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Acordo Mercosul/UE e impacto do Green Deal serão debatidos em encontro promovido por Abag e GPS
Evento acontece no dia 13 de setembro, na sede da Fiesp, com transmissão online e presença de representantes de câmaras comerciais do Brasil com países europeus

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e o Grupo de Países Produtores do Sul (GPS) estarão reunidos no dia 13 de setembro, das 09 horas às 12h30, na sede Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo (SP), para o encontro “Para onde vai: Mercosul/UE”. O objetivo do evento é debater, com representantes de câmaras comerciais brasileiras com França, Alemanha, Itália e Espanha, os impactos do Green Deal (Pacto Verde Europeu) e o acordo Mercosul/UE. O encontro, que também marca os 10 anos do GPS, terá transmissão ao vivo, por meio do canal da Abag no YouTube.
“Entendemos que o diálogo, baseado em estudos científicos, é a melhor forma de alcançar um bom entendimento com os parceiros comerciais e de destacar o enorme potencial da nossa região para enfrentar as alterações climáticas e os problemas de desenvolvimento sustentável”, destaca Marcelo Regúnaga, coordenador-geral do GPS, entidade promotora do encontro.
Constituído por especialistas e empresários de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o GPS atua no plano geopolítico, ampliando o poder de negociação desses países em questões relacionadas às novas demandas por alimentos, e como isso pode ser feito de forma sustentável, com geração de riqueza, emprego e desenvolvimento do capital social.
Responsável pela organização do encontro, a Abag conta mais de 70 empresas e organizações associadas. Com mais de 30 anos de atuação, é a única entidade que congrega todos os elos das cadeias que compõem o agronegócio brasileiro. Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag e representante do Brasil na Comissão de Coordenação Regional do GPS, observa que o encontro servirá para o desenvolvimento de ações que culminarão em resultados positivos para o desenvolvimento econômico e social dos quatro países. “O fortalecimento da América do Sul será de grande valia pela capacidade e potencial do continente de fornecer alimentos e energia renovável ao mundo. Isso precisa acontecer de forma coordenada, como temos feito no âmbito privado, por meio do GPS”, acrescenta.
Dados divulgados em março deste ano – e que estão disponíveis no site do Mercosul (link) – indicam que o intercâmbio comercial do bloco de países sul-americanos com o mundo atingiu, em 2021, US$ 598 bilhões. Com um território de aproximadamente 15 milhões de quilômetros quadrados, o Mercosul seria a quinta economia mundial, caso fosse um país. A produção agrícola e a pecuária estão entre as principais potencialidades em exportações do Mercosul.
História do GPS
Diante das preocupações globais em relação à segurança alimentar global, um grupo de entidades privadas do setor do agronegócio da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai fundou, há dez anos, o Grupo dos Países Produtores do Sul (GPS), com o objetivo de destacar o papel estratégico desses países na contribuição para a segurança alimentar e de posicionar a região globalmente como parte relevante da solução dos sistemas alimentares.
O trabalho em conjunto para ampliar a capacidade de negociação em fóruns internacionais é considerado de grande importância para melhorar a inserção internacional dos quatro países, bem como para fortalecer a integração e cooperação regional. Nesse sentido, a liderança do Brasil é considerada estratégica para destacar que a região é uma potência ambiental que desenvolveu sistemas de intensificação sustentável, que possibilitam aumentar a produtividade, conservando recursos e com baixas pegadas ambientais.
O GPS apoia os respectivos governos nas suas negociações internacionais sobre questões comerciais e ambientais. É o caso do apoio prestado nas negociações da Cúpula sobre Sistemas Alimentares das Nações Unidas (Food Systems Summit, ou FSS, na sigla em inglês), realizada em Roma, em 2021. Naquela ocasião, foi organizado, a partir do GPS, um processo de consulta a entidades privadas do setor agropecuário de Argentina, Brasil, EUA e Canadá. O GPS e seus membros também preparam documentos e eventos de diálogos nacionais convocados pelos ministérios de cada país, com o objetivo de contribuir para o posicionamento estratégico da região.
Programação do encontro “Para onde vai: Mercosul/UE”
09h às 09h30 – Boas-vindas e Abertura
▪ Caio Carvalho (Abag)
▪ Jacyr Costa (Cosag)
▪ Horacio Sánchez Caballero (GPS)
▪ Graziano Messana (Eurocâmaras)
09h30 às 10h30 – Dez anos do GPS: Caminhos e Conquistas
▪ Caio Carvalho (Brasil)
▪ Marcelo Regúnaga (Argentina)
▪ Francisco Lezama (Uruguai)
▪ Hector Cristaldo (Paraguai)
10h30 às 11h30 – Diálogo sobre o impacto do Acordo Mercosul-UE
▪ Marcelo Regunaga (Moderador/GPS)
▪ Agustín Tejeda Rodriguez (GPS)
▪ Barbara Konner (Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo)
▪ Marcos Madureira (Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil)
11h30 às 12h30 – Diálogo sobre o Green Deal e suas consequências
▪ Ingo Ploger (Moderador/GPS)
▪ Caio Carvalho (Abag/GPS)
▪ Pedro Antonio Gouvêa Vieira (Câmara de Comércio França-Brasil)
▪ Graziano Messana (Câmara de Comércio Italiana de São Paulo)

Notícias
Bovinos puxam alta no VBP do Acre e concentram mais de 70% da renda do campo
Atividade responde pela maior parcela do faturamento agropecuário estadual, com R$ 2,76 bilhões.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Acre deve encerrar 2025 com um crescimento expressivo. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em 21 de novembro, o estado alcançou o montante de R$ 3.945,64 milhões, o que representa uma alta nominal de 17,25% em relação aos R$ 3.365 milhões registrados em 2024. O desempenho reflete uma recuperação estrutural que coloca o faturamento do campo acriano em seu patamar mais elevado desde 2018.
Apesar do avanço de dois dígitos no estado, a realidade do Acre frente ao Brasil revela um forte descolamento. Enquanto o VBP nacional atingiu a marca histórica de R$ 1,412 trilhão em 2025, a participação acriana permanece estagnada em apenas 0,28% do total do país.

Foto: Jonas Oliveira/SEAB
Embora o estado figure na base da pirâmide produtiva, o Acre não detém o menor VBP do Brasil. Esse posto cabe ao Amapá (R$ 235,7 milhões), seguido pelo Distrito Federal e Roraima. O Acre ocupa a 22ª posição no ranking nacional, superando cinco outras unidades da federação. Contudo, a distância para os líderes é grande, o Mato Grosso, primeiro do ranking, fatura sozinho R$ 220,4 bilhões, valor 55 vezes superior ao do Acre.
A estrutura produtiva do Acre é fortemente concentrada. A pecuária responde por 72% de todo o valor gerado (R$ 2.842 milhões), enquanto as lavouras contribuem com 28% (R$ 1.104 milhões).
Ranking de Atividades em 2025
Bovinos: Liderança absoluta com R$ 2.755,9 milhões, sendo o pilar central da economia rural do estado.
Mandioca: Principal cultura agrícola, com R$ 444,5 milhões.
Milho: Terceira força, registrando R$ 187,0 milhões.
Banana: Estável na quarta posição com R$ 169,8 milhões.
Café: Fecha o “Top 5” com R$ 158,4 milhões.
A comparação dos dados aponta um setor de grãos e proteína animal com comportamentos distintos. No ramo de proteínas e derivados, além dos bovinos, destacam-se os Ovos (R$ 55,0 milhões) e o Leite (R$ 31,0 milhões), que mantêm relevância local, embora com pouca escala para exportação interestadual. Atividades como frangos e suínos não figuram entre os principais destaques financeiros do estado neste levantamento.
Já nas lavouras, a Soja, que vem ganhando espaço na fronteira agrícola do Norte, registrou R$ 108,5 milhões. Outras culturas de subsistência e mercado interno apresentam valores mais modestos: Feijão (R$ 16,0 milhões), Arroz (R$ 9,1 milhões) e Laranja (R$ 8,7 milhões). A Cana-de-açúcar (R$ 1,7 milhão) e o Amendoim (R$ 0,1 milhão) ocupam posições marginais na composição do faturamento.
Perspectiva Histórica (2018–2025)
O gráfico histórico revela que o crescimento atual não é apenas conjuntural, mas o ápice de uma retomada. Após um período de estagnação entre 2019 e 2022 (onde o valor oscilou na casa dos R$ 2,7 bilhões), o setor engatou uma sequência de três anos de alta. O salto de R$ 3,02 bilhões em 2023 para os atuais R$ 3,94 bilhões indica um incremento real na produtividade ou na valorização das commodities locais, especialmente a carne bovina.
Os dados indica que o agronegócio acriano enfrenta um desafio de diversificação e verticalização. A dependência de 72% de um único setor (pecuária bovina) torna a economia estadual vulnerável a oscilações de preços internacionais da carne e a barreiras sanitárias.
Além disso, a baixa participação no VBP nacional (0,28%) evidencia que o crescimento, embora robusto em percentuais internos (17,25%), ainda é nominalmente baixo para alterar o status do estado na logística nacional. O avanço da soja e do milho sugere uma transição para sistemas de integração lavoura-pecuária, mas a predominância da mandioca e banana como principais lavouras reforça um perfil de produção ainda muito voltado ao consumo regional e de baixo valor agregado industrial.
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VBP agro da Paraíba cresce 2,7% em 2025 com força da pecuária
Estado alcançou R$ 3,52 bilhões com destaque para cana-de-açúcar, frango, ovos e bovinos mostrando evolução consistente e produtos estratégicos fortes.

Em 2025, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária da Paraíba alcançou R$ 3.522,0 milhões, registrando um crescimento de 2,7% em relação aos R$ 3.427,3 milhões de 2024. O avanço reflete a resiliência e a consolidação de produtos estratégicos, especialmente a cana-de-açúcar, a pecuária de corte e de ovos, que continuam a sustentar a economia agro do estado. Embora a Paraíba ainda represente apenas 0,28% do VBP nacional, que totalizou R$ 1.267,4 bilhões, o crescimento contínuo demonstra progressos consistentes no cenário regional.
No ranking interno de produtos, a cana-de-açúcar lidera, com R$ 1.247,1 milhões, destacando-se não apenas pela produção em volume, mas também pelo valor agregado que contribui para a indústria de açúcar e etanol. Em seguida aparecem frangos (R$ 492,4 milhões), banana (R$ 417,1 milhões), ovos (R$ 300,1 milhões) e bovinos (R$ 297,5 milhões). A pecuária, composta por frango, ovos e bovinos, representa 39% do VBP estadual, enquanto as lavouras respondem por 61%, mostrando um equilíbrio entre produção vegetal e animal que sustenta a diversidade econômica do estado.
Entre 2024 e 2025, alguns produtos mantiveram-se como pilares estruturais da economia agropecuária paraibana. A cana-de-açúcar, além de liderar em valor, tem apresentado incrementos consistentes de 2 a 3% ao ano, reflexo de ajustes na produtividade e estabilidade de preços. A produção de frango e ovos segue dinâmica, acompanhando a demanda crescente do mercado interno e potencializando a geração de emprego e renda local. Os bovinos, apesar de menor em volume comparado a outros grandes estados, têm mantido estabilidade com potencial de expansão em segmentos de carne de qualidade.
O histórico do VBP paraibano, entre 2018 e 2025, revela um crescimento acumulado de cerca de 70%, passando de R$ 2.070 milhões para R$ 3.522 milhões. Esse avanço reflete tanto valorização de preços quanto incrementos pontuais na produção, evidenciando um mercado agropecuário regional que cresce de forma constante, ainda que sem mudanças estruturais capazes de alterar significativamente a posição relativa do estado no ranking nacional.
Do ponto de vista estratégico, a Paraíba apresenta produtos com forte presença regional, como ovos, frango e cana-de-açúcar, que funcionam como base econômica sólida. O desafio está em ampliar a diversificação e agregar valor aos produtos agrícolas, potencializando oportunidades em nichos de mercado e cadeias produtivas integradas. A expansão de tecnologias agrícolas, investimentos em irrigação e em processamento de alimentos pode contribuir para elevar o VBP estadual e fortalecer ainda mais o papel do Paraíba no contexto nacional.
Em resumo, a Paraíba mostra crescimento consistente e solidez em produtos-chave, com perspectivas de evolução se houver ampliação de diversidade produtiva e agregação de valor.
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Plataforma Agro Brasil + Sustentável libera habilitação automática de áreas para exportação
Nova funcionalidade permite ao produtor rural verificar se a área de produção atende exigências socioambientais de mercados internacionais de forma gratuita e voluntária

Foi disponibilizado, na terça-feira (23), na Plataforma Agro Brasil + Sustentável, serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação, funcionalidade que permite ao produtor rural validar, de forma automática, se a área de produção cumpre requisitos críticos para a exportação à mercados externos que impõem barreiras de compliance socioambiental.
O principal objetivo da Plataforma é integrar, organizar e disponibilizar informações de governança ambiental, social e corporativa relacionadas aos produtores (pessoas físicas), empresas agrícolas (pessoas jurídicas) e propriedades rurais para qualificar os produtos agropecuários brasileiros, com transparência, credibilidade e confiança, entre todos os participantes da cadeia agropecuária.
Nesse cenário, a Plataforma Agro Brasil + Sustentável também visa atender às exigências de um dos grandes mercados internacionais, permitindo a habilitação do produtor e de lotes de produtos agropecuários, a partir de requisitos, padrões, processos e tecnologias, devidamente caracterizados quanto à sua produção.
A Plataforma é uma ferramenta gratuita e voluntária ao produtor rural e possui abrangência universal a todas as cadeias produtivas.
Plataforma Agro Brasil + Sustentável, do serviço de habilitação de Área de Produção para Exportação.



