamento de preços, também desfrutou de bons resultados em alguns momentos com a venda no programa do boi gordo”, explica.

Perspectivas

De acordo com o presidente da Acrimat, para esse ano é esperado um mercado com menor volatilidade nos preços do que os que ocorreram em 2021, com o cenário se baseando em oferta e demanda. “No entanto, com a China em cena novamente pode ser que os preços apresentem incrementos relevantes”, pontua.

Do lado da oferta, é aguardado um início de virada de ciclo, com uma leve alta no abate de fêmeas, já que o ano passado foi marcado pela elevada retenção. Além disso, espera-se um arrefecimento dos custos com aquisição de animais, visto que os preços da reposição começaram a recuar.

Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.

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Entidades querem restringir a importação de leite

Em razão dos transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado, com estiagens, enchentes e excesso de importação, as federações estaduais recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Mobilização contra o aumento do volume de importação de leite subsidiado, principalmente da Argentina, está sendo estimulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc).

Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo: “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção” – Foto: Divulgação/MB Comunicação

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, diz que os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

Nesse sentido, “é muito importante que cada Estado tome uma iniciativa para reduzir a compra do leite de outros países em uma atuação coordenada do setor em todo País”. Alguns Estados elevaram a alíquota de 0% para 12% aos importadores de leite em pó e de 2% para 18% na venda de produto fracionado. Em  outros, os lácteos importados foram excluídos da cesta básica, com aumento de ICMS sobre o leite importado.

Pedrozo informa que a CNA está elaborando um estudo para a aplicação de direitos antidumping à Argentina, com o objetivo de proteger o setor lácteo nacional. O dirigente lembra  que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção e no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite. Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais. “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção”, defende.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.

Fonte: Assessoria
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Paraná tem 55 premiados no Mundial do Queijo; melhor queijeiro também é do estado

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

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Foto: Guilherme White/Foosstudiobrasil

O Paraná teve 55 queijos e produtos lácteos de 23 municípios premiados na 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de abril, no Teatro B32, em São Paulo. No total, 1.900 produtos de 13 países foram avaliados por 300 jurados, e 598 queijos e produtos lácteos receberam medalhas. O júri foi presidido pelo queijista Laurent Dubois, um dos melhores artesãos da França na categoria queijo.

Foto: Divulgação/Mundial do Queijo

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. A competição, organizada pela associação SerTãoBras, avaliou de forma anônima queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas, pela sua aparência exterior e interior, textura, aromas e sabores. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

Os produtos premiados são de Cantagalo (2), Carambeí (1), Cascavel (2), Chopinzinho (1), Curitiba (3), Diamante D’Oeste (1), Guarapuava (1), Jaguapitã (2), Jandaia do Sul (1), Lapa (1), Londrina (6), Manfrinópolis (1), Marechal Cândido Rondon (4), Maringá (1), Nova Laranjeiras (1), Palmeira (6), Palotina (2), Paranavaí (2), Ponta Grossa (2), Ribeirão Claro (3), Santana do Itararé (3), São Jorge D’Oeste (2) e Toledo (7). Confira a lista completa de premiados neste link .

A Cooperativa Witmarsum, de Palmeira, na região dos Campos Gerais, conquistou quatro medalhas. Ganhador do Ouro, o queijo Witmarsum Colonial Natural possui o selo de Indicação Geográfica (IG) – que indica a procedência do produto, respeitando os saberes e fazeres dos produtores locais.

“Conquistar uma premiação como a do Mundial é bem mais do que um reconhecimento da qualidade dos nossos produtos, é reconhecer a força dos nossos cooperados que se empenham de sol a sol na produção leiteira, fortalecer o cooperativismo e também uma prova de que somos capazes de produzir queijos tão bons quanto os Europeus”, diz o diretor de Operações da empresa, Rafael Wollmann.

O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com cerca de 3,6 bilhões de litros ao ano. O leite é o quarto produto em importância no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, com R$ 11,4 bilhões em 2022, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral). Os queijos paranaenses têm tradição de destaque em concursos nacionais e internacionais

O sistema digital de apuração no 3ª Mundial do Queijo, que soma as notas dos jurados em tempo real, foi desenvolvido pelo Sistema Faep/Senar-PR.

Assistência

Foto: Divulgação/Cooperativa Witmarsum

Entre as queijarias premiadas, algumas recebem assistência técnica do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná). Um exemplo é o Rancho Seleção, de Londrina, no Norte do Paraná, que conquistou uma medalha Super Ouro, três Ouro, uma Prata e uma Bronze.

Outro caso é da Estância Baobá, de Jaguapitã, também no Norte, de Lívia Trevisan e Samuel Cambefort, que recebeu prêmios pelo requeijão de corte (Super Ouro) e pelo baommental (Bronze), um queijo inspirado no emmental, mas com menos maturação e com sabor adocicado.

Na edição passada do Mundial, a queijaria já havia levado sete medalhas. Os prêmios deste ano vieram após um período de muitas dificuldades. Em 2023, a propriedade teve metade de seu rebanho roubado. “Essas medalhas foram uma superação para a gente depois de tanto sufoco”, diz a proprietária. Além do diferencial da produção agroecológica, adotado ainda por poucas propriedades na região, as receitas da Estância Baobá têm valor sentimental. “O requeijão foi o primeiro queijo que fizemos. É uma receita da minha bisavó que foi passada para a minha mãe”.

A Estância Baobá também faz parte da Rota do Queijo Paranaense, iniciativa do IDR-Paraná, e está organizando sua adesão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-PR), para ampliar a comercialização. Atualmente a pequena propriedade recebe apoio de extensionistas do IDR-Paraná no sistema reprodutivo. “É um acompanhamento incrível”, diz Trevisan.

Melhor queijeiro

Além dos produtos, o Paraná também se destacou no prêmio de Melhor Queijeiro do Brasil, cujo grande campeão foi o engenheiro de alimentos Henrique Herbert, mestre Queijeiro da Queijaria Flor da Terra, de Toledo, no Oeste do Estado. Natural de Poço das Antas (RS), ele vive no Paraná há 10 anos.

Essa modalidade do concurso avaliou os concorrentes quanto ao saber-fazer profissional, à capacidade de produzir queijos em condições que os tiraram de sua zona de conforto e a habilidade em maturar um queijo em condições especiais. “Com esses resultados, cada vez mais deixamos de ser apenas um importante estado produtor de leite, mas também passamos a ser reconhecidos pelos queijos de excelência que são produzidos aqui”, comemora.

Em sua equipe, Herbert contou o apoio do engenheiro de alimentos Kennidy de Bortoli, natural de Foz do Iguaçu, para desbancar os demais candidatos. Ambos atuam no Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, onde conduzem um projeto de pesquisa em queijos finos. O projeto levou oito medalhas, três de Ouro e cinco de Prata.

“Tanto as medalhas conquistadas pelos nossos queijos quanto a medalha conquistada por nós vêm de encontro com o que o Biopark almeja, que é justamente o desenvolvimento da região Oeste do Paraná, com o fator do ensino e a pesquisa”, diz Herbert.

Fonte: AEN-PR
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Momento favorece compra de boi magro para confinamento

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

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Foto: Everton Queiroz

Pesquisas do Cepea apontam que a atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes do contrato julho de 2024 negociado na B3 (distante três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

Ressalta-se que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção de confinamento.

Os outros insumos de impacto nos custos são os da alimentação.

O milho e o farelo de soja, tradicionais balizadores da cotação de alternativas para a dieta, estão em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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